Legacy escrita por Skye


Capítulo 7
Capítulo 7 - "Yesterday is history, tomorrow is a mistery"




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Rapidamente, como um reflexo, arranquei uma uva do cacho situado em cima da cabeça de um dos garotos, e coloquei na boca de Scooter, quando a mesma já estava a milímetros da minha. Seus olhos, que já se fechavam, abriram espantados, estranho aquilo.

— Que diabos...? – questionou confuso, após tirar a uva da boca.

— Você nem sempre deveria eleger uma garota por sua beleza, Scooter. – disse com firmeza. – E a propósito, me chamo Amy. – apresentei-me. – Cara da uva, pode me ajudar aqui? – perguntei, olhando para baixo  oferecendo meu braço para que ele me ajudasse a descer da mesa, o que não foi necessário, novamente ele me colocou sobre seus ombros. Para minha felicidade, ao olhar ao redor vi que ninguém prestava atenção na cena que acabara de acontecer.

— Onde devo deixar você? – o garoto da uva perguntou. – A não ser que queira passar o resto da festa ai em cima, o que não seria um problema para mim. – eu não duvidava disso, ele era extremamente forte. Avistei Charlie, ela sim assistia tudo com atenção e parecia se divertir.

— EI! – ouvi a voz de Scooter chamar ao mesmo tempo em que o cara da uva começava a me levar. Virei o rosto para ver o que era. – Onde você mora? – perguntou erguendo um sorriso divertido no rosto, e me encarando diretamente nos olhos, mesmo com certa distância. Eu ri, apontei para ele e depois para o seu coração, fazendo com que nós dois acabássemos rindo. Senti os olhos dele me encarando até que eu sumisse no meio da multidão e alcançasse Charlie e Bri novamente.

— Muito obrigada pela carona. – agradeci o garoto.

— Disponha, gata. – ele disse antes de se afastar.

— Parece que alguém nem vai precisar de mim para encontrar diversão nessa festa. – Bri brincou, gerando riso em nós três. – Estávamos te observando, você fez a coisa certa. – continuou ela. – Scooter é um cara muito legal, mas é comum se arrepender de tê-lo beijado no dia seguinte. – o pensamento de me arrepender com certeza havia passado pela minha cabeça.

— Mesmo assim, ele é um gato. – Charlie comentou.

— Obrigado irmãzinha, sei que minha beleza é contagiante. – Josh surgiu ao lado dela, interrompendo a conversa. – Quase não acreditei quando um de meus amigos jurou ter visto minha irmã dentro dessa casa. – ele provavelmente iria continuar com as brincadeiras, mas então viu quem nos acompanhava. – Bri. – foi tudo que ele disse.

— Josh. – ela disse em resposta, formando um sorriso nos lábios e não demonstrando qualquer sinal de nervosismo, que parecia vir apenas do lado de Josh. – Como foram as férias?

— O de sempre. – contou ele. – E as suas?

— O de sempre. – ela repetiu. Charlie distribuía seu olhar entre Josh e Bri, como se não acreditasse que aquilo havia acontecido.

— Bom te ver. – Josh falou, e ela manteve o sorriso sincero como resposta. – Gostariam de conhecer a casa? – perguntou, agora se dirigindo a nós.

— Essa é uma ótima ideia. – Bri apoiou. – Vocês deveriam ir com Josh conhecer a casa, enquanto cumprimento algumas pessoas e arranjo algumas bebidas para nós. – a proposta parecia boa. Charlie olhou para mim, esperando meu olhar de aprovação.

— Por mim, parece ótimo. – concordei.

— Então vamos. – Josh disse nos apontando a direção para dentro da casa.

— Vejo vocês daqui a pouco, meninas. – Bri se despediu e seguiu na direção contrária, ao mesmo tempo em que entravamos novamente na casa.

Claramente, ter se encontrado com Bri havia afetado Josh de alguma forma. Fomos guiadas pela casa por um Josh gentil e atencioso, como ele tinha se mostrado nas horas que passamos juntos, mas seu humor estava visivelmente abalado. Nossa primeira parada foi no porão, onde se encontrava todo o estoque da Omega Gamma, com uma variedade inimaginável de itens, mas nossa passagem pelo recinto durou pouco, já que algumas pessoas estavam lá embaixo fumando.

— Só para registro, nunca usei e nem usarei drogas. – Josh disse, parecendo falar diretamente com Charlie, receando que ela criasse alguma hipótese.

— Não se preocupe, no mundo em que eu vi não enxergo você fazendo isso. – Charlie falou.

Depois do porão, conhecemos todo o primeiro andar, onde estavam a sala, cozinha e sala de jogos. No segundo andar, ficavam os quartos. Josh explicou que os primeiros do corredor eram menores, com beliches, e os do final do corredor eram maiores.

— Conforme você cresce e passa mais tempo aqui, acaba ganhando um quarto maior, o que felizmente é o meu caso. – explicou. Quando Josh abriu um dos primeiros quartos para nos mostrar, demos de cara com um casal se agarrando em cima de uma das camas. – Clichê. – Josh comentou, rapidamente fechando a porta. – Acho melhor mostrar o meu quarto.

Caminhamos então até o final do corredor, onde paramos em frente a uma das últimas portas e Josh tirou uma chave do bolso que destrancou a mesma.

— Bem pensado. – elogiei.

— Obrigado. – ele agradeceu, abrindo a porta. – Sempre bom se prevenir de casais aleatórios utilizando sua cama.

O quarto era suficientemente espaçoso para duas camas de casal, parecia muito melhor do que o primeiro que havíamos visto, mesmo que por poucos segundos.

— Belo quarto, Josh. – Charlie comentou, enquanto vasculhava o mesmo.

— É, não posso reclamar. – Josh concordou. – Meu companheiro de quarto é o Brett, acho que você já o conheceu Amy.

— Brett? – perguntei confusa.

— Vi ele te carregando no ombro há alguns minutos.

— Ah, o cara da uva?

— Cara da uva? – Josh perguntou rindo. – Às vezes eles inventam coisas do tipo mesmo.

— E o Scooter, sempre inventa de tentar beijar garotas em cima de uma mesa? – Charlie perguntou, nós três rimos.

— Não vi a cena completa, mas me parece que foi a primeira vez, ele está bem animado para o início desse ano. – Josh contou.

— E quem parece ter perdido a animação foi você, no momento em que viu a Briana. – Charlie resolveu tocar na ferida, não sabia se deveria me sentir metida naquela conversa.

— Vocês querem que eu saia para conversarem? – perguntei.

— Claro que não, Amy. – Charlie falou. – Em um dia você já é mais família do que metade da nossa verdadeira família. – sorri com o comentário, estava realmente me sentindo à vontade com os dois, mas não queria ir longe demais sem ser chamada. – Josh, você deveria contar o que realmente aconteceu entre vocês dois. – Charlie pediu. – Até porque se não contar, vou acabar descobrindo algum dia, e prefiro ouvir de você.

— Nós namoramos ano passado. – contou. – Pelo menos eu acho que namoramos.

— Ok, agora explica. – Charlie pediu novamente.

— Ficamos em uma festa logo no começo do ano, foi simplesmente incrível. – continuou Josh. – Depois continuamos juntos, acho que nunca gostei tanto de uma garota. – ele revelou e eu podia entender. Passamos algumas horas com Bri e era perceptível o quão legal ela era. – Durou quase seis meses, e foi maravilhoso antes de eu estragar tudo.

— Realmente, foi maravilhoso. – a voz de Bri surgiu na porta do quarto. – Vocês estavam demorando para voltar, imaginei que fossem estar aqui. – ela se explicou. Charlie, Josh e eu apenas trocamos olhares silenciosos, ninguém sabia o que fazer agora.


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