Se Tornando um Personagem escrita por Alessia Serafim


Capítulo 11
Capítulo 11 - Me fere e também sairá ferido


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, estava finalizando uma das minhas fics, aquela fic deu trabalho rsrsrs. Mais um capitulo para vocês, um nome forte que dei para o capitulo, mas não se preocupem, entenderam depois.

Sem mais delongas.



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Depois que a rainha saiu de seu quarto Alison já tinha parado de chorar, agora ela sorria seu personagem favorito não tinha morrido no ataque, ele estava vivo e procurava por ela, mas essa procura era questionável, será que ele estava atrás dela pelo acordo que fizeram ou com o fato de ela ter pegado o colar para ela e ele ter descoberto, mas ele não poderia sentir falta de algo que nunca viu. Uma duvida abateu na jovem maga, por que Thranduil a procurava?

Deixando esses pensamentos de lado, começou a se preparar para dormir, se sentou de frente ao espelho e começou a desfazer algumas tranças que tinha em seu cabelo. Em quanto removia as tranças começou a sentir um cheiro estranho, parecia de cachorro molhado com terra e ferro. Olhou para a porta do seu quarto, parando de desfazer as tranças, se levantou e se aproximou da porta com cautela, o cheiro estava mais forte, apurou um pouco os seus ouvidos e escutou grunhidos, deu um passo para trás, um latido, seu coração batia aceleradamente, um baque na porta, fez cair no chão assustada, novos barulhos foram escutados, dessa vez era de patadas em sua porta, alguma coisa queria entrar, e estava bem determinado, a madeira da sua porta estava sendo arranhada por essa coisa, foi se arrastando para trás com medo.

Sua porta não aguentou e foi aberta brutalmente, fazendo da um pequeno grito de susto, mas o que era de assustar mesmo era a coisa que entrava no seu quarto com os pelos molhados, podia ser comparado a um lobo, só que três vezes maior e mais selvagem, seus pelos eram negros, seus olhos eram amarelos e brilhavam no escuro, a lua não mais iluminava seu quarto, deixando aquele lobo ainda mais assustador. Seus olhos prateados estavam arregalados, sua única reação foi gritar um grito que poderia ser ouvido por todo castelo, seu grito poderia ser comparado ao de uma Banshee de tal alto que foi.

Segundos depois vários guardas com armaduras negras com capas douradas invadiram seu quarto, um ficou na sua frente, lhe protegendo e tapando sua visão.

– Sith! Ela é amiga, não um inimigo – disse o homem na sua frente, sua voz era calma e seria, possuía uma autoridade, o animal Sith ainda rosnava, o elfo na minha frente apertava os punhos, seu corpo estava preparado para qualquer ataque que aquele lobo podia fazer. Um sentimento nascia dentro do peito de Alison, era a raiva, odiava ser protegida daquela forma, odiava sentir medo e não poder fazer nada.

– Sith! – gritou uma nova voz, que deixou a maga em alerta, a voz tinha um tom de desespero, poderia ser o dono do lobo? – Por Aru! Não ataque ninguém! – não parecia um pedido. O guarda a sua frente relaxou o corpo. – Volte para sua matilha! – outra ordem. Ouvi um suspiro.

O guarda que a protegia virou-se e a encarou com um olhar penetrante, seus olhos eram um azul lindo, seus longos cabelos negros estavam presos para trás, sua altura era notável, fazendo-a se sentir menor do que realmente era.

– Da ultima vez que a vi estava desmaiada, e agora esta caída morrendo de medo de um lobo, a maga cristal é bem fraca – disse com desprezo e decepção..?

No fundo de seu peito o medo foi substituído pela raiva, sabia que era fraca, no mundo onde elfos, magos e dragões existiam ela não era nada mas ele precisava jogar na cara? Não era como se ela gosta-se de ser fraca. Ela não deixaria aquilo passar, seu orgulho estava em jogo. Saiu do chão, tirou a poeira do vestido e olhou para os olhos do elfo, como uma frase que iria ferir seu orgulho como ele fez com o dela.

– Não esperava que a segurança do castelo fosse tão fraca – comentou Alison, se sentindo vingada, em quanto observava o elfo na sua frente, podia apostar que ele tinha ficado muito irritado, seu orgulho tinha sido ferido como o dela, agora estavam quites. – Se puder se retirar para eu dormir, agradeceria – disse por fim.

Os outros guardas olhavam para a maga surpresos, não era todo dia que seu líder era chamado de incompetente.

– Garantirei que a segurança seja reforçada – disse o elfo forçadamente, virando-se para se retirar do quarto, os outros guardas o seguiram.

Depois que estava sozinha no quarto, fechou a porta que por sorte ainda fechava, mas provavelmente alguém trocaria na manhã seguinte. Voltou para frente do espelho.

– Essa cena foi épica, eu nunca vou esquecer isso – disse Alison com um sorriso enorme no rosto.

***

Na manhã Alison acordou com mais sono de quando foi dormir, por causa da euforia não conseguiu dormir direito e como não podia dormir com seu colar, quando acabou pegando no sono teve pesadelos com um dragão negro, ele atacava um vilarejo inteiro, ninguém sobreviveu ao ataque, por tanto ninguém lamentava por suas mortes, era triste, como a vida humana era tão insignificante aos olhos daquele dragão.

– Prontinho – disse à serva que arrumava os cabelos da Maga. – Esta linda.

Realmente estava linda, o jeito que ela trançou seu cabelo deixava seus olhos a mostra, os destacando, e seus cabelos de cor incomum ajudavam ainda mais, ela estava muito bela.

– Agora estou pronta para tomar café da manhã com a realeza de Etherion – disse caminhando para fora do quarto, as servas mostravam o caminho, o qual teve o cuidado de memorizar, não queria ficar sempre dependendo das servas para lhe guiar.

Depois de seguir um longo corredor, desceram uma escada e seguiram para outra ala, as servas abriram uma porta dupla, foi quando percebeu que já tinham chegado. Nem tinha se preparado psicologicamente. Ver a princesa e a rainha separadamente é uma coisa, agora veria as duas e ambas a veriam que não sabia nada de etiqueta élfica, que não sabia iniciar uma conversa direito. O nervosismo começou a tomar conta, fez o maximo para não deixar obvio, mas sua expressão provavelmente entregaria. Colocou um sorriso simples no rosto e caminhou até a grande mesa.

– Bom dia vossa majestade – desejou a rainha, dando uma reverência desajeitada – Bom dia princesa Arien.

– Bom dia – desejou a princesa.

A rainha terminava de beber uma taça de suco, mas seus olhos mostravam preocupação.

– Bom dia – desejou a rainha – Sente-se.

Sentou-se no lado esquerdo da rainha, ficando de frente para a princesa Arien, uma serva encheu uma taça de suco, de uma cor alaranjada para si.

– Soube que foi atacada ontem à noite, você esta bem? – perguntou Khantra preocupada

– Tirando o medo que senti na hora, estou ótima – disse sorrindo, deixando a rainha menos preocupada – Seus guardas chegaram a tempo para controla-lo.

– Fico contente em saber – disse a rainha – Agora chega de conversa, precisamos nos alimentar, conversamos mais depois. – disse Khantra.

– Seu desejo é uma ordem, vossa majestade – disse, sem perceber, esperava que a rainha não visse como uma ofensa, pelo jeito que saiu. A rainha só balançou a cabeça e sussurrou “Crianças”, o que fez Arien dar um pequeno riso.

Depois do desjejum percebeu que ficar na presença da rainha e da princesa até que não tinha sido ruim, comeram bastante, para aguentar o longo dia que teriam pela frente, até conversaram um pouquinho, mesmo com o pedido da rainha inicialmente, até que percebeu que a princesa não sabia como deveria chama-la, pediu para que a chama-se com o seu nome de nascimento, Alison. A conversa com a princesa se desenrolou tão bem que não percebeu que já estavam caminhando para o outro lado do castelo.

– Para onde estamos indo mesmo? – perguntou meio envergonhada, parando a conversa com Arien.

– Para a biblioteca – respondeu a rainha, com uma expressão gentil – Lá poderei explicar melhor e ter um pouco de privacidade – disse olhando para sua filha.

– Certo, entendi o recado mamãe – disse a princesa dando um passo para trás e se virando – Conversamos mais tarde Alison, estarei treinando lá fora.

Passaram o caminho inteiro em silêncio, de vez em quanto olhava para a rainha, parecia estar imersa em pensamentos, resolveu não atrapalhar com uma conversa boba. Depois de atravessarem alguns corredores, chegaram até a biblioteca. Quando viu todos aqueles livros nas prateleiras, seus olhos se arregalaram, eram muitos! Precisaria ter a imortalidade do elfos para conseguir ler todos.

– Pelos valar! – disse correndo para á primeira instante que viu, a maioria dos livros tinham capas duras e coloridas, parecia estar no paraíso, seu único problema era que todos estavam em escrita élfica.

– Gosta de livro pelo visto – disse a rainha ao seu lado – Vai adorar alguns que tenho por aqui. – comentou.

Olhou para todos aqueles livros na sua frente e ficou cabisbaixa, não conseguiria ler, não sabia élfico.

– Parece decepcionada – comentou Khantra

– Eu não sei ler élfico – disse dando as costas para a estante e juntando os braços atrás do corpo.

– É uma pena – disse a rainha

Sem muito tempo para lamentar os livros que não poderia ler, a rainha pegou um livro em uma estante um pouco afastada e foi para o centro do cômodo, onde tinha uma mesa de estudos com seis cadeiras. Sentou-se na frente da rainha, respirou fundo, finalmente saberia alguma coisa sobre si mesma naquele mundo, o mundo fictício de Tolkien.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Uma visita inesperada a Alison teve no meio da noite.



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