Reviravoltas escrita por Imagine


Capítulo 7
Não preciso da sua ajuda!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606331/chapter/7

– Ta bom, eu vou! Não precisa me empurrar. Eu não preciso da sua ajuda para fazer essa porcaria de trabalho mesmo.

– Ótimo, porque eu não ia te ajudar mesmo - Disse batendo a porta na minha cara.

Entrei em casa furioso, minha mãe estava se maquiando na frente do espelho da sala.

– Vai sair? - Perguntei.

– Vou, tenho uma audiência na cidade vizinha. É um caso que eu venho estudando a um tempo.

Ela pegou sua bolsa e a chave do carro que estavam ao lado da TV.

– Tchau filho, vou chegar tarde - Avisou, me dando um beijo na testa.

– Tá - Assenti, limpando a testa para tirar a marca de batom, eu odeio quando ela faz isso!

Recebi uma mensagem da Lucy dizendo que estava me esperando no jardim. Olhei para o relógio, já era 20:15.

Tomei banho, coloquei uma calça jeans, uma camiseta e uma blusa de moletom, peguei minha carteira e a chave de casa em cima do raque e desci até o banco que tínhamos nos encontrado naquele dia.

– Oi.

– Oi - Falei beijando-a.

Ela estava com um casaco marrom e uma calça jeans, cabelos soltos levemente ondulados. Ela era com certeza uma garota que todos os meninos queriam por perto.

– Vamos sair? Não estou a fim de ficar aqui hoje - Propus.

– Pra onde?

– Tem uma cafeteria ótima, não muito longe daqui.

– Ta bom - Aceitou sorridente.

Segurei sua mãe e em 15 minutos estávamos lá.

Era um point dos americanos, depois do trabalho, fim de semana ou em dia de frio, estava sempre cheia.

Sentamos próximos a janela, que tinha vista para uma avenida importante da cidade e vários comércios do outro lado da calçada.

– O que você vai querer? - Perguntei examinando o cardápio.

– Só vou pedir um capuccino, estou sem fome. E você?

– Vou pedir um capuccino e dois cupcakes.

Conversamos durante um bom tempo, Lucy não é patricinha como eu pensei que era, ela é uma garota muito legal e agradável, bem longe de ser metida, ta bom talvez um pouquinho.

– Seus pai trabalham em que? - Perguntei.

– Meu pai é cirurgião, e minha mãe é empresária, a vida deles é bem corrida. E o seus? - Perguntou com um pequeno sorriso.

– Minha mãe é advogada e meu pai também é médico, ele trabalha como voluntário na África, eu voltei de lá faz pouco tempo.

Eu observava a avenida movimentada, carros, pessoas de um lado para o outro... até que vi uma mulher muito parecida com a minha mãe.

Ela estava do outro lado da calçada de mãos dadas com um homem, entrando em um restaurante. Meu estômago embrulhou na hora, parecia que eu tinha sido atingido por um soco.

– Vamos embora?! Não estou muito legal.

– Está tudo bem? - Perguntou Lucy preocupada.

– Deve ter sido algo que eu comi em casa.

– Ta bom, vamos!

Deixei o dinheiro e 50 reais de gorjeta em cima da mesa.

– Antes eu preciso passar do outro lado da calçada, preciso ver uma coisa.

– Tudo bem.

Passamos em frente ao restaurante, encarei por um tempo através do vidro, ela estava de costas, mas eu não tinha dúvidas que era ela. O homem estava bem arrumado de terno e gravata, barba por fazer deve ser um advogado também, ele beijava-a e acariciava sua mão.

Ver aquilo fez com que eu sentisse dores ainda mais forte.

Assim que chegamos na portaria nos despedimos.

– Tchau, até amanhã. Vamos juntos para escola tá? Melhoras...

– Ta bom, te espero aqui na portaria. Obrigado. - Falei beijando-a em seguida.

Entrei em casa tomei um remédio e fui me deitar, por mais que eu tentasse dormir, meus pensamentos não deixavam. Eu não sabia o que fazer, como seria minha vida a partir daquele momento que vi aquela cena. Não sabia como conseguiria olhar para ela no dia seguinte. E meu pai?

Por fim, consegui dormir por apenas algumas horas.

– Filho acorda - Disse ela radiante, abrindo as cortinas do meu quarto - Bom dia!

– O que tem de bom? - Perguntei grosseiramente, com os olhos semi abertos.

– Credo que mal humor logo cedo.

– Não estou a fim de falar com você, por favor sai do meu quarto.

– Isso é jeito de falar com sua mãe Tyler Collins? Ta bom, eu vou sair, vou esperar você tomar café primeiro para ver se melhora esse seu humor.

Eu queria ficar dormindo o dia inteiro, não estava a fim de ver e nem falar com ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Reviravoltas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.