You Belong With Me escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 6
Capítulo 5: O beijo e o impossível


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada, pessoal!
Como vocês estão?

Espero que todos estejam bem...

Então, me desculpe mais uma vez pela demora na atualização. Mas eu estou com 3 fanfics em andamento e tá complicado conciliar a inspiração para cada uma delas Hahahahahaha Por isso, me perdoem, por favor!

Bem, eu acho que muitos vão adorar esse capítulo e como é de praxe, peço que escute "Kiss" e "Je Connais", ambas músicas da cantora e atriz francesa Melánie Laurent.

Espero que gostem, boa leitura e nos vemos lá embaixo!



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Hermione não viu o jogo, quer dizer, ela sequer conseguiu assistir Rony e Harry porque toda a sua atenção estava voltada para Fleur Delacour. Desde que terminara de tocar o “God Save The Queen” com a banda da Academia de Hogwarts, sendo severamente observada pela Profa. McGonagall, e as cheerleaders entraram em campo, Hermione não conseguia enxergar muita coisa que não fosse Fleur.

E a cheerleader não estava contribuindo para suas tentativas de não parecer uma boba apaixonada. Fleur parecia estava jogando uma espécie de jogo com ela, toda vez que a torcida estava distraída por uma jogada ou alguma atitude suspeita do juiz, a loira virava-se para Hermione e piscava ou sorria, discretamente, mas deixando bem claro quem era a dona de todo o seu charme.

Nas primeiras vezes, Hermione piscara várias vezes para realmente verificar se enxergara o certo sem os seus óculos, mas nas outras vezes que se seguiram, ela se contentou em abaixar a cabeça e sorrir extremamente corada para os próprios pés. Por alguma intervenção divina, nenhum dos seus companheiros de banda pareceu perceber tudo o que se passava entre ela e a aluna mais bonita da Academia.

Devido a toda a distração, quando o juiz deu o apito final e apontou para o centro do campo, Hermione sobressaltou-se e o flautim quase voou de suas mãos. A morena fez um discreto malabarismo e o apanhou firmemente entre as mãos antes de se levantar e entrar, atrasada, no hino da Academia. Hermione até ficaria decepcionada consigo mesma senão tivesse sido interceptada por mais um dos sorrisos maravilhosos de Fleur Delacour. Sentiu suas bochechas corarem novamente e abaixou os olhos, concentrando-se na cifra que, tecnicamente, desaparecera da sua cabeça naquele momento.

Venha até aqui depois do jogo, eu prometo lhe explicar tudo.

As palavras de Fleur ecoavam dentro da cabeça de Hermione, a morena jamais admitiria, mas elas soavam como uma espécie de promessa... Uma promessa de que Fleur estava disposta a tentar, exatamente como ela. Uma promessa de que as duas podiam mudar toda aquela cadeia alimentar estranha e injusta que perpetuava na Academia de Hogwarts.

O otimismo, lentamente, preenchia Hermione. Diferentemente das outras vezes em que sua racionalidade e seu realismo falavam mais altos e ela os permitia, ela os calou. Hermione os jogou no fundo da sua mente e procurou se concentrar nos olhos e no sorriso de Fleur, duas coisas que ela aprendera a amar naqueles últimos dias... Na verdade, que ela permitira-se admirar porque, aparentemente, seu crush não era unidirecional.

Porém, Hermione fraquejou quando chegou à curva do corredor que levava aos vestiários das líderes de torcida, após se trocar. Talvez fossem todas as meninas que a zombavam saindo daquelas portas, ou o ar intimidador que ela sentira por todas serem atléticas, bonitas e populares... Também não admitiria, mas Hermione preferia ficar longe delas.

Por isso, a morena procurou ficar invisível. Discretamente encostada à parede do corredor que levava ao interior da academia, totalmente o contrário do caminho que levava ao estacionamento e o qual as líderes seguiam. Hermione viu Daphne Greengrass sair acompanhada da irmã, Astoria, igualmente líder de torcida. A morena franziu o nariz, enojada pelas duas garotas e pelo que presenciara entre Daphne e Roger antes do jogo.

E esperou por um bom tempo, sem nenhum sinal de Fleur. Seu coração ainda batia acelerado e Hermione já não sabia se era por causa da hipótese de ter sido enganada ou pelo que sentia por Fleur. Enquanto sua cabeça lhe dizia que estava perdendo tempo, seu coração pedia que ela esperasse mais um momento... Confusa, apelou para sua coragem e ela a fez esperar. Entretanto, os minutos passados não ajudaram. Hermione estava quase desistindo e assumindo que aquele beijo fora um truque de sua cabeça quando escutou o abrir da porta do vestiário e a voz brincalhona de Cho Chang:

– Você não pode beijar a menina e esperar que ela não se assuste. Você é Fleur gostosa, popular e linda Delacour! E, além disso, ficar piscando e sorrindo para a coitada durante todo o jogo também não ajuda! Granger deve estar procurando seus neurônios até agora.

– Eu sei, eu sei! Eu deveria ter pensado antes de tomar uma atitude! - Fleur estava um pouco alterada e apertava a alça de sua mochila com uma força além da necessária, as articulações entre as falanges de seus dedos estavam ainda mais brancas que o normal. Os cabelos loiros estavam molhados e ela usava jeans surrados, camiseta azul, moletom preto da Academia de Hogwarts e tênis brancos. Era simplicidade que Hermione sempre achara que combinava mais com ela. A atenção da morena voltou ao rosto de Fleur quando ela escutou uma risada de Cho. - Mas eu não consegui resistir... Sabe há quanto tempo eu espero para fazer alguma coisa?

Hermione aprumou a postura para escutar melhor. Não tinha muito certeza se ouvira certo... Mas Fleur acabara de dizer que queria beijá-la há muito tempo? A morena não pode deixar de suspirar, um pouco sonhadora, diante das palavras da líder de torcida. O sorriso que Fleur trajava também não a deixava pensar direito, era um dos mais lindos que ela já tinha visto. Cho, por sua vez, empurrou o corpo da amiga com o ombro e, gargalhando, disse:

– Sei, sei... Desde que ela pisou nessa Academia, você não tira os olhos dela, Fleur. E você não é uma pessoa muito discreta! E, pelo que eu pude perceber ao pegar vocês duas, também não perde tempo. A moça também deve estar atrás de ar até agora.

– Você é uma péssima amiga, Chang. - Fleur grunhiu um pouco irritada, a testa ligeiramente franzida e os olhos azuis semicerrados provocaram um sorriso de lado em Hermione, ela parecia ainda mais atraente daquela forma. Cho ignorou a fala da amiga e a puxou para um abraço, pelo pescoço, enquanto as duas riam. Fleur agarrou-se aos braços da amiga e parou de rir. - Será que ela não quer nada comigo?

Hermione não conseguiu escutar direto e se inclinou mais em direção às vozes até que esbarrou na lata de lixo mais próxima e acabou por derrubá-la, denunciando a sua presença na cena. Quando saiu de esconderijo, Cho e Fleur olhavam preocupadas e relaxaram quando viram de quem se tratava. Hermione corava intensamente e não conseguia falar, Cho pigarreou e, entre risos, quebrou o gelo:

– Olá, Granger!

A morena acenou com a cabeça, retribuindo o cumprimento e ergueu os olhos para Fleur que tinha um sorriso de lado nos lábios, os olhos azuis brilhavam em sua direção e Hermione sentiu seu interior se aquecer e seu coração bater acelerado. Cho olhou de uma para a outra e, a expressão divertida e um sorrisinho no canto dos lábios, desdenhosa, disse:

– Ok, eu acho que vocês duas precisam conversar ou fazer outra coisa mais interessante... De qualquer forma, essa é a minha deixa. E Granger, diga ao seu amigo de cabelos arrepiados que ele mandou bem hoje!

Cho mal deu tempo para que elas se despedissem antes de dar às costas e caminhar em direção ao estacionamento. Fleur observou a amiga sair de cena antes de, novamente, lançar seus olhos sob Hermione. As duas trocaram sorrisos quando se viram sozinhas, a morena sentiu seu coração bater mais rápido quando Fleur deu um passo em sua direção, a líder de torcida ajeitou a alça da mochila e explicou:

– Cho tem uma quedinha pelo Harry. Na verdade, diria que é um abismo de proporções gigantescas.

Hermione riu das palavras da loira e seus óculos escorreram pela ponte de seu nariz, antes que pudesse ajeitá-los, Fleur o fez, delicadamente e olhando-a nos olhos. Hermione voltou a corar e sua mão esquerda, inevitavelmente, pousou sobre a mão direita de Fleur. A loira entrelaçou os dedos aos seus e apertou-os, depois, sorriu e, gentil, perguntou:

– Eu queria levar você em um lugar, posso?

– Claro... - Hermione respondeu um pouco débil, perdida nos olhos azuis que pareciam estar lendo cada porção dela que, por muito tempo, escondera. Fleur parecia entender e, principalmente, saber de tudo que ela sentia durante todo aquele tempo. Era clichê, era estranho e não condizia com uma pessoa como Hermione Granger e, talvez fosse por isso que parecesse tão certo. - Só promete não me levar nessa festa do time, eu realmente não suporto.

– Você não é uma garota para se levar nesse tipo de lugar, Hermione. - Fleur respondeu de forma galanteadora, piscando para a morena enquanto a puxava pelo corredor, em direção ao estacionamento. As bochechas de Hermione continuavam tingidas de vermelho, os ecos do seu coração explodiam em seus tímpanos e, mesmo incapaz de pensar racionalmente, ela não tinha certeza se, sequer, queria pensar.

Conforme era puxada, Hermione observava sua mão entrelaçada a de Fleur. A discreta diferença entre os tons de pele de ambas, os dedos longos de Fleur que envolviam os seus, tão pequenos. As unhas pintadas dela que contrastavam com suas unhas manchadas das tintas de caneta que usava... Era diferente, era o oposto...

Mas Hermione sentia que estava certa e, principalmente, que encontrara um lugar para ficar. Ao menos, por enquanto.

# # # # #

Talvez, o trajeto todo dentro do carro de Fleur, um discreto Peugeot RCZ R preto, tenha passado rápido demais ou elas tenham ficado em silêncio na maior parte do tempo... A única coisa que Hermione sabia é que Fleur já tinha estacionado em frente à fachada antiga de um café.

A líder de torcida saiu do carro e o contornou, abrindo a porta para Hermione. A morena saiu do automóvel, extremamente envergonhada. Fleur sorriu para o embaraço dela e, divertida, disse:

– Se for melhor para você, eu digo que a porta só abre do lado de fora e que eu não fiz isso para parecer gentil contigo.

– Acho que nós duas sabemos que um modelo do ano raramente apresenta problemas relacionados à trava elétrica. - Hermione respondeu brincalhona, mas com a expressão desafiadora brincando com seus traços. Fleur pareceu impressionada com a sua resposta e ficou ainda mais quando Hermione se virou e fechou a porta do carro, sozinha. A loira suspirou e, encantada, disse:

– E quando eu penso que você já não pode ser ainda mais atraente...

Dessa vez, Hermione não corou. Alguma coisa dentro dela clicou e Hermione, simplesmente, procurou olhar para os olhos de Fleur. A líder pareceu transitar na mesma gravidade que ela e assumiu uma expressão que dizia, claramente e sem palavras, que existia alguma coisa muito forte acontecendo com elas, naquele momento.

Fleur aproximou-se e tocou na cintura de Hermione, discretamente. O toque fez a região esquentar e, lentamente, preencheu o corpo da morena com uma energia que ela só conhecia do beijo que ambas trocaram. Hermione sentiu-se estremecer, Fleur tornou o toque em sua cintura mais firme e a guiou para dentro do prédio.

Não era somente um café, havia uma livraria no piso superior e uma galeria de arte nas extremidades do amplo salão do térreo. No centro de tudo, um balcão circular talhado em madeira, no qual cerca de seis garçons e garçonetes preparavam cafés e chás. Hermione respirou fundo, o cheiro do papel novos dos livros, agregado ao aroma do café e ao cheiro de lavanda que Fleur exalava parecia ser a fragrância ideal para ela, naquele momento. Hermione virou-se para Fleur que a observava, totalmente devota. A líder de torcida sorriu e perguntou, um tanto quanto insegura:

– Gostou?

– Eu acho que você já me conhece bem. - Hermione respondeu de forma sincera, rodando em torno do próprio eixo para apreender cada detalhe daquele local tão mágico que ela não conhecia. Escutou a risada rouca de Fleur e, novamente, ela segurar sua mão direita e a acariciar, discretamente, com o polegar. Hermione suspirou e deixou que ela as guiasse até uma mesa, próxima às obras de arte.

Hermione se sentou e Fleur foi até o balcão, realizou o pedido e voltou à mesa. A morena observou cada ato da loira com certa adoração, ela não conseguia acreditar que possuía tamanha sorte para atrair a atenção e, principalmente, o carinho de Fleur Delacour. A mais velha sentou-se a sua frente e sorriu para ela, Hermione percebeu o nervosismo dela quando a viu respirar rapidamente e brincar com os dedos das mãos.

– Aparentemente, Fleur Delacour não é tão segura de si como aparenta ser. - Hermione brincou com os olhos brilhando em divertimento. Fleur bufou ligeiramente indignada com a falta de seus nervos e com a sua vergonha, mas acabou sorrindo e relaxou quando escutou a risada de Hermione. A loira espalmou as mãos sobre a mesa de madeira e retrucou:

– Eu não sou muito das coisas que aparento ser.

– Ah é? Eu fico feliz de estar descobrindo você, então... - Hermione continuou o jogo com a expressão assumindo o desafio entremeado nas palavras sugestivas de Fleur. A loira, mais uma vez, se viu impressionada com a morena e jogou os cabelos para o lado esquerdo do pescoço, cruzou os braços na altura dos seios e, assumindo uma expressão intimidadora, sussurrou:

– Tem muita coisa para descobrir, você não passou da superfície, Hermione.

Hermione franziu a testa, a curiosidade instantaneamente atiçada pelas palavras de Fleur. As duas trocaram olhares intensos e Hermione estava reunindo coragem para continuar a troca de desafios quando uma garçonete chegou com dois copos, depositando um em frente a cada uma. Fleur observou as atitudes da funcionária e agradeceu com um discreto aceno de cabeça seguido de um sorriso gentil.

Tudo nela remetia à educação e delicadeza.

– Bem, eu pedi um chá para você. Tudo bem? - Fleur perguntou receosa, bebericando o seu copo e fechando os olhos, quando o líquido chegou ao seu paladar. Hermione procurou repetir as ações da loira, porque já estava perdendo-se em observá-la, de novo. E realmente, o chá estava delicioso. Hermione sorriu e seu sorriso refletiu em Fleur, a morena, então, perguntou:

– O que é exatamente esse lugar, Fleur?

– Digamos que é um ponto em que eu e você nos encontramos... - Fleur tinha um sorriso enquanto falava, mas seu tom de voz era firme, seja lá o que ela falaria, era exatamente o que ela acreditava. Hermione bebericou o chá mais uma vez, olhando ao redor, interessada. - No andar de cima, os livros que você tanto ama e idolatra e que eu, de certa forma, também admiro. E aqui em baixo, a arte tão presente na minha família.

– Por favor, não me diga que esse lugar pertence aos seus pais? Porque ele não faz o tipo de estabelecimento de arte que os Delacour tanto gostam... - Hermione tinha o tom de voz um pouco sarcástico, algo inerente a sua personalidade quando ela ficava curiosa e achava que estavam mentindo para ela. Fleur riu para a atitude da morena e apanhou as mãos dela sobre a mesa, atraindo os olhos castanhos para si. Hermione olhou das mãos entrelaçadas para os olhos azuis cerúleos e acalmou seu gênio, Fleur apertou suas mãos e respondeu:

– Não, claro que não. Isso está longe de fazer parte das Galerias Delacour... É só um local no qual eu me sinto confortável porque posso ser eu mesma e encontro muito do que eu gosto. E hoje, especialmente hoje, tudo que eu aprecio está aqui.

Hermione voltou a corar e Fleur a sorrir. As duas deixaram o silêncio ocupar o espaço entre elas e preferiram trocar palavras pelo olhar, palavras que não seriam capazes de dizer, pelo menos, não naquele momento.

Após alguns minutos, ambas terminaram suas bebidas e Fleur levantou-se, Hermione a seguiu e as duas caminharam até o pequeno acervo de obras de arte que havia no prédio. Muitas eram produções originais e também existiam cópias e até mesmo, releituras de obras primas. Fleur olhava distraída para uma cópia de “Na Cama” de Henri de Toulouse-Lautrec e sequer tirou os olhos da obra para perguntar:

– Já que conhece meus pais tão bem, como qualquer outro na academia, poderia me falar dos seus?

– Meus pais são bem... Comuns. Eles são dentistas. - Hermione respondeu nervosa, colocando as mãos nos bolsos de seu sobretudo gasto. Observou um sorriso voltar a brotar nos lábios de Fleur conforme elas caminhavam e a loira aguardava uma resposta. Hermione pigarreou e distraiu-se, brevemente, com uma versão de “Passeio ao Crepúsculo” de Van Gogh e suas intensas cores e formas. - Tínhamos uma condição melhor antes da Crise e isso possibilitava que eu estudasse na Academia. Mas depois que eles perderam os empregos, nós mudamos de casa e eu quase mudei de colégio.

– Bem, ainda bem que não mudou. - Fleur parara abruptamente em frente a uma foto. Dessa vez, ela não olhava para a obra e sim, para Hermione. A expressão em seu rosto era séria e seus olhos passavam a ideia de que as palavras dela eram reais e de que o fato de Hermione estar na Academia era extremamente importante para ela.

Hermione parou lado a lado com ela, os ombros se tocaram e ambas estremeceram com as evidências do magnetismo de seus corpos. Hermione mordeu seu lábio inferior e pelo canto dos olhos, pode enxergar que Fleur deixara de olhar a foto e passara a observá-la. A morena suspirou e concentrou-se na foto, em preto e branco, que retratava um casal beijando-se em meio a uma multidão de passantes desfocados, bem semelhante à foto “O Beijo do Hotel de Ville” de Robert Doisneau.

E aquela foto não ajudou nada para a tensão que se instalara entre elas. Ao redor das duas, não havia muita gente, todos concentrados e ocupados com os livros ou cafés. Hermione, munindo-se de coragem, segurou a mão de Fleur entre as suas e, novamente, pelo canto dos olhos, viu a outra sorrir.

As duas garotas ficaram observando a imagem por vários minutos, havia um desejo incompreensível transitando entre elas. Ambas queriam repetir a cena retratada na foto. Fleur puxou lentamente a mão de Hermione, atraindo sua atenção. A morena tinha os olhos nela, Fleur sorriu e perguntou:

– Não é estranho como algo tão simples como um beijo possa se tornar uma obra de arte quando sentido e apreendido da forma correta?

– Estranho somos nós duas aqui, juntas... Eu achei, por muito tempo, que era unilateral e que era impossível. - Hermione respondeu acanhada, olhando por sobre os ombros apenas para certificar-se de que estavam sozinhas e rindo de sua excitação e temor, entrelaçados firmemente em seu interior. Além deles, havia a insegurança, elas ainda não falaram sobre o beijo e por mais que Hermione adorasse estar daquela forma com Fleur, ela ansiava por saber no que as duas se tornaram depois daquele beijo no vestiário.

Fleur riu junto dela e o som de suas risadas juntas soou como se fosse o ideal. A loira soltou as mãos unidas e segurou o queixo de Hermione, aproximando-se. Hermione arregalou os olhos e Fleur inclinou-se para baixo, parando próxima aos lábios cheios. Por mais que Fleur olhasse para ela, Hermione sentia como se a mais velha enxergasse além dela, onde nem ela mesma era capaz de alcançar. A outra mão de Fleur envolveu sua cintura, Hermione respirou profundamente, o cheiro de lavanda a envolveu e, de certa forma, tranqüilizou-a.

Hermione sabia o que vinha a seguir e por mais perigoso que pudesse ser, ela percebeu que não ligava. Sua cabeça gritava em negativa, mas seu coração não ligava e sua coragem queria que ela continuasse em frente. Fleur tornou a se aproximar e os lábios dela tocavam os seus conforme ela respirava de forma ofegante. Hermione sentiu um carinho em sua bochecha e, depois, as palavras de Fleur preencheram seus ouvidos:

– O impossível está a um beijo da realidade.*

E Fleur a beijou. No meio de uma galeria, com várias pessoas ao redor delas. Fleur não ligou para nada disso e a beijou, provando seu ponto e, principalmente, mostrando o que sentia. E Hermione, pela primeira vez em sua vida, não optou por palavras e nem desejou uma conversa... Seu coração acelerou porque ela entendeu e, principalmente, porque ela amava e era retribuída da mesma forma impossível pela qual se apaixonara.

# # # # #

* Trecho retirado do diálogo entre Amanita e Nomi, do seriado Sense8, episódio 5 da primeira temporada.


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Notas finais do capítulo

E então... O que acharam? Acho que tivemos uma dose bem alta de doce e açúcar que incluiu até uma citação linda de Sense8 *-* (A propósito, quem não viu essa série, veja... Ela é uma das culpadas pela minha sumida no Nyah :X hahahaha)

Espero que tenham gostado de verem as duas tão próximas fora da Academia... Aguardo o feedback de vocês.

Beijos e até a próxima,
FerRedfield.



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