Fragmentos Perdidos... escrita por Kriss Black


Capítulo 1
Down... Sirius & Lilian


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas.
Quase um ano sem postar nada ou se quer entrar no Nyah, que horror isso! Enfim, estava lendo o livro Fangirl algumas semanas atrás e me deu uma saudade desse nosso mundinho que resolvi escrever e eis que o Sr. Black surgiu na minha mente louco pra que eu contasse como ele se tornará meu personagem favorito e aqui estou eu pra contar como eu na minha louca cabeça imaginei que as coisas aconteceram para o Sirius virar a pessoa que foi...
Esperam que gostem e se emocionem como eu!
Como a maioria sabe adoro colocar playlists com minhas fics e nessa em especial, ouvi muito James Bay e Christina Perri então coloquem ele pra rolar que ficará ainda melhor a leitura.
Divertam-se.



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[Pov Sirius]

Andava sem rumo pelos jardins na vã esperança dessa incerteza parar de me atormentar e esse maldito sentimento sair daqui de dentro ou quem sabe essa culpa parasse de me angustiar, Não entendo como deixei isso acontecer, logo eu que sempre fui o mais racional de todos, o menos sentimental, aquele que dava a cara a tapa dentro de casa que recebia as mais horríveis maldições dos familiares por desvirtuar a família, estava me deixando abater por um sentimento tão sem sentido... Um dia ela era apenas uma colega de casa irritantemente inteligente, dona de um ego sufocante, assim como eu, e sem contar o mau gosto para amigos, afinal ela era amiguinha do Ranhoso, fato esse que me deixava ainda mias aborrecido, pois certas vezes desejei estar no lugar daquele ser rastejante e ter os sorrisos e afagos que ele recebia dela, era patético... Mas quando dei por mim ela passou a habitar meus sonhos, meus pensamentos, me pegava ansioso pra vê-la nas aulas ou pelos corredores, sentia o perfume dela por toda parte, tinha um desejo doentio de me perder naqueles lindos olhos que me deixavam completamente e pateticamente envolvido por sua presença. Não sabia mais como agir, pela primeira vez eu precisava que alguém me dissesse o que fazer, mas era orgulhoso demais pra pedir ajuda, então ficava sentindo aquele sentimento crescer a cada dia mais em completo silêncio, apenas amando-a de longe.

...

Quase um ano após compreender meus sentimentos por Lilian Evans, descubro que toda a implicância do meu melhor amigo James com ela, era o mesmo que eu sentia, ele também a amava. E o pior de tudo, ele era mais corajoso que eu e iria conseguir a garota e nesse dia começou meu tormento. Afinal Como contar ao seu melhor amigo e irmão que vocês amam a mesma mulher? Como agir? Deveria falar ou deixar rolar e ver que merda ia dar? Como escolher entre seu amor e sua família?

Estou nesse dilema e sem saber como agir, isso é totalmente errado tenho dezessete anos e não deveria ter que lhe dar com esse tipo de situação, deveria ser proibido essa incerteza, eu malmente conseguia olhar para meu amigo e logo ele iria perceber que algo estava errado e eu estaria perdido... A quem poderia recorrer pra me ajudar? Não poderia recorrer ao James por motivos óbvios e o velho Aluado muito menos, porque bem sabia que as experiências amorosas dele se resumiam à velha cadelinha poodle de sua mãe, sorri com esse pensamento e sabia que seria vitima de homicídio se eu falasse isso em voz alta, gargalhei sozinho sem humor. Quem me conhecia sabia que á tempos meus sorrisos não são completamente cheios de alegria como antes, pois por mais que minha vida em casa fosse uma merda com “M” maiúsculo, eu tinha meus amigos, minha família de verdade, mas agora até isso estava ameaçado.

Bufei e me levantei num salto do parapeito da torre de astronomia, já estava a mais de duas horas na mesma posição como se esperasse a resposta cair do céu ou conseguisse simplesmente arremessar esse amor na noite fria. Ultimamente passava muito tempo ali, fugia logo após o jantar e ficava ali até a hora do toque de recolher ou até mesmo depois, só porque sabia que ninguém iria querer subir todas aquelas escadas só pra ver se havia algum aluno ali, sabia que estaria seguro e sozinho como tanto desejava. Quem diria que eu, Sirius Black, fosse um dia sucumbir ao mal do amor e não poderia ter escolhido momento melhor pra dilemas amorosos, com o mundo bruxo prestes a explodir numa guerra e minha família querendo me levar para o lado sombrio dessa batalha.

- Patético! – bufei furioso comigo mesmo.

- Tirou a palavra da minha boca Black! – quando ouvi aquela voz gelei por dentro. O que ela fazia ali?

- Perdeu algo aqui em cima Evans? – perguntei ríspido.

- Até onde eu sei qualquer aluno pode transitar pelo castelo. – disse me fuzilando com o olhar e percebi que algo estava errado com ela. – Mas vejo que essa torre está super lotada, por você e sua arrogância! – a raiva me consumiu.

- Engano seu! Ela super lotou quando você entrou com seu ego! – retruquei. – E já estava de saída, Mademoiselle! – fiz um reverencia e comecei a sair.

- Não por mim... – ela andou no mesmo momento que eu e nossos corpos se chocaram, Lilian perdeu o equilíbrio e só não caiu por que eu a segurei pela cintura.

Ficamos lá sem saber o que fazer, ela segura em meus braços e eu preso naquelas duas esmeraldas que eram seus olhos, vi os lábios dela se mexerem querendo pronunciar alguma palavra, mas assim como eu Lilian estava envolvida naquele estranho momento.

- Idiota. – ela conseguiu dizer depois de um tempo me empurrando, mas eu continuei no mesmo local.

- Por que eu tenho a sensação de que você quer falar outra coisa? – sussurrei e a vi ficar rubra pela nossa proximidade.

- Como disse, I-D-I-O-T-A! – repetiu dando ênfase na ultima palavra. – Agora me solta.

- Como quiser. – a libertei dos meus braços e ela caiu de bunda no chão.

- Seu ogro. – reclamou enquanto se levantava e outra vez percebi que havia algo de estranho no olhar dela, parecia que ela estava prestes a chorar.

- Você pediu e eu atendi. – retruquei.

- Vocês homens são um bando de ogros, odeio todos vocês. – ela ficou de costa pra mim, com a voz embargada.

- Desculpa... – disse com sinceridade.

- Desculpas não vão mudar o que vocês fizeram. – resmungou.

- Posso saber do que realmente estou sendo acusado? – disse indo ficar de frente pra ela e me assustei quando vi seu rosto banhado de lagrimas, meu coração apertou e tive que conter o impulso de abraçá-la.

- Não posso mais fazer nada por ele. – disse se entregando de vez as lagrimas e caindo de joelhos na minha frente. – Ele se juntou aos outros e não há nada que eu fale ou faça que mude isso... Tudo está perdido!

- Do que você está falando, quer que chame alguém? – perguntei me abaixando também. – Vou chamar a Molly.

- Não quero ninguém! Nunca entenderam nossa amizade, sempre o julgaram mal... – mais lagrimas. – Eu era a única que ele confiava, eu deveria Sr a única que ele ouvia, mas algo mudou e ele não me quer mais como amiga!

- Está falando do Ran... do Snape? – perguntei tentando inutilmente evitar falar o apelido dele.

- Está vendo? – ela fuzilou. – É por isso que ele não suportou, vocês não o deixam em paz desde que chegamos aqui! E por quê? Sirius, por quê? – ela nunca tinha me chamado pelo primeiro nome e não gostei nada do modo como ela chamou, tinha tanta magoa na voz dela que tive vergonha de minhas ações. Fiquei calado apenas olhando as lagrimas molharem aquele rosto tão delicado e cheio de tristeza.

- Não sei... – disse debilmente. – Era apenas coisa de moleque.

- Você tem noção do que faziam com ele? – ela perguntou. – Do modo como o feriam? Ele é um ser humano e merecia o mínimo de compaixão! – Lilian tremia enquanto falava e eu estava me segurando ao maximo pra não afagar seus ombros.

- Eu simplesmente brincava com ele, não pensei que fazia tanto mal assim, eu apenas não gosto dos Sonserinos. – tentava me justificar. – Quer que eu o chame? – perguntei me levantando.

- Não! – ela gritou. – A decisão já foi tomada e agora eu não posso mais falar com ele, não depois do que ele me disse, não depois do que sei que ele vai fazer. Ele não me quer mais por perto...

- E por que você está assim? – perguntei tirando uma mexa de cabelo do rosto dela.

- Por que dói. – ela colocou a mão no peito. – Dói perder um amigo, um irmão, um amor. – as palavras dela me pegaram de jeito. Ela deve ter percebido alguma mudança na minha expressão por que em olhou de um modo estranho. – Nem sei por que estou falando isso pra você... – ela limpou as lagrimas com a costa da mão. – Você não entende nada mesmo, não ama ninguém alem de você mesmo.

Isso poderia até ser verdade um dia, mas há algum tempo que aquela característica não era mais digna, pois havia sim uma pessoa que eu amava mais e essa pessoa estava ali na minha frente em prantos e o pior que ela estava daquele jeito por culpa minha também.

- Se você diz, então deve ser verdade. – falei tentando esconder a magoa na minha voz. – Vou deixar você sozinha!

Então aconteceu algo que se eu mesmo não tivesse presenciado não acreditaria, Lilian se levantou e me abraçou, seus braços me seguraram pelo pescoço e me envolveram num aperto, fiquei sem saber o que fazer por alguns instantes pra logo em seguida a abraçar em resposta, sentia as lagrimas dela molharem meu ombro e a apertei com mais força, encaixando com perfeição nossos corpos, como se fossemos moldados um para outro e isso encheu meu coração de esperança.

- Não me deixa sozinha. – Lilian pediu num fio de voz que vez meu corpo todo enrijecer em resposta, é claro que eu não a deixaria só.

Ficamos lá por incansáveis minutos, não saberia dizer o quanto, mas sei que eles seriam pra sempre guardados na minha memória, pois estar com Lilian em meus braços era a melhor sensação do mundo, era como se meus sonhos tivessem se tornado realidade, a mais de um ano desejei um momento como aquele, mas algo ali não estava certo e eu não conseguia entender o porque. Nesse momento o obvio me veio à mente.

Por que ela estava me abraçando? Ohh Merlin ela não pode estar apaixonada, não por mim!

- Está melhor? – perguntei rente a sua orelha depois de um tempo.

- Acho que sim... – ela me soltou e me fitou com aqueles olhos sinceros. – Desculpa por isso... Sei que não devia. – ela abaixou os olhos.

- Sei que não somos amigos e nem nada parecido, então por que você fez isso? – perguntei incapaz de conter a língua.

- Por que... – ela estava constrangida e mais uma chama de esperança surgiu no meu coração. – Você é um irritante, mas eu precisava de um abraço. – e lá estava à velha Evans de sempre.

- Estava demorando. – falei um pouco mais desapontado do que pretendia. – Bem, disponha!

Andei rumo à saída da torre sem dizer mais nada, tinha medo que minha voz me denunciasse, já estava descendo as escadas quando me dei conta do idiota que estava sendo, quando eu teria outra chance de falar com ela a sós? Dificilmente isso aconteceria, dei meia volta e subi os degraus correndo. Quando cheguei ao topo da escada ela estava de costa pra mim e não pensei duas vezes ao virá-la segurando em seu braço, ela praguejou baixinho e sei que ela viu algo em meus olhos porque ficou quieta, olhei fundo naqueles olhos verdes e a beijei sem permissão, ela lutou por um breve tempo, mas logo se entregou por completo e assim que percebi que ela parara de resistir pedi passagem com a língua e saboreei o gosto dela, que era bem como eu imaginava doce e marcante, puxei-a pela cintura deixando nossos corpos rente um ao outro, Lilian emaranhou a mão em meus cabelos e forçou minha cabeça pra frente querendo aprofundar ainda mais o beijo, estava em total estado de estase, tê-la em meus braços e correspondendo ao meu beijo era muito mais do que eu poderia querer, porem cedo demais à necessidade de respirar me abateu e tive que me separar dela, mas foi o mínimo possível, pois uni nossas testas e mantive meus braços ao redor de sua cintura.

- O que foi isso? – perguntou Lilian ofegante.

- Quer mesmo que eu responda?! – perguntei rindo de lado.

- Acho que não... – ela selou nossos lábios uma segunda vez e não neguei ao pedido dela, beijei-a outra e mais outra vez.

- Ok, agora já chega! – ela falou saindo de perto de mim.

- Por quê? – perguntei a abraçando por trás. Sentindo o perfume que emanava dos cabelos dela, o mesmo cheiro que sentia por toda parte nos últimos tempos.

Ela pareceu amolecer ao meu toque e aquilo valia mais do que todos os galeões no meu cofre, aquela noite havia começado com um mártir imenso e agora estava sendo a coisa mais maravilhosa que eu já tinha vivido, poderia ser o destino me avisando de que James talvez não reagisse tão mal assim quando soubesse de nos dois, talvez o destino estivesse falando pra eu ser feliz, pra eu deixar meu coração me guiar pelo menos uma vez. Beijei o pescoço dela com carinho e me inebriei pelo perfume de rosas e a textura delicada de sua pele.

- Combinei de sair com o James! – ela falou me assustando e rapidamente a virei pra mim.

Olhei aqueles olhos verdes e neles toda a confusão pelo que estava acontecendo entre nós dois estava espelhados, podia ver que ela travava uma batalha interna e eu ainda tentava assimilar sua ultima frase.

- Como assim? – perguntei confuso.

- Encontrei com ele um pouco antes de falar com o Sev e eu aceitei ao convite, mas não pensei que uma coisa dessas poderia acontecer! – ela gesticulava nervosa apontando pra nos dois. – Você me pegou de surpresa e eu também fiquei surpresa com a minha reação! Não sei o que está acontecendo comigo...

- Pois eu sei muito bem o que acontece comigo! – respondi um pouco mais ríspido que pretendia.

- Sorte a sua... Por que de uma hora pra outra o cara que eu sempre odiei me beija e o pior eu correspondo e fico toda cheia de dúvidas e vontade de repetir a dose. – ela bufou passando a mão pelo cabelo.

Eu sorri com a declaração dela. – Quer repetir é? – perguntei me aproximando.

- Fique ai. – ela pediu com a mão estendida. – Ainda não disse a pior parte... Eu estou apaixonada pelo James ou estava ainda não sei!

Aquilo foi o bastante pra tirar o sorriso do meu rosto...

- Já vem acontecendo á um tempo, flertes aqui e ali, mas ainda não tinha admitido a mim mesma que estava gostando dele, então não sei por que beijei você, afinal que momento mais horrível Sirius, estou sofrendo pelo meu amigo. – ela respirou exasperada. – É isso, estou fragilizada e deixei me levar...

A cada palavra meu peito doía, quando lhe disserem que o coração não dói é uma grande mentira, pois o meu latejava a cada palavra que saia dos lábios rosados de Lilian, não sabia o que era o pior ela estar apaixonada pelo James ou atribuir aquele momento entre nós dois a fragilidade do seu espírito e me deixei encher pela esperança de que algo poderia estar acontecendo ali e estava me odiando por ter me permitir em fazer isso. Podia ver a confusão nos olhos dela e sei que ela podia ver o quanto estava me machucando porque a essa altura eu já nem conseguia mais fingir nada, meu coração estava destruído demais, nos fim o James havia ganhado e nem precisou lutar, ela o escolhera.

- Lilian, desculpa se pareceu que tente me aproveitar do teu momento de fragilidade, mas... – passei a mão nos meus cabelos tentando achar as palavras certas. – Há tanto tempo que venha ansiando por um momento como esse que não me contive ao perceber que poderia estar desperdiçando a chance da minha vida. Pode parecer exagero pra você agora, mas vai chegar o dia que irás olhar pra uma pessoa e ver que o ambiente se ilumina com a simples presença dela, que irás ouvir o som da risada dela durante a noite ou simplesmente sentir o perfume dela em tudo que toca e quando isso acontecer saberás o que sinto. – andei pra mais perto dela que me olhava de olhos arregalados. – Sou um desertor Lilian, em tudo na minha vida, porque no amor seria diferente? Esse momento valeu a pena, pois me mostrou que sou capaz de sentir e me provou mais uma vez o quão diferente sou dos meus familiares, porque se você estiver feliz, eu estarei também! – falei tudo que meu coração sentia, não me importando se pareceria patético ou não, precisava externar aquilo tudo.

- Sirius... – ela caminhou na minha direção. – É muita coisa pra minha cabeça, até uns minutos atrás nem sabia que eras capaz de sentir algo. – ela sorriu tímida. – Eu realmente não sei o que está acontecendo, mas eu realmente achava que estava apaixonada pelo James, preciso ver se isso é verdade ou não. Entende? – ela tocou meu maxilar com carinho e tive que me controlar pra não beijá-la outra vez. – Não acho que você tenha agido de má fé, mas hoje, agora realmente não seria um bom momento para isso!

Outra facada no peito, mas podia ver a sinceridade das palavras dela e sabia que tudo que havia dito era verdade, estaria feliz se ela estivesse. Havia compreendido aquilo ali naquela torre, sempre cuidaria dela não importasse o que acontecesse, ela seria meu eterno amor. Lilian sorriu triste e foi andando rumo à saída... Lá no meu intimo eu sabia que essa seria uma imagem corriqueira na minha vida, vê-la indo pra longe de mim e sabia que a cada partida seria um pedaço de mim que iria, mas também sabia que aprenderia a conviver com isso. Fiquei mais algumas horas ali na torre tentando digerir tudo aquilo e tentando mensurar os danos no meu interior.

...

Passaram-se algumas semanas para que o inevitável acontecesse e Lilian começasse a namorar com o James, claro que ela o escolheria, afinal ele era o mais seguro de se ter algo, era tão maroto quanto os outros, mas era mais maleável e sabia se encaixar em todas as situações e realmente estava apaixonado por ela, isso eu sabia muito bem afinal James era meu melhor amigo e era visível como ele estava mudando por ela e como ele estava ali por ela pra tudo, era doloroso vê-los juntos e Lilian evitava ao maximo ficar com James quando eu estava por perto, fato esse que agradecia intimamente, James nem podia sonhar com o que acontecerá aquele dia na torre ou com toda certeza seria o fim da amizade deles, preferi guardar aqueles minutos de felicidade como um presente do ser maior que olhava por eles, pois sabia que aquele momento não se repetiria, pois Lilian Evans e James Potter nasceram um pro outro.

Messe depois...

- Sabia que estarias aqui. – falou Lilian me assustando.

- Gosto de vir aqui pra pensar. – falei sem olhar pra trás. – Porque estava me procurando?

Ouvi-a respirar fundo e caminhar par mais perto de mim, meu coração acelerou só por ela está tão próxima, nos últimos meses mantínhamos a distancia um do outro, lados opostos da mesa, dos ambientes, afinal nos encontrávamos mais do que eu gostaria...

- Vais ficar eternamente na defensiva comigo? – ela tocou meu ombro e virei-me.

- Acho que com o tempo vai melhorar, mas por enquanto prefiro ficar assim. – falei friamente.

- Se preferes assim. Queria te falar uma coisa... – ela torcia as mãos nervosamente.

- Diga.

- O James me pediu em casamento. – falou num fio de voz.

Olhei naqueles olhos verdes, tão límpidos e sinceros, não conseguia ficar com raiva dela ou do meu amigo, eu estava me tornando um babaca completo, mas podia sentir algo crescendo dentro do meu peito, uma pitada de ressentimento talvez, ainda não consegui definir.

- Você está feliz? – perguntei segurando as mãos dela e tentando aproveitar ao maximo aquele simples toque.

- Muito, não imaginas o quanto, mas estou triste por você! - confessou Lilian e lá estava a maldita dor no peito outra vez.

- Não fique. Não quero o seu pesar. – murmurei e ela apertou a minha mão com carinho. – Mas porque veio me falar disso?

- Porque desde aquele dia você não sai da minha cabeça, não da maneira que você queria, mas... – Ela me puxou para que eu a olhasse. – Nunca ninguém me beijou daquele jeito, nem mesmo James... Sei que você me ama de verdade, também sei o quanto isso é importante pra você. – ela sorriu triste. – Mas não quero que você se torne outro Severo, hoje sei o porque da decisão dele se tornar um Comensal as Morte, foi porque ele viu eu aceitando o convite do James, pode parecer pretensão, mas sempre soube que ele me amava e algumas vezes até pensei que eu também o amava, mas somos diferentes, e não quero que você se torne uma pesso assim...

- Não sou aquele maldito Sonserino, sei muito bem onde posso e não posso me refugiar. – retruquei interrompendo o discurso dela.

- Sei que não. Sirius, sei como me amas porque é o mesmo que sinto pelo James, entende. – ela acarinhou a minha mão com o polegar sorrindo triste. - Você me ama da mesma proporção que eu o amo. Não quero que se sinta menor que ele, porque fui eu que fiz uma escolha e você tem sido honrado em permanecer neutro nisso tudo. – ela afagou meu rosto. – Se ele não me amasse não sei se faria o mesmo que você, não seria forte o suficiente. Então achei justo eu falar a você que iremos nos casar... Como modo de lhe agradecer por tudo que és.

- Justo seria se você ficasse comigo, se você olhasse pra mim como olha pra ele e agora vem aqui querendo sei lá o que... Porra Lilian, será que não vê o quanto estás me machucando?! – gritei exasperado, porque sabia que ela estava certa, em algum momento nesses meses me tornei compreensível, mas agora ela iria pra sempre e isso estava me matando.

Lilian olhava pra mim assustada, afinal ela sempre me virá inerte meio que alheio ao namoro dela e diante da imagem dela, eu voltei a ser aquele Sirius compreensível e amigável e engoli o ressentimento.

- Desculpa, não queria gritar.

- Tudo bem, eu merecia ouvir isso! – ela eliminou o espaço que nos separava e me abraçou. – Se eu pudesse mandar no que sinto, saiba que eu escolheria você! Por tudo que se tornou, és um homem digno Sirius e estou muito orgulhosa de você. – murmurou.

- Seja feliz Lilian. – pedi num sussurro. – Faça meu irmão feliz!

- Nós seremos e você também será. – falou saindo dos meus braços. – Você é um grande homem Sirius, fará grandes coisas na sua vida e sei que serás muito importante em nossas vidas.

Apenas assenti e ela me lançou um sorriso triste, deu um beijo no meu rosto e caminhou rumo à saída...

E lá estava à imagem outra vez, ela se distanciando de mim, indo ao encontro de outra vida, uma vida em que eu não estaria ao menos não como ansiava. Ela se distanciaria de mim no altar enquanto caminhasse ao encontro do meu melhor amigo, se distanciaria enquanto corresse atrás do primeiro filho deles, se distanciaria quando caminhasse de volta pra casa, ela se distanciaria de mim por toda vida e eu apenas podia assistir e tentar ser o melhor amigo, melhor confidente e o melhor em amá-la a distancia.

....


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Notas finais do capítulo

E ai? Um review...
Espero de coração que tenham curtido essa meu devaneio e caso não tenham curtido podem comentar o porque. hahahaha
Espero que tenha ficado bom, porque a tia aqui estava meio enferrujada em escrever. #triste
Bom o intuito desse projeto é eu colocar vários contos soltos, dos meus personagens ou trechos perdidos dos livros e séries que marcam e marcaram a minha vida, então espero postar outro em breve!
Bjnhos amores.



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