A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 22
Who We Are


Notas iniciais do capítulo

Olá galera.
Mais um capitulo para voces!
Espero que gostem... Está cheio de surpresas.
Boa leitura.

Imagine Dragons - Who we are



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O carro estava silencioso.

Dimitri não tinha dito uma palavra desde que saímos da minha casa. O segurança que Tatiana tinha contratado estava atrás de nós, seguindo nosso carro. Ele concordou em ficar no carro até nós resolvermos tudo. Eu não podia assustar alguém com um homem maior que Dimitri tocando a campainha.

Jesse estava em segurança no acampamento. Eu tinha acabado de desligar o telefone e Sydney e assegurou que ele estava seguro e trabalhando. Ajudando a carregar água e cortar lenha. Eu gostei de ouvir isso.

Dimitri nem musica tinha posto e eu agradeci. Podíamos estar em um carro de madrugada, mas eu estava sem sono nenhum. Eu tinha feito as pazes com meu pai e estava leve. Mas não deixava de pensar na reação de Lissa.

E se ela me odiasse? E se ela odiasse a possibilidade de ter uma irmã? E se ela me odiasse por André? Como ia dizer pra Lissa que o irmão dela na verdade era o meu irmão?

– Você está quieta. – disse Dimitri.

– Quanto tempo falta pra chegarmos? – perguntei. Ele entortou a boca.

– Uma ou duas horas.

– Se eu continuar sentada aqui é bem capaz da minha bunda ficar amassada. – ele gargalhou.

– Acho que não, Rose. – falou. – Sua bunda é maravilhosa.

Eu corei violentamente.

– Você não é ruim, camarada. – falei. Ele sorriu. Sua gargalhada era o melhor som do mundo.

Voltamos ao silencio, mas a culpa foi minha dessa vez. Eu encostei a cabeça na janela e fechei meus olhos.

***

– Rose. – sussurrou. Sua voz rouca no meu ouvido me fez sorrir.

– Oi. – murmurei. Ele sorriu. Sua mão em meu rosto, acariciando-me.

– Ta na hora. – falou. Ele sorriu. – O segurança vai ficar nos esperando no carro.

– Tudo bem. – murmurei, ajeitando-me no banco do carona. Olhei para o lado de fora. Ainda estava de noite. – Que horas são? – perguntei.

– Três da manha. – falou. Eu assenti. Nunca me imaginei acordada há essa hora. – Rose, me promete uma coisa? – perguntou. Eu olhei para ele e assenti. – Promete que não vai se alterar, independente do que achar, promete que não vai fazer nada que prejudique nosso filho.

Eu arregalei os olhos em meio a tantas suplicas. Dimitri poderia ter medo da minha paciência, mas tinha esquecido que eu amava essa criança como nunca amei alguém. Eu não deixaria nada acontecer com meu bebe.

– Prometo. – disse por fim. Ele sorriu.

O carro estava parado em uma garagem, de uma linda casa de tijolo com uma relva bonita e perfeitamente aparada. Eu olhei para Dimitri e este tinha a mesma tensão que eu tinha. Estávamos prestes a encontrar a irmã perdida de Lissa e salvar a minha vida. Em outros tempos, eu enxeria a cara para comemorar.

Ele tinha trocado de roupa no tempo que foi em casa. Tinha posto outra calça jeans e uma blusa de manga preta. Eu também tinha trocado de roupa, mas só hoje, me permiti um vestido longo amarelo.

Eu e Dimitri saímos do carro e caminhamos até a porta vermelha.

Nº1550, Porta vermelha... Dizia parte da mensagem de Sydney.

O lugar parecia tão calmo, a ponto de eu me irritar com todo aquele silencio. Se eu viesse morar aqui, acabaria com isso em dois tempos.

Dimitri pegou minha mão no percurso até a porta vermelha. Ele entrelaçou nossos dedos e eu sorri para ele. Era disso que eu precisava. Eu queria isso. Entre todas as alternativas, eu o queria.

Subimos um degrau e meu coração começou a acelerar o ritmo. Eu olhei para Dimitri e ele apertou a minha mão entrelaçada com a dele em sinal de confiança. Eu assenti e deixei que ele tocasse a campainha.

Alguns segundos depois a porta foi aberta. Meu coração parou e eu escorreguei minha mão da de Dimitri. Ele percebeu a minha surpresa, mas ainda ficou quieto, tentando entender.

– Jill? – perguntei. Minha boa estava aberta e eu me admirei de ter conseguido pronunciar o nome dela.

– Quem é, Jillian? – perguntou uma voz ao fundo. Ela foi ficando mais forte e então apareceu na minha frente, ao lado de Jillian. Com a mesma surpresa. Ódio tomou conta de mim.

– Tia? – sussurrei. Ela engoliu a seco.

– O que está acontecendo, Rose? – perguntou Dimitri. Ele esta atordoado, mas poderia dar as mãos à Jillian, que alternava seu olhar entre mim e sua mãe. – Ela é sua tia?

– Do que eu estou falando? – perguntei. Fitei Dimitri ainda alterada. – Ela é irmã do meu pai. A filha bastarda.

– Veio para me falar isso? – perguntou minha tia Emily. – Achei que já estávamos bem, Rose.

Eu suspirei. Nunca gostei da minha tia Emily.

– Alguém pode me explicar o que ta acontecendo aqui? – disse Dimitri. Ele me pareceu claramente irritado.

– Acho melhor entrarmos, Tia. – falei, fitando-a. Seus olhos azuis, com cílios longos ainda eram os mesmo que me lembrava. Seus cabelos negros e lustrosos também. – Temos bastante coisa pra conversar.

– Claro. – disse Jill. – Entra prima. – disse. Ela pegou minha mão e me puxou para dentro. Eu ainda encarava Emily como se eu fosse pular em seu pescoço a qualquer momento.

Dimitri entrou logo atrás de mim.

Jillian me puxou até a sala de estar da pequena casa e me mostrou um sorriso que fez meu coração derreter. Eu não a via desde que elas me visitaram no hospital, assim que eu acordei do coma. Olhei para Emily, no momento que ela entrou na sala.

Ela tinha um olhar espantado e eu permaneci com uma máscara fria que nem Dimitri pareceu entender. Ele estava confuso assim como Jillian. O sorriso dela foi desfazendo quando a tensão daquela sala aumentou entre mim e Emily.

– Por que está aqui Rose? – perguntou Emily. Eu fitei-a.

– Não importa. – disse Jillian. Ela voltou a sorrir de modo inocente. – Tem que vir mais vezes prima. – disse.

Eu fitei-a. Observei suas sardas e sorri.

– Quantos anos têm? – perguntei. Eu sorri para Jill o mais doce que eu consegui. Ela retribuiu o sorriso. Um sorriso de alguém que nem imaginava o que eu faria ali daqui a alguns minutos.

– 14. – disse. – Vou fazer 15.

Eu sorri. Olhei para Dimitri com o meu melhor sorriso irônico para disfarçar o meu ódio por achar a amante do Dragomir e descobrir que na verdade era a minha tia.

– Achamos a Dragomir. – falei. Dimitri engoliu a seco. Ele sabia o que viria agora.

Olhei para a minha tia com o meu sorriso forçado. Lembrei-me da promessa que fiz para Dimitri antes de sairmos daquele carro, mas no momento, não estava tão interessada em cumpri-la tanto assim.

– Do que está falando, Rosemarie? – perguntou Emily. Eu gargalhei sem humor.

– Estou falando do resultado do sexo selvagem com Erick Dragomir há 14 anos. – minha voz estava claramente alterada. E Dimitri estava totalmente alerta. Jillian se encolheu ao meu lado.

– Sexo o que? – perguntou Jill. Eu a encarei.

– Selvagem – corrigia-a. – Já teve aula de biologia, certo? Não quero estragar a teoria da cegonha.

– Chega, Rose. – disse Emily. – Saía já daqui.

– Não. – gritei. Dimitri agora me olhava com suplica, mas eu estava indignada demais para ouvir qualquer coisa.

– Rose... – ela tentou começar alguma coisa, mas eu ignorei a educação que minha mãe tentou me dar.

– Fique quieta, Emily. Isso não é sobre você e sua noite de gritos com Erick. É sobre a Jillian e a Lissa.

– Lissa? – perguntou Jillian. Ela estava me encarando. Olhou para a sua mãe e suplicante. – Do que ela está falando?

Emily tentou abrir a boca, mas eu fui mais rápida.

– Do que seu pai morreu? – perguntei. Ela me olhou como se a resposta fosse uma coisa óbvia.

– Câncer. – disse. Eu olhei para Emily. Ela parecia atordoada. Eu arfei.

– Câncer? – perguntei. – Isso é sério, Emily?

– Mamãe o que está havendo? – perguntou Jill. Eu apenas respirei fundo. Emily estava petrificada agora.

– Jillian. – disse Dimitri em meio ao silencio. – Por que não me mostra a casa? – perguntou. Jillian voltou a sorri e balançou a cabeça.

Dimitri se mexeu e pousou ao lado dela. Escutei seus passos sumindo pelo corredor e encarei Emily. Ela tinha lágrimas nos seus olhos e agora me olhava de modo intimidador.

– Sabe, o olhar não funciona quando usa com outro Mazur. – falei. Ela revirou os olhos.

– Você vem à minha casa e me expõe na frente da minha filha, Rose. O que está pensando? – perguntou. Eu apenas levantei o cenho.

– Não se faça de boa moça. – cuspi. – Por que está usando um sobrenome falso? – perguntei. Ela respirou fundo e eu continuei. – Eu sabia o nome da filha bastarda de Erick, mas nem me liguei que era a Jillian minha prima, já que na verdade, a minha prima usava o sobrenome Mazur e não Mastrano. – gritei.

– Não é falso. – falou. – É o sobrenome da minha mãe.

– É por isso que eu vi seu convite na lista dos convidados. – falei. – Eu sabia que tinha alguma coisa a ver com a herdeira dos Dragomir, mas eu não fazia ideia que era sobre você.

– E vai continuar sem saber. – falou. Ela tremia agora. – Você veio até aqui Rose. Seu pai te deu o endereço não foi?

– Meu pai? – perguntei. – Não. Foi uma amiga. Eu estou atrás da herdeira dos Dragomir há três meses.

– O que? Por quê? Você tem a Lissa. Deixe minha filha em paz.

– Escute bem, Tia. – aproximei-me dela. Não muito, mas o suficiente para parecer intimidadora. – A Jillian é a chave para salvar Lissa, eu e meu filho... E esconder dela a verdadeira origem, não é legal.

– Filho? – perguntou. Eu respirei fundo controlando a minha parte nervosa e assenti.

– Sim. – eu disse. Ela apenas abriu a boca para conseguir respirar melhor.

– Quando o seu pai me ligou, ele me contou dos atentados. – disse. – Mas eu não sabia que era tão grave.

– É grave. – falei. – Eu quase perdi meu filho em um desses e eu não posso arriscar mais uma vez, Emily.

– Eu sei. – disse. – Sei como é ser mãe. É por isso que quero que a Jillian não se meta nesse mundo. Eu escondi de todos tão bem, não posso continuar arriscando, Rose.

– Jill é a chave pra muita coisa agora. – falei. Ela fitou-me. – Eu prometi que ia cuidar das pessoas que eu amo, Emily. E eu vou. Você querendo ou não.

Ela me avaliou por poucos segundos antes de se mover pela sala. Ela parecia tão desnorteada quanto eu imaginava que ela poderia ficar. Emily sempre foi forte e amava meu pai. Ela era uma boa irmã, mas em um dos jantares em família ela chamou a minha mãe de Cigana Estúpida e eu a chamei de bastarda.

Eu só tinha nove anos, mas foi incrível.

Eu sabia que ela tinha um sobrenome diferente do meu e do papai, mas nunca imaginaria ser Emily Mastrano Mazur. Quer dizer, eu já tinha visto fotos da mãe de Emily, mas nunca me interessei em seu sobrenome.

Aparentemente, meu avô tinha uma empregada muito bonita e não resistiu aos seus charmes. Oh, os Mazur... Sempre quebrando corações. E isso me incluía claro.

Eu ia começar outro discurso sobre algumas outras coisas que ela precisava saber para deixar Jillian se envolver, mas escutei passos pelo corredor. Olhei novamente e a silhueta de Dimitri invadiu meu campo de visão. Eu sorri de um jeito fraco.

– Cadê a Jillian? – perguntou. Ela tinha desespero na voz.

– No quarto. – falou. – Eu tive que explicar o que eu sabia.

– Tudo bem. – falou Emily. – Com toda certeza explicou melhor que eu explicaria.

– Acho que deve ficar com ela. – disse Dimitri. Emily assentiu.

Ela começou a andar até o corredor, mas parou, voltando-se para mim novamente.

– Vão passar o resto da noite aqui. Não os quero na estrada à essa hora. – falou e assim seguiu pelo corredor. Eu olhei para Dimitri, voltando a respirar.

Desabei no sofá mais próximo e coloquei a cabeça entre as minhas mãos. Sim, eu estava tremendo e sim, eu queria fugir dali. Eu e Emily não nos dávamos bem. E todos sabiam disso.

– Eu não lembrava dela. – disse Dimitri, sentando-se ao meu lado.

– Eu nunca esqueci. – falei. – A última vez que eu tive uma conversa com a tia Emily, eu joguei meu prato de macarrão nela.

– Não acredito. – falou.

– É, eu não consigo conversar com a minha própria tia. – lamentei.

– Não, estou falando da parte do macarrão. – falou. – Não consigo ver você desperdiçando comida. – eu sorri, enquanto ele gargalhava.

Balancei a cabeça para os lados tentando me manter calma. Dimitri tentou fazer uma piada, mas não funcionou. Lissa tinha uma irmã. E que era a minha prima. Filha da irmã do meu pai. Era uma teia... Uma teia enorme... Que eu me perdia cada vez mais.

– O que você acha de dormir? – perguntou.

– Quanto tempo nós temos para voltar? – perguntei. Ele acariciou meu rosto.

– Ainda temos tempo, Roza. – disse. Eu assenti.

Observei minhas mãos agora em meu colo e respirei fundo. Ele pareceu entender meu desespero e pegou-as do meu colo, transmitindo seu calor.

– Eu te amo. – murmurou. Eu fitei-o. – E estou feliz que vamos ter um filho.

Eu sorri.

– Eu também estou feliz que vamos ter um bebe. – falei. Deixei aparecer um sorriso bobo, que o fez rir. – Acha que vamos ser bons pais?

– Acho que vou ser babão. – eu gargalhei.

– Acho que vou ser mais. – falei. Nós rimos juntos. – A melhor parte disso vai ser viver uma vida ao seu lado. Uma vida que eu sei que vai ser maravilhosa.

Ele me encarou.

– Eu tenho certeza disso, Roza.

Nós sorrimos de jeito doce um para o outro. E foi ai que eu soube... Eu amava Dimitri Belikov. Mas do que a mim mesma.

***

Acordei com a luz do sol invadindo a casa. Era maravilhoso como as cortinas claras da Emily contrastavam com o brilho do sol e me faziam admirar o dia pela pequena janela.

O sofá não era tão confortável assim para uma grávida, mas o suficiente para uma noite de sono decente. Dimitri já tinha levantado do colchão de ar que minha tia tinha armado para ele ao meu lado.

Ajeitei meu vestido longo e fui até o que eu achei ser o banheiro. Acertei de primeira e ninguém precisou me ver de cabelo em pé. Fiz uma rápida higiene matinal e segui o cheiro de torradas. Deduzi ser de Emily, mas encontrei Dimitri com um avental e Jillian sentada na mesa sorrindo.

Eles estavam conversando e sorrindo. Dimitri parecia leve. Eu quase não o vi assim e algo lá dentro de mim, deu uma pontada... Algo como ciúme talvez.

Jillian me olhou em pé perto da entrada da pequena cozinha e sorriu.

– Venha, Rose. – disse. – Dimitri está me ensinando a fazer torradas.

Dimitri olhou para mim e sorriu.

– Está com fome, Roza? – perguntou. Eu sorri.

– Claro. – falei. – Estou com fome por dois agora. – murmurei.

Ele sorriu.

Eu, ele e Jillian comemos enquanto ela fazia perguntas para Dimitri. Ela perguntava sobre Nova York e depois sobre o nosso casamento. Disse que queria ir com um vestido vermelho que tinha comprado no inverno passado e eu apenas sorri.

Ficamos mais que minutos rindo e brincando. Isso... Até Emily aparecer. Ela tinha uma expressão nada interessante e assim como todos os Mazur, ela estava de mau humor pela manha. Olhei para Dimitri e ele apertou minha mão em cima da mesa. Eu sorri.

– Dimitri, Rose. – falou, alternando os olhares entre mim e Dimitri. – Pensei sobre a noite passada.

– E? – perguntei. Jillian ficou com uma expressão diferente em seu rosto.

– Eu vou junto com a Jillian e com vocês até Montana.

– Isso significa que você vai deixar a Jillian nos ajudar? – perguntou Dimitri.

Emily engoliu a seco.

– Sim. Mas só a até aonde eu achar que ela possa ajudar. – disse. Eu sorri para Emily. Ela fitou-me.

– Obrigada. – murmurei.

Ela apenas assentiu.

Dimitri abriu a boca para dizer alguma coisa, mas nós não descobrimos o que era. A campainha tocou e por alguns momentos lembrei do nosso segurança e de como ele tinha passado o resto da madrugada no carro.

Eu sorri e levantei da mesa. Dimitri apenas me encarou curioso.

– Eu atento. – falei. Fui até a porta principal e toquei na maçaneta. Senti a presença de Jill atrás de mim, eu apenas sorri.

Virei à maçaneta, mas nunca vou levar o credito por ter aberto aquela porta. Eu voei para trás, acertando Jillian e caindo no chão de forma bruta. Olhei para a porta arrombada e observei a figura que passava agora por um espaço vazio.

Ainda jogada no chão com Jillian, agarrei seu braço e olhei rapidamente para o seu rosto. Ela tinha batido em algum lugar, seu rosto estava sangrando. Dimitri apareceu no corredor, eu tentei manda-lo correr, mas o som do tiro me parou.

Dimitri caiu para trás e um grito saiu pela minha garganta. Emily apareceu logo atrás dele e abriu a boca quando viu Dimitri em um canto caído. Eu queria me aproximar dele, mas qualquer movimento feito era perigoso.

Ela permaneceu parada no inicio do corredor e eu ali, tentando proteger Jill. Olhei novamente para a porta com as minhas lágrimas descendo pelo meu rosto e encarei o rosto de Victor Dashkov com a expressão mais irônica que ele conseguiu fazer.

Ele tinha um segurança na sua cola. Eu encarei o homem ao seu lado com ódio... Foi ele quem atirou em Dimitri. Algo me fez tremer... Ele ia matar a todos, ele tinha matado o meu segurança, provavelmente e iria matar a todos nós.

– Fico feliz que estejam todos se divertindo. – disse Victor. Ele olhou para Dimitri e balançou a cabeça para os lados fingindo lamentação. Eu me mexi no chão, desconfortável.

Seus olhos percorreram a pequena sala e depois olharam para Emily, chorando e tremendo, longe de nós. Ele sorriu para ela e logo depois olhou para mim. Eu me encolhi ao lado de Jill, que tremia como Emily.

Apertei mais o seu braço e me mexi protetoramente para a sua frente. Eu tinha prometido tomar conta das pessoas que eu amo... Jill fazia parte dessa lista.

– Menina Rose. – disse. Seu sorriso fez meu estomago se embrulhar. – Seja boazinha e passe a pequena bastarda Dragomir.

Eu levantei em um salto, com Jill ao meu encalço. Eu tive vontade de correr até Dimitri, mas algo me impediu... Jill.

Coloquei Jillian para detrás de mim e olhei para Victor com todo o meu ódio, como se eu pudesse machucá-lo. Emily não se mexia agora.

– Ela não vai a lugar nenhum. – falei. – Vai ter que me matar primeiro.

– Oh... – murmurou. – Claro. – ele pegou a arma da mão do seu homem que atirou em Dimitri e sorriu.

Ele a apontou para mim e Jillian tremeu ainda agarrada ao meu braço, tentando se esconder o máximo que conseguisse. Eu olhei para aonde Dimitri estava, mas não vi nada além de um vaso de cristal quebrado. Dimitri tinha saído e eu tentei não fazer com que Victor percebesse isso.

– Pare com isso, por favor. – murmurei.

– Sinto muito, querida... Mas seria até melhor se saísse da frente da garota. – falou Victor. – Não quero atirar nela quando atirar em você.

– Victor para. – gritei.

– Você conhece esse homem? – perguntou Jill.

– Oh, ela conhece. – disse Victor. – Sua mãe também.

Emily estremeceu. Ela tinha lágrimas agora.

– Deixa minha filha em paz. – disse Emily.

– Mas uma palavra e deixarei você em uma paz diferente. – disse. Eu estremeci.

– Victor... – chamei sua atenção. – Pare.

Ele apontou a arma para mim novamente.

– Sinto muito, Rose. Você viva só atrapalharia.

– Você não faria isso. – falei. Dei um passo para frente. O segurança de Victor se mexeu em alerta, mas Victor o parou. Eu estava morrendo de medo... Por Jillian, Emily e pelo meu filho.

– Dei-me um motivo para não fazer isso? – perguntou aos risos. – Você não vale de nada pra mim. Então, eu vou descarta-la.

Ele apetou a arma em sua mão e levou seu dedo ao gatilho. Eu fechei os olhos. Eu poderia morrer e ele levar a Jillian consigo, mas Dimitri estava fora dali e provavelmente salvo. Eu ia fazer um sacrifício por todos. Mas o meu filho... Iria comigo.

Eu fechei meus olhos.

Senti o aperto de Jillian no meu braço.

E então, ouvi dois tiros.


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Notas finais do capítulo

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