A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 26
Get Right


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS.
Beijos
Boa leitura!



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Eu sabia o que aquele branco me mostrava.

Depois de tanta coisa, de tantos desentendimentos, eu estava ali... Pronta para Dimitri. E não entraria sozinha nessa nova fase da minha vida. Eu entraria com meu filho e meu pai.

Aquele espelho velho estava me mostrando mais que uma noiva e um dia de festa. Estava me mostrando o futuro.

– Você está linda. – disse Cristian.

Sonya, Lissa e Sydney já tinham ido verificar a entrada perfeita para a noiva. Elas piraram quando o vestido quase não entrou, culpa dos chocolates que meu mini camarada estava me forçando a comer.

O vestido era tão perfeito.

Era tomara que caia. Modelado exclusivamente para uma cintura como a minha. Não tinha engordado tanto, mas meus quadris estavam maiores e naquele vestido eu nem parecia estar grávida e com quadris enormes.

Tinha pedrinhas nele todo e ele balançava a cada vez que eu respirava, me fazendo parecer estar em um sonho. Na verdade, eu estava em um.

– Obrigada. – murmurei.

– Vim buscar o que me pediu. – disse. Eu virei-me pra ele.

– Está aqui. – disse. Fui lentamente até minha bolsa e peguei a carta amassada.

– O que faço com ela? – perguntou.

– Você queima. – disse. Ele olhou-me por algum tempo tentando entender o que eu queria dizer, mas acabou apenas sorrindo.

Cristian enfiou a mão no bolso e me estendeu o isqueiro. Eu lhe entreguei a carta e ele deixou que o fogo queimasse-a. Levou até o lixo que tinha no quarto e sorriu ao fazer um pequeno incêndio.

– Está acabado. – disse. Eu sorri.

– Eu sei. – nós nos encaramos por um tempo e ele sorriu.

– Tenho uma coisa pra você. – disse. Eu sorri.

– O que é? – perguntei. Ele colocou a mão no bolso novamente e me estendeu um laço azul. Eu sorri.

– Nossa... – murmurei. – Eu não vejo esse laço desde os meus sete anos.

– Era os que você usava no cabelo. – disse. – André e Dimitri esconderam uma vez e eu o achei dos dias depois. Fiquei com medo de achar que tinha sido eu. Ai eu guardei. – disse. Eu gargalhei.

– Então... Porque está me devolvendo agora? – perguntei.

– Porque você precisa de alguma coisa azul.

– É. – concordei, depois de fungar.

Cristian veio até mim e me fez virar para o espelho novamente. Ele passou aquele laço na minha cintura e amarrou da sua forma mais delicada. E eu não deixaria que ninguém consertasse, porque para mim, estava perfeito.

Virei-me novamente e abracei-lhe com força.

– Eu te amo, maninho. – murmurei.

– Eu também, Hathaway.

Duas batidas na porta nos fizeram afastarmos um do outro.

– Está pronta? – perguntou meu pai. Hoje ele estava especialmente chamativo em seu terno roxo e sua gravata vermelha. Eu gargalhei com isso.

– Sim. – disse, fungando novamente. – É hora do show.

***

Aquela música lenta de piano estava fazendo com que eu me tremesse. Calculei a distancia entre a ponte que ligava ao galpão e que eu poderia tropeçar ou coisa do tipo. Eu apertei meus olhos para esquecer essa cena.

O cheiro das rosas vermelhas, espalhadas pela ponte, e por todo o local estava me deixando mais nervosa ainda. Mordi minha boca umas sete vezes e podia também sentir o nervosismo de Dimitri mesmo de certa distancia.

– Tem alguém nervosa ai? – perguntou meu pai.

– Não. – menti. – Eu já passei pela lua de mel mesmo. – murmurei. Ele sorriu. Eu também. Agarrei-me ao seu braço e sorri para ele. – Estou pronta.

Ele começou a me olhar e depois me conduzir calmamente pela ponte. Estava absolutamente tudo perfeito. A música do piano, a ponte perfeitamente decorada, meu buque de rosas vermelhas, os fotógrafos disparando flashes em cima de mim... Tudo.

Quando chegamos à entrada do galpão, eu finalmente encarei Dimitri. O tapete vermelho dizia que meu pai teria que sair de perto de mim agora, e eu seria a única pessoa a caminhar até Dimitri.

Meu pai beijou minha testa e então caminhou de modo rápido para a minha mãe no altar. Respirei fundo e ainda na entrada, olhei para Dimitri novamente. Ele estava lindo em seu terno e com seu cabelo recém-cortado. Eu sorri. Ele estava ainda mais lindo.

E foi aí, que eu vi... Eu estava fazendo a escolha certa.

Eu comecei a andar e lentamente esquecer que as outras pessoas estavam em volta, perguntando-se do por que de eu demorar tanto para entrar. Fui me guiando em seus olhos e andando lentamente.

Fui sintonizando as cenas em minha mente, junto aos meus sentimentos conturbados, enquanto eu colocava os pés no chão e olhava em seus olhos para casar-me.

No dia em que nos beijamos pela primeira vez, no dia em que nos perdemos e que nós nos reencontramos, que nos abraçamos e falamos um para o outro que ia ficar tudo bem.

Era Dimitri. Sempre foi Dimitri.

Meu amor do presente, passado e futuro.

Meu amor da eternidade.

Eu ia amá-lo para a eternidade. Até o fim de meus dias. Nós íamos lutar, íamos vencer, íamos ficar juntos e ninguém ia mudar isso.

Mal me dei conta quando peguei sua mão calmamente, enquanto todos se sentavam nos bancos de madeiras decorados. A sinfonia agradável do piano parou e a voz do juiz de pais preencheu o lugar.

Dei o meu buque vermelho para a minha mãe, que se esticou para pegar, mas sorriu. Ela estava linda, com seu vestido largo e longo dourado. Seus cabelos vermelhos presos em um coque frouxo, a deixavam ainda mais linda.

Olhei mais uma vez para Dimitri e me endireitei, colocando a mão em seu braço esquerdo, sentindo sua respiração afoita. Seu coração batia mais rápido, assim como o meu.

– Caros irmãos e irmãs, estamos aqui hoje para celebrar a união de Dimitri e Rosemarie. – eu olhei para Dimitri. Ele sorriu nervosamente. – Esse casal que se ama... – depois dessa frase não ouvi mais nada, estava tão nervosa e aflita, que aquele senhor de óculos e cabelo branco já estava me irritando.

Fingi estar atenta a tudo, enquanto mordia a boca de nervoso e me controlava para não roer as unhas pintadas de vermelho. Eu estava me casando com o homem que eu amava e que pretendia passar a minha vida.

– Dimitri Belikov... – voltei a prestar atenção no juiz de paz. – Teria alguma coisa a dizer para a Rosemarie – eu o olhei com um sorriso sem graça.

Ele assentiu e pegou minhas mãos, ficando de frente para mim e olhando em meus olhos. Oh meu Deus... Agora eu entendi porque choram em casamentos.

Roza, no dia em que te reencontrei, eu percebi que não podia viver sem seu calor e que você seria para sempre a mulher que domina os meus pensamentos. – ele sorriu. Dimitri falava aquelas palavras tão pausadamente, que meu coração ansiava pela próxima. – Que é você a mulher da minha vida e que nada e nem ninguém mudaria isso. Entreguei a você o meu coração e quando te beijo, sinto uma coisa diferente, não a sua raiva, mas sua humanidade, sua pureza, seu coração. Vou te amar para sempre e não importa o que aconteça... Eu te amo.

Eu sorri, já com lágrimas rolando em meus olhos.

– Rose... – chamou-me o juiz. Eu fitei-o. – Sua vez. – eu assenti, enquanto fungava.

– Camarada... – ele sorriu. Eu também. – Eu me apaixonei por você gradativamente. – falei quase em um sussurro. – Por pequenos detalhes e... Uma hora eu te detestava e colocava tinta no seu xampoo e na outra eu estava querendo beijar você a cada cinco segundos. – falei. - Eu te amo. Incondicionalmente. Eu te amo.

Dimitri sorriu para mim.

– Dimitri, pegue essa aliança e repita. – disse o juiz. Dimitri obedeceu-o, e eu estiquei minha mão esquerda. – Rosemarie Hathaway Mazur, receba essa aliança como símbolo do meu amor e da minha fidelidade.

Dimitri respirou fundo enquanto encaixava a aliança em meu dedo.

– Rosemarie Hathaway Mazur, receba essa aliança como símbolo do meu amor e da minha fidelidade. – repetiu.

Eu sorri, emocionada.

– Sua vez, Rose. – eu peguei a aliança e depois a mão de Dimitri. – Dimitri Belikov, receba essa aliança em nome do meu amor e da minha fidelidade.

– Dimitri Belikov, receba essa aliança em nome do meu amor e da minha fidelidade. – repeti. Nós sorrimos um para o outro.

– E assim, é com o poder a mim investido, pelo estado de Montana, que os declaro casados.

Eu e Dimitri sorrimos um para o outro e agora, mas que nunca eu sabia. Esse beijo que estávamos nos direcionando a dar, era o marco da nossa história, era o começo da nossa verdadeira vida juntos.

***

3 anos depois:

– Mamãe chegou, mamãe chegou. – gritou Dylan. Eu gargalhei.

Tão pequeno e já escandaloso.

Assim que eu fechei a porta do apartamento, consegui pegar o pequeno no colo. Apertei-o como nunca tinha o apertado antes. Eu tinha passado dois meses longe de casa, organizando o casamento de Lissa na Califórnia.

Ainda com Dylan no colo eu olhei em volta e vi o quanto a casa parecia silenciosa.

– Cadê sua irmã? – perguntei. Ele sorriu sapeca.

Dylan não tinha nada de Dimitri. Só os olhos talvez, mas tudo o que se podia ver em Dylan, podia ver em mim. Ele era o mais bagunceiro dos gêmeos.

Quem diria que seria presenteada com gêmeos. Dylan e Annya. Eu e Dimitri ficamos felizes juntos. Eu ganhei meu mini camarada e ele a mini Hathaway respondona, não tão respondona assim.

Ela sim era uma cópia fiel de Dimitri. Os olhos, o jeito calmo, o charme em seus sorrisos raros. Minha princesa delicada e meu sapeca sensação. Agora sim eu sabia o que meus pais passaram quando eu era pequena. Passei a admirá-los ainda mais.

Joshua era lindo também. Era ruivo... Essa sorte eu não dei, ao contrário dele. Tinha a pele branca e os cabelos vermelhos da minha mãe. Do meu pai ele só tinha o jeito extravagante.

A filha de Adrian e Sydney era linda também. Tinha os olhos de Adrian e o cabelo louro da mãe. Ela ficava tão linda junto à Annya vestida de cigana. Dylan e Joshua também arriscavam seus momentos, assim como Dimitri, que agora era oficialmente um cigano.

Sonya e Mikhail também se acertaram. Ele entendeu que o amor deles era mais forte e acabaram se casando na praia. Eu perdi o sim, aceito pelo simples fato da bolsa ter estourado. Os gêmeos estavam programados para dois dias depois do casamento, mas acabaram se rendendo à minha parte apressada.

Desde então, eu e meu camarada tínhamos nos mudado para um apartamento em Nova York e íamos sempre que podíamos para Montana ou para a casa do Lago do papai.

Andei até a cozinha do apartamento com Dylan no colo e quando abri a porta me deparei com um bolo gigante e Dimitri com Annya em seu colo. Ela tinha um presente em suas mãozinhas gordinhas.

Eu sorri ao ver Dimitri tão forte e grande com uma garotinha inofensiva de vestido rosa choque e lacinho nos cabelos cacheados. Eu sorri ainda mais quando Annya sorriu para mim.

Coloquei Dylan no chão e caminhamos até a mesa de vidro que ocupava a metade da cozinha. Observei rapidamente as luzes de Nova York pela janela da cozinha e sorri quando lembrei que morávamos na cobertura.

Dylan largou minha mão e correu até o pai. Dimitri colocou Annya no chão e pegou Dylan. Ela correu até mim, com seu vestidinho rosa e eu não pensei em mais nada. Apenas peguei a minha garotinha no colo e apertei-a como fiz com Dylan.

Aproximei-me de Dimitri e beijei-o longamente.

– Feliz aniversário, Roza. – sussurrou, com nossos rostos ainda próximos.

– Eu te amo. – murmurei.

– Eu te amo, Roza. – repetiu.

Nós sorrimos um para o outro.

Era a mesma coisa em três anos. O mesmo calor no olhar e nos sorrisos. Ele sempre me surpreendia. Seja na hora de trocar as fraldas de madrugada ou em qualquer coisa que seja romântica para uma coreografa cansada e louca pelo travesseiro.

A minha vida nunca foi tão perfeita. E eu não tinha mais nada para reclamar ou coisa assim. Não podia estar melhor a minha vida com os gêmeos e Dimitri.

Claro que brigávamos às vezes, mas o que é um casal sem uma briga para apimentar na hora de fazer às pazes. Sempre nos resolvíamos em um lugar certo. E como era certo.

Aproximei-me da mesa com Annya em meu colo e assoprei a velinha que estava ali. 21 anos e eu já tinha tudo que precisava comigo. Uma casa maravilhosa, um marido perfeito e dois filhos lindos que me deixam de cabelo em pé, mas me dão amor e carinho sempre.

Eu não precisava de mais nada. Eu não queria mais nada.

– Qual pedido você fez? – perguntou Dimitri. Dylan e sua blusinha quadriculada me fizeram sorrir.

– Que continue sempre assim. – falei. – Eu, você e os gêmeos.

– E o tio Joshua. – disse Annya, em sua vozinha delicada.

– E o tio Joshua. – confirmei, sorrindo. Olhei novamente para Dimitri e sorri pensativa.

– O que está pensando? – perguntou.

– Que eu não sei nada do futuro. – falei. – Mas tenho certeza, que vai ser bom.

Ele sorriu.

Eu sorri.

E eu agradeci aquela proposta, não só por ter me feito recuperar tudo que sentia por Dimitri, mas por me dar a luz que eu precisava para sorrir com ou sem motivos a cada dia. Eu ia carregar essa luz até o final, porque não tínhamos nem ao mesmo chegado ao começo.


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Notas finais do capítulo

Bom, é aqui que acaba.
Não acaba Zoye autora, acaba a minha primeira fic.
E só começa a minha coragem para mostrar ao mundo que eu sou capaz. Passei muito tempo desenvolvendo e com medo, e vocês me aceitaram, riram, choraram e comemoraram comigo. Essa vai ser sempre a minha primeira fic. O meu primeiro bebê.
Então, muitooo obrigada para quem recomendou, favoritou, acompanhou, visualizou e para os fantasminhas. Obrigada para quem me ajudou a trazer essa fic até aqui, até o final.
Vocês são maravilhosos e eu espero fazer muito parte da vida de vocês com outras fic Romitris ou de outro genero, rs. Mas eu amei conhecer cada um, e quero conhecer mais. Quero ler suas fics e que gostem das minhas.
Voces foram especiais em todos os momentos e espero que tenham gostado do final da fic.
Aceito comentários finais e espero mesmo que eu tenha feito um bom trabalho como futura escritora. kkkk
Muito obrigada pelo acompanhamento nesses cinco meses.
Sem vocês nada disso teria acontecido.
Beijos
Até a próxima aventura. ;)