Um anjo e um Winchester escrita por Spring001


Capítulo 8
Capítulo 8 - Os casos de Bobby - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

yoo, esse capítulo ficou meio macabro, mas achei legal colocar isso o3o imagino que casos relacionados a coisas sobrenaturais e assustadoras seriam mais levadas assim mesmo. Curtam aii



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606872/chapter/8

BOBBY

– Trina tem uma mulher macabra na sua frente - Falei um pouco aterrorizado.

O fantasma olhava para Trina assustadoramente, mas não encostava nela, no que eu falei isso Trina andou para trás, tropeçou nos próprios pés e caiu, tentei enxerga-la melhor mas não estava tão claro, o máximo que pude ver foi a fantasma chegando perto e mais perto dela, quando pensei em gritar ouvi um tiro e a macabra mulher sumiu, olhei para trás e Ruffus havia atirado e estava correndo para ajudar Trina a se levantar, logo correram para perto de mim.

Ruffus entregou uma arma a Trina e com uma velocidade incrível ela a preparou. Ficamos olhando em volta, apenas as crianças estavam ali e elas que antes estavam paradas agora se aproximavam, com isso corremos para dentro do galpão, ele estava completamente bloqueado tivemos que chutar uma madeira aleatória para abrir um mínima passagem por onde tivemos que passar agachados. Quando entrei puxei a madeira de volta para fechar a passagem.

– DO QUE ISSO ADIANTA?! - Gritou Ruffus.

– COMO VOCÊ ME TRAZ PARA UM LUGAR DESSE SEM AVISAR SEU GRANDE FILHO DE UMA... - Eu respondi no mesmo volume e antes da última palavra sair olhei para Trina, seus olhos estavam fixos do outro lado do galpão.

Virei para lá já imaginando ver a mulher, era pior, aquilo parecia um galpão de ossos, havia uma montanha gigantesca deles, e eram com certeza reais e humanos, as crianças que ali estavam tinham uma razão para tal.

– Ótimo - Disse Ruffus que também olhava meio assustado - Agora é só queimar...

Ele se aproximou da montanha tirando da mochila o sal e a gasolina, me levantei na intenção de ajudá-lo, pedi a Trina que ficasse sentada ali, ela no entanto pediu para olhar o lugar, como o galpão era completamente escuro, entreguei-lhe uma lanterna e a deixei ir. Ruffus começou a jogar a gasolina nos ossos e me deu o sal, lentamente passamos aquilo em tudo, enquanto andava olhei para o lado, uma criança apareceu do nada. Exclamei uma expressão de susto seguida de um palavrão. O moleque fantasma não dizia nada mas apontava para a direção que Trina havia ido, quando olhei melhor ele vi que sua garganta estava cortada e ele tentava gritar, quando ouvi então um grito de verdade, me apavorei.

Tanto eu quanto Ruffus saímos correndo em procura de Trina, ela não parecia estar ali mais, mas eu tinha certeza que o grito fora dela. Olhamos cada salinha que ia aparecendo no galpão e ela não estava lá, algumas crianças apareciam ocasionalmente, tivemos que começar a gritar por ela, sem resposta. Meu celular já tocava a algum tempo e eu não iria atender de qualquer jeito.

– Onde ela se meteu?! - exclamei nervoso.

– Acha que a mulher a pegou? - Ruffus falou, parecia mais apreensivo que o normal.

– Não fale besteira - respondi bruscamente - Ela não deixaria isso acontecer...

– Ela não é uma caçadora Bobby - Ruffus falou - Nunca se meteu com fantasmas antes, aparentemente.

– E onde você acha que ela está? - Falei e o vi levantando os ombros, olhava para os lados em busca de uma resposta, até que se focou em algo atrás do meu ombro.

– Segue eles! - Falou de repente.

Olhei para trás uma outra criança estava aqui, devia ter no mínimo 30 crianças naquele lugar, dessa vez era uma menina, estava vestindo uma roupa antiga, talvez dos anos 40, ela saiu correndo quando foquei a atenção nela, Ruffus e eu fomos atrás. Chegando em um corredor, a menina sumiu dando lugar a outra criança com roupas ainda mais estranhas, e assim foram, quase oito crianças nos mostrando o caminho até o lado de fora do galpão, não o lugar onde estávamos, era como um jardim atrás da casa. Era um dos lugares mais bizarros que eu já havia estado.

Objetos de magia negra ficavam jogados pelo quintal, mesas de tortura improvisadas, bonecos voodoos, espelhos quebrados jogados no chão, ossos de animais e animais mortos e pendurados, penas espalhadas, pentagramas desenhados com o que parecia sangue. O lugar já era macabro por ser, agora todas as crianças estavam ali e mais um grito foi dado, vinha de trás de mim. Mas esse não era de Trina. Sem poder ter outra reação, Ruffus e eu olhamos para trás e caímos quando vimos a mulher que tinha gritado. Era o mesmo fantasma, mas estava pior, seu rosto estava deformado, a boca era gigantesca e negra assim com os olhos, ela foi se aproximando com suas mãos, os dedos longos e finos, com formatos dos ossos que os formavam. Nos arrastávamos para trás e pensamos em levantar para fugir, até a mão de algumas das crianças tocar em nós.

A dor era insuportável, os fantasmas sugavam nossa energia, e a mulher que conseguiu encostar em nós o fazia ainda mais dolorido, esperava pela morte naquele momento. Não tinha força para dar um tiro, mas de repente todos os fantasmas das crianças sumiram, queimaram. Alguém devia ter terminado o serviço dos ossos, agora só restava a mulher, ela era mais fraca sem as crianças, tanto que deu um tipo de grito quando elas desapareceram e forçou-se a acelerar o trabalho.

BANG - Escutei um som de tiro e senti um alívio seguido de uma tontura que me fez cair com a cabeça no chão.

– Bobby - Uma voz familiar dizia, não era Ruffus, nem Trina - Bobby, vamos levanta.

Algo me fez ter um impulso fortíssimo de dar um tapa nessa pessoa.

– Au! - John Winchester exclamou - Eu te salvo e é isso que recebo.

Levantei o corpo lentamente e quando estava sentado olhei para Ruffus. Tinha desmaiado.

– O que houve? - John perguntou.

– Esse Idjit queria ajuda com o caso, então eu vim pra cá e tentei ajudar, o único problema, aaaai - Falei enquanto levantava e sentia a dor nas costas - É que ele não tinha estudado o caso antes.

– Entendi - John falou apreensivo enquanto olhava o lugar - Que bizarro...

Ele começou a andar por ali, provavelmente em busco do que mataria o fantasma da mulher. Concluía-se que era uma bruxa, então poderia ter escondido os ossos. Pegamos Ruffus, que estava completamente apagado e levamos para o Impala que estava logo atrás da cerca do quintal, o lugar dava para uma obscura floresta que preferimos nem saber o que era.

– Vamos voltar amanhã - John sugeriu - poderemos estudar melhor sobre a casa.

Arregalei os olhos em sua direção.

– Não dá...- Falei - Trina está em algum lugar da casa...

– O QUE?! - John gritou.

– Ela quis vir...

– MAS QUE MERDA BOBBY!

***

JOHN WINCHESTER

– Acho que ela está aqui - Bobby falou.

– Aqui? - perguntei - no quintal?

– É, as crianças nos trouxeram para cá, devem ter feito o mesmo com ela.

– Por que ela veio para cá sozinha? - Perguntei.

– Ela quis, achei que nada aconteceria com ela, pensei que pegaria fogo como você disse ou algo assim, mas acho que o efeito é diferente.

– Temos que encontrá-la - Falei - A mulher ainda está aqui, só desapareceu por causa do sal.

– A mulher era uma bruxa - Bobby concluiu enquanto olhava para os lados - Deve ter um lugar escondido para rituais mais sérios...

No canto da saída do galpão, havia um estante e tanto eu quanto Bobby nos focamos ali na hora, olhamos para aquele lugar alguns instantes e do nada começou a tocar uma musiquinha, vinda daquela direção, o som de uma caixinha de música, meio desesperador. Olhamos um para o outro e decidimos seguir até ali, a música parou rapidamente e depois voltou a tocar. Batuquei a parede que tinha a estante grudada e um som de lugar oco soou, tinha algo atrás. Olhei para Bobby e contamos até três para derrubar a estante. O som dela caindo fora alto e um cachorro começou a latir muito a longe dali, numa casa da vizinhança. E aquilo revelou uma portinha por onde só se passaria abaixado ou se fosse uma criança.

– Ela está ali - Falei.

Bobby assentiu.

– Eu não consigo entrar - Ele falou - Vai ter que ir sozinho...a música está mais alta.

Eu sacudi a cabeça em afirmação. E encostei a orelha na portinha, era dali que vinha a música, confirmei isso ao ouvir uma suave respiração e a corda da caixinha. Encontrei um pé de cabra na bagunça que tinha ali e abri a porta, era um breu total que agora se misturava com a escuridão da noite, olhei para Bobby e acendi um esqueiro, afinal a lanterna já não funcionaria com a presença do fantasma. Então entrei no breu. Era um comprido corredor de pedra que dava para um quarto secreto que era dentro do balcão, mas não podia ser achado com facilidade. De longe se via a luz fraca que vinha dele, era apenas a do céu, mas parecia muito mais forte ali do que em qualquer lugar.

A cada passo a caixinha de música ficava mais alta, e a respiração que ouvira parecia ir sumindo, ao me aproximar do quarto, percebi coisas que de longe se era impossível, os pentagramas na parede, os pedaços de animais, ossos jogados no chão e finalmente uma mesa, que parecia de cirurgia, mas na verdade era para rituais, e era nela que Trina estava. Quando a vi ali estirada corri o mais rápido que pude para chegar nela e quando cheguei na porta o rosto da mulher veio em minha cara com um grito ensurdecedor, não dela mas, de Trina.

A fantasma saiu da minha frente e foi para o lado de Trina na cama, eu olhava de longe caído no chão de pedra o que ela fazia com a menina. Trina estava sem a camisa, em posição fetal mas não estava morta, ela estava dormindo, até parecia em um sono leve, mas o grito assustara e sua respiração se tornara ofegante.

– Não chegue perto - Disse a fantasma - Ela é minha!

– O que quer com ela? - Falei apreensivo enquanto levantava, minha arma estava nas minhas costas.

– Ela tem algo que quando adquirido por um de nós - Ela falava orgulhosamente - Nos torna poderosas.

Ela não sabia que estava morta, era uma bruxa que provavelmente buscara a imortalidade e não se tocara de que morrera. Era terrível olhar para ela considerando que seus olhos eram machas pretas. Parecia a mulher da lenda dos sem rosto.

– Sabe o que ela é? - perguntei focado na história do sangue.

– Não! - Ela gritou - E isso está me incomodando, mas não importa em alguns minutos terei tomado todo o sangue dela.

Peguei minha arma o mais rápido possível e tentei atirar nela, mas errei e a bala passou ao lado. Nisso ela soltou mais um terrível grito e veio para cima de mim, ao encostar no meio peito soube o que aconteceria pelo que fora com Bobby, e senti a terrível dor que ele avisou que poderia ocorrer, ela realmente tomava a energia que nos restava. Mas o seu foco não era mais Trina. Queria poder vê-la atrás da mulher mas minha cabeça ficara jogada para trás, era insuportável.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! - A mulher gritou e começou a queima, exatamente como o Ghoul.

Cai com as costas no chão e vi a mulher desaparecer na minha frente, o mesmo provavelmente ocorrera com seus ossos, finalmente ela desapareceu e Trina surgiu atrás dela. Quis levantar e ir com ela ver se estava bem, mas no momento que ela disse meu nome, a escuridão tomou conta dos meus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então espero que gostem e não acho que vá ter mais caps assim, só achei legal incluir isso na história e como ele ficou meioo bizarro mesmo acho que hoje ou amanhã posto outro capítulo mais leeve, ok? ^_^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um anjo e um Winchester" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.