– Você está de quantos meses? – Indagou Killian enquanto decidiam o que pedir.

– Quase quatro.

– E já sabe o sexo?

– Não – Pensou um pouco e depois completou – Acho que descubro na próxima consulta.

– E quando é? – Pergunto Ruby interrompendo a conversa do casal.

– Na próxima semana...

– Posso ir junto? – Pediu com os olhos brilhando.

– Eu também quero! – Exclamou Tinker – Tenho que saber se é meu sobrinho ou sobrinha!

– Sobrinho? – Perguntou Emma levantando uma sobrancelha divertida.

– Ele vai poder me chamar de tia né?- Perguntou com uma preocupação exagerada.

– Se ele quiser... – Respondeu rindo da expressão boba da amiga.

– Ai que lindo! Somos tias Ruby! – Exclamou.

– Sim, muito lindo – Comentou Ruby bobamente.

Emma apenas balançou a cabeça e encarou Killian que tinha um pequeno sorriso nos lábios.

– Parece que já ganhou as garota – Comentou divertido.

Emma apenas sorriu.

O almoço transcorreu tranquilo e divertido, e Emma não pode deixar de se sentir nostálgica, os momentos com seus amigos também costumavam ser assim.

Sentia falta de todos, sabia que seria difícil ficar longe, mas esperava que com o tempo fosse se acostumar, mas na verdade a cada dia ficava mais difícil.

Às vezes via algo e se lembrava de Alice, ou escutava uma risada estrondosa e Will lhe vinha à cabeça... Sempre tinha algo que lhe fazia lembrar-se deles, e era tão doloroso. Tinha que ser forte, sabia disso, mas na teoria é mais fácil que a pratica. Havia momentos que tudo o que queria era chorar, como agora, vendo Killian e as meninas conversando tão animados.

– Tudo bem Emma? – Perguntou Ruby vendo o olhar distante e um tanto triste da amiga.

– Sim...

– Tem certeza?

– Claro – Sorriu vazio, como fazia ultimamente.

– Tudo bem... Estamos combinando de ir ao shopping. O que acha?

– E a biblioteca? – Perguntou confusa.

– Ah esqueci-me de te dizer. Ela não vai abrir, temos a tarde livre! – Comemorou Tinker feliz.

– Entendi... Bem, de qualquer forma, eu pulo.

– Ahh, vamos Emma! Vai ser legal – Insistiu Ruby.

– Fica pra próxima.

– Okay... E você Killian, vai não é?

– Vou sim – Sorriu. Com seu trabalho era difícil ter momentos assim com as garotas.

– Bem gente, então já vou indo – Comentou Emma se levantando – Nos vemos depois.

– Foi bom te rever Emma – Disse Killian sorrindo.

Emma lhe sorriu de volta e se despediu.

– Tudo bem com ela? – Perguntou Killian ás meninas assim que Emma deixou o restaurante.

– Não sabemos muito bem, mas acho que tem a ver com o motivo dela ter vindo a New York – Respondeu Ruby franzindo as sobrancelhas.

– Entendo... – Comentou pensativo encarando a porta por onde ela saiu.

Emma estava deitada em sua cama encarando o relógio que nem sabia por que levara, enquanto as lagrimas rolavam livremente. Já estava cansada de sempre segura-la, e mais cansada ainda de derramá-las.

Prometera ao seu filho que seria forte por ele, mas não conseguia, e se odiava por ficar nesse estado.

E se odiava mais ainda por seguir amando Neal. Não conseguia entender como ainda nutria algum sentimento por ele quando esse nem fez caso de seu filho, por outro lado se o amava quando ele ficava esfregando seu relacionamento com Tamara em sua cara, porque agora seria diferente...

Suspirou irrita se sentando e pegou seu celular.

– August? – Chamou assim que atendera.

– Emma! Quem é vivo sempre aparece – Podia ouvi o sorriso em sua voz.

– Muito engraçado! – Sorriu verdadeiramente. Era bom ouvir a voz August. Era... Familiar.

– Como está Emma?

– Bem... – Não tão bem quando gostaria... Completou mentalmente.

– Tem certeza Emma? – Não estava convencido disso.

– Claro – Não queria preocupar o amigo com besteira – E... Como estão as coisas por ai? – Perguntou franzindo o cenho e se xingando por dentro.

August sabia do que ela estava falando – Hum, bem, ninguém sabe que está grávida... Acho que Neal não disse a ninguém. E desde que se foi Regina não conversa com Neal. Não sei de muita coisa...

– Entendo... – Então quer dizer que Neal não só não quer saber do filho, mas também não quer que ninguém saiba... Ótimo. Melhor assim – E você, como está? – Mudou de assunto antes que começasse a transbordar de novo.

– Estou bem Emma, não se preocupe comigo – Sorriu – Agora me diga, como vai o bebê? Já sabe o que é?

– Está bem! Não, provavelmente na próxima consulta descubro – Comentou animada.

– Ligue para avisar!

– Ligarei – Prometeu.

– Bem Emma, tenho que desligar, mas te ligo em breve! – Desculpou-se.

– Tudo bem. Até. Beijos...

– Beijo.

Desligou e discou novamente.

– Emma! – Ouviu a voz de seu pai, e se sentiu em casa.

– Pai – Sorriu – Tudo bem por ai?

– Sim sim... Mas quero saber de você, como se sente?

– Estou bem pai. Como esta o senhor, a mamãe? E Oliver?

– Estamos bem Emm, com saudades –

– Também estou...

– Como vai o trabalho? E a faculdade? O bebê...

– Calma – Riu – O bebê esta bem, em breve saberei o sexo... Eu realmente gosto do trabalho, e as meninas são bem legais – Sorriu – O curso começa daqui uma semana, estou nervosa – Confessou.

– Não fique, você vai se sair muito bem – Disse orgulhoso.

– Espero... – Riu – Bem, só liguei para saber como estavam, diga à mãe que ligarei amanha.

– Direi. Se cuide Emma, te amo.

– Não se preocupe. Também te amo.

Desligou e resolveu ver algumas coisas do curso, não mentira, realmente estava nervosa, porém feliz por finalmente fazer o que sempre sonhou.

A semana terminou e outra se iniciou, e com ela suas aulas.

O curso realmente era incrível, se alguma vez duvidou do que queria fazer agora já não restava duvidas. Queria salvar vidas.

– Queríamos muito ir com você amanha Emma, mas não conseguimos folga – Lamentou Tinker enquanto catalogava alguns livros.

– Não tem problema, se eu descobrir o sexo eu contarei – Riu da cara de enterro da amiga.

– Eu sei, mas queríamos ver... - Choramingou.

– Na próxima talvez...

– Talvez... Já terminei aqui, podemos ir. Estou morrendo de fome! – Comemorou.

– Okay, vou trancar as janelas...

– Ah, esqueci de contar! Killian chegou de viagem e nos convidou para jantar, e você esta incluída no convite – Informou Tinker arrumando suas coisas.

– Ah... Tudo bem – Concordou. Fazia quase duas semanas que não ouvia falar do rapaz.

– Que bom! Eu passo para pegar você e Ruby.

– Fechado.

Pegaram suas coisas, trancaram tudo e se foram,

– Te vejo daqui a pouco – Despediu-se Tinker enquanto estacionava o carro em frente ao Granny’s hotel/restaurante.

– Okay.

–Tem certeza que sabe onde é? Não se perdeu de novo não é Tinker? – Choramingou Ruby ao perceber que a amiga já estava rodando a mais de meia hora.

– Claro que tenho! Assim você me ofende. É... Ali! – Exclamou ao ver Killian parado na porta de um restaurante olhando para os lados.

– Graças a Deus! Da próxima vez eu pego o endereço e dirijo, não quero mais correr o risco de quase morrer no meio da estrada – Disse Ruby dramaticamente.

– Mal agradecida! Esta vendo né Emma? – Perguntou Tinker se fazendo de ofendida.

– Não me coloque no meio do assunto de vocês, não sei de nada... Só me lembrem de arrumar um carro parar mim urgente – Disse Emma rindo enquanto saia do carro.

– Outra mal agradecida... – Exclamou Tinker ao saindo do carro também.

– Se perdeu de novo Tinker? – Perguntou Killian assim que se aproximaram dele.

– Você também? – Fez uma expressão chocada - É um complô!

– Pelo visto sua fama de precedi – Comentou Emma rindo.

– Hey Swan! – Cumprimentou Killian sorrindo indo lhe dar um abraço de leve.

Podia jurar que sua barriga cresceu mais desde a ultima vez que a vira, e não queria machucá-la.

– Killian… - Retribuiu sorrindo.

– Que bom que veio... – Sorriu - Vem, vamos entrar... E Tinker, vamos ter que mapear a cidade pra você – Brincou enquanto caminhavam para dentro.

– Haha, muito engraçado... É essa cidade que a cada dia muda as ruas – Se defendeu.

– Ah sim, claro... – Ruby revirou os olhos – Suas desculpas já foram melhores.

– Não me importa, vamos que estou com fome! - Andou na frente deixando os outros rindo para trás.

– Você vai comer tudo isso T? – Perguntou Ruby chocada.

– Eu disse que estava com fome – Deu de ombros.

– Você esta comendo mais que a Emma!

– Hey! – Exclamou Emma se fazendo de ofendida.

– Desculpe Emm, mas é verdade, você come muito

– Eu como por dois! – Se defendeu.

– Isso não é desculpa... – Comentou Ruby colocando uma garfada na boca – Mas, falando do baby, Tinker contou que não vamos poder ir com você? – Perguntou Ruby triste.

– Sim. Serio gente, não tem problema. Vocês vão na próxima.

– Ir onde? – Perguntou Killian que estava calado se divertindo com a conversa das garotas.

– Emma tem consulta amanha – Respondeu Tinker.

– Acho que vai dar para ver o sexo – Explicou Emma sorrindo.

– E queríamos ver – Choramingou Ruby.

– Serio? Se descobrir não deixe de me contar - Pediu Killian sorrindo.

– Não deixarei – Devolveu o sorriso.

– Ah Emma, ligou um cara te procurando. Um Au... Aust... Agus... – Disse Ruby se embolando.

– August! – Exclamou Emma.

– Isso! August! Disse para ligar para ele...

– Ele deve ter ligado pro meu celular, mas não tive tempo de colocá-lo pra carregar... – Franziu as sobrancelhas, imaginando se seus pais também teriam ligado.

– Hum, August é... E quem é August? – Perguntou Tinker maliciosamente.

Killian estranhamente prestou mais atenção na conversa.

– Não é nada disso. Gus é só um amigo, um bom amigo de StoryBrooke – Esclareceu sorrindo ao se lembrar do amigo.

– Bem, seja quem for, ele parecia um tanto preocupado... – Disse Ruby.

Emma sentiu o coração perder uma batida ao pensar no que teria acontecido.

– Me empresta seu celular Ruby? – Pediu um tanto receosa.

– Claro... Mas, esta tudo bem Emma? – Perguntou estranhando a reação da amiga.

– Esta. Eu... Só preciso fazer uma ligação.

Ruby entregou o aparelho ainda de cenho franzido.

– Já volto – Informou Emma se levantando.

– Esta tudo bem com ela? – Perguntou Killian preocupado olhando a garota se afastar.

– Não sei... Ela nunca agiu assim... – Disse Tinker confusa.

Killian sentiu vontade de ir ver se estava tudo bem, porém continuou sentado. Não era assunto seu.

– August? – Chamou Emma assim que atenderam.

– Hey Emma!

– Esta tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Questionou rapidamente.

– Acho que sim... Bem, Regina anda perguntando sobre você, foi á casa de seus pais... Ela, ela esta preocupada Emma. Disse que na carta você falou que entraria em contato, mas ate agora nada. Eu disse que você esta bem, mas ela fica pressionando, não sei mais o que fazer...

– Você... Você disse á ela onde eu estou? – Perguntou preocupada.

– Não! Claro que não. Mas Emma... É... – Hesitou.

– O que foi?

–Neal... Ele, ele também andou perguntando por você – Disse calmamente.

– O que?! – Perguntou exasperada.

Se antes queria dar uma chance de Neal conhecer seu filho, agora não queria mais contado entre eles. Já lhe ficou mais que claro que Neal não se importava com o filho.

– Calma. Não se preocupe, eu não disse nada... E mesmo se tivesse dito não acho que ele lembraria depois, não estava nas melhores das condições – Comentou.

– Como assim?

– Ele estava bêbado Emma, nem acho que se lembra de ter perguntado.

– É melhor assim... Não quero contado com ele.

– Eu sei Emma, não se preocupe. Ele nunca vai saber onde você esta, a não ser que você queria – Prometeu – Mas, o que eu faço com Regina? – Perguntou preocupado.

Era visível o carinho que a garota tinha pela amiga, e sempre que ela lhe perguntava algo de Emma se sentia mal em ver sua tristeza.

– Diga... Diga que eu a amo, que não importa onde estou ela sempre será minha irmã, e... Peça perdão – Disse triste.

– Direi... Mas Emma, não seria melhor ligar para ela? Não precisa contar onde esta, e nem sobre a gravidez – Propos.

– Eu... Eu não sei... – Disse confusa.

– Só pense sobre o assunto Emma – Falou carinhoso.

– Tudo bem... August?

– Sim?

– Neal... Ele perguntou algo sobre o filho? – Assim que fez a pergunta se arrependeu.

– Não, nem tocou no assunto... Sinto muito Emma.

– Tudo bem... Eu, eu tenho que desligar – Disse ao se lembrar dos amigos.

– Okay, e não se preocupe com nada por aqui tudo bem.

– Tudo bem...

– Ate Emm, se cuida, e não se esquece de me ligar para falar o sexo – Podia ouvir o sorriso na voz dele.

– Não esquecei – Deu um meio sorriso.

– Tchau.

– Tchau...

Desligou o aparelho com as mãos tremendo. Não queria Neal perto de seu filho, e muito menos Tamara. E se sentia mal por Regina... Talvez devesse considerar o que August disse...

Ficou lá fora por alguns segundo e entrou.

– Tudo bem Emma? – Perguntou Ruby vendo a miga se aproximar com uma cara estranha, meio... Assustada?

– Estou... – Respondeu se sentando e devolvendo o celular a amiga.

–Tem certeza? Você esta pálida... – Reparou Killian preocupado – Esta se sentindo mal? Podemos ir ao médico. – Se ofereceu já se levantando.

– Não, não. Não precisa, esta tudo bem... – Tentou sorrir.

– Okay... – Deu um suspiro se dando por vencido voltando a sentar-se – Mas se estiver sentindo algo nos avise – Pediu.

Emma lhe deu um pequeno sorriso.

Voltaram à conversa normalmente, e apesar de Emma estar com as palavras de August rondando a cabeça, não ia estragar o momento com os novos amigos.

– Ruby e eu estávamos pensando em ir dançar um pouco depois daqui. Não voltaremos tarde. O que acham? – Perguntou Tinker após pagarem a conta.

– Fica pra próxima, estou morta – Dispensou Emma.

– Dessa vez também recuso meninas, estou muito cansado da viagem – Respondeu Killian enquanto saiam do restaurante.

– Parece que só seremos nós hoje Ruby... - Comentou Tinker.

– Bem, onde eu consigo um taxi por aqui? – Perguntou Emma. “Realmente preciso do meu carro” pensou.

– Não Emma, nós te levamos primeiro – Informou Ruby.

– Não precisa, eu pego um taxi e chego rapidinho – Negou.

– Sem essa Emma, vamos te levar – Disse decidida.

– Tudo bem então – Se deu por vencida.

– Killian, nos vemos amanha ou já vai voltar? – Perguntou Tinker.

– Nos vemos, vamos ficar por alguns dias...

– Okay. Então vamos se não chegamos tarde – Disse.

– Até mais Swan... Nos esbarramos por ai – Despediu-se Killian piscando.

– Até mais – Sorriu. Era estranhamente fácil sorrir para Killian.

Despediram-se dele e seguiram caminho deixando-o para trás.

Emma chegou em casa decidida a entrar em seu quarto e simplesmente dormi Não queria ficar remoendo a conversa que tivera com August.

E foi o que fez, quando se deu conta já estava acordando no dia seguindo.

Encarou seu relógio e percebeu que ainda teria três horas antes de sua consulta. Resolveu se arrumar e caminhar pela cidade, aproveitar seu dia de folga.

Já estava há mais de uma hora sentada naquela cafeteria, que parara pra tomar café, observando a paisagem. Pagou a conta e decidiu caminhar pelo Central Park, gostava de lá, toda aquela natureza lhe lembrava Storybrooke.

Estava caminhando distraída com as vitrines de algumas lojas quando esbarrou em alguém.

– Oh desculpe! – Pediu se equilibrando.

– Opa! Hey Swan! Quando disse que esbarraríamos, não era bem no sentido literal – Brincou Killian segurando-a pelos ombros.

– Hey, Killian! – Cumprimentou - Esta me seguindo? – Perguntou divertida.

– Sim, adoro seguir garotas lindas pela cidade. É meu passatempo favorito – Sorriu zombeteiro.

– Como eu nunca imaginei isso... – Brincou um pouco envergonhada pelo elogio.

– Então Swan, o que anda fazendo por aqui? Alem de ser seguida por homens incrivelmente lindos? – Perguntou Killian começando a caminhar no sentido oposto que estava indo, sendo seguido por Emma.

– Estava indo ao Central Park.

– E posso ir?

– É um lugar publico Killian – Sorriu.

– Bem observado Emma, bem observado. Deixe-me reformular minha frase. Posso acompanhá-la no seu pequeno passeio? – Perguntou sarcástico, porém com um pequeno sorriso

– Acho que não há nenhum problema... – Riu.

– Ótimo. Por que não aceitaria um não como resposta – Piscou divertido.

Caminharam em silencio um ao lado do outro e logo estavam adentrando o parque.

Acharam um banco e sentaram.

– Eu gosto daqui. –Comentou Killian encarando olhando ao redor.

– É um lugar bonito... – Concordou.

– Sempre que voltamos de viagem venho aqui. É bom ver um pouco de natureza depois de passar tanto tempo no mar... Mas não trocaria o mar por nada – Sorriu.

Emma pensou sobre aquilo por um momento – Você me disse que era capitão, mas nunca me explicou exatamente do que – Lembrou.

– Da Marinha – Respondeu Orgulhoso.

– Da Marinha? – Surpreendeu-se Emma – Você não é muito novo pra ser o capitão da marinha? – Perguntou tentando não soar ofensiva.

– Tecnicamente sim - Riu – Mas sou bom no que faço e conquistei meu lugar. Não tenho só esse rosto diabolicamente bonito – Piscou.

– E porque Marinha? – Perguntou Emma interessada.

– Sempre gostei do mar. Passava mais tempo nele com meu irmão Liam do que em terra – Riu.

Sentia falta de seu irmão, agora se viam com menos freqüência.

– E seus pais? – Perguntou Emma.

– Morreram – Deu um pequeno sorriso triste.

– Eu sinto muito. Desculpe, eu não...

– Tudo bem Emm. Foi há muito tempo – Explicou.

– Mas... E você? E seu irmão? – Questionou tentando não parecer intrometida.

– Essa é a parte... “engraçada”. Não tínhamos mais familiares, então quem ficou com nossa guarda foi um grande amigo da família. Mas ele era capitão da Marinha, e como não tinha com quem nos deixar em terra, nos levava pro mar – Sorriu se lembrando das travessuras que fazia com o irmão que sempre resultava em castigos.

– Mas, não era perigoso? – Perguntou Emma de cenho franzido tentando imaginar duas crianças em alto mar.

– É menos assustador do que parece – Riu divertido – A maior parte do tempo o mar estava tranqüilo, e quando as coisas se “complicavam” ficávamos em alguma central em terra, o em mar mesmo. James nunca nos colocou em perigo – Explicou.

– Quero conhecer seu irmão qualquer dia... – Comentou Emma sorrindo.

– Conhecerá – Prometeu. Tinha certeza que Liam a adoraria – Você já sabe muito de mim Swan, estou em desvantagem – Brincou.

Emma lhe deu um pequeno sorriso numa mistura de nervosismo e tristeza. Não tinha certeza se queria compartilhar suas burradas com alguém, mas Killian havia sido sincero com ela, e de um jeito estranho, confiava nele.

Killian entendeu com aquele pequeno sorriso que a historia era mais complicada do que pensava.

– Talvez mais tarde – Propôs sorrindo. Não iria pressioná-la. Nunca.

Emma sorriu em agradecimento.

– Que horas são? – Perguntou assustada se lembrando da consulta.

– 10h30min – Respondeu Killian checando o relógio. – Algum problema? – Perguntou entranhando a reação da garota.

– Tenho que ir, se não vou me atrasar – Disse levantando-se.

– Se atrasar pra que? – Questionou levantando-se também.

– Pra minha consulta – Explicou.

– Ah, tinha esquecido. Bem, boa consulta, espero que consiga descobriu o que é – Sorriu.

– Obrigada – Lhe devolveu o sorriso.

Mas ao invés de se despedir ficou parada encarando aqueles olhos azuis, se questionando se perguntava ou não.

– Tudo bem Emma? – Perguntou Killian observando a garota franzir o cenho.

– Quer vir comigo? – Perguntou por fim.

– Serio? Não vai se importar? – Perguntou surpreso.

– Se não se importar de vir comigo, por mim tudo bem... –Sorriu.

Nem sabia ao certo porque o tinha convidado. Mas lhe pareceu... Certo?

– Não me importo – Abriu um sorriso.

– Então vamos que já estou atrasada.

– Okay, deixa só eu ir buscar meu carro.

– Podemos ir andando, não é muito longe.

– Tudo bem.

– Esta nervosa? – Perguntou Killian enquanto caminhavam.

– Não... Sim... – Respondeu franzindo as sobrancelhas.

– Entendi – Riu – Vai fica tudo bem.

– É aqui – Disse Emma após alguns minutos parando em frente de um prédio.

Estavam sentados na sala de espera, e Emma pode perceber alguns olhares de algumas mulheres - que também esperavam sua vez que serrem atendidas, sobre Killian.

Até entendia, não podia negar que ele era realmente bonito, mas algumas nem disfarçavam. Chegava a ser engraçado... E irritante.

– Emma Swan.

Ouviram seu nome ser chamado e se levantaram caminhando ate o consultório.

– Boa tarde – Desejou a doutora.

– Boa tarde – Disseram juntos

Depois de uma breve conversa sobre cuidados e algumas duvidas, entraram na sala de ultrassom.

– Os papais têm preferência? – Perguntou a doutora sorrindo.

– Oh não, ele não é o pai – Disse Emma envergonhada.

– Oh, desculpe... – Pediu olhando de Emma para Killian constrangida.

– Tudo bem. Sem problemas – Disse Killian sorrindo divertido.

– An... Não tenho preferência... – Respondeu Emma franzindo a sobrancelha ainda constrangida.

– Então vamos ver o que esse serzinho é... – Comentou a doutora gentilmente.

Enquanto a doutora fazia os preparativos Emma e Killian trocaram um breve olhar. E Emma se sentiu feliz em ter ele ali, não o conhecia muito bem, e era estranho, mas ele já estava se tornando alguém especial. Porém não pode evitar se sentir mal por não ser Neal ali, queria ter tido a chance de dividir essas coisas com ele.

Queria poder arrancar seu coração do peito e atira-lo a correnteza, sem mais dor, sem mais saudade, sem mais lembranças...

– Tudo bem Emma? – Perguntou Killian baixo para que só ela ouvisse estranhando sua expressão.

– Sim, tudo bem – Deu um pequeno sorriso se odiando por ter um coração tão traidor.

Killian não se convenceu. Queria saber o que lhe causava esses olhares tão torturados às vezes. Prometeu a si mesmo que descobriria.

– Bem, vamos lá... – Disse a doutora ligando a aparelho deixando a sala ser preenchida pelo som alto e frenético de um coração batendo.

–Isso é o coração? – Perguntou Killian sorrindo admirado.

– Sim, é forte não é – Disse a doutora divertida.

Emma nada disse, apenas ficou ouvindo aquele doce som que fazia tudo valer à pena. Cada lagrima, cada decepção... Passaria por tudo de novo.

Killian segurou a mão de Emma inconscientemente e essa involuntariamente a apertou mantendo-a no lugar.

– Vamos ver se ele nós deixa ver... – Comentou a doutora passando a maquininha pra lá e pra cá olhando a tele do computador - Parabéns Emma, é um menino – Disse finalmente.

Emma deixou uma lagrima escapar, que foi prontamente secada por Killian.

Conversaram mais um pouco com a doutora e se despediram depois de ficar combina uma consulta para o próximo mês.

– Esta com fome? Podemos ir comer alguma coisa – Propôs Killian assim que deixaram o consultório.

– Vou aceitar. Realmente estou com fome – Riu.

– Eu só tenho que ir buscar meu carro. Volto rápido.

– Tudo bem. Vou ficar esperando.

Emma se sentou em um banquinho que estava próximo e menos de 10 minutos depois Killian estacionou ao seu lado.

–Podemos ir ao shopping, ou quer ir a outro lugar? – Perguntou Killian enquanto dirigia.

– Shopping está bom... – Respondeu pensando em como continuaria - An, Killian... Desculpe, por lá trás... –

– O que? – Perguntou confuso.

– Por, bem, pela doutora achar que era o pai... – Disse constrangida.

– Não se preocupe Swan – Riu – Então vai ter um garoto... – Comentou sorrindo.

– É o que parece – Sorriu feliz.

– E já tem nomes?

– Tenho... – Respondeu sentindo a garganta se fechar. Na verdade tinha há muito tempo. Ela e Regina fizeram um acordo que a primeira que tivesse um filho colocaria o nome que ambas gostavam – Henry.

– Henry... – Testou – Eu gosto de Henry – Sorriu.

– Henry... – Disse tocando a barriga.

Estacionaram o carro e seguiram pra praça de alimentação.

– Você pode ir pedindo, eu já volto – Disse Killian.

– Okay – Franziu as sobrancelhas.

Killian seguiu para uma loja de roupas de bebê. Há alguns dias quando passará por ela e se lembrou de Emma quando viu uma peça. Mas como não sabia o que era o bebê resolveu esperar pra comprar.

Comprou e pediu para embrulhar para presente. Estava que Emma gostasse.

Seguiu para a praça e a encontrou sentada numa mesa falando ao celular.

– Não, ainda vou ligar pra eles – Respondeu August sorrindo enquanto olhando Killian se sentar a sua frente.

– David vai ficar muito feliz. Eles fizeram uma aposta sabia – Comentou August rindo.

– Como assim? – Emma riu.

– Sua mãe apostou que era um menino, e David uma menina. Só não me pergunte o que apostaram – Contou divertido.

– Esses dois... – Riu – Bem, só liguei pra contar que terá um afilhado – Disse sorrindo.

– Afilhado? Esta me chamando pra ser padrinho Emma? – Perguntou sorrindo.

– Claro. Quem mais seria? – Riu.

– Obrigada Emma- Disse.

– Eu é que agradeço August. Por tudo – Disse carinhosa.

August sabia sobre o que ela falava – Não precisa agradecer. Você sabe que estou aqui pra qualquer coisa – Disse carinhoso.

– Eu sei. É por isso que agradeço – Disse com a voz embargada.

– Ahh sem choro Emma. Você tem que estar feliz. – Falou carinhoso - Ligue pros seus pais e depois me conte o que apostaram –Encorajou.

– Okay, nos falamos em breve. Ate mais – Sorriu.

– Até Emma!

– August- Esclareceu Emma sorrindo a Killian.

– Vocês parecem muito amigos... – Sondou Killian.

–E somos – Sorriu – Você se importa se eu ligar pros meus pais?

– Claro que não, tudo bem.

Emma lhe sorriu e voltou a discar.

– Emma? – Perguntou David assim que atendeu.

– Pai! – Exclamou com um sorriso brilhante, fazendo Killian sorrir também.

– Achamos que tinha se esquecido de nos – Brincou fingindo magoa.

– Nunca – Riu. Sentia muitas saudades dos pais – Mãe esta ai? Tenho uma coisa para conta – Sorriu em expectativa.

– Está. Esta tudo bem Emma? – Perguntou preocupado.

– Sim, sim, não se preocupe.

– Pronto, esta no viva voz.

– Emma! Que saudade! – Ouviu sua mãe e seus olhou se encheram de água.

– Eu também... Muita.

– Então Emma, o que queria dizer? – Perguntou David.

– Primeiro me expliquem que historia é essa e aposta – Riu divertida.

– August te contou não foi? – Perguntou Mary Margaret

– Contou.

– Sua mãe acha que o bebê é um menino, eu tenho certeza que é uma garotinha – Disse decidido.

– Quando a isso pai, acho que o senhor vai ter que pagar a aposta – Riu imaginando a expressão do pai.

– Oh meu Deus! É um menino Emma? – Perguntou Mary Margaret emocionada.

– Sim – Disse orgulhosa.

– Eu te falei David! – Ouviu a mãe falar rindo.

– Alias o que apostaram? – Perguntou curiosa.

– Melhor nem saber Emma... – Respondeu David rindo.

– Oh meu Deus, não quero nem imaginar – Fez careta e olhou Killian que estava com um sorriso no rosto.

Emma podia tão perceber, mas quando falava com ao pais seu rosto se iluminava, foi algo que Killian gostou de ver, e admirou.

– Eu tenho que desligar. Só liguei para contar.

– Tudo bem Emma. Mas não demore muito para ligar de novo. Ficamos preocupados.

– Não vou – Sorriu

– Se cuide, nós te amamos – Disse David.

– Também amo vocês...

– Acredita que eles apostaram sobre o sexo do bebê – Disse Emma rindo enquanto guardava o celular.

– E quem ganhou? – Perguntou Killian divertido.

– Minha mãe – Gargalhou.

– A propósito, falando em ganhar. Eu te trouxe algo – Disse Killian colocando o embrulho em cima da mesa.

– Oh, não precisava Killian – Disse emocionada.

– Faço questão. Espero que goste – Lhe entregou o pacote sorrindo.

Emma desembrulhou e não pode deixar de rir quando viu. Tratava-se de um macacão branco e azul, com um barquinho bordado na frente. Na verdade, lembrava muito a rouba de um marinheiro.

– Eu amei! – Riu divertida.

– Que bom – Sorriu.

Emma levantou e lhe deu um abraço apertado. E quando retribuía Killian pesou que pudesse estar louco, mal conhecia aquela garota, mas não podia mais negar que tinha sentimentos por ela. Sentimentos fortes...

Abraçou-a mais apertado.