Momentos escrita por NathyWho221B


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oii gnt! Sou euzinha novamente depois de séculos, com mais um capítulo kkkkk
música do capítulo : São duas,
1ª - Comptine d'Un Autre Été - https://www.youtube.com/watch?v=H2-1u8xvk54
2ª - Endless Love {Piano Version} - https://www.youtube.com/watch?v=FIy14j3VnL0

Aproveitem!!!



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Fantasma do Piano

Dançarinos delicados sobre o branco e verniz
Genialidade triste e infeliz
Nas lagrimas secas do piano

Seu som é profano
Seu som é angelical
Seu som é humano
Seu som é animal

Instintivo, calculado,
Sentido, machucado

As notas choram em sincronia com a dança elegante
Tão conflituante era a voz afiada do instrumento
Em tristeza profunda, sua solidão era só lamento
O piano toca seu desepero, o pianista não mais aguenta

A melodia doce e melancolica cessa em nota grave
Os dançarinos cobrem o rosto cansado e iludido
As lagrimas escorrem sobre o branco, no escuro diluido

O piano está trancado sob o escuro do salão
O pianista se desfez pela sua dor
A musica morreu em seu coração
Com a morte de seu amor.

( Dalua - O Poeta Sombrio)

***

Só depois de algum tempo cavalgando que percebi. Eu nunca andei de cavalo antes. De repente, como se Moriarty tivesse ouvido os meus pensamentos, ele bate as rédeas fazendo o cavalo negro cavalgar mais rápido. Nesse momento eu agarrei com toda a minha força, a cintura de Moriarty, fazendo-o dar uma rizada abafada. Franzi o cenho. Ele fez isso de propósito!

Minutos depois estávamos passando pela ponte do castelo. Não acredito que fiquei o dia inteiro andando para nem ao menos conseguir sair das redondezas daquele lugar maldito!

Os portões foram abertos pelos seguranças de Moriarty. Moriarty passou as rédeas do cavalo para um dos seus seguranças que veio até nós, e desceu do cavalo com maestria. Parece que ele já está acostumado a cavalgar. Eu nem sabia onde colocar os pés para poder descer, ficou desesperada, será que ele quer que eu desça sozinha? Olhei esperançosa para ver se ele dava algum sinal de que iria me ajudar a descer. Por fim, ele rolou os olhos e veio até mim. Segurou minha cintura firmemente com as duas mãos, eu segurei em seus ombros e ele me colocou no chão com delicadeza.

– Obrigada. – agradeci olhando em volta, para evitar que nossos olhares se cruzassem.

Ele fingiu que não escutou e continuou caminhando em direção ao portão principal para entrar no castelo. Com um pouco de raiva eu o segui.

– Jacqueline já preparou a banheira com água quente para você. Não demore para o jantar. Estarei te esperando.

Assim que ele disse isso andou rapidamente para a direita até sumir da minha vista. Atrás de mim escuto os portões se fecharem com um estrondo, fazendo eco pelo salão. Respirei fundo, tirei o capuz e peguei o máximo de tecido branco molhado e encardido por causa da neve, em minhas mãos e andei em direção ás escadas.

Chegando finalmente ao meu quarto, Jacqueline me esperava ao lado da cama onde, sobre ela, estava um vestido vermelho sangue de mangas longas e com um capuz. Ao lado dele botas vermelhas... Com salto alto.

Entrei no grande banheiro, tirei toda aquela roupa molhada e entrei na banheira que estava realmente quentinha. Demorei um bocado no banho, mesmo Moriarty ter me advertido para não demorar. Azar o dele. Não devia ter me sequestrado.

Saio da banheira, me enrolo em uma toalha branca e em meio aquele vestido branco que eu tinha jogado no chão, pego o dinheiro romeno que Jacqueline tinha-me emprestadado.

– Obrigada. – digo entregando-lhe o dinheiro. Ela pega de volta e assente com a cabeça.

Ela me ajuda a colocar o vestido e faz uma trança em formato de coroa em meus cabelos. Por fim, coloco a bota ando para fora do quarto, tentando não cair. Ando cautelosamente e quando chego ao fim do corredor já tenho coragem o suficiente para descer as escadas. Até que andar de salto alto não é tão difícil.

***

– Finalmente. – Moriarty diz relaxando os ombros. Será que ele estava achando que eu não viria? Bom, eu estava pensando em não vir mesmo, mas infelizmente eu tenho fome e aquele banquete parece delicioso. Meu estomago roncou. – Princesas são pontuais, Molly.

– Eu não sou... Será que é porque eu não sou uma princesa? – Perguntei ironicamente fazendo-o franzir um pouco o cenho sem perceber, mas logo voltou a ficar com uma expressão calma. Levantou-se e puxou uma cadeira ao seu lado.

Não acredito que ele quer que eu coma ao seu lado, Meu Deus! Ele quer que eu coma ou bote tudo para fora? Desobediente, puxo, eu mesma, a cadeira da outra ponta da mesa e sento. Mesmo sem olhar, percebo que ele suspira e se senta em seu lugar novamente.

Encho o meu prato com vários tipos diferentes de comidas e doces. Parecia tudo tão gostoso! Como sem pensar.

Sabe aquela sensação que sentimos quando achamos que alguém está nos olhando? Então... No meu caso esse “alguém” era James, que não tirava os olhos de mim enquanto eu comia, como se nunca tivesse visto alguém comer na vida. Já estava me incomodando. Abruptamente paro de comer, afasto o meu prato e no lugar apoio os meus cotovelos, cruzo os dedos e descanso meu queixo sobre eles para poder encará-lo da mesma forma que me encarava, esperando incomodá-lo também. Ele lança um sorriso pra mim e isso me deixa desconcertada. Qual era a graça afinal?

– Você é linda.

Continuo sem entender, então permaneço calada.

– E está ainda mais linda com o vestido que mandei fazer sobre medida para você. – Como ele sabe as minhas medidas...? Okay acho que já sei como. – Mas come feito uma criança sem modos. – Ele diz com o semblante triste. De repente sua expressão fica séria novamente e ele me encara. Por mais que eu queira desviar o olhar eu não conseguia. Ele estava segurando nossos olhares de uma forma que me assustava. Os olhos dele naturalmente já me assustavam, mas ao mesmo tempo eu ficava admirada. Sempre gostei dos seus olhos, por serem grandes e de um castanho bem escuro.

Ele desvia o olhar, me libertando e vira a cara, me impedindo de vê-lo. Levanta-se e anda em direção ao salão principal. Eu olho para a minha comida e não sinto mais fome. Levanto- me também. Onde será que ele está indo?

Geralmente não sou muito curiosa, mas... Eu estou num castelo e existem muitos lugares por aqui que eu ainda não conheci. Tiro as botas, ficando somente com a fina meia-calça rendada que eu usava. Estremeço com o toque dos meus pés no frio chão de mármore.

Deixando as botas vermelhas para trás, sigo Moriarty pelo salão principal, torcendo para que ele não me veja. Eu me escondo atrás de uma coluna grossa, enquanto ele sobre as escadas. Subo em seguida. Quando chego ao topo, me deparo com o corredor do meu quarto vazio, olho para minha esquerda e vejo um vulto preto subindo as escadas para o andar de cima, o andar que Jacqueline me levou para achar a passagem secreta. Um calafrio percorreu por minha espinha.

Cautelosamente observo-o andando até o fim do largo corredor e entrando na última porta. Assim que ele fecha a porta, eu termino de subir as escadas e ando lentamente pelo corredor. Lembro-me da última vez que estive passando por aqui, lembro quase todos os detalhes, de que nós estramos na terceira porta á esquerda e de todas essas janelas altas, o que me fez perceber do quão estava escuro agora. Eu não fazia a mínima ideia de que horas eram, de quanto tempo eu estive naquele castelo...

Quase sem perceber chego ao fim do corredor e paro em frente á porta que Moriarty adentrou. Ao lado da porta estava uma daquelas estátuas de armaduras segurando uma bainha com uma espada em sua frente. Eu só tinha visto isso em filmes, até agora. Tão rápido quanto um piscar de olhos, surgiu uma ideia em minha mente.

Peguei com todo o cuidado possível, para não fazer barulho, a espada da bainha. Achei que iria derrubá-la assim que tomei posso dela, pois era mais pesada do que eu imaginava, mas felizmente não o fiz.

Girei a maçaneta dourada e entrei silenciosamente no cômodo. O Lugar era tão espaçoso quanto os outros cômodos do castelo e tão decorado quanto. A diferença era que esse cômodo tinha uma parede que o dividia em duas partes. Ele passou para a parte dos fundos do cômodo, enquanto eu me escondia atrás da parede. Ele andava lentamente em direção a algo que eu não conseguia ver já que estava na frente.

Continuei observando até que se senta em um banquinho e então eu pude ver o que era. Um piano de madeira escura. O lugar era bem empoeirado, mas o piano não e parecia bem cuidado apesar de aparentar ser bem antigo. Eu não sabia que ele tocava piano...

Ele começou a tocar. Uma música familiar. Fechei os olhos assim que lembrei, era a minha favorita, Comptine d'Un Autre Été. Encostei minha cabeça na parece e sentei no chão. Ele toca melhor que eu. Essa música é tão linda e um pouco triste, ela é... Solitária. Isso! Essa é a palavra. Solidão. Ele é solitário. Óbvio, ninguém gosta de psicopatas. A imagem de Sherlock vem a minha mente nesse momento. Tudo bem, exceto eu.

Suspirei o mais baixo que pude. A música chegava ao ápice enquanto eu imaginava as notas na minha mente. Meus dedos deslizando suavemente pelo teclado... Baixei a espada e repousei-a no chão ao meu lado.

Assim que a música acabou o silêncio reinou. Eu só escutava a respiração calma dele. Não sabia se saia dali ou se ficava, mas eu não podia fazer nenhum barulho. Estava tão silencioso que ele poderia até escutar a minha respiração que já começava a ficar descompassada.

–Molly.

–...

– Venha até aqui.

Eu levantei lentamente e peguei a espada, segurei-a atrás de mim. Andei até onde ele pudesse me ver.

– Aproxime-se.

Relutante, dei um passo à frente. Ele se levantou, o que me fez dar um passo para trás novamente e apontei a espada para seu pescoço. A espada estava a milímetros da pele de Moriarty, mas mesmo assim eu estrava tremendo. Nunca matei ninguém antes e eu não queria matá-lo, por mais que ele seja mal.

–Querida, porque está fazendo isso? Não gosta de mim?

Isso me deixou com raiva. Que pergunta mais idiota é claro que eu o odeio! Isso foi o suficiente para que eu encostasse a ponta da espada prateada em seu pescoço, furando-o levemente e fazendo uma fina linha de sangue escorrer por ele até chegar a sua camisa branca. Ele engoliu a saliva.

– Molly, se você realmente me odiasse teria me matado na hora em que entrou e não me escutado tocar a música inteira.

– Como você...?

– Abaixe a espada.

Aos poucos fui abaixando-a. De qualquer forma eu não queria um homem morto aos meus pés. Joguei a espada no chão e ele a chutou para perto da lareira de ficava do outro lado do cômodo.

Ele se levantou do banquinho e se aproximou de mim até encostar seus lábios em meus cabelos. Beijou o topo da minha cabeça. Porque eu estou deixando-o fazer isso? Eu continuei imóvel, olhando para os meus pés cobertos pela meia calça rendada. Eu não conseguia falar, era como se algo me impedisse de emitir qualquer tipo de som.

Ele segurou meus braços e deslizou suas mãos até as minhas, segurando-as. Puxou-as delicadamente e me levou até o banquinho onde me sentei. Pelo canto do olho vi que ele se sentou em uma poltrona que havia ao lado do piano.

– Toque para mim, princesa.

Minhas mãos foram quase que automaticamente para o teclado e os meus dedos dançaram suavemente uma canção antiga, eu quase não me lembrava dela, mas depois das primeiras notas, foi como se tudo voltasse de uma vez para as minhas memórias. Notas após nota vinham surgindo me fazendo lembrar.

***

Ao terminar de tocar respirei fundo. Quando solte o ar, lagrimas saíram junto, mas continuei em silêncio. Não sabia por que exatamente eu estava chorando, mas eu não conseguia parar. Ele levantou de sua poltrona e passou sua mão por meu rosto secando minhas lágrimas.

– Não chore, Molly eu...- antes de terminar sua frase, ele escorrega sua mão do meu rosto. Estranhando o gesto, eu levanto minha cabeça para poder olhá-lo. Sua expressão estava séria.

– Vá para seu quarto. Antes que eu o faça.

Não entendi. Ele estava sendo gentil e de repente volta ao normal... Levantei do banquinho e dei um passo para onde entrei. Avistei a espada, mas não sei se era uma boa ideia pegá-la de volta. Outro passo. Escuto-o respirando impaciente e em um piscar de olhos ele passou um braço por minhas costas e o outro pela parte de trás do meu joelho, assim me pegando no colo.

– O que você...? – eu não conseguia nem ao menos falar direito, e o meu corpo estava muito mole para eu tentar alguma coisa.

– Cansada?

Talvez... Mas não consigo entender o porquê.

–Talvez eu tenha exagerado na dose, mas até que demorou a fazer efeito.

O que...? O que ele colocou na minha... Comida...? Deve ser por isso que não o vi comendo nada...

Apaguei. Só consigo me lembrar de algumas coisas de quando eu tentei abrir os olhos e apaguei novamente. Lembro-me dele me colocando na minha cama...

– Não acredito que achou mesmo que eu não ia ouvi-la sem as botas. - ele riu baixo. – Ah, tenho um presente de aniversário para você. Já que Sherlock lhe deu aquela pulseira que, aliás, tive que tirá-la do seu pulso, junto com o resto das suas roupas. – ele sorriu. – Mas foi para uma boa causa, aquele vestido preto ficou perfeito em você. Ah sim, o presente. – ele abriu a caixa que estava ao meu lado na cama. – São pulseiras especiais. Essas belezinhas podem disparar até 50 mil volts se você estiver á mais de 20 metros de mim. Tudo bem que o castelo tem 22 mil metros quadrados, mas será divertido ficarmos juntos o tempo todo.

Ele aproximou se inclinou na cama aproximando seu rosto do meu. Olhou-me detalhadamente, roçou nossos narizes.

– Seu nariz é lindo. – beijou-o. – Seus lábios também. – beijou-me.


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Notas finais do capítulo

Vestido : http://41.media.tumblr.com/979706b376505b1107775dca1f37d9f3/tumblr_n5svceYchY1r2q556o1_500.jpg

Cabelo: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/18/13/78/181378842f9110943ce2cdca3de1891a.jpg


Botas: http://4.bp.blogspot.com/-DOtQcxCkfQs/VKqqa4xlbdI/AAAAAAAAEsc/LvTaY9qLcQ0/s1600/salto%2Bvermelho.jpg


Ah e eu não revisei, então qualquer erro de digitação me perdoem, estou com muuuuita preguiça. Espero que tenham gostado do capítulo!!
Ah e muuuuuuuuuuuuuuito obrigada a pessoa Diva que recomendou a minha fic !!!! Ai gnt, na hr que eu vi fiquei assim: *---------------------------------------------* Amei mesmo! Muito abrigada gnt, por lerem e acompanharem, comentarem etc!! Beijosss da mamãe!



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