Legacy escrita por Skye


Capítulo 9
Capítulo 9 - "Always an impasse"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/607190/chapter/9

Programei meu despertador para às 7:30 do dia seguinte, já que minha primeira aula seria às 8:15. Logo após desativar o barulho que me acordara, vi uma notificação de uma mensagem recebida de um número desconhecido, isso é, até o momento em que eu abri a mesma e imediatamente soube quem a havia enviado. Tinha sido recebida às 5:44 da manhã e era um arquivo de vídeo que reproduzia eu e Scooter em cima da mesa, na noite passada.

Parece que fomos vistos ;)” dizia a mensagem que acompanhava o vídeo, era ele.

“Espero que consiga manter sua reputação depois desse vídeo, presidente. X” respondi rapidamente, rindo sozinha ao assistir a filmagem, mas o bom humor durou pouco.

Ao olhar para o lado, encontrei a cama de Charlie vazia e todos os meus sentimentos foram substituídos por preocupação. Com o celular ainda na mão, procurei o contato com o número dela e liguei o mais rápido possível. Agradeci imensamente a todas as forças do mundo quando a voz dela surgiu de dentro do aparelho após o mesmo chamar algumas vezes.

— Alo. – ela atendeu com um tom sonolento.

— Charlie?!? – chamei preocupada. – Está tudo bem?

— Amy, é você? – ela perguntou confusa. – Por que você está me ligan... Ai meu deus! – agora eu que não estava entendendo nada. – Eu dormi aqui!

— Não sei o que aqui significa, mas espero que seja a casa da Sigma Psi. – falei. – Quando acordei e não te encontrei aqui, entrei em desespero.

— Agora sou eu quem estou desesperada, não estou na casa da Sigma Psi. – ela disse, claramente assustada. – Estou no quarto do meu irmão, só tem um problema...

— Que problema? – perguntei, também começando a ficar nervosa. Talvez Josh tivesse cuidado dela na noite passada, e eu torcia com todas as minhas forças para que isso tivesse acontecido.

— Eu estou na cama do Brett. – Charlie contou, com uma preocupação nítida na voz. – E ele também está aqui.

— Charlie, vocês dois...- precisava perguntar isso.

— Eu não me lembro. – respondeu antes mesmo que eu pudesse terminar a pergunta.

— E o Josh? – perguntei.

— Ele está aqui. – aos poucos Charlie diminuía o tom de sua voz, como se tentasse não acordar ninguém. – Na cama dele.

— Você acha que ele viu alguma coisa?

— Acho que não. – ela disse. – Conhecendo Josh, sei que ele provavelmente teria surtado. – falou. – O que eu faço Amy?

— Tenta sair daí e vem para o dormitório. – sugeri. – Você pretende faltar todas as aulas da manhã?

— Sinceramente, acho melhor faltar do que comparecer nesse estado. – admitiu.

— Então vem pra cá e dorme um pouco. – falei. – Passo no dormitório antes do almoço e se você estiver melhor, almoçamos juntas.

— Ok, soa como um ótimo plano. – Charlie aprovou.

— Boa sorte para sair daí. – desejei. – Preciso desligar, vejo você mais tarde.

— Obrigada pela ajuda, Amy. – ela agradeceu. – Até depois, beijo.

Desliguei a ligação em seguida. Havia perdido 10 minutos do meu tempo com aquilo tudo, então me arrumei com a maior pressa do mundo. Optei por uma roupa básica, porém apresentável: minha calça jeans preferida e uma blusa bonitinha. Minha primeira aula era filosofia, para minha infelicidade, já que o prédio em que teria a aula ficava consideravelmente longe do meu dormitório. Não tinha tempo para um café da manhã reforçado, apenas passei pela máquina situada no corredor e escolhi o maior tamanho de copo, enchendo-o rapidamente e logo seguindo meu caminho enquanto desfrutava do mesmo.

Felizmente, não tive problemas para encontrar o prédio da aula. Adicionei uma nota mental para agradecer a Josh quando tivesse a chance, me sentia muito menos perdida pelo campus após a volta que havíamos dado com ele no dia anterior. Ao entrar na sala de aula, encontrei a maioria das pessoas já ali, mas ainda consegui um bom lugar na terceira carteira da fila do canto, poucos minutos antes de a professora chegar.

— Bom dia! – uma mulher loira e elegante adentrou a sala. – Sejam bem-vindos a aula de filosofia da Cadillac. – ela disse, deixando a bolsa que carregava em sua mesa e se posicionando na frente da sala, onde encarou todos os alunos ali presentes. E talvez seja necessário mencionar que seu olhar era firme e penetrante. – Meu nome é Natalie Baldwin e eu realmente espero que nenhum de vocês desista dessa aula, mesmo lamentando em informar que muitos optam por essa escolha todos os anos depois de algum tempo. – apresentou-se, da forma mais direta possível. – Antes de começarmos, falarei um pouco sobre mim. – continuou. – Sou formada em direito e também leciono na escola de direito aqui da universidade. - contou. – Também me formei em filosofia há alguns anos, e por isso estou aqui nessa sala no dia de hoje. – disse ela. – Pode parecer loucura, mas afirmo que estou muito feliz e satisfeita com as decisões que tomei e espero ajuda-los a entenderem suas próprias decisões, assim como refletir decisões de outras pessoas e entender a forma com que pensamos e como outros pensam, pensaram e possivelmente pensarão, da mesma forma que nós estaremos fazendo aqui. – falou. – Muitos alunos que passaram por mim afirmaram que, você simplesmente ama ou odeia a minha aula, não existe meio termo. – revelou. – Não farei nenhuma proibição além das leis já existentes em nosso país, mas saibam que existe uma regra na minha aula: se o seu celular tocar durante a aula, você terá que atender no viva-voz. – algumas risadas ecoaram pela sala nesse momento. – Riam à vontade, mas vocês podem ser os próximos. – alertou Natalie, lançando uma piscadela para a turma. – E fora isso, podem me chamar de Nat. – ela disse por fim, erguendo um sorriso nos lábios.

Por algum motivo desconhecido, eu achei Natalie sensacional. Provavelmente deveria me sentir aliviada por isso, não queria ser do clube de pessoas que não gostavam da aula dela. O resto do tempo foi utilizado para que ela introduzisse a matéria que lecionava e eu passei a aula inteira vidrada em tudo que ela dizia. Sai feliz da minha primeira aula de filosofia, muito mais do que eu esperava.

Meu próximo destino era o CadiLab, para aula de química. Se eu fosse uma estudante normal, no caso uma não bolsista, não precisaria estar na aula de química, já que meu major era jornalismo e, sendo assim, não necessitaria de aulas de química para me formar. Porém, uma das exigências da minha bolsa de estudos era estar inscrita em uma aula não necessária para meu major. Química sempre foi uma matéria com a qual me dei bem, então foi a primeira opção, também pelo fato de o CadiLab ser um renomado laboratório de pesquisas e experiências entre as universidades do país, ter aulas ali seria uma experiência compensadora.

Estava ansiosa para conhecer o laboratório, caminhava com passos apressados e já avistava o prédio a alguns metros de distância, faltava pouco para matar a curiosidade. A única coisa em que pensava era no caminho que percorria, nem mesmo os pensamentos da noite passada e da situação de Charlie batucavam na minha cabeça durante aquela fração de segundos, só precisava chegar ao CadiLab, mas faltando poucos metros para alcançar a entrada, tudo o que lembro foi de sentir uma forte pancada na cabeça e cair com tudo no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Legacy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.