Questão de Honra - Livro 1 escrita por Melaine_


Capítulo 1
A Terrível Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Comecei a escrever essa fanfic a uns 4 anos atras e agora terminarei. hah Amo esse desenho e seus personagens, espero que gostem da minha fanfic.Beijos!



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Era o começo de uma tarde ensolarada em Praça Real quando o Príncipe Zuko foi para o mais longe possível do centro da capital da Nação do Fogo.

— Ela tem que estar lá! Ela tem que estar lá! – pensava ele.

O caminho era tortuoso, cheio de pedras enormes que deixavam escondida a caverna por onde ele entrou. Seguindo o caminho de sempre, saiu do outro lado da caverna e começou a descer pelas rochas, mas se deteve na ultima ao reconhecer aqueles cabelos negros.

Kira observava a paisagem que separava o vulcão e o lado de fora da capital. Havia uma escada de pedras em formatos estranhos que eles achavam não ser possível subir, por isso fizeram de lá, o lugar deles.

— Como foi na reunião de conselho? – perguntou ela.

— Hm, foi boa.

— Boa? A Azula também estava lá?

— Não, só eu fui. – respondeu o Príncipe.

— Menos mal. – concluiu Kira. Ela conhecia Zuko desde criança, sabia que não importava o que tivesse acontecido, ele contaria quando estivesse pronto.

— Kira, eu não sei o que fazer, não sei como te falar...

— O que, Zuko? - perguntou preocupada.

— Você tem que me prometer que depois que eu falar, você irá embora daqui rapidamente.

— Hm, ok. Tenho que ver o que fazer de janta mesmo. – respondeu ela sem graça.

— Eu não estou falando daqui, Kira. Estou falando da cidade. Da Nação do Fogo!

— Por que eu sairia daqui? – perguntou.

— Você vai sair daqui, contar para seu pai e então vocês dois sairão da cidade o mais rápido possível. Ok?

— Eu não tenho motivos para sair da cidade! - retrucou.

— Isso é o que você pensa. – disse ele sarcástico. – Meu pai quer mandar seu pai pra frente de batalha!

— Mas ele acabou de entrar pra o treinamento. – disse ela assustada.

— Exatamente! Ele quer sacrificar a tropa para poder ter um ataque surpresa depois.

Kira não soube o que dizer, ficou calada enquanto os olhos angustiados de Príncipe Zuko a assistiam.

— Deve ter algo que se possa fazer...

— Não tem. Eu já tentei e não deu certo. Não tem mais o que fazer.

— O que você tentou?

— Eu falei com meu pai...

— E?

— Não foi bem ‘ falei’, eu meio que disse que ele não poderia fazer isso.

Kira prendeu a respiração.

— No meio do conselho. Como castigo ele ordenou um Agni kai.

— Zuko! Por que fez isso?

— Você não entende não é?

— O que?

— Você acha que eu vou deixar seu pai ser morto e você ficar órfã? Ainda mais nesse período de guerra? Não vai demorar muito para ele mandar crianças dobradoras de fogo para a guerra também. Eu sempre vou proteger você! Foi o que eu disse no dia que lhe dei esse colar. Esse colar que você usa todos os dias. Eu não falei por falar. Eu vou sim te proteger sempre que eu puder!

Kira tentava sem sucesso secar as lágrimas que brotavam em seus olhos.

— E você também prometeu me proteger. Eu não esqueci. – Zuko levantou a manga da blusa e mostrou a pulseira que ela havia lhe dado.

— Me deixe lutar no seu lugar! – disse Kira rapidamente.

— Você sabe tão bem quanto eu que não pode, mas eu sei que você faria isso por mim.

— É claro que eu faria!

— Eu sei. É por isso que somos amigos. – disse Zuko puxando-a para um abraço.

— Fuja com a gente, Zuko!

— Eu não posso. Eu não acho certo o que ele decidiu e é por isso que vou enfrentar esse duelo.

Os dois ficaram abraçados até que Zuko se deu conta do horário.

— O duelo começará em menos de uma hora. Eu preciso ir.

— Eu queria tanto poder te ajudar! – disse Kira irritada.

— Só me prometa que sairá daqui ainda hoje.

— Prometo. Boa sorte, Zuko. Você é um ótimo dominador, vai vencer essa fácil. – disse ela sorrindo.

O Príncipe a olhou demoradamente e se virou para voltar para o palácio quando ouviu:

— Eu vou sentir a sua falta.

Sem saber o que fazer naquele momento, se aproximou de Kira e fez o que a tempos queria fazer. Beijou-a.

Processando o que acabara de acontecer, Kira saiu correndo em direção a sua casa e mal havia entrado na sala, seu pai lhe perguntou o porquê do Príncipe Zuko ter de enfrentar um Agni Kai.

— Então a notícia já se espalhou. – pensou ela.

Após contar o que Zuko havia lhe falado, começaram a guardar as coisas para a viagem que nem destino tinha.

Chegada a hora do duelo, Kira correu para o palácio e tentou achar um lugar em que Zuko pudesse vê-la, mas após minutos o salão se encheu de uma forma que ela achou impossível alguém achá-la.

O silêncio se fez no salão quando um homem com trajes formais da Nação do Fogo entrou e se posicionou no meio de onde o duelo aconteceria.

— Como anunciado hoje mais cedo, dentro de poucos minutos acontecerá o Agni Kai.

As portas do lado esquerdo do salão se abriram e o Príncipe Zuko entrou. Kira pode ver que Iroh, irmão do Senhor do Fogo acompanhou o príncipe até o centro da arena. Antes que o homem pudesse chamar o outro duelista, o Sr. Ozai entrou imponente no salão, fazendo cada par de olhos olharem em direção a ele.

Sem qualquer hesitação, tomou o lugar do ‘locutor’ e falou o que ninguém, nunca, imaginaria.

— Meu filho, o Príncipe Zuko, hoje foi condenado a um Agni kai como forma de punição por sua indiscrição e falta de educação com seus superiores.

Era humanamente impossível haver mais silêncio naquela sala, Kira podia jurar que as pessoas a sua volta podiam ouvir seus batimentos cardíacos se acelerando cada vez mais.

— E como o maior desrespeito do Príncipe foi para comigo, é a mim que ele enfrentará hoje!

Kira achou que seu coração havia parado por alguns instantes ao ouvir as palavras do Senhor do Fogo, mas seu coração voltou a bater tão rapidamente que sua cabeça parecia girar.

Olhando para Zuko, pode ver o terror nos olhos dele e a surpresa estampada no rosto de todos. Enquanto o Ozai tomava sua posição no duelo, Zuko parecia petrificado. Iroh chamou sua atenção sutilmente e o fez andar até sua posição.

Era como se todos os presentes na sala não respirassem, era como se todos sentissem a tensão que emanava do Senhor do Fogo. Seus olhos brilhavam numa fúria ardida, que nem seu próprio filho lhe escaparia.

Fazendo os comprimentos de duelos, Zuko não entrou em posição para a luta. Ficou parado.

— Você me desafiou e é aqui que vamos resolver isso. – Disse Ozai.

O príncipe não sabia o que fazer, Kira podia ver emoções diversas passando por seus olhos e rosto.

— Será que devo chamar sua irmã aqui? Para te derrotar? – perguntou seu pai sorrindo maldosamente.

Zuko parecia repetir palavras para seu tio e logo um burburinho se formou no salão dizendo que ele não lutaria contra seu próprio pai.

— Então você não vai lutar? –perguntou sério. Kira se sentia enjoada em pensar nas próximas cenas. Ozai não deixaria seu filho sair sem lutar e com certeza também não deixaria de fazer sua parte do duelo.

Kira sentiu um arrepio percorrer sua espinha e decidiu sair de lá o mais rápido possível. Cortando caminho em direção a porta, sua cabeça girando, ouviu as ultimas palavras do Senhor do Fogo:

— Você não irá lutar, mas terá que se defender. Se quiser...

De costas para arena alcançou a porta ouvindo as pessoas prendendo suas respirações, mas antes de conseguir sair ouviu a dominação do fogo e um grito assustador. Ele havia atacado e queimado o próprio filho.

Com o coração nas costas chegou em casa e começou a enfiar roupas em uma pequena mochila. Mal percebeu, mas estava chorando desesperadamente quando foi à cozinha com outra mochila para enchê-la de alimentos.

— Se ele fez isso como o próprio filho, o que ele não fará com o meu pai? Ou comigo se algo acontecer a meu pai? – perguntava-se ela.

Já havia escurecido e seu pai ainda não havia voltado. Sua preocupação com ele se juntou à ânsia de procurar Zuko e lhe convencer a fugir também. Algum tempo depois, seu pai entrou e a encontrou andando de um lado para o outro, aflita.

— Onde o senhor estava? Fiquei preocupada!

— Não se preocupe, querida, estava falando com Hern, eu precisava avisar isso ao meu melhor amigo também.

— Ele virá com a gente?

— Não. Achamos melhor irmos separados. Não chamaremos atenção.

Enquanto seu pai andava pela casa arrumando os detalhes finais, Kira falou:

— Tenho que sair. Em 10 minutos no máximo estou de volta.

— Kira, não adianta.

— O que? Eu preciso saber como ele está! Vou falar com ele e ele também fugirá.

— Eu sinto muito, minha filha, mas você vai perder seu tempo.

— Por que diz isso? – perguntou ela com olhos cheios de lágrimas.

— Porque ele já foi embora. Ele saiu da capital um pouco depois do duelo.


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