Embora a sheriff quisesse tirar da sua vida tudo o que fizesse lembrar Regina simplesmente não podia. Henry era o maior elo de ligação à mayor. Elas tinham um filho em conjunto como é que Emma podia fugir? Simplesmente não era uma opção… Ela tinha que se recompor e seguir em frente!

“Mãe!” Henry chamou pela terceira vez. Nada. Tentou novamente… “Mããããeeeee!”

A loira saltou no banco das docas onde estava sentada com o seu filho que teimou que queria ir ver os barcos num Domingo de manhã! Este garoto vai matar-me!

“Desculpa, estava um pouco perdida. Diz…”

“Eu sei que estavas perdida… Nossa, eu chamei-te tipo um trilião de vezes!” Henry fez aquela típica cara de desagrado e continuou. “O que se passa contigo?! Andas TÃO, TÃO estranha!”

Que podia a salvadora responder?! Não é que ela fizesse de propósito só que desde que percebeu os seus sentimentos por Regina que andava mais triste que o habitual. Normal, não? Ninguém gosta de ver a mulher que ama com um barbudo qualquer! E ele andava sempre tão sorridente… tão animado, tão feliz… só o mero pensamento já levava a que o estômago de Emma embrulhasse todo e uma sensação de mau estar a consumisse por inteiro!

“Estás bem? Estás meia verde, Ma!” perguntou, Henry preocupado com a súbita mudança de cor da mãe.

“Não se passa nada, garoto. Fiquei um bocado enjoada subitamente…São só coisas estúpidas de adultos.” Um leve sorriso tomou conta dos lábios da loira e os seus olhos brilharam um pouco mais que o normal. Este garoto não existe! Tão perspicaz… Pelo menos fiz algo bom na vida! Passou a mão no cabelo do garoto e aproximou-o um pouco mais de si.

“Eu não sei mas essa ‘estranheza’ toda deve ser contagiosa… MUITO contagiosa…”

“Porquê?”

“Porque a minha mãe está exactamente igual. Ela está estranha. Acho que devias falar com ela. O final feliz não parece assim tão feliz. O sorriso dela nunca chega aos olhos. E tu és a salvadora… Tens que ajudar toda a gente com o seu final feliz.”

Ok… Tudo eu, tudo eu! Espera!… estranho… Regina estranha? Ela devia estar feliz, não?! Ela é a antiga Rainha Má que namora com o Robin dos bosques mas que antes foi casada com o meu avô o que levou a que ela fosse madrasta da minha mãe. Certo… e para finalizar em beleza ela é mãe do meu filho e eu estou totalmente apaixonada por ela. Pois… estranho é um eufemismo para caracterizar toda esta situação.

“Ma! Já estás outra vez noutro mundo! Fala comigo. Não guardes tudo para ti!” Reclamou o mocinho cruzando os braços no seu peito. Ele podia ter os jeitos de Emma umas vezes mas outras era uma cópia exata da brunete que tinha como mãe.

Emma sorriu novamente. Parece que a frase ‘não guardes tudo para ti’ estava na moda. Toda a gente a dizia ultimamente. Talvez eles tivessem razão. O que tinha ela a perder? Ela tinha que falar com a Regina. Pelo menos perceber como é que ela estava. Já fazia um bom tempo que elas não tinham uma conversa decente. Só falavam sobre Henry e nada mais. A sheriff suspirou… um suspiro que foi levado pelo vento que se fazia sentir. A verdade é que ela não queria perder o que tinha construído e se para isso ela tivesse que levar com a presença do sr. Feliz então que fosse!

“Desculpa. Tens razão. Eu vou falar com a tua mãe. Mas por agora o que achas de umas batatas fritas e um milkshake? Estou a morrer de fome!”

Henry sorriu de orelha a orelha, não só porque ele também estava cheio de fome mas também porque viu um sorriso genuíno em Emma, um sorriso que ele já não via há muito tempo e isso era bom, muito bom.

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“Olá, Emma!” Cumprimentou Ruby enquanto limpava o balcão de uma forma um pouco sexy demais para o que a tarefa exigia. Logo que Henry se sentou ao lado da sua mãe, Ruby cumprimentou-o também “Olá, Henry!” Virou-se novamente para Emma e logo apontou o pedido dos dois.

Os dois tinham quase acabado de comer quando a campainha do Granny’s ecoou por toda a sala. Instintivamente Emma e Henry olharam para a porta e foi quando a imagem de uma brunete muito familiar tomou a mente de Emma de assalto. Henry levantou-se e correu para os braços de Regina que já estavam prontos para o receber. “Mãe!”

O coração de Emma batia desenfreadamente, as suas mãos começaram a suar e oh meu Deus, Regina tinha demasiados botões desapertados mostrando um pouco mais do que devia. E o arrepio que correu pela coluna da sheriff rapidamente acabou entre as sua pernas. Recompõe-te! Não é o lugar nem o momento para isto!

Emma olhou enternecida para a demostração de afeto de Regina e Henry e logo o seu olhar foi apanhado pelo de Regina e aquele olhar durou o que pareceu uma eternidade para as duas. Era tão certo, tão completo, tão cheio de tantas coisas. Emma percebeu que aquele olhar era mais que um mero cumprimento… Ela conhecia aqueles olhos melhor que ninguém. Ela aprendeu a ler nas entrelinhas do olhar da mayor. E nenhuma se atreveu a interrompê-lo até que a campainha soou novamente, mostrando Robin Hood a entrar no Granny’s. Empata! Pensou a loira.

Regina não perdeu tempo a olhar para trás e fez o caminho até ao balcão onde estava Emma. Os seus olhos escureceram um pouco quando olhou Emma de alto a baixo, algo que era tão normal entre elas, tão erotica e emocionalmente normal. Passado uns segundos interrompeu o silêncio.

“Sheriff Swan… há quanto tempo! Se eu não soubesse que não, ia jurar que tem andado a fugir de mim.” Um sorriso duvidoso instalou-se nos seus lábios vermelhos.

O milkshake ficou preso na garganta da loira que se engasgou com a insinuação… com a voz mais aguda do que queria respondeu. “Claro que não! Eu não fujo. Apenas sou uma mulher ocupada!” Olhou para os olhos de Regina e eles pareciam imanes. Concentra-te Swan! Pensa em qualquer coisa menos excitante. deixa ver... Granny!

Regina levantou a sua sobrancelha, um gesto que tanto a caracteriza. “Compreendo… Bem, gostei de a ver. Gostava de a ver em breve, sheriff. Agora sempre que a vejo é em contexto de trabalho.”

"Vou trabalhar nisso, Regina." Respondeu Emma com um sorriso.

Regina sorriu também. "Assim espero, Emma."Levantou-se para se dirigir à mesa onde Robin já se tinha instalado mas não antes de ouvir a voz da loira.

Adoro quando ela diz o meu nome... até o meu nome na boca dela fica sexy...

“Gostava de falar contigo sobre hum… umas coisas.. humn… que se andam a passar… Era possível?” Inconscientemente Emma mordeu o seu lábio inferior e verdade seja dita, Regina achou aquele momento de vulnerabilidade muito querido.

“Claro… hoje em minha casa, então?”

A loira franziu o cenho e continuou. “Não! Quer dizer… Pode ser nas docas? Eu quero falar apenas contigo. Gostava de não ter mais ninguém presente.”

Admiração estava estampada na cara de Regina mas claro que ela podia ir, claro que ela queria! “ Combinado então. Vemo-nos lá às 16h?”

Um sorriso escapou dos lábios da loira de olhos verdes que não podia explicar e conter a sua excitação. “Combinado. Até logo, então.”

O que nenhuma das duas percebeu foi que Robin estava sentado numa mesa a prestar muita atenção à interacção das duas mulheres que sem perceber mantinham um sorriso ligado nos seus lábios mesmo após se despedirem.