Estava tudo escuro quando emergi do pequeno lago. Nadei até a terra e me arrastei para perto de uma imensa arvore que tinha na costa.

Tossindo, forcei-me a levantar. Observei a minha volta...

– Que lugar é esse? - perguntei em voz alta para mim mesma.

Havia um lago perfeitamente redondo no centro, com cerca de seis metros de diâmetros, as águas tão escuras quanto a própria noite. Não dei muita importância a cor, afinal estava a noite, por isso não dava para enxergar muita coisa. Mas, o que me chamou atença mesmo foi a lua.

Uma bola avermelhada gigante iluminava o céu, maior do que eu acreditava ser o tamanho normal. As estrelas estavam rodeando a lua, formando círculos ao redor dela e giravam, como engrenagem.

A margem do lago era igualmente estranha. As arvores tinham uma coloração dourada, brilhavam fraco - não iluminavam o ambiente, apenas si iluminavam, como as estrelas.

Eu olhei para a arvore em que eu estava encostada. Pus minha mão sobre o tronco dourado, foi quando eu reparei na tatuagem no dorso da mão. Era algo tribal, um sol, eu acho, com os raios grossos e tortos se arrastando pelos meus dedos e pulsos.

Tentei me lembrar de como fui parar ali, mas nada. Tentei me lembrar de como foi o meu passado, mas nada. Tentei me lembra de quem eu era... A unica coisa que eu sabia a meu respeito era meu nome, do resto eu não possuía lembranças. Meu nome é Elizabeth Coem, pensei, me chamavam de Elis, mas quem me chamava assim?

Uma brisa gélida soprou os meus cabelos e um arrepio repentino percorreu o meu corpo. Era como se eu estivesse sendo observada. Cansada, faminta e agora com frio e medo, busquei alguma fonte de calor, ou até mesmo um abrigo. Mas nada na margem.

Olhei para a floresta de arvores douradas ao meu redor.

– Parece que eu vou ter que entrar aí - disse. Suspirando e rendida a curiosidade mergulhei na floresta sem ter certeza do que poderia me esperar.