Vida, sonhos e morte escrita por GoodLuck


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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Eu o conheci em um dia chuvoso de Los Angeles, enquanto esperava meu café ficar pronto. Ele havia acabado de entrar na loja e estava terrivelmente molhado pela chuva que tomara, seus cabelos que beiravam o ombro estavam pingando assim como suas roupas, e toda aquela feição apesar de irritada parecia-me atraente e singular.

Vi seus lábios se mexerem em um xingamento baixinho enquanto se aproximava do balcão atraindo atenção de alguns. Chamou um atendente e fez o seu pedido, decidindo aguardar próximo a mim. O encarei e sorri tímido.

—A chuva está forte não? - Ele concordou com a cabeça.

—Minhas roupas concordam com você -O rapaz deu uma pequena risada nervosa e voltou-se pra mim -Hoje estou totalmente azarado, a chuva não ajuda aqueles que andam de metrô.

—Ela não ajuda ninguém.

—Isso foi meio sombrio, não? -Disse em um tom de brincadeira.

—Sim, por que....- Me aproximei alguns centímetros dele e sussurrei de forma grossa - Eu sou o Batman—Seus belos olhos castanho-esverdeados se arregalaram minimamente e ele logo soltou uma gargalhada.

—Oh, olá Sir Wayne , meu nome é Frank. -Estendeu sua mão para me cumprimentar.

—E o meu é Harry -Apertei levemente sua mão, sorrindo, recebendo outro em troca.

—Sr. Langdon, seu pedido está pronto - A atendente disse ao pousar um copo no balcão à minha frente, cheio do líquido escuro que tanto venerava.

—Quer se sentar? -Perguntei já sentindo meu rosto queimar. Aquela deve ter sido a primeira vez que tomei a iniciativa para algo, o sentimento era ótimo. -Claro, por que não? -Segurei o copo entre minhas mãos e o acompanhei até a mesa mais próxima.

Aquele ser de cabelos escuros e baixa estatura me conquistou desde o primeiro sorriso, parecendo clichê ou não, eu não precisava e não ignoraria todos os sinais que provariam isso. Frank se tornou acima de tudo meu melhor amigo, sempre apoiamos nosso relacionamento nisso. Toda aquela confusão e desejo que ele carregava em si passou a ser contagiosa e se apropriou de mim, de uma maneira extremamente prazerosa e significativa. Tudo que o envolvia tinha um gostinho de aventura e euforia. Sempre fora envolto em uma áurea diferente da minha, via a esperança em tudo e em todos, era motivado a fazer qualquer um que estivesse triste ao seu redor dar um sorriso, ele conseguia render todos, principalmente a mim, era impressionante sua capacidade de interação social, nisso Frank era mestre.

A primeira e até então única vez que o vi sendo pessimista foi no diagnóstico de sua doença, um câncer que estava em um estágio bem avançado, sem chance de cura.

A partir desse dia vi o meu menino desmoronar aos poucos, vi sua vitalidade e esperança desaparecerem, e com isso tentei com todas as minhas forças convencê-lo de que iria melhorar, mas quem disse que ele ouvia? Frank sempre fora teimoso.

Havia dias em que eu o pegava sentado na frente da janela de seu apartamento, encarando o nada, às vezes havia lágrimas escorrendo pelo o seu rosto e às vezes a raiva o tomava, ele ficava mudo, mal se mexia, como se ele estivesse em um estado atônito. Aquilo doía em mim de uma maneira terrível, toda fez que o fazia, eu sentava ao seu lado e o envolvia com meus braços, escondendo meu rosto em seu pescoço, na tentativa de acalma-lo. "Vá embora Harry, não quero que me veja assim" ele sempre dizia e eu sussurrava em resposta "Eu sempre vou estar ao seu lado, pequeno".

Com dois anos de namoro eu o pedi em casamento e Frank, com toda a sua felicidade e euforia pulou em cima de mim falando mil "sim" distribuindo vários beijos pelo meu rosto. Naquele dia vi o meu Frank voltando á vida, seu sorriso e o brilho de seus olhos voltaram pra mim.

Nessa tarde, fomos a um parque e simplesmente ficamos ali, deitados na grama bem cuidada, trocando carícias e sorrisos bobos. Eu queria que permanecêssemos assim para sempre, mas nossos planos foram mudados e aquela maldita doença levou o meu Frank consigo, deixando-o preso a uma cama de hospital.

Eu sempre permaneci ali ao seu lado, tentando lhe animar, mas era quase impossível, parecia que todo o espaço que antes era cheio de alegria e esperança fora tomado pela escuridão, e eu rezava, todo maldito dia para que ele melhorasse ou para que ela me levasse em seu lugar, mas isso nunca acontecia. Estava desesperado, querendo apenas que Frank saísse daquele lugar monótono e visse o quão bonito o mundo ainda podia ser, mas seu corpo e sua alma não me ajudavam, permaneciam frágeis e fracos.

Há cinco anos, Frank teve uma convulsão séria, o que resultou em um coma induzido pelos médicos na tentativa de mantê-lo vivo, mas desde então ele não responde a mais nada, está em estado vegetativo. Já haviam tentado de tudo eu já estava esgotado de tanto chorar, mas aquela fagulha de esperança ainda estava ali, esperando pelo dia em que ele abriria aqueles lindos olhos brilhantes e sussurraria um "bom dia" envolvendo-me em seus braços.

Hoje é o dia do aniversário dele, era mais um ano sem sua presença. Carregava em uma de minhas mãos uma rosa branca no intuito de trocar a que permanecia no pequeno vaso ao lado de sua cama. Caminhava até o hospital naquele ritmo sem pressa, olhando ao meu redor e invejando àqueles que andavam com seus amantes de mãos dadas, com sorrisos estampados em seus rostos, provavelmente vendo aquele dia mais colorido do que eu. Finalmente cheguei ao meu destino, adentrei a aquele prédio enorme cumprimentando as tão bem conhecidas enfermeiras do local. Parei diante da porta do quarto 411 e a empurrei lentamente, entrando cabisbaixo.

Aproximei-me da cadeira que jazia ao lado da cama de Frank e sentei ali.

—Bom dia, Frank –murmurei baixinho acariciando sua pele agora tão pálida e quase sem vida –Hoje é seu aniversário e pensei que talvez você gostasse dessa rosa, sei que é sua favorita –pousei a flor próxima ao rosto dele e deitei minha cabeça em seu peito, acariciando levemente a região –Esse ano parece que o halloween vai ser animado lá perto de casa, havia uma criança vestida de Frankenstein, andando estranhamente –soltei uma pequena risada – Lembrei de você na hora, acho que para comemorar , talvez eu compre alguns doces para distribuir, sei que adora se fantasiar e assustar criancinhas por ai e depois dar doces como forma de desculpas. Hey, lembra daquela vez em que a gente estava indo à uma festa fantasiados de vampiro e zumbi e eu tive a brilhante ideia de perseguir um pobre garotinho? –exibia um sorriso nostálgico, ergui meu rosto de seu peito e aproximei do seu, encarando aquela feição serena e imóvel.

—Ele ficou tão assustado que tropeçou e caiu em uma poça d’água –rocei a pontinha do meu nariz pela bochecha de Frank, sutilmente –E você ficou todo preocupado com ele, perguntando se estava tudo bem e acabou dando uma nota de vinte pratas pra ele parar de chorar –suspirei pesadamente com um sorriso mínimo em meu rosto. Toquei seus lábios minimamente com os meus, selando aquela lembrança –Sinto falta de você, pequeno—sussurrei baixinho, confidenciando-o aquilo.

Afastei-me dele e segurei firmemente uma de suas mãos. Após alguns minutos ouvi pequenas batidas na porta e o médico dele, juntamente a uma enfermeira entraram naquele quarto excessivamente branco.

—Bom dia Sr. Langdon, como está hoje? –cumprimentou-me educadamente, assim como a enfermeira.

—Bem, eu acho –respondi mecanicamente.

O médico preparou alguns instrumentos e fez as análises diárias em Frank, testando seus sentidos e etc., o que normalmente fazia. Depois de terminado, suspirou e puxou uma cadeira próximo a mim (bem, aquilo era novidade) e me encarou com um sentimento diferente em seu olhar.

—Harry, Frank não teve nenhum avanço, ele ainda depende totalmente das máquinas para continuar a viver –ele fez uma pequena pausa, cruzando suas mãos e as pousando em seu colo -Cinco anos é tempo demais para se manter uma pessoas nessas condições,...- ele me olhava apreensivamente -Eu e mais alguns médicos decidimos que está na hora de você escolher o destino dele, como marido, a responsabilidade é inteiramente sua -quando percebi aonde ele queria chegar com tais palavras, não pude segurar minhas lágrimas, as deixando percorrer livremente pelo meu rosto.

—Sr. Langdon, você aceita desligar os aparelhos que mantêm Frank vivo? -limpei minhas lágrimas e encarei o corpo adormecido de Frank. - Posso pensar um pouco? –murmurei observando o menor.

—Claro -o médico levantou-se e saiu dali silenciosamente. Segurei novamente a mão de Frank, fechado meus olhos tentando me acalmar.

De repente, senti uma mão apertar meu ombro esquerdo, virei assustado, me deparando com Anne, amiga de Frank e enfermeira do hospital.

—Harry, soube o que o médico lhe propôs e bem, há um tempo, Frank me entregou uma carta, para te entregar no dia em que ele.... morresse, mas acho que esse momento é mais propício, vai ajudá-lo a se resolver -ela retirou um envelope dobrado com aspecto amarelado de seu avental e me entregou , saindo da sala logo após, dando-me privacidade.

—O que você aprontou dessa vez, hein, Smith? -falei, logo abrindo o envelope e desdobrando a tal carta:

Harry,

Comecei essa carta com o intuito de lhe dizer adeus, mas de jeito algum quero fazer você sofrer.... Quer dizer, sofrer mais do que vem sofrendo esses dias. Estou aqui em uma cama de hospital escrevendo isso, enquanto definho aos poucos, vendo meus dias passarem devagar, encarando essa maldita janela minúscula, esperando que meu último suspiro vá embora, seria melhor se isso ocorresse logo.

Por favor, não pense que estou desconsiderando seus sentimentos ao ser tão egoísta em relação a minha vida, muito pelo contrário, você é a única razão pela qual optei em continuar lutando, fazendo todo tratamento que me sugeriam, mas... estou cansado, entende? Cansado de acordar todo maldito dia nesse quarto monótono e ver você dormindo em uma poltrona desconfortável, visivelmente perdendo toda aquela vitalidade que carrega dentro de si (ou costumava carregar), esperando que um maldito milagre faça com que minha saúde volte ao seu estado normal trazendo aquele Frank sorridente de volta, só que isso não vai acontecer, é tarde demais e já te prejudiquei demais.

Quantas vezes já te disse pra ir viver a sua vida e me deixar aqui sozinho, ou gritei idiotices descontando minha decepção em você? Quantas vezes eu acordei de madrugada ao escutar o seu choro baixinho pedindo que eu vivesse mais um dia?

Eu sei que já te disse muitas coisas duras desde a descoberta da minha doença, e que você relevou muita coisa, muita merda que eu joguei em você, e eu peço desculpas de novo, realmente não foi a minha intensão. Eu quero que lembre-se de mim com carinho e que todas essas memórias ruins que te dei sejam enterradas comigo.

Você é e sempre será o meu garoto de olhos verde-oliva, que sorri com cada bobagem que falo, que me abraça no meio da noite com o intuito de proteger-me do mal que me aguarda quando acordar no próximo dia, será o único a quem pertenci e pertencerei para sempre, o dono dos meus sorrisos e toques, dos meus segredos e do meu amor.

Deixarei você um dia, provavelmente no dia em que lerá essa carta, mas sempre se lembre o quão forte você é, e quão lindo você fica quando feliz (por favor, não prive o mundo disso) desculpe se vou lhe fazer chorar, essa é a ultima vez eu lhe prometo .

Enxuguei meus olhos e lhe dou o meu último sorriso, por que ele lhe pertence assim como o resto de mim.

Eu amo você, Harry, não se esqueça disso.

Frank Smith.

P.S.: Obrigada pelas ótimas memórias que me deu e por deixar-me passar meus dias ao seu lado.

Terminei de ler tais palavras quase despedaçando sobre aquela poltrona. Frank não queria mais aquilo, viver a base de tratamentos e remédios que tiravam toda a sua vitalidade, ele só queria terminar sua vida ao meu lado, e eu não consegui enxergar isso.

Guardei sua carta no bolso traseiro de minha calça e sentei na beirada da cama, inclinando-me para beijar seus lábios de novo.

—Eu não queria me despedir de você, não agora, não enquanto somos tão jovens -As lágrimas agora desciam com mais velocidade, molhando o rosto de Frank também, pela proximidade dos mesmos -Eu fui muito egoísta não é? Eu não deveria te manter nesse estado por tanto tempo, eu deveria ter te deixado ir, eu deveria... -minha respiração estava acelerada, e não conseguia mais falar por conta dos soluços -Não Frank, não, não, não.... -Encarei suas feições serenas e voltei a chorar com mais força, parecendo uma criança. Parecia que eu finalmente tinha percebido do que se tratava aquela situação, o coma, os aparelhos e a doença.

Pousei meu rosto na curva de seu pescoço na falha tentativa de me acalmar, sentindo não mais o seu perfume usual ou sua pele morna, mas sim uma distorção daquilo. Àquele que descansava ao meu lado era apenas o corpo dele, sua alma já havia partido, o meu Frank não estava mais ali. Ergui meu corpo da cama, mas ainda sim permanecendo sentado ali e apertei o botão próximo a mim que chamaria o médico responsável.

Em menos de 10 minutos, já ouvia batidas contidas na porta.

—Entre, doutor -O mesmo entrou e me encarou esperando a resposta do que tinha perguntado anteriormente -Você pode desligar os aparelhos, eu estou pronto -O médico maneou a cabeça positivamente e pegou a ficha de Frank, anotando algo. -P-posso ficar aqui, enquanto.... você sabe.... faz todos os procedimentos.

—Claro, Sr. Langdon -Ele continuou a preencher os formulários e a arrumar tudo para a partida de Frank, e eu o apenas observava, me controlando para não voltar a chorar como antes.

—É agora -Anunciou. Aproximei meu rosto de seu ouvido e sussurrei: "Descanse em paz, Frankie ". Fechei meus olhos ao ouvir um apito contínuo, anunciando que o coração dele já não mais batia

...

Segurei entre meus braços o vazio, aquele espaço em que antes era ocupado por um corpo. Deslizei meus dedos em meus próprios braços, abraçado a mim mesmo, imaginando seus dedos mornos, acariciando-me carinhosamente, me tratando como o seu bem mais precioso. Ele me olharia, com aqueles seus olhos brilhantes, cheios de ternura e amor que eu sabia que carregava por mim, e eu corresponderia com a mesma intensidade, partilhando do mesmo sentimento.

Seguraria em sua roupa, com certeza escura, pois ele insistia que ficava mais magro com roupas escuras, e aproximaria meu rosto do seu, sentindo sua respiração se chocando com a minha pele, Frank acariciaria uma de minhas bochechas, como era acostumado a fazer e sussurraria coisas bonitas, coisas talvez, que apenas eu achava bonitas, mas nenhum dos dois ali se importaria com isso. E quando terminasse, iria arrastar manhosamente sua mão do meu rosto para a minha nuca e me puxaria para um beijo intenso e carregado de sentimentos. Travaríamos uma guerra, com nossas bocas, para chegar a conclusão de quem seria o dominador e quem seria o dominado. Seria aquela guerra perfeitamente inconstante, onde minhas mãos brincariam com seus cabelos escuros, contrastando com minha pele ridiculamente branca. Como sempre fazíamos quando sozinhos, pararíamos na cama, e ele simplesmente me amaria, com o seu mais belo e sincero sorriso, por que ele sempre me dava o seu melhor.

Ainda encarando o espelho, segurei aquele terno negro entre minhas mãos e o abracei, meus olhos não aguentaram a pressão de suas memórias e vazaram, eu chorei novamente, apesar de cansado de fazer isso, era inevitável, meu corpo e mente estavam cansados, não aguentava mais essa dor, queria colocá-la pra fora, queria Frank ao meu lado, me abraçando e acariciado minhas mãos, tentando me consolar, mas aquilo era impossível, agora eu só tinha essas memórias que persistiam em brincar na minha cabeça, deixando aquela situação mais difícil que já era. Eu tinha que vê-lo, tinha que reunir forças para continuar. Vesti-me com o mesmo terno e de novo encarei o espelho, meus olhos estavam totalmente vermelhos, eu não estava no melhor de meus estados, na verdade o pior deles. Reparei em que uma de minhas mãos um anel metálico brilhava, aquele era o anel que havíamos trocado anos atrás e simbolizava o quão infinito e perfeito era o nosso amor.

Dirigi-me para a garagem, trancando as portas, segurando uma rosa branca e a carta que havia me confidenciado. Entrei em meu carro, apesar de meu irmão insistir em não dirigir no estado em que me encontrava e fui de encontro ao cemitério não muito longe de casa.

A cerimônia de despedida foi simples e rápida, pude observar seus pais chorando assim como nossos amigos, todos encarando seu caixão, enquanto descia a sete palmos dali.

Quando o coveiro terminou, aproximei da cova de Frank e deixei cair de minhas mãos tremulas sua carta e a rosa branca, flor que tanto adorava. Ajoelhei-me na grama sem se importar se me sujaria e deixei que as lágrimas que segurava até agora, caíssem livremente, fazendo companhia ao corpo inerte daquele que me fez tão feliz.

"Adeus meu pequeno, logo nos encontraremos de novo”.

Levantei-me e encarei o céu nublado pelo péssimo tempo que se aproximava, como se fosse ver o rosto de Frank ali, fechei meus olhos e respirei fundo, com o pensamento constante que aquele era o começo da minha jornada solitária e com a certeza de que faria tudo para deixá-lo orgulhoso de mim.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de ter trabalhado mais as fases da vida dos dois, mas o tempo e a escola não me permitiram :(. Apesar da rápida passagem pelos fatos, acho que essa fic tenha ficado interessante, espero que tenham gostado!!
Obrigada e comentem se possível!



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