Stay with me escrita por Bia Fonseca


Capítulo 1
A torre de vigia


Notas iniciais do capítulo

Oláaa :) Bom, essa é minha primeira fanfic nessa categoria, e eu espero que agrade. Daryl e Rick são um casal que muitos não aprovam por serem considerados 'irmãos' na série, porém vale lembrar que já existiu a possibilidade de Daryl ser homossexual. E se isso acontecesse, eu sempre achei que Rickyl seria um bom casal hahaha
Não sou muito boa com cenas HOT, peguem leve comigo rsrsrs
Espero saber o que acharam, opiniões e comentários
Beijos ♥



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(P.O.V Rick)

"Daryl Dixon é uma droga. Uma na qual estou disposto a ficar viciado"

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Acordei com um choro de bebê. Me sentei no colchão, a coisa mais macia em que eu havia dormido há muito tempo. Olhei ao redor, enquanto esfregava os olhos por causa da sonolência. Ao lado do berço no canto da minha cela (quarto), havia uma cachoeira de cabelos loiros.

-Ela te acordou?- Beth perguntou, enquanto balançava Judith nos braços.

Fiz que sim com a cabeça.

-Desculpe, tentei fazê-la parar.

Judith parecia estar se acalmando, porque foi diminuindo a altura do choro aos poucos, fazendo Beth abrir um sorriso satisfeito.

-Eu vou indo Rick.- a garota foi andando para fora do quarto, então se virou como se tivesse se lembrado de algo.- Ah, Carol pediu para te avisar que Michonne e Daryl saíram de novo, sabe, para procurar o governador.

Me calei. Aquela notícia fez com que cada célula do meu corpo despertasse imediatamente.

"Ele havia saído denovo"

"Estava correndo risco de vida novamente"

Devo ter ficado com expressões estranhas, porque Beth me encarou com certa preocupação em seu olhar.

-Rick, está tudo bem?

Balançei a cabeça, escapando de meu breve transe.

-Sim, só fiquei surpreso por não terem me avisado ontem.

"Ele não quis me avisar"

"Sabia que eu não deixaria ele partir"

-Entendi. Tenha um bom dia, Rick.- Beth saiu de minha cela, seguindo até nossa cozinha improvisada para provavelmente alimentar Judith, que puxava os fios de seu cabelo que caíam por seus ombros, em protesto pela fome.

-Isso vai ser meio difícil depois do que acabei de saber.- murmurei para mim mesmo.

Eu ainda não acreditava que ele havia feito. Me deixar sem saber, sair sem avisar. Não era típico de Daryl fazer isso. Será que ele estava me evitando? Não quero nem pensar numa coisa dessas. Essa noite, é a nossa vez de ficar de vigia na torre.

Essas noites sempre são as melhores da semana para mim, que é quando nos sentamos lado a lado e conversamos sobre como nossas vidas viraram uma merda depois dessa epidemia. Contamos um ao outro como era o nosso passado, e tentamos planejar um futuro em que todos os nossos amigos estejam vivos. Seria loucura dizer que eu gostei dessa desgraça que virou o mundo de cabeça para baixo, mas, se isso tudo não tivesse acontecido, eu provavelmente nunca teria conhecido Daryl.

Quando eu o conheci, ele era igualzinho a muitos dos valentões que eu havia prendido. Grosso, agressivo. Mas, depois de conhecê-lo direito, percebi que ele não era nada disso. Daryl pode ser esquentadinho e violento quando quer, porém ele também sente as coisas, como qualquer outro ser humano. O momento em que eu realmente comecei a perceber que tinha sentimentos pelo Dixon, foi depois que ele foi embora com o irmão, Merle. Eu me lembro de ter me sentido tão vazio, tão...solitário. As horas pareciam não passar e eu ficava perdido em meus pensamentos de tempos em tempos. Mas então, ele voltou, e o meu 'eu' interior voltou a ser como era antes.

Me levantei da cama, calcei os sapatos, guardei minha arma no coldre preso na calça jeans e saí do bloco em que estava, buscando um pouco de ar e luz do sol. A prisão era um terreno parcialmente aberto, o que nos dava de certa forma bastante espaço, contudo, os portões de ferro não eram tão resistentes como pensávamos. Em alguns pontos, eles já começavam a ceder pela força dos errantes, o que era preocupante, mas alguns troncos de madeira estavam ajudando por enquanto. Por enquanto.

Me sentei na grama, observando as mudas que havíamos plantado e a multidão de errantes que se arrastavam de um lado para o outro no meu campo de vista, como sempre faziam.

Ao que tudo indica, se as coisas continuarem como estão, esse lugar possa se tornar um lar.

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O sol já havia se posto e o céu escurecido, aquele era o toque de recolher. Não era muito seguro andar por aí no escuro mesmo dentro dos portões e ninguém queria ser visto como presa. Depois de me certificar de que todos já haviam entrado nos blocos que estavam limpos, subi na torre de vigia e fiquei lá sentado, com uma espingarda apoiada na parede ao meu lado.

Daryl e Michonne ainda não haviam voltado, o que começava a me preocupar seriamente. Eles nunca passaram a noite fora, sempre voltaram no mesmo dia.

"Talvez tenham dado uma parada para 'descansar', afinal de contas".

O ciúme crescia dentro de mim, e eu sabia que isso era errado. Ter ciúmes de quem não é seu, é a coisa mais ruim que existe. Porque você só assiste de longe, e não pode fazer nada para impedir de que aquilo aconteça. Daryl não era meu e eu não era dele. Era a triste realidade que em uma hora ou outra eu teria que aceitar.

Encostei a cabeça na parede atrás de mim e me permiti fechar os olhos, minha mente tentando não pensar em mais nada.

-Achei que ia ficar aqui com você para vigia, não para tirar um cochilo.- uma voz rouca e carregada de sarcasmo soou nos meus ouvidos.

"Essa voz, que faz eu me arrepiar e meu corpo tremer..."

Abri os olhos e meu coração bateu mais forte. Era ele. Havia voltado. Se havia algum Deus naquele paraíso a que chamam de céu, ele ouviu minhas preces silenciosas.

Daryl estava com a besta pendurada no ombro, como sempre. Sua jaqueta com asas de anjo na parte das costas estava com respingos de água aqui e ali e sua calça jeans estava molhada até a altura dos joelhos. Seu cabelo que quase lhe batia nos ombros estava bagunçado, e fios se grudavam em sua testa por conta do suor. Mesmo nesse estado, Daryl Dixon conseguia ser bonito. Ás vezes eu queria bater nele por causa disso.

Contive o impulso de me levantar e abraçá-lo. De vez em quando me esquecia de que ele não gostava de muito contato.

-Eu não ia tirar um cochilo, só estava pensando.- falei, enquanto ele colocava a besta no chão e se sentava ao meu lado. Tentei não desviar meu olhar para ele, com seus movimentos ágeis e sutis.

-Pensando em que?- Daryl perguntou, parecendo interessado em saber.

"Em você..."

-No que faremos para cuidar dos errantes que estão tentando derrubar o portão.- criei uma desculpa rápida e boa.

-Ah.- Daryl disse, como se esperasse ouvir outra coisa. Esse homem me deixa confuso.- Talvez se usássemos um dos porcos, poderíamos atraí-los para mais perto da mata. Os que restassem no portão, a gente dava um fim.- sugeriu. O modo como ele contava seus planos fazia parecer que eram pequenas coisas. Passavam bem longe disso.

-É, pode ser que dê certo.- pela primeira vez no dia todo, eu estava pensando em alguma coisa que não fosse ele.

Ficamos em silêncio, hoje não parecia ser o dia certo para falar do passado nem do futuro. Me senti sufocando com aquela falta de comunicação, então resolvi quebrar o gelo.

-Daryl, eu...não quero mais que saia para procurar o governador.- disparei de uma vez, antes que me arrependesse de começar.

-Como é que é?- Daryl pareceu confuso, mais do que eu nessa manhã.

-Estou proibindo as saídas que não sejam para buscar suprimentos. A sua como a de qualquer outro.- tomei coragem para dizer, porque sabia que ele não gostava de ser controlado. E essas palavras poderiam acabar com tudo o que viemos construindo dia após dia de sobrevivência.

Daryl se pôs de pé em um salto, olhando para baixo (para mim) com uma expressão furiosa. Me senti menor, como se eu fosse uma criança arteira e ele o pai que tinha que me colocar na linha.

-E quem você acha que é? O manda-chuva do grupo? O fodão que põe ordem nessa porra toda? Porque se você não percebeu Rick Grimes, não estamos todos aqui para receber ordens suas. Muito menos EU!- ele disse meu sobrenome da mesma forma que fez da primeira vez que nos vimos, com deboche. As palavras dele me machucaram, mas eu não ia deixar assim. Não ia me sentir inferior a ele por tentar protegê-lo.

Me pus de pé, encarando. Nossos olhos estavam cravados uns nos outros, e os seus pareciam lâminas gélidas perfurando minha alma.

-EU NÃO ESTOU QUERENDO DAR ORDENS EM NINGUÉM, EU QUERO PROTEGER A TODOS!- retruquei, faíscas invisíveis pareciam saltar ao nosso redor.

-VOCÊ NÃO PRECISA FAZER ISSO SEU IDIOTA, ELES FAZEM POR ELES MESMOS E EU SEI ME CUIDAR, JÁ QUE ESTOU INCLUSO NESSA GRANDE MERDA TAMBÉM!- Daryl gritou.

Não dei atenção a maneira como ele me chamou de idiota.

-Merda?- repeti a palavra dita por ele. Meus olhos estavam marejados, como o de uma criança. Engoli o choro.- É erro meu tentar proteger aqueles de quem eu gosto? Aqueles com quem eu me preocupo? Não quero mais perder ninguém, nós já perdemos muito...Lori, Andrea, Jacqui, Amy, Dale, Jim, Sophia, até Shane...NÃO POSSO PERDER MAIS NINGUÉM. Não posso perder você também. Não aguento. E, me desculpe se isso te incomoda,- dei uma risada irônica no meio da frase, as lágrimas ameaçando caírem- mas eu quero preservar o que temos aqui. Não quero que um filho da puta como aquele governador invada esse lugar e faça mal uso dele. Ele provavelmente mataria todos nós, e os que tivessem o azar de sobreviver seriam jogados em um 'ringue' onde ele nos obrigaria a lutar até a morte uns com os outros. Eu preferiria ser devorado por aqueles monstros malditos lá fora, do que ter que agredir qualquer um de vocês.

Quando terminei respirei fundo, para retomar o fôlego. As palavras simplesmente escaparam da minha boca sem que eu percebesse. Mas pelo incrível que pareça, não me arrependo as ter colocado para fora.

Daryl deu dois passos a frente, ficando perigosamente próximo de mim. Mesmo que a intenção dele fosse me intimidar, aquela proximidade me deixava nervoso.

-E se tivesse que lutar comigo? O que você faria?- ele sussurrou próximo da minha boca, me dando arrepios.

-E-eu deixaria que você me batesse.- respondi, desviando os olhos por uma fração de segundo para a sua boca. Aquele poderia ter sido meu maior erro. Ou meu maior acerto.

Eu não sei como aconteceu ou quando exatamente, mas de alguma forma eu estava com a boca colada na de Daryl. Achei que ele fosse me dar um soco ou algo do tipo, mas ele simplesmente abriu mais a boca, o que me deu mais confiança, e eu empurrei minha língua para dentro da boca dele.

"Como isso é bom...."

Daryl agarrou meu pescoço de forma possessiva, o que me deixou satisfeito. Apoiei as mãos em seu quadril para ter onde me segurar, porque eu tinha certeza de que a qualquer momento minhas pernas fraquejariam e eu cairia no chão duro. Nossas línguas travavam uma batalha silenciosa, e eu me sentia queimando de dentro para fora com aquela sensação.

Fui empurrando Daryl para trás, até que ele tropeçou em algo ( provavelmente sua besta) e nós caímos no chão. Eu por cima dele. Encaramos um ao outro e rimos. Desci meus lábios e os coloquei de volta nos dele. Daryl pousou suas mãos na barra da minha camiseta branca e a tirou, meu peito ficou descoberto. Fiz o mesmo com ele mas de maneira mais demorada porque:

1- Ele estava usando mais roupas

2- Eu queria apreciar o momento e fazê-lo durar

Logo, estávamos totalmente despidos, encarando um ao outro de forma intensa.

- Acho que somos loucos.- Daryl sorriu.

-O mundo está uma loucura, nós só nos adaptamos a ele.- dei de ombros.

Aquela noite durou mais do que eu esperava.

E nós fizemos tudo.

Menos, a vigia.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam??? Espero que tenham gostado.



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