Dead to me escrita por PerfectDoll


Capítulo 1
I need to kill you.


Notas iniciais do capítulo

Fic inspirada na música Dead To Me da Melanie Martinez.Espero que gostem :)



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"Eu preciso te matar

Essa é a única maneira de tirar você da minha cabeça"

Sorri quando ouvi seus primeiros ruídos, ele havia finalmente acordado após seguidas e longas horas de sono, não imaginei que dormiria tanto. Liguei um pequeno abajur ao meu lado e esperei que ele acordasse completamente, ele piscava os olhos várias vezes e olhava um lado ao outro, esperando reconhecer onde estava. Bem, é claro que ele não saberia, eu fiz questão de ele não poder adivinhar. Inclinei-me levemente em sua direção e sorri amorosa assim que vi seu olhar encontrar o meu.

Ele piscou mais algumas vezes e finalmente notou que ele estava no escuro total. Ri animada quando notei o mínimo de desespero vindo dele, principalmente quando tentou se levantar e acabou por se ver preso a cama com correntes nas mãos e nos pés. Apoiei minha cabeça nos joelhos e fiquei a observa-lo a se debater na cama e olhar para os lados.

Pude ver o seu medo assim se deparou no escuro, procurando talvez por outra pessoa, não sei. O que era estupidez, uma vez que ele sabia que eu nunca o trocaria, eu o amava com toda a minha alma. Liguei outro abajur perto de uma poltrona velha e rasgada, uma mulher estava sentada ali, ainda sonolenta e também presa. Os cabelos castanhos cobriam-lhe o rosto; ela usava um vestido preto e sapatilhas. Ele a reconheceu. Era a sua namorada bastarda.

Vi o olhar do meu amor se preocupar demais quando a viu. Por que? Não sei, afinal, ele disse amar só a mim, e a mais ninguém. Engoli em seco e puxei uma faça que eu havia mandado fazer especialmente para nós dois, como uma prova do nosso doce e único amor. Passei a lâmina gelada em seu rosto e admirei a gota de medo escorregar-lhe pelo rosto. Ah, como ele era lindo assustado.

Os olhos negros dele haviam um leve brilho no olhar e um pouco do seu cabelo a tampar seu rosto. Ah, meu amor, como você é lindo. Mesmo nessa escuridão, você continua a ser tão belo quanto uma beleza natural. Suspirei apaixonada e deixei a faca para lá, sentando-me ao seu lado, acariciando seu cabelo.

Quando o vi se acalmar, pousei meus lábios sobre o dele, a maciez de seus lábios e aquele seu sabor único deixavam-me embriagada. Eu senti ele corresponder, ele me amava. Sorri quando me separei dele e levantei da cama, despejando a água do jarro no copo. Ele me olhava confuso com aqueles olhos da escuridão. Caminhei até a infeliz e joguei água nela, fazendo-a acordar assustada.

Dei-lhe um tapa forte em seu rosto fazendo a encontrar aos meus olhos. Seus olhos verdes com meus olhos azuis. Eu a odiava, aquela maldita verme com aquele corpo bonito e voz carinhosa tinha meu único bem, meu único amor. Sorri quando a vi acordar e perguntar aonde estava e o que estava acontecendo, adoraria ver seu desespero quando ela percebesse o amor entre eu e ele.

Ela nos observou por alguns instantes pensativa, talvez tentando segurar o choro da sua desgraça. Mas, quando eu finalmente ia falar, aquela maldita começa a rir de mim. Rir? Não, gargalhar. Como se eu tivesse contado uma ótima piada. Olhei para ele e o vi rir junta a ela, como se eu fosse a estranha ali, como se eu fosse um fantasma idiota e que aquilo fosse uma brincadeira.

Por que riam? Por que se divertiam? Não sei, talvez ela não entendesse, mas vi que eles achavam aquilo algo muito engraçado e uma forma muito curiosa de comemorar o noivado. Noivado. Noivado. Noivado. Sim, meu amor havia pedido a outra. Não, isso não podia estar acontecendo. Não! E foi no meio daquelas risadas e de verdades, foi que eu percebi... Eu era a idiota. A intrusa. A tola.

Odiei-me quando percebi que eu era a louca ali. Depois de tantas palavras doces e carinhosas, promessas eternas que ele havia me dito, e eu era a louca - assim como eles me chamavam. Agarrei a faca novamente e, enquanto ela dizia que a brincadeira havia acabado, a enterrei na garganta da imunda. Aquilo não era uma brincadeira. O sangue escorreu rápido pelo corpo dela enquanto a voz se afastava na mesma velocidade que sua vida sumia. O infeliz deixou de rir no mesmo instante, trocando os risos pelas lágrimas de tristeza. Sorri cínica quando o vi chorar, ele ficava lindo com o rosto de lágrimas.

Comecei a chutar o corpo morto agora no chão, aquilo me trazia tanto alívio que me fazia gargalhar. Ver os olhos vazios dela me traziam paz, e ouvir seu choro me fazia sentir viva. Nunca pensei que a morte pudesse ser tão animada, tão viva. E quando chutara bastante, cortei tudo aquilo que podia daquele belo rosto, mostrando a verdadeira realidade do que ela era;

Voltei minha atenção a você, mal conseguia me olhar direito. Talvez pelo vermelho em meu rosto? Ou pela tristeza? Não sei, mas sei que você cessou o choro e grunhir, tão friamente quanto as suas mentiras:

"Monstro."

Eu? Monstro? Não, isso era um engano. Eu sou um anjo! Vivendo das inocência da humanidade até você tirar a minha calma depois de tantas merdas que você fizera a mim. Não, eu não sou o monstro. Você era, com suas palavras carinhosas, com seus toques apaixonados, com seus lábios desejosos, com sua alma distante e apaixonante. Apertei o cabo da faça e olhei para seus olhos novamente, eu podia ver ódio e desculpas dentro deles.

Que ironia, era sempre eu a pedir desculpas.

Afundei a lâmina em sua perna esquerda ouvindo você gritar de agonia enquanto derramava mais lágrimas. Sorri ao vê-lo me chamar de louca, ainda agonizando de dor e, não sei, mas ainda zelando pela morta a nossa frente. Retirei a lâmina e repeti o processo na outra perna, deleitando-me em ouvi-lo gritar por perdão ou coisa do tipo.

Mas acho que você sabia que aquele seria o seu fim.

Retirei a faca mais uma vez e imaginei como éramos antes daquilo tudo. Como quando você se aproximou e conversou comigo sobre tantos assuntos; como quando conversávamos horas no telefone; ou como quando fora o nosso primeiro beijo. Pensei que teríamos algo, algo sério, depois de admirar seu olhar fixo e sedutor toda vez que nos víamos. Mas você, infeliz mentiroso, teve que fugir e me deixar sozinha pra afundar.

Fixei meu olhar no seu e lambi o sangue que escorria pela lâmina, seu gosto era bom, ferrugem e sal, o seu gosto, tão único, tão seu. Você me olhava agonizado, mas eu não me importava, era você, e eu queria ter você, nem que por um segundo. Aproximei de você novamente e finquei a ponta da faça em sua mão, e enquanto você agonizava de dor, sentei-me no seu colo e me completei com você. Soltei a faca de sua mão e lambi seu líquido, você me olhava surpreso, mas ainda assim, você me tornou sua.

Mesmo com a outra morta, você sentia sua excitação crescer, grunhindo palavras tão sujas e cheias de luxúria. Ah, como eu amava seu lado sujo. Você mordia meu ombro e lambia em seguida enquanto dançávamos nossa própria dança. Eu sabia que você gostava. Eu também gostava. Gritei seu nome na escuridão enquanto você grunhia o meu, finalmente nos libertando.

Você estava tão imundo quanto eu.

Mas, afinal, aquilo já fazia parte de você.

Deixei seu colo, guardando você dentro de mim. Sabia que aquela era a hora. Peguei a faça mais uma vez e olhei seus olhos com vida, sua respiração ofegante, sua roupa suja e bagunçada, sua boca meio aberta. Ah, como eu queria que isso tivesse acabado de outra maneira, mas tudo bem, eu sempre o terei comigo, nós nos tornamos um, e aquilo era tudo que eu precisava de você. Então, finalmente, eu me libertei de você.

Sai dali sem olhar para trás. Seu corpo seria encontrado em alguns dias, eu sei, mas nada que me preocupe. Até lá, eu não me lembraria mais quem você era. Direi adeus a você e a sua família, não pedirei mais desculpas pelos seus feitos,nem ouvir sua voz me chamando. Nada mais me tiraria o sono. Você nunca mais me pertubaria. Afinal, você estava morto para mim assim como tudo o que fizera.

E agora, lamentando a sua morte, deixo cair a última lágrima que eu choraria por você.


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Notas finais do capítulo

Comentários, elogios e críticas são bem aceitas :)Obrigado por lerem!



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