Um campo de Apostas escrita por Gui Ness


Capítulo 25
Capítulo 21- A despedida




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Pov. Armin

– Mãe!!! Pai!!! - Inúmeras exclamações surgiram quando um grupo de adultos surgiu na zona do baile, guiados por Nathaniel. Imediatamente imensos adolescentes correram até os seus pais, abraçando-os, cumprimentando-os e rindo animados.
Alexy saltitava inquieto enquanto observava os nossos restantes amigos irem aos poucos ao encontro dos seus pais ou familiares. Senti Izuri, que se encontrava encostada a mim, mexer-se ligeiramente, enquanto os seus olhos observavam a multidão de pessoas. Não demorou muito até sorrir e me fazer um pequeno sinal de que iria ter com os seus pais, um homem alto e forte, muito simpático, e uma mulher mais baixa mas magra, está [*está? Era mesmo esta a palavra que querias usar? É que fica um pouquinho estranha aqui] muito meiga. Observei-a afastar-se até junto deles que a receberam num amigável e reconfortante abraço.
Nesse momento um sentimento nostálgico atravessou-me. Há muito tempo que não abraçava os meus pais. Desde que o grupo do Victor começou a andar atrás de mim que eu não falo com eles. Partilhava com eles um máximo de cinco ou seis palavras, sem que uma discussão começasse. Alexy era o único com quem eu falava como deve ser. Não me lembro da última vez que tive um momento em família com eles. Droga. Nunca me dei conta do quão estúpido fui. Preciso de lhes pedir desculpa. Obrigada, Izuri. Por me ajudares tanto e me devolveres a vontade de viver. Ah, droga, desde quando sou tão lamechas?
– Armin? - Nathaniel surgiu, sorrindo. Antes que pudesse fazer algo, Alexy virou-se para o amado, abraçando-o. - A-Alexy!
–Vou apresentar-te aos meus pais, ok? Quero saber que possuo todo o apoio deles no nosso namoro! Sei que eles vão adorar-te. Também, quem não adoraria? Tu és perfeito!!! - Alexy começou a falar, animado. Os seus olhos pareciam que reluziam de animo.
–Alexy, tem calma. - Nathaniel segurou na face do meu irmão, encostando a sua testa à dele. - Eu vou conhecer os teus pais, mas preciso de tratar de uns assuntos do campo primeiro. Como por exemplo devolver a PSP ao teu irmão.
–PSP? Já nem me lembrava dela. E acho que é melhor ires dar isso à Izuri. Afinal, agora a PSP pertence-lhe.
–Pertence? Mas que raio??? Como?? Impossível! Nunca na vida darias a tua consola a alguém! Tu próprio dizes que ela vale mais que tudo no mundo.
–Não mais.
–Izuri!!!!! - Vi Alexy afastar-se a correr em direção da Izu, abraçando-a, o que surpreendeu um pouco os pais dela.
–Não te preocupes, eu entrego-lhe a PSP. - Nathaniel riu, enquanto se afastava.
–Obrigada. - disse. Olhei a multidão. Podia ver todos os meus amigos com os seus pais. Apenas os meus ainda não tinham chegado... Teriam ficado presos em algum negócio e não podiam vir? Estremeci. Agora que recuperei de tudo o que acontecera no passado, agora que podia agradecer-lhes por tudo o que eles fizeram, eles não estavam ali...
–Pai, mãe! – A voz de Alexy interrompeu os meus pensamentos conforme o via correr até dois adultos. Olhei-os, sentindo um grande alívio descer sobre mim. Dei um suspiro, enquanto observava o homem de cabelos negros, camisa social e umas calças azuis caminhar ao lado de uma mulher de face calmas e inocentes, cabelos castanhos, uma camisa branca e uma saia longa, num tom de laranja. Não pude deixar de sorrir ao vê-los. Caminhei lentamente até eles, que abraçavam calorosamente Alexy. Sorri ligeiramente, esperando que eles se apercebesses da minha presença.
Por fim eles separaram-se e os meus pais olharam-me um pouco hesitantes. Sorri e abracei-os com força. Eles demoraram a retribuir o abraço, mas por fim puseram os seus braços à minha volta. Separamo-nos pouco depois, sorrindo.
–É bom ter-te de volta. – O pai disse sorrindo.
–É bom estar de volta.
–Oh, Armin! – A minha mãe voltou a abraçar-me. – Não sabes quantas saudades tive do teu sorriso. – Ela disse entre soluços.
–Mãe, tem calma. Já está tudo bem. - Sorri-lhe fazendo com que ela se animasse.
–Que pouca vergonha. – Ouvi o meu pai a resmungar. Segui o seu olhar, observando um grupo de rapazes a surgirem mascarados de... fadas... Desatei a rir no momento e comigo muitos outros adolescentes e adultos.
–Ei, Victor! Essa mini-saia fica-te a matar!!! - A um canto, alguém exclamou, fazendo com que mais risos surgissem.
–Oh Jade, não sabia que gostavas tanto de maquilhagem! - Maquilhagem? Coitados, as raparigas esmeraram-se.
–Ei, Dajan, já pensaste em dedicar-te a ser rainha do baile? Tens o meu voto!
E por ai em diante, os risos não cessavam. Quase que me sentia mal por eles. Quase.
–Que pouca vergonha. Sei que vocês são uma geração de mentalidade mais aberta mas isto aqui também é exagero!
–Não ligue, pai! Venha, tenho alguém que quero que conheça! – Alexy disse, guiando o nosso pai até Nathaniel, que o cumprimentou ligeiramente nervoso.
Suspirei, rindo, desejando, mentalmente, boa sorte ao loiro.
–Ei, Armin! – Uma voz grossa chamou-me a atenção. Um homem chamava-me fazendo sinal que fosse ter com ele. Era o pai de Izuri. Havia conhecido-o na semana passada, no fim de semana com os pais.
–Espera um pouco, mãe. – Disse afastando-me. – Boa tarde, senhor.
–Boa tarde. Então, como se portou a Izuri aqui no campo?
–Pai!!
–Posso garanti-lhe que teve um comportamento exemplar. – Disse rindo.
–Espero bem que sim. Olha que vou perguntar a mesma coisa aos teus monitores, Izuri. E tu, meu rapaz, um pouco mais animado, pelo que vejo. Da última vez que nos vimos parecias mais em baixo.
–Estou bem agora. A sua filha ajudou-me imenso.
–É bom ouvir isso. Ali esta o vosso monitor! Nathaniel, não é? – Acenamos em afirmação. – Nathaniel! – O pai de Izuri afastou-se.
–Izuri, anda, quero apresentar-te a minha mãe! – Disse, segurando-lhe as mãos e guiando-a até a minha mãe que nos olhava carinhosamente.

Pov Castiel.
–Estás sozinho? - Uma voz feminina, que me era, porém, desconhecida, surgiu a meu lado.
Desviei o olhar em direcção da dona da voz, deparando-me com uma rapariga de cabelos ondulados vermelhos. Os seus olhos eram num tom de castanho dourado.
Erguido a sobrancelha em resposta. Que raio é que ela quer de mim?
–Porque é que estás sozinho? - Ela questionou, olhando-me curiosa. Lancei-lhe um olhar frio, na tentativa de a afastar, mas acabei por dizer:
–És muito curiosa, sabias? - Ela limitou-se a sorrir. - Também estás sozinha.
–Não, jura??- Ela respondeu num tom sarcástico, fazendo-me sorrir de lado. - Se bem que isso depende do ponto de vista. - ela acrescentou.
–Como assim?
–Estou a falar contigo... já não estou sozinha. - Ri.
–Tens razão…
–Adorei o que vocês fizeram com o grupo do Victor. - Ela disse rindo. – Foi-lhes bem merecido.
–Como sabes que fomos nós?
–O meu irmão contou-me.
–O teu irmão? – Olhei as roupas dela num estilo meio antigo meio moderno e revirei os olhos. – Lysandre, estou certo?
–Exacto! – Ela sorriu. – Vou adorar ver a cara da velha quando esta os vir.
–Velha?
–A directora desta actividade de Verão. É ela quem anuncia os vencedores do torneio da semana. A mulher é bem velha e muito resmunguenta, vou amar ver a maneira como ela vai reagir quando os vir. – Limitei-me a sorrir enquanto via um brilho animado e ansioso sair dos seus olhos.
–Sou o Castiel. – Disse por fim.
–Eycharistisi.– Ela sorriu.

Pov Armin.
– Atenção! EU DISSE ATENÇÃO!!! - Uma mulher já de idade média exclamou junto ao microfone. - Sem mais demoras e antes de começar o baile a sério, queria apenas anunciar os vencedores do torneio e da apresentação.
Todos pararam, fitando a mulher num silêncio enorme.
–Em primeiro lugar temos a equipa… - Ela fez um pouco de suspense – Azul!
Começamos a gritar e a aplaudir. Corremos para o palco, enquanto recebíamos uma medalha, com sorrisos espetados na cara.
– Em segundo lugar está a equipa temos a equipa... Verde! – O nosso sorriso desapareceu, enquanto o grupo da Mei (é a primeira vez que a vejo nesta noite…), sobe ao palco, pondo-se ao nosso lado, de sorrisos vitoriosos. Engoli em seco, enquanto via a senhora entregar-lhes as medalhas. Porém esta parou, olhando-os séria. À sua volta parecia que surgia uma aura negra.
–Mas que raio de pouca vergonha é esta! Estão a gozar com a minha cara? Acham que só porque eu sou velha, podem gozar assim comigo?? NATHANIEL!!!! TIRA-ME ESTE GRUPO DA MINHA FRENTE! DESQUALIFICADOS! JÁ NINGUÉM SABE RESPEITAR UMA VELHA! DEVIAM TER VERGONHA! QUE RAIO DE EDUCAÇÃO VOS DERAM OS VOSSOS PAIS?!?!?
–Avó! Tenha calma. – Nathaniel disse, acalmando um pouco a senhora. Depois segredou-lhe algo ao ouvido o que fez com que a cara de raiva da mulher ainda piorasse.
–RETIRA ESSES RAPAZES DA MINHA FRENTE. E A MONITORA TAMBÉM! – gritou, dirigindo-se à Melody, que perdeu o seu sorriso. - NÃO OS QUERO VOLTAR A VER À MINHA FRENTE! OS VOSSOS PAIS VÃO RECEBER NOTICIAS MINHAS. AGORA RUA! – A mulher exclamou em plenos pulmões. Eu por meu lado tentava aguentar o riso. Agora sim, tenho pena deles. – Mei, minha cara! Lamento que os tenhas aturado por tanto tempo! És uma heroína. E tu, meu jovem, atura-los durante duas semanas. Entendo que deve ter sido difícil. – A senhora disse, num tom baixo. – Pois bem, contando com as últimas alterações, a equipa azul passa para segundo lugar! Em terceiro lugar, vem a equipa rosa! – Todos aplaudiram, enquanto um grupo subia para o palco. A mulher, começou a entregar as medalhas, trocando as nossas por umas novas.

Pov.Castiel

Depois de começar a ouvir a velha a gritar, lancei um olhar para a multidão. Eycharistisi sorria animada. Revirei os olhos, fitando de novo a mulher que ainda gritava. Porém o meu olhar voltou a desviar-se para ela que tentava aguentar o riso, junto de muitas outras pessoas que se esforçavam para não desatarem a rir.
O grupo do Victor é expulso do lugar, juntamente com a Melody, ficando apenas as raparigas, a Mei e o Lysandre que abandonaram o palco em silêncio, se bem que os dois últimos tinham um ar vitorioso na sua cara.
Voltei a olhar a rapariga, mas ela havia desaparecido. Procurei-a com o olhar mas não a encontrava em lugar nenhum.
–E agora, em primeiro lugar, temos a equipa… Preta! Que ao longo do torneio mostrou uma grande eficácia e trabalho em equipa ao longo do torneio. – As palmas surgiram enquanto a equipa subia ao palco. Observei a equipa que passava na minha frente quando uma rapariga passou por mim deitando, num gesto infantil, a língua de fora. Pisquei um pouco os olhos vendo que era ela, a Eycharistisi. Dou um sorriso de lado. As palmas apenas cessaram quando descemos do palco, prontos para a festa. Mas sai daquele palco, fui ter com a ruiva, que tomava uma bebida num canto.

Pov. Armin.

–Obrigada pela PSP. – Uma voz animada surgiu ao meu lado, sentando-se junto de mim. – Toma. – Disse estendendo-me a bateria do meu telemóvel.
–Fica com ela. Fica para recordação. – Ela começou a rir.
–Vou ter saudades deste lugar.
–Todos vamos. Mas, ei, para o próximo ano há mais! – Disse-lhe, vendo-a a desanimar.
–Eu sei, mas isso significa passar quase um ano sem vos ver. – Ela lamentou num suspiro.
–A Megumu, o Lysandre e o Thales são da tua cidade. O Castiel, o Kentin e a Lis não moram muito longe de vocês. O Nathaniel vive a duas cidades daqui, o que não é assim tão longe. Dake e Mei vivem um pouco mais afastados mas aposto que a Mei não vai parar de vos ligar para saber as novidades todas. Eu e o Alexy vivemos na capital, que é mais longe, mas prometo que vimos visitar-vos sempre que pudermos! – Disse-lhe envolvendo-a num abraço.
–Idiota. Acho bem que me venham visitar! – Ela disse abraçando-me de volta. Ia dizer algo mas Megumu surgiu puxando-a atrás de si. Também apanhou a Lis e puxou-as para o palco onde um DJ misturava músicas.
Megu segredou algo ao DJ que sorriu. Ela segurou no microfone e começou a cantar, obrigando Lis e Zu a acompanha-la. Elas não eram nenhum coro prefeito, mas riam, cantavam e divertiam-se e Alexy foi ter com elas enquanto gritava “O pai aprovou o namoro! O meu pai aprovou o namoro com o Nathaniel!!!” rodopiando pelo caminho. Abraçou as raparigas e acompanho-as em mais três ou quatro músicas que cantaram no palco.
Por fim foram expulsas do palco pela Mei, que voltou a deixar o DJ fazer o seu trabalho. Os cinco regressaram a rir, juntando-se ao restante grupo. Dake também surgiu. Castiel aproveitou para perguntar alto e bom som a onde é que eles estavam, o que fez com que eles começassem a corar, criando uma gargalhada geral.
–Ai marotos! – Kentin disse, rindo, abraçando a Megumu.
O grupo aproximou-se. Conversamos animados, desejando que aquela noite não tivesse fim. Houve choros, risos, abraços e promessas. Sabe-se lá quanto tempo aquela despedida durou. Porque sim, todos sabíamos que aqueles eram os últimos momentos juntos antes das actividades acabarem e antes de termos todos de regressar a casa.
As horas, que mais pareceram minutos, passaram e por fim os nossos pais começavam lentamente a dizer que já estava na hora. Um por um, o grupo ia diminuindo, até já não estar lá ninguém. Despedimos-mos todos, bastante desanimados, tínhamo-nos tornado muito unidos. Agora apenas restava a promessa de que para o ano, seja como monitores, seja a participar, nos iriamos juntar todos ali outra vez.


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Notas finais do capítulo

E pronto, chegou assim o fim desta fanfic. O que acharam? Não se esqueçam de comentar.



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