Um Longo Verão escrita por alwaysgonnabeyou


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mil perdoes pela demora gente! Eu fiquei sem computador e notebook, por isso a demora. Espero que gostem! ;)



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Quando Herminou saiu da biblioteca, deixando Draco para trás, ela se dirigiu ao jardim. Já estava se acostumando com aquilo de estar ali na biblioteca todas as tardes, mas então ele apareceu. Ela queria continuar ali, queria ficar e assistir ao por do sol como fazia todos os dias desde que chegou. Mas seria como lhe mostrar algo intimo, o único lugar que a fazia se sentir bem. Existem lugares, como livros, que vocês quer mostrar para todos aqueles que você conhece. Mas também tem aqueles que você quer que exista só para você, e que seja invisível para todos os outros, e aquele cantinho na biblioteca era um desses para Hermione.

Ela não estava em casa. Não estava em casa. Era o que continuava a repetir para si mesmo. As vezes achava que era mais para se convencer do que por não gostar daquele lugar. Agora ela via que nunca percebera como amava sua casa até o momento em que teve que se mudar. Ela não queria ir, mudar de país e ter que chamar pessoas desconhecidas de família. Mas não podia desapontar seu pai, tudo o que mais temia era desaponta-lo.

Quando Hermione alcançou o jardim, se sentou em um banco que ali havia e se perdeu em pensamentos olhando para tudo mas sem conseguir se concentrar em nada. Ainda faltava alguns minutos para o sol de por e ela iria esperar ali. Queria que se tornasse um ritual – ver o sol de por. Porque, mesmo com tudo que trouxera, ver o por do sol era o mais próximo que poderia lhe dar a sensação de se sentir em casa. Ela podia o ver todos os dias aonde morava, não importava aonde estivesse, ela sempre o via. Vê-lo agora trazia uma dor ao seu peito, mas de certa forma, uma dor boa. Trazia saudade, nostalgia, era como se naqueles minutos pudesse se sentir em um voo direto para casa.

Ela queria se acostumar mas não seria fácil. Nenhum aspecto ajudava. Aquela casa tão grande e tão vazia. Era como se o próprio vazio do seu peito se transpassa-se para aquela casa. Não tinha que fazer nada – tinha empregados suficientes para isso. Não tinha para onde ir, além de estar naquela casa – não conhecia aqueles lugar. E não tinha amigos. Claro que ela não ia se acostumar daquele jeito. Sentia falta de ir á praia praticamente todos os dias, sentia falta de como tinha muito mais tempo com seu pai antes e principalmente, sentia falta da liberdade que tinha.

Hermione nunca se considerou muito sociável. Era tímida, além de mandona e perfeccionista. Tinha alguns amigos porém ainda questionava o verdeiro sentido de amizade e se poderia mesmo existir uma totalmente verdadeira. E exatamente por isso temia tanto se mudar – Se ela já se sentia sozinha no lugar em que sempre morou, imagine em um lugar novo? O novo a agradava mas também a assustava mais do que muitas coisas poderiam. Ela gostava de segurança, de pisar em solo firme e com os olhos bem abertos. No entanto, se mudar para ali foi um tiro no vazio de olhos vendados. Não fazia ideia de como seria e mesmo depois de uma semana, que para ela pareceu uma eternidade, ela não conseguia imaginar como viveria ali.

Quando Hermione saiu do tupo que ultimamente a tomava várias vezes, viu que o sol já iria se por. Então ela abriu seu livro, pegou a página solta que ali havia e começou a ler – Um ritual. Aquilo ainda se tornaria um ritual! – Quando ela terminou de ler a página, que já tinha gravada na mente depois de uma semana, o sol começava a se por e Hermione observou...

****

Depois de sair na biblioteca, com o livro que queria em mãos, Draco voltou para seu quarto. Já não pensava mais em Hermione, ou o medo que tinha na mesma manhã. Aquele encontro na biblioteca o fez perceber que estava agindo de modo ridículo. Não havia sentindo em se sentir amedrontado por uma garota! Além do mais, ela já sabia que ela viria á algum tempo. Esse fora o acordo que tinha feito com a sua mãe – a garota viria morar com eles para que os dois não tivessem que se mudar. – Quando ele alcançou seu quarto, colocou o livro em sua escrivaninha e se preparou para o banho.

Ele entrou no banheiro, se despiu e entrou no box. Quando se meteu de baixo do chuveiro, sentiu como se aquela água o estivesse limpando por dentro e não por fora. A água o estava trazendo alivio e ele queria continuar ali por longar horas... Mas tinha que aparecer para o jantar – Richard chegaria de viajem hoje, então eles jantariam juntos e teriam um ''jogo de família''. Ele até estava ansioso, segundo sua mãe era como um jogo para descobrir mais sobre os outros. Poderia ser algo divertido.. Ele terminou seu banho,saiu do chuveiro com relutância , se trocou e então deixou seu quarto.

Draco se dirigia para a sala de jantar, ainda estava no grande corredor quando Hermione saiu de seu quarto. Eles não estavam perto um do outro mas foi como se tivessem se chocado. Ela parou com a mão na maçaneta, prestes a fechar a porta e Draco parou abruptamente no corredor – Draco estava se perguntando se um dia se acostumariam com aquilo quando, surpreendentemente, Hermione falou:

–Oi.

Não foi nada demais mas ainda sim ele gostou.

–Hum, oi. Descendo?

Hermione o olhou como perguntando se não fosse óbvio, mas então pareceu reconsiderar e disse:

–È, estou. Podemos descer juntos?

Isso sim para Draco foi ''demais'', isso sim o surpreendeu.

–An, claro. Claro! Podemos sim.

Então os dois se dirigiram para o final do corredor, um ao lado do outro, em completo silêncio. Quando estava ficando constrangedor, ele disse:

–E ai, seu pai te falou do jogo?

–Na verdade, não. Não conversamos muito desde que vim para cá... Com ele tendo que viajar para terminar os papéis da mudança e tudo mais. Mas sua mãe me disse.

–È, esqueci por um momento que seu pai esteve viajando... Então, animada para o ''jogo''?

–Não muito. – Ela sorriu como se não quisesse parecer completamente desinteressada.

–Não? Porque? Eu estou, um pouco.

–Bem, acho que é como forçar a barra, entende? Do modo que esse jogo parece ser, é como se eles quisessem que nós dois soubéssemos coisas um do outro e começássemos a agir como se fossemos amigos ou até irmãos.

Draco não pensara por esse lado. Então se questionou se poderia ser essa a intenção.

–Não... acho que não. Pode ser para nós nos conhecermos mas não acho que seja nessa intenção de agirmos como amigos.

–Bem, nos vamos saber agora, de qualquer forma.

–Mas o jogo é só depois do jantar.

–Sim, mas nós chegaremos juntos. Se eles sorrirem e se olharem, é para o que eu penso. Se só sorrirem e nós olharem, será para o que você pensa.

Eles pararam a poucos passos da sala de jantar.

–Então vamos saber. – Disse Draco, confiante de que estava certo.

Os dois então se dirigiram a porta e entraram juntos. Seus pais, que estavam de cabeça baixa conversando, levantaram a cabeça. E quando os viu, um ao lado do outro, sorriram e se olharam.

Então Draco olhou para Hermione e ela levantou uma sobrancelha como quem fala ''eu te disse''.


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