Azul Noturno - Interativa escrita por Casca de Sorvete


Capítulo 12
Demônios...


Notas iniciais do capítulo

Provas encerradas, espetáculo bem sucedido e tempo para o Nyah! Peço perdão pela demora e agradeço aos que ainda acompanham a fic. E para tirar o jejum, aqui vai mais um capítulo... (eu disse, demoro muito, mas não abandono).
Antes de lerem recomendo que revisem o capítulo anterior, já que faz muito tempo podem estar perdidos.



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A noite não demorou a cair, e antes que percebessem os cinco estavam dormindo na areia gélida. Misteriosamente começou a ventar e um sussurro se fez audível.

– Chelsea - dizia a voz.

Pés se aproximaram do corpo inconsciente da ruiva, quem quer que foce se ajoelhou e tampou a sua boca e nariz. Ela abriu os olhos assustada e começou a se debater, estava ficando sem ar, algo queimava dentro dela.

A ruiva acordou suada e ofegante. Não fora uma lembrança fora um pesadelo, mas fora tão real. Olhou para o lado e achou Nick dormindo, a testa ligeiramente franzida, como se dissesse "tudo bem?". Chelsea ficou aliviado ao olhar para ele. Não obstante quando olhou para o outro lado viu a marca de pegadas, como se realmente alguém tivesse se ajoelhado ao seu lado, alguém que veio da floresta. O que mais a assustou é que o rastro acabava nas marcas de joelhos, como se a pessoa ainda estivesse ali.

Tampou a boca para omitir um grito. Se acalmou e procurou pensar. Nada vinha em sua mente do que poderia ter acontecido.

– Tudo bem? - Era Josh, ele estava de pé, parecia que havia voltado de uma caminhada.

A ruiva apenas apontou para a pegada. Não disse nada, não conseguia dizer, sua garganta doía muito.

– Pode ser Clara - Ele estufou o peito e foi seguindo as pegadas.

Chelsea tentou gritar, mas só rendou um gemido de dor, ela sabia que não era Clara, era algo ruim, algo que a queria machucar e provavelmente, também machucaria Josh. Ela es levantou e foi atrás do moreno. Queria impedi-lo, mas estava tropeçando, como se a areia segurasse seus pés.

Não entendia o que estava acontecendo, mas continuou tentando alcança-lo. Já estavam chegando no olho, as pegadas se intensificavam, quando o sussurrou se fez presente novamente.

– Chelsea - Josh parou e olhou para ruiva, parecia a voz de Clara, mas Chelsea sabia que não era. O moreno não pensou duas vezes, correu para descobri a fonte das pegadas, confiante de que ia encontrar a menina. Ele não conhecia aquele lado da ilha, mas sabia que deveria está nos campos de diamantes que Lis falara um dia. Nem observou, continuou correndo atrás dos rastros no chão até que quase caiu em uma vala profunda, onde uma cachoeira desaguava.

Ele parou na beirada, tentava equilibrar o corpo quando a ruiva, que tentava acompanha-lo, tropeçou e esbarrou em suas costas.

– Josh - ela finalmente conseguira falar, tentou segura-lo, mas era tarde e antes que percebesse, a beirada o precipício se rompeu e ela também caiu.

Os três, do outro lado da ilha acordaram assustados com os gritos que ouviram.

***

Eles ficaram caindo, paralelos a cachoeira, depois de algum minutos pararam de gritar. Josh, vez ou outra falava que iam ficar bem, mas Chelsea percebia que ele falava mais pra ele mesmo.

Então bruscamente pararam. Ficaram fitando o próprio reflexo numa água azul escura e brilhante, como se fosse feita de estrelas. Não escutavam o sons da cachoeira e nem conseguia se virar para ver onde estavam. Se entreolharam e voltaram a fitar a água. Seus reflexos não estavam mais lá.

Ele estava brincando com a irmã, ainda faltavam duas horas para seus pais chegarem da agencia imobiliária. Josh tinha 16 anos e sua irmã, de cachos dourados, tinha 6.

Ele havia brigado na escola. Um garoto estúpido, que adorava se considerar o mais politicamente correto da escola, se achou no direito de dizer a Josh que estacionara sua moto numa vaga privada e que deveria retirá-la. Como se aquele garoto afeminado e irritante soubesse a diferença entre uma moto e uma bicicleta. Nem sabia dirigir e ficava tirando onda de onde o moreno deveria estacionar.

Eles começaram a discutir, e antes que percebessem foram levados à diretoria, que delatou o fato para os pais.

Por sorte, os pais do moreno só chegavam em casa tarde da noite e quase não o viam. Sabia que ia ser repreendido, mas não ligava. Nem iam lembrar depois de um tempo.

A unica de quem realmente gostava era sua irmão. Mary era uma menina doce e amável. Mesmo aos dezesseis anos Josh tinha prazer de brincar com ela. Ela amava desenhar, então sempre tentavam desar um ao outro.

Os desenhos eram um fiasco, mas se divertiam tentando. Antes que se dessem conta adormeceram no tapete da sala.

Como um fantasma, o Josh adulto observou seu eu do passado abraçado com a irmã, como se quisesse protegê-la de tudo e todos. Um sorriso se despontou de seus lábios, e como um reflexo, o seu eu do passado também sorriu.

O mais valho se lembrou de Clara e não pode deixar de notar as semelhanças da pequena com sua irmã mais nova.

– Cuide bem dela - ele disse a seu eu adolescente e arrogante. E como resposta o mais novo balançou positivamente a cabeça e abraçou a pequena com mais força.

Algo se moveu na água brilhante. Em seu interior era possível ver vultos, mas apenas. Ele olhou novamente para Chelsea, que parecia um pouco assuntada. Então, do nada, uma mão a puxou para dentro do líquido purpura e antes que Josh pudesse fazer alguma coisa, ele também fora puxado.

Submerso, não conseguia ver nada, mas de repente algo começou a empurrar seus pés para cima. E antes que percebesse estava sobre chão firme. Não havia nada no céu, apenas preto. Ao seu redor uma névoa espessa e densa. A área era pouco iluminada, dando um ar muito sombrio. A única coisa visível era o chão asfaltado.

Ele caminhou lentamente enquanto chamava por Chelsea, quando pisou em algo. Agachou e examinou uma garrafa de uísque quebrada, olhou para frente mais atentamente e viu a sombra de uma picape extremamente destruída. A picape estava presa em uma pedra, quase na vertical. A parte da frente estava destroçada e a pedra perfurava o lado esquerdo, o lado do motorista. O para-brisa estava quebrado e pendia para fora um corpo todo rasgado, também atravessado pela pedra. O rosto do homem estava rasgado e mutilado, assim como seu peito e seu ombro.

Josh chegou bem perto e vi algo debaixo da camisa do rapaz, algo no ombro que descia pelas costas e com um susto percebeu a marca que ele mesmo possuía.

Ouviu um grito agudo, era Chelsea, não sabia que lugar era aquele ou o que significava aquilo tudo, mas tinha que ser rápido. O som vinha da sua esquerda, correu para lá sem medo algum, a medida que ia se aproximando escutava choros. De repente se deparou com a entrada de um labirinto feito de cerca-viva. Seu cérebro trabalhava em algo para não se perder.

Voltou para onde estava a picape evitando olhar o corpo mutilado e ignorando o medo que passou pelo seu corpo, pegou a garrafa e seguiu para o labirinto. ao entrar ficou bem próximo da cerca, que chegava a quase 4 metros de altura. Ele utilizava a garrafa para abrir rasgos por onde passava, marcando o caminho para a saída.

Quando uma mão bateu em seu ombro...


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Notas finais do capítulo

Não é terror, e demônios é apenas um nome filosófico para a escuridão... Explicarei isso mais na frente. Eu estava ansiosa para poder escrever de novo e não sei nessa minha ânsia fiz um bom capítulo, então por favor, comentem, mesmo que um "gostei" ou um "precisa melhorar". Então até os comentários, espero.