_Eu as vezes não acredito que você esta na minha cama.
_Greg, você esta na minha cama! Não eu na sua.
Ele procurou uma resposta à altura daquele comentário, mas nada lhe ocorria no momento.
_Que seja. Ainda é difícil de acreditar.
Ela riu baixinho. Estava nua sob os lençóis com ele, acabara de compartilhar algo maravilhoso e ele estava dizendo que não acreditava.
_Que posso fazer pra te provar que é real?
_Casa comigo.
Ela se espantou. Arregalou os olhos e virou-se na cama para encará-lo. Na certa era mais uma das brincadeiras dele.
_Casa comigo Sara!
Dessa vez parecia mais real, mas o assunto era sério demais para ele brincar assim.
_Greg... para de brincadeira.
_Eu não estou brincando.
_Vou te derrubar da cama se continuar.
_Por que você não acredita?
_Seria por que sua mãe teria um ataque? Por que ela teve um ataque quando você disse que eu era sua namorada.

_Você vai casar comigo e não com ela. Não inventa desculpas.
_Greg... você bateu a cabeça em algum canto? Tem trabalhado demais?
Ele sentiu uma pontada no peito. Seria mágoa? Talvez.
_O que eu posso fazer pra você acreditar?
_Voltar ao normal. Você esta viajando. Seu sonho era ser perito, deixar as paredes de vidro do lab e agora quer ser demitido? Por que é isso que vai acontecer, um de nós dois vai ter que sair.
_Eu não me importo com meu trabalho, desde que tenha você.
_Não! Não vou deixar sua mãe me acusar de estragar sua vida, já basta ela dizer que você namora uma mulher que poderia ser sua tia.
_Existem muitas tias da idade dos sobrinhos.
Ele recebeu uma cotovelada na região do abdômen e achou melhor calar a boca. Ela não iria acreditar nas palavras dele. Mas estava cansado de se esconder, era namorado mas agia como amante.
_Não quero mais me esconder Sara.
_Eu também não mas não tem outro jeito.
_Tem! Casa comigo!
_Não!

Não houve mais diálogo. Durante três semanas.

Ele cansou de pedir, implorar. Ela cansou de recusar e argumentar.
Ela nunca se sentira tão sozinha, nem em todas as noites que perdeu pensando em Grissom que nunca a amou. Reencontrara sua alegria após o primeiro beijo que trocaram, como tudo nele, foi de uma forma divertida.
“_Eu devo beijar muito mal! Só pode!
_Por que Sara?
_Vou passar o dia dos namorados com meu controle remoto da TV.
_Posso te ensinar uns truques, sem ofensas!
_Ofensa nenhuma Greg, mas não vou ser presa por corrupção de menor.
_Mas eu vou ser preso por assedio!
Ela não estava preparada para o beijo roubado. E muito menos pensava corresponder.
_Gostou?
_Muito rápido pra saber.
_Então agora quer arriscar ser presa?
_Se você fizer de novo, posso tentar.

Ele a beijou novamente. Dessa vez com mais sutileza e elegância de um jovem amante.”

Foi com essa brincadeira de provocar que começou. A cada dia ficando mais intenso, mais continuo, mais urgente... ate chegar à cama. Estava traçado um caminho sem volta.

Mas ela ainda não tinha percebido. Ele, em sua juventude, já havia percebido que ela era como o pulsar do coração, como as notas da canção... a vida estava completa ao lado dela.
Mas ela recuou. Não havia mais nada a ser feito, ela não queria e ate rira da sua oferta de amor sincero e eterno. Isso o deixou desolado... e disposto a deixar que ela vivesse livre.

_Sara! _Gritou Nick despertando-a de sua inércia.
_Ah, oi! Desculpa!
_Você vai?
_Para onde?
_Pra despedida!
_Quem esta indo embora?
_O Greg.
_O... o que? _seu coração parou de bater.
_Você não sabia? Ele pediu demissão a três dias.
_E só agora você me diz isso?!! _ela quase gritou.
_Pensei que você sabia, vivem sempre juntos, parecem... namorados.
_Ele não... não me disse nada. Faz tempo que...
_Olha, vamos? Já estamos atrasados, os outros já devem estar por lá.
_Pra onde ele vai Nick? O que esta acontecendo?
_Me diz você!

No fundo ela sabia o real motivo. Deveria ter acreditado nele, no homem que nunca negou o amor que sentia por ela, que sempre fez questão de demonstrar sem medo das consequências. Foram as três semanas mais terríveis de sua vida, tinha que admitir.

Lá estava ele, rodeado dos amigos do departamento. Sentiu uma vontade enorme de se jogar em seus braços e pedir “Desculpa! Volta pra mim? Não vai!”

Ele estava sorrindo, feliz. Será que já havia esquecido assim tão rápido? Quando os olhos se encontraram ela viu alegria e ansiedade nos dele... ele percebeu medo e angustia nos dela.

As musicas e brincadeiras não faziam sentido pra ela. Não havia nada pra comemorar, perdera seu amor... o amor da sua vida. Ele estava partindo e nem ao menos disse a ela, que mascarava sua dor olhando para o nada.

_Pessoal chegou o momento! _Um som característico de microfone em mal contato doeu nos tímpanos dela, mas a voz dele era como balsamo.

_Aeeeeee! _ os amigos gritaram.

O que ele estava fazendo no palco? Faria um discurso de
despedida? Um musico sentou na cadeira vazia, ligou um violão a um cabo solto, arrumou o microfone na sua altura e começou a cantar, para surpresa de todos.

Enquanto a melodia o tocava falou brevemente.

_Eu precisava provar pra uma pessoa que sou capaz de assumir as consequências dos meus atos. Não encontrei outra forma. Cansei de me esconder e negar esse amor. Pedi demissão por que quero começar uma nova vida ao teu lado... Sara.

_Sara... _Greg estava nervoso, as glândulas sudoríparas
pareciam estar contra ele, suava bastante. Mas quando a musica começou ele deixou que ela o levasse.

Os olhares se voltaram pra onde ela estava, acuada pela tristeza.
Ao ouvir seu nome ela levantou os olhos e o viu se aproximar devagar com uma caixinha de jóia aberta, nela um pequeno brilhante reluzia. Ele apenas acompanhou a letra da musica:

“Forever can never be long
enough for me

Feel like I've had long enough
with you

Forget the world now we won't let them see

But there's one thing left to do

Now that the weight has lifted

Love has surely shifted my way

Marry Me

Today and every day

Marry Me

If I ever get the nerve to say

Hello in this cafe

Say you will

Say you will

Para sempre pode nunca ser o suficiente para que eu

Sinta que tive tempo suficiente com você

Esqueça o mundo agora não vamos deixá-los ver

Mas há uma coisa a fazer

Agora que o peso tem levantado

O amor certamente tem mudado meu jeito

Case comigo

Hoje e todos os dias

Case comigo

Se eu nunca tiver a coragem de dizer

Olá neste café

Diga que você vai

Diga que você vai”

Ele pegou nas mãos dela e a levantou para olhar em seu olhos. Beijou suavemente os lábios.

“Together can never be close enough for me

Feel like I am close enough to you

You wear white and I'll wear out the words I love you

And you're beautiful

Now that the wait is over

And love and has finally shown her my way

Marry me

Today and every day

Marry me

If I ever get the nerve to say hello in this cafe

Say you will

Say you will

"Estar junto" pode nunca ser perto o suficiente para que eu

Sinta que estou perto o bastante de você

Você usa branco e vou usar as palavras "eu te amo"

E "você é linda"

Agora que a espera acabou

E o amor finalmente mostrou a ela minha maneira

Case comigo

Hoje e todos os dias

Case comigo

Se eu nunca tiver a coragem de dizer olá neste café

Diga que você vai

Diga que você vai”

_Casa comigo? Casa comigo ...Hoje e todos os dias_ ele sussurrou em seu ouvido.

_Sim... sempre _ela respondeu com um beijo.

Aos gritinhos e aplausos dos amigos, ele a ergueu nos braços. Era o início de um novo começo naquela historia.

"De uma amizade pode sempre florescer o amor... mas o amor pode morrer ao ser comparado a uma amizade. (Livia)"

The end.