Closed For Love escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

{Oiie,

Mil perdões por toda essa demora, mas eu simplesmente não estou conseguindo postar um capítulo por dia. Não se preocupem, eu não irei abandonar nem nada.

Só um pedido, se vocês acham que a fic é boa, me deixem um comentário, eu realmente me importo com o que vocês pensam.}



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And it's crazy to hold on

What I'm holding on is gone

Sow now I'm closed for love

— Athena, já passou os meus vestidos? — perguntou Deméter, coçando o olho com o punho, naquele estilo acabei de acordar. A moça sentou-se na mesa, sua camisola longa e bufante, como era naquela época, pulando com as camadas de ar que adentraram na sua saia. — Preciso de um bem bonito hoje, mamãe falou que vamos conhecer alguns mercadores...

— Ah não, Deméter! — Afrodite resmungou, sua camisola, tão parecida com a da irmã só que rosa, imitando o movimento da verde de sua irmã. — Ela precisa passar os meus vestidos primeiro!

— Passe você mesma, ora! — Athena encarava as xícaras a sua frente. Apenas três. Há tempos a moça havia perdido o direito de sentar-se a mesa. Era apenas a madrasta e suas duas filhas. Ninguém mais, ninguém menos. Se bem que a madrasta adoraria convidar pretendentes para tomar café, chá, almoçar e jantar com elas, mas o dinheiro simplesmente não existia para tamanho luxo. Elas davam sorte por ainda terem a casa, e Athena sabia que mais dia menos dia iriam perdê-la.

E o que eu farei depois? Perguntava-se a moça, que por mais duros que foram os anos ainda lhe conservaram alguma beleza. Para onde irei e o que farei? Meus pais ficariam tão tristes por perdermos a casa...

— Athena! — Bradou Hera, batendo na mesa. — Ande logo com isso! Não temos a manhã inteira.

Com certeza, não tinham. Já era quase onze horas quando as três desceram, ainda sonolentas. Athena havia acordado muito cedo, arrumado a mesa, feito o café – que por mais pobres que eram ainda era rico, com pães e geleias que Athena fazia todos os dias – e arrumado a cozinha. As três tinham o péssimo hábito de comer tarde, qualquer que fosse a refeição, por isso Athena geralmente comia enquanto cozinhava, caso contrário só poderia comer horas mais tarde das três satisfazerem suas barrigas.

— Perdão, madrasta. — Athena se desculpou, levando as xícaras e as depositando em seus devidos lugares.

— Já não mandei-lhe parar de me chamar assim, menina? — Hera perguntou, sua voz seduzente e cheia de maldade. — Madame, como é certo um criado chamar sua superiora.

— Certo, madame. — Respondeu novamente a moça dos cachos dourados. Servindo-lhes café e preenchendo com leite. A quantidade que cada uma desejava. Algo que havia aprendido anos atrás.

Enquanto as três conversavam, Athena ficava parada ao lado da lareira, a cabeça baixa e as mãos na frente do corpo, unidas. Ela não poderia sair dali até as três deixarem a mesa ou até ser mandada. Geralmente este último não acontecia, as três a esqueciam por completo.

Porém aquele dia foi diferente, Afrodite, quem Athena sempre achou mais carinhosa que as outras duas se levantou primeiro da mesa.

— Athena, me acompanhe até meu quarto, preciso que arrume algumas saias minhas... — A madrasta não comentou nada, aquele tipo de comportamento era normal. As três geralmente lhe pediam para arrumar algo aqui ou ali. Athena fez uma rápida referencia que só era notada quando ausente e seguiu Afrodite para o quarto da mesma.

As longas escadas haviam perdido um pouco seu toque mágico, as paredes belas e brancas da casa agora pareciam sujas, os imensos tapetes encardidos. Athena fazia o melhor que podia, mas era apenas uma para cuidar de toda a casa, a fazenda e a comida. Além de arrumar, lavar e passar as roupas das moradoras.

Afrodite abriu a porta do imenso quarto que um dia pertenceu a Athena. Ela havia substituído a decoração simples e elegante de Athena por muito rosa, muito mesmo. Da parede ao chão, a cama e os demais móveis. Tudo cor de rosa.

— Por favor, pegue a saia de armação. — Afrodite pediu e Athena quase caiu para trás em choque. Uma simples ordem, um simples pedido. Mas duas palavras que há muito ela não ouvia. Por favor.

— Sim, madame — Athena, ainda meio zonza, caminhou até o armário, pegando uma das diversas armações de metal dali de dentro.

— Ora, por favor Athena, chame-me de Afrodite — falou divertida a mulher morena, seus longos cachos caindo até sua cintura. — Madame faz-me parecer velha demais.

— Certo, mad... Lady Afrodite. — Chamá-la somente de Afrodite lhe lembraria os tempos antigos, onde Afrodite corria pela casa com ela, pegando flores por ali e por lá. É claro que sempre que a madrasta via, brigava feio com Afrodite, mas isso não impedia a morena de no dia seguinte correr novamente com a loira. Até o dia que seu pai morreu. Neste dia Afrodite voltou a ser tão mimada e mal-educada quanto sua irmã, Deméter.

— Ah, deus, Athena! — Afrodite lançou-se na cama, enquanto Athena voltava com a saia de armação pesada. — É Afrodite, somente Afrodite. Ao menos enquanto minha mãe não está conosco, ou a tonta de Deméter. — Piscou a morena rapidamente. — Ajude-me a vestir, por favor.

— Seria um prazer — Athena sorriu, feliz por ver bondade emanando de Afrodite novamente.

— Pegue o vestido lilás — pediu Afrodite, após ser colocada na armação tão tradicional daquela época. — Aquele com tiras e flores.

Athena obedeceu, ajudando Afrodite a se vestir novamente. Depois de dez minutos, Afrodite se encontrava sentada maquiando-se enquanto Athena penteava-lhe os cabelos. Aquilo não era ruim para a loura dos olhos cinzentos. Ela gostava de Afrodite desde pequena e lamentava ver a mulher que ela havia se tornado. Mas naquele momento, era como se a pequena menininha das flores houvesse voltado.

— Pode fazer algo bem legal? — perguntou a morena, olhando para Athena com os olhos verdes-azuis brilhando. Elas estavam na penteadeira de Afrodite, o grande espelho refletindo a beleza da morena e a sujeita da loira. — Algo que me dê um ar de nobreza?

— Posso tentar, ma.. Lady Afrodite. — Respondeu Athena, sorrindo ao notar a careta bonita que Afrodite havia feito quando ela lhe chamou de Lady. — Entenda que não é certo criados terem essa intimidade com seus patrões, Lady Afrodite.

— Mas você não é minha criada. É minha irmã.

— Postiça. — E aquelas palavras foram o suficiente para encerrar a conversa, as duas ficaram em silêncio refletindo sobre os significados por trás daquilo tudo.

Afrodite sabia o plano, mas não conseguia entender por quê queria tanto levar Athena. Se seu homem fosse realmente importante, não deveria levar Deméter? Uma irmã ajudando a outra?

Mas não era isso que estava fazendo? Ajudando sua irmã? Postiça, certo, mas mais irmã do que Deméter.

Como pode pensar assim, Afrodite? Repreendeu-se a mesma. Se sua mãe lhe ouvisse enlouqueceria. Mas Afrodite simplesmente não conseguia parar de pensar naquilo. E ela sabia o porquê.

Ela estava sendo boa e carinhosa com Athena, coisa que a muito quisera fazer mas tinha medo de sua mãe, pois ela havia se apaixonado.

[...]

— Athena irá comigo a feira — Afrodite anunciou, como se fosse algo normal.

Levar Athena para o quarto para consertar um vestido? Normal. Pedir para ela arrumar seus cabelos? Normal. Levar Athena para “passear”? Nada normal.

— Por quê? — Perguntou Deméter, com ar de metida. Ela cruzou as mãos sobre o peito, chocando a bunda contra a lateral da passagem sem porta da sala para o hall.

— Porque eu quero ir pegar alguns vestidos, e preciso que ela me diga se consegue arrumá-los — desculpou a garota morena, abrindo a porta e pronta para sair quando a voz de sua mãe lhe atingiu.

— Traga os vestidos para casa e Athena arruma, se essa idiota não conseguir, mandamos de novo para a costureira.

— Para que tanto trabalho? — Perguntou Afrodite, batendo na saia lilás de seu vestido. — Ela não fará falta e quando voltar termina o trabalho. Vamos mãe, eu quero usar aquele vestido neste final de semana!

Após alguma insistência, Hera deixou a filha levar Athena.

[...]

— Ufa... — bufou Afrodite, no instante me que a carruagem começou a se distanciar da casa da mãe. — Precisaremos parar para dar um jeito em você... — Falou, observando o rosto sujo de Athena. — Infelizmente não trouxe nenhum outro vestido, mas podemos tirar esse avental, certo?

— O que você está fazendo? — Athena perguntou, sua voz carregada de surpresa. Ela estava tão sem fala que até usou o pronome de tratamento errado.

— Talvez salvando nossas vidas. — Respondeu a morena. — Olhe Athena, eu não sou idiota. Eu sei tão vem quanto você que em breve teremos que sair daquela casa, e eu simplesmente não posso esperar minha mãe achar alguém “adequado”! Se eu fosse continuar esperando, viveria na rua dentro de um mês.

Athena assentiu, sem entender a parte que lhe toca. Afrodite realmente havia saído muitas vezes nessas últimas semanas, sempre bem elegante e com um ar refinado.

— Eu sei que minha família lhe machucou muito, Athena — a moça dos olhos azul-verdes sorriu, sem graça. — Você provavelmente vai pensar que estou sendo falsa ou algo do gênero, e eu não lhe culpo! Eu realmente fui uma mimada quando seu pai morreu... Aliás, sinto muito por isso. Acho que nunca lhe falei isso...

Nem você nem nenhuma das outras, pensou Athena, embora a mesma estivesse admirada com o ato de Afrodite.

— Não há problema algum Lad...

— Primeira coisa, vamos parar com essa Lady. Minha mãe pode insistir em tratá-la como uma criada, e lamento mas não posso fazer nada sobre isso, mas para mim, você é minha irmã — Afrodite tocou o joelho da outra, sorrindo bondosa.

Athena estava sem palavras. Nunca imaginou que a irmã emprestada pudesse ter tamanha bondade dentro de si. A moça apenas a encarou, os olhos cinzas confusos.

— O que aconteceu com você?

— Me apaixonei, perdidamente, cara irmã — Afrodite aumentou o sorriso. — Pelo homem da minha vida e é isso que estamos fazendo, indo conhecer alguns rapazes.

[...]

Após Afrodite ter limpado seu rosto e seus cabelos, em um laguinho que encontraram no caminho, secando-os com algumas mantas da carruagem, ela ajeito seus cabelos de modo que caíssem como uma cascata de cachos pelas suas costas.

— Você tem certeza que isso é necessário? — perguntou a dona dos olhos tempestosos. — Quem olharia para mim, uma simples criada, ao seu lado Afrodite?

— De novo com essa história... — Afrodite xingou, enquanto a carruagem diminuía entrando na cidade. — Você não é minha criada, é minha irmã!

— Mas eu atuo como criada em sua casa, Afrodite, eu sou uma criada.

Nossa casa, Athena, nossa. — A mulher morena retirou o avental branco da cintura da mesma, batendo em seu vestido azul curto. O mesmo que o pai de Afrodite dera uma vez para Athena e o único que ainda lhe servia. — Que minha mãe não me ouça, mas mais sua do que minha.

Athena piscou. Quem era aquela e onde estava sua irmã fútil e mimada? Será que o amor realmente lhe mudará? Mas Athena queria aquilo? Claro que não!

Athena tentava ser gentil e aproveitar a gentileza de Afrodite, mas é claro que não iria conhecer ninguém. Primeiro, porque ninguém lhe olharia. Segundo, pois ela não queria. Não queria se apaixonar. Todos que amava eram brutalmente tirados dela, ou pela morte, como seus pais, ou levados embora, como Ártemis e Héstia.

— Apenas relaxe, você com essas roupas e velhas e sem maquiagem alguma é mais bela que qualquer uma dessas moças arrumadas. — Sorriu bondosamente Afrodite. — E se tudo der certo, nem eu nem você dormiremos na rua mês que vem.

[...]

Quando entraram naquele lugar, Athena percebeu o quão ferrada estava. Era uma padaria. Um belo lugar lotado de pães e bolos, doces e salgados. O cheiro quente do trigo assando chegava ao seu nariz e ela conseguia ver pessoas sentadas e comendo brownies, croissant, entre outras coisas gostosas.

— Ali! — Afrodite gritou sorrindo, indo em direção ao balcão. — Venha Athena, deixe-me lhe apresentar o amor da minha vida!

O homem que se virou e sorriu para elas era o oposto do que Athena imaginara. Ele era grande, forte e corpulento, mas não exatamente o homem mais lindo que Athena já vira, ele era até um tanto feio. Mas Athena não julgava pessoas por aparências e quanto o homem ruivo dos olhos dourados focou seu olhar em Afrodite, Athena percebeu o quão lindo ele era.

Sua aura parecia irradiar de uma beleza tão grande que ela ficou assustada. Ele olhou para Afrodite com a doçura de um mel nos olhos, sorrindo carinhosamente para a morena.

A mulher dos cachos escuros contornou o balcão e jogou-se nos braços do mesmo, um ato um tanto ousado sendo que não estavam casados.

Ma cherie — sussurrou o homem, o que Athena sabia que era o francês para “minha querida”.

Mon amour — devolveu Afrodite, passando as mãos pelos cabelos vermelhos do “seu amor”.

Depois do que pareceu anos, Afrodite se afastou do rapaz, sorrindo para Athena como se lembrasse que ela estava ali.

— Athena, venha — puxou-a pela mão, fazendo a loura contornar o balcão também. — Mon amour, está é minha irmã, Athena. Athe, este é o amor da minha vida, Hefesto Forgeron*.

Athena quase riu de Afrodite chamando-a de “Athe”, era quase como se elas houvessem voltado aos dias onde corriam e brincavam juntas. Nos dias que ela lhe chamava de “Dite”.

— É um prazer conhecê-lo, Lorde — Athena curvou-se, como deveria fazer ao ser apresentada para alguém importante. Quando voltou os olhos para os dois, Afrodite estava com uma expressão de desgosto e Hefesto ria.

— Não precisa chamar-me desta forma, Athena — Hefesto, que possuía uma linda voz grave, replicou. — Afrodite me disse qual o seu oficio naquela casa de horrores e agora entendo porque nunca mais ouvimos falar de Athena Sagesse*, filha do lorde Sagesse, milady.

— Oh, não — Athena o reprendeu. — Afrodite é uma Milady, eu sou apenas a criada e...

— Já chega com isso, Athena! — Afrodite falou, uma careta triste em seu lindo rosto. — Deixe-me explicar. Eu lamento muito por tudo que fiz, e lamento por minha mãe e irmã, pois sei que elas nunca irão se desculpar. Mas por favor, entenda que a única coisa que eu quero é compensar meus erros. Você é filha de Zeus Sagesse, você é a milady, ou lady, tanto faz, daquele lugar. Eu deveria curvar-me, não você.

Athena ficou em silêncio por alguns minutos. Nunca havia pensado daquela forma, e agora Afrodite simplesmente jogava toda a verdade na sua cara, finalmente abrindo os olhos da moça.

Mas antes que qualquer um pudesse falar algo, um rapaz com vestes de cozinheiro adentrou no lugar. Ele tinha lindos cabelos escuros e olhos verdes que deixaram Athena levemente perdida.

— Odeio atrapalhar, mas eu quase nunca saiu daquele castelo. — Falou o rapaz, a voz grave e bela fazendo Athena tremer. — Então podemos ir ou eu vou passar o dia na cozinha?


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Notas finais do capítulo

{*ferreiro em francês.
*sabedoria em francês.


Só para lembrá-los que a história da Cinderela se passa na frança, por isso toda essa referencia ao francês e tudo mais. E também porque eu sei o básico do básico de francês *ri*

"Quem será o nosso lindo ajudante de padeiro?" Deixem suas sugestões com um recadito, *ri* E se vocês não gostam de Afrodite e Hefesto me desculpem, eles simplesmente são perfeitos para mim.

Espero vê-los nos recaditos, por favor, é importante. Embora eu não cobre eles nem nada, eu quero saber o que vocês estão pensando. Se quiserem mandem uma M.P. com o que vocês acham, eu não vou ficar triste. Só me avisem!

Beijos}



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