A noite em Svante é iluminada pelas estrelas e Hasina a lua que orbita este planeta. O céu está incrivelmente belo e a pouca luminosidade da fronteira sul ajuda a realçar a beleza das estrelas.

Uma fogueira está acesa no meio do acampamento da Fronteira e as fagulhas dançam pelo céu. O silencio reina e o único barulho é do estalar das labaredas e uma respiração calma e tranquila. Todos dormem menos ele, o dono da respiração, seus olhos cinzentos encaram as chamas.

Seus sentidos parecem estar à flor da pele, a qualquer barulho ou sinal ele estará pronto. E ele ouve, o barulho pode parecer insignificante, mas ele sabe que não é. Desembainhar a espada é inútil porque ele nunca chegaria perto o suficiente do alvo, ao olhar ao redor vê um arco e flecha e pondera a opção, ele não deveria nem tocar em arco imagina usá-lo,mas essa é a única opção.

Pega o arco de um jeito desajeitado e ao tentar colocar a flecha quase atira no próprio pé, “péssima idéia” é o que ele pensa. Novamente ele ouve o barulho, só que dessa vez mais alto “está chegando mais perto” ele fala em seus pensamentos e ele não tem outra opção, terá que aprender a usar o arco em menos de alguns segundos.

Rapidamente pega a aljava recheada de flechas a maioria abençoada por Stinnes, com o arco na mão ele começa a andar para longe do acampamento, mas não é necessário caminhar tanto para estar de frente a frente com um Ander que estava rodeando o acampamento, coloca uma flecha abençoada por uma Stinne do Gelo no arco e está pronto para atirar. O Ander percebe sua presença e corre em direção ao garoto de olhos cinzentos e suas garras aranham o rosto do garoto, mas rapidamente a flecha atinge o tornozelo do Ander fazendo o mesmo ganir e tentar fugir.

O ganido não é de um Ander adulto, mas sim de um filhote o que faz o garoto ficar muito surpreso e ele tenta chegar mais perto para tirar a flecha do tornozelo do animal, mas o mesmo decide correr para longe do garoto:

– Ei! Espera... Eu não vou te machucar, quer dizer na verdade eu já te machuquei – ele balança a cabeça percebendo como suas palavras soam estúpidas

O Ander agora já desaparece na noite e o garoto começa a sua pequena caminhada de volta para o acampamento seu andar é desanimado e o arco e aljava estão apoiados em seu ombro, mas a flecha abençoada foi perdida.

Ao chegar no acampamento ele coloca o arco e a aljava no chão no mesmo lugar que em que ele os encontrou e sentou novamente na frente da fogueira e as fagulhas continuavam a dançar na noite escura pontilhada de estrelas.