Um anjo e um Winchester escrita por Spring001


Capítulo 12
Capítulo 12 - O que eu sou?


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora! Espero que gostem e que fiquem ansiosos ^_^



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Capítulo 10 - A família de Katrina

Katrina

– Por favor me diz que está brincando? – Balthazar falou segurando meus braços.

– Calma cara – John o reprimiu ficando na minha frente.

John era pouco mais alto que ele, mas era maior, isso fez com que Balthazar se afastasse um pouco, antes que ele mudasse de ideia em querer me ajudar, empurrei John para o lado e pedi que se acalmasse. Convidei ele e a Balthazar a se sentarem na mesa que estava ao nosso lado, todos nos sentamos, um pouco tensos, nos entreolhando a todo o momento, a mim Balthazar não era tão estranho quanto deveria ser, mas a John se assemelhava a uma ameaça como tudo aquilo que encontrávamos.

– Balthazar? – chamei-o.

Ele olhava para todos os cantos apreensivo, como se esperando o aparecimento repentino de alguém ou de algo, não sabia dizer o que me assustava mais.

– Me escute com atenção – Ele falou finalmente se focando em mim – Não podemos, simplesmente não podemos conversar aqui, vendo seu desespero...tenho a infeliz certeza que está falando a verdade.

Ele se aproximou um pouco mais de mim e falou como um sussurro.

– Há pessoas que querem lhe matar – Ele falou e me deixou com arrepios – E eu não posso deixar isso acontecer, não sou o melhor deles, mas sou sua melhor opção.

– Entendi – Falei na mesma sonoridade que ele.

John não estava muito atento a conversa, o que me deixou intrigada considerando que ele estava interessado na minha história.

– Ele não pode nos ouvir – Balthazar falou, me virei para ele confusa – Está sobre efeito de uma...uma coisa que eu fiz, ele vai ficar bem, pegue isso – Ele me entregou um papel com um número de telefone engraçado, mas relevei o fato.

– Se quiser realmente saber o que é, me ligue e marcaremos – Ele finalizou – Ah, e não leve o caçador.

Antes que eu pudesse fazer qualquer objeção ele já tinha partido, desaparecido bem na minha frente, como se ele tivesse jogado uma bomba ninja e sumido com a fumaça.

– Onde ele está? – Perguntou John apreensivo e olhando para todos os cantos em busca de Balthazar.

– Ele já foi – Respondi tentando tranquilizado, falhei miseravelmente.

– Maldito! – Ele quase gritou – Ele partiu sem deixar respostas?!

– Foi...- Menti, sem querer falar do papel – Exatamente isso.

Amassei o papel na minha mão e o guardei no bolso, desejando que John não percebesse meu rosto preocupado, quanto a ele estava um pouco incomodado, perguntei se ele queria sair daquele lugar e ele aceitou prontamente. Voltamos para o carro e fomos em direção a Chicago que era a cidade mais próxima. Já passava das duas da manhã e parecíamos as únicas pessoas na estrada aquela hora, John estava exausto e mesmo sem ter dirigido eu também estava. Ele estava com o carro numa velocidade relativamente baixa, eu estava pegando no sono, mas fiquei olhando para a frente mais alguns instantes.

Quando em um instante, nem meio segundo uma mulher surgiu bem na frente do carro.

– JOHN! – Eu gritei, ele já a tinha visto pois foi muito rápido em frear o carro e virar antes de encostar na mulher que ficou ali parada e sorrindo.

– Você está bem? – John me perguntou.

– Estou – Respondi.

Fiquei olhando para aquela mulher por alguns instantes, sem saber o que ela era, nem sequer poder imaginar, eu já sabia, sem dificuldade. John podia ver apenas uma face de seu rosto, que era angelical, por falta de outra palavra, mas em minha posição eu podia ver outro rosto, horrível e assustador.

– Um demônio...

– É – John estava furioso, pegou a arma rapidamente e saiu do carro ainda mais veloz.

Ele andou para perto da mulher confiante, ela por sua vez ficou parada sorrindo torto para ele, me levantei saindo do carro e devagar fui atrás dele. Fiquei meio afastada da mulher, um pouco assustada e um pouco enojada. Sem o mínimo prazer em olhá-la e com um desconforto ao observá-la mais atentamente. Os cabelos mais negros do que a própria noite, lábios grossos e vermelhos, pele branca e vestido longo e preto.

– O que quer? – John perguntou grossamente.

– Meu querido, essa área é minha e outros seres não podem invadi-la – Ela respondeu, com um tom de voz sedutor, se virando na minha direção.

– Como esta área pode ser sua? – John exclamou inconformado – É apenas uma rua.

– É uma encruzilhada John – Respondi enquanto encarava o demônio – Ela vive aqui...

O demônio sorriu alegremente para mim, antes de eu terminar a frase.

– Onde morar os escravos dos superiores do inferno...

Eu terminei essa observação com um sorriso torto, e senti de longe um tique nervoso por parte do demônio por tê-la lhe feito tão belo elogio.

– Deixe-nos passar – Pedi gentilmente.

– Por que? – Ela falou um pouco estressada.

– Por que não? – Perguntei, imaginei que pessoas não tinham o costume de ter discussões com demônios, pois ele sequer encostou um dedo em mim e parecia até inconformada com o diálogo. Quanto a John, apenas observava desconcertado.

– Um dia precisara de mim – Ela falou – E não irei ajudar...

Ela tinha desaparecido.

– Melhor assim – John comentou e voltou para o carro.

Fui lentamente para o Impala, observando a luminosa cidade frente a mim, voltei para o carro e pudemos realmente ir para Chicago.

***

JOHN

– Te fiz perder uma viagem – Trina falou enquanto arrumávamos nossas roupas para voltar para Dakota do Sul.

Contamos a Bobby que já tínhamos encontrado a pessoa e que ele fora um grande inútil, depois de xingá-lo de milhares de coisas diferentes e desconhecidas, ele falou que Dean tinha arrumado problema na escola e talvez eu devesse que ir para ver a diretora, inconformado por uma briga logo no primeiro dia topei retornar com topo o apoio de Trina que até disse para que eu os acompanhasse por uma semana na escola aproximadamente.

– Não tem problema – Falei – Pelo menos temos certeza que você não é nada inexistente, senão não te caçariam.

– Faz sentido – Ela disse sorrindo um pouco.

Aproximei-me dela, e coloquei as mãos em seus ombros, preocupado com o que se passava em sua cabeça. Ela estava atenta a nada desde a noite passada.

– Está bem? – Perguntei.

– Sim – Ela respondeu se virando de frente pra mim e segurando minha cintura – Só estou confusa...Mas bem...

Ela mantinha um sorriso tristonho no rosto, de repente me deu um rápido beijo nos lábios e foi para o banheiro, fiquei um pouco confuso, mas supus que como não tínhamos descoberto nada anteriormente, ela estava decepcionada.

Demoramos uma hora para partir de volta para Dakota do Sul, com o mesmo tempo de viagem da ida chegamos na casa de Bobby por volta de uma hora da manhã, ele estava dormindo então para não acordá-lo ficamos no depósito de Trina, passamos um bom tempo conversando sobre coisas aleatórias das quais nunca tínhamos falado e demoramos muito para conseguir dormir, ela principalmente.

Quando acordamos não me demorei muito na casa dele, tomamos café rápido, me despedi de Bobby depois de acordado e sai com Trina em direção ao carro, joguei minha bolsa no banco de trás e me voltei para ela.

– Vai ficar bem? – Perguntei puxando, pela cintura, para mais perto.

Em colocou as mãos no meu peitoral e ficou olhando para meus olhos, o que não era muito comum dela, mas me fazia sentir bem.

– Vou – Ela respondeu animada – Vou continuar atrás da minha descoberta interior!

– Então tudo bem – Falei. Segurei seu rosto com uma das mãos e dei-lhe um longo beijo, quando nos separamos ela me abraçou e vi que Bobby observava, apenas o ignorei. E parti de volta para meus filhos.

***

Katrina

– Já vai dormir? – Escutei Bobby me perguntar.

– Não, eu vou no mercado – Falei colocando o casaco.

– A essa hora? – Ele perguntou inconformado.

– Está mais vazio – Peguei uma lista de itens, dei um cafuné em Bobby e sai pegando um dos carros dele.

Fazia uma semana que John tinha partido, e nesse tempo Bobby me ensinara a dirigir, no máximo até o mercado, mas era o suficiente. Até por que, eu só fui até a esquina. Ali estava um homem, me esperando, Balthazar.

Parei na sua frente e esperei que ele desse a volta no carro, quando ele entrou, pisei no acelerador e fui apenas em frente.

– Como está? – Ele perguntou enquanto assoprava as mãos, parecia estar com muito frio.

– Bem e você? – Perguntei, mas atenta no que estava a frente.

– Bem – Ele disse – Preparada?

– O que devo fazer?

– Segure-se

– Hum?...-

Antes que eu pudesse fazer qualquer pergunta, Balthazar tocou o teto do carro e estávamos instantaneamente em outro lugar. Cercados de água e pedras, estas com algumas marcas estranhas pintadas. O carro ficara ao lado de uma ribanceira e ambos saímos dele para conversar cara a cara, me apoiei na porta do motorista e esperei que ele desse a volta, quando o fez disse:

– Pronto, aqui podemos falar...

– Eu sou um de vocês? – Perguntei me referindo a conversa que tínhamos tido no telefone na noite anterior.

“- Precisa de mim agora não é? – Ele atendeu o telefone exatamente assim.

– Olá Balthazar – Respondi.

– Antes de tudo tem que saber o que eu sou – Ele disse inerente a minha situação.

– O que? – perguntei apreensiva.

– Um anjo.”

Nessa hora o telefone ficou mudo. A existência de anjos não era real para mim, John afirmara que eles não existiam, que nunca tinham sido vistos e eu tinha acreditado.

– Não exatamente...- Ele respondeu me surpreendendo, estava crente que ele diria que sim.

– Então o que eu sou? – Perguntei um pouco aflita – Por que consigo fazer o que faço e ver o que vejo se outros não conseguem?

– Você é uma mistura perigosa de elementos, garota – Ele falou – Algo que nenhum lado deseja e que aconteceu por um gigante erro que um anjo cometeu, libertando duas criaturas opostas, juntas, um anjo e um demônio.

Olhei para seus olhos estavam preocupados e acelerados, olhavam freneticamente para o horizonte atrás de mim e sem nenhum foco exato, parecia esperar que algo caísse do céu.

– Eu sou o que? – Perguntei não acreditando em suas palavras.

– A cria entre um anjo e um demônio – Ele falou, colocou as mãos no quadril como se estivesse mais aliviado e finalmente focou seu olhar mim – Chamamos aqueles que de algum modo são filhos de anjos, entre criatura seja qual for de Nephilim...Você é um nephilim, o único que existe filho de um demônio e um anjo.


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