Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 29
- Momentos e Lembranças -


Notas iniciais do capítulo

Mais um galera!



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A tarde estava calma, assim como minha vontade de festejar com quem fosse, não que o Tito não merecesse uma despedida, ou algo to tipo, mas a noite anterior havia deixado um sentimento de tristeza, mediante tudo o que acontecera, e, sobretudo algumas dúvidas egoístas minhas, apesar da tarde incrivelmente linda que eu havia passado com Thomas, a noite na sua casa, fora absurdamente traiçoeira em dilacerar meus sentidos ainda inebriados pelos seus braços quentes. Todo o jantar e as conversas tidas no decorrer e pós, haviam marcado sem dúvidas.

– E então... – disse meu irmão passando a mão em meus cabelos, enquanto eu estava sentado no gramado em volta da piscina, conjecturando sobre a noite anterior e sobre mim e o Tom. – Deu uma acalmada – e sentou-se do meu lado.

– Acho que mais do que o suficiente, bom, pelo menos por agora. Não posso também chegar com essa cara de enterro na festa do Tito. Ele não merece! – respondi um pouco entristecido.

– Calma! As coisas vão se ajeitar... Por fim – disse ele suspirando – essas férias estão terminando! – exclamou. – Inacreditável que já se foram dois meses, e posso dizer I-N-C-R-Í-V-E-I-S.

– Não tenho do que me queixar também – respondi deitando-me no seu colo, e deixando rolar uma lágrima – afinal foram incríveis mesmo, e cada coisa que vivi, nunca foi tão intensa como agora! Mas como você disse, estão acabando...

(BANNERS – Ghosts)

– Você deitando no meu colo – salientou rindo – haja carência – complementou dando um sorriso enquanto tirava o cabelo do meu olho – Calma irmão... Vai dar tudo certo! Você vai ver. Acredito que tem muito mais aí dentro de você do que essa superfície, e não somente pelo o que acontece com a mãe do Thomas, mas também, o que será de vocês dois, e acredite, será brother, será! Basta não dificultar e achar que tudo é o fim do mundo, porra, você é tão novo quanto eu, dezesseis anos, e caralho, temos uma vida ainda... Tenho certeza que o Tom não vai deixar isso simplesmente se estabelecer como um amor de férias de verão. Afinal, vocês conquistaram muitas coisas juntos – a cada palavra que Sammy dizia meu coração palpitava, por serem tão verdadeiras e tão sobre o que eu de fato estava sentindo – então se acalme e dê tempo, ele define todas as coisas. – Eu então me levantei e dei-lhe um abraço apertado, como se agradecesse infinitamente por tudo.

– Eu ainda tenho o papai pra enfrentar... – respondi lhe soltando.

– Enfrentar? – perguntou ele respondendo em seguida – e quem disso que isso deve ser um embate?! Qual é Pim, isso não é o fim do mundo. – Sugeriu ele.

– Isso porque não é você que estará dizendo “Dad Im gay”...

– Ele provavelmente sabe disso muito antes do que você possa imaginar – atou rindo suave.

– Qual é, eu nunca dei pinta – respondi sorrindo também.

– Não Pim, eu sei que não, mas isso são apenas estereótipos e não quer dizer absolutamente nada, o que manda é as entrelinhas... E vamos combinar, isso você domina – sugeriu rindo.

– Você acha que ele realmente saca alguma coisa?

– Pim! – disse ele enfático – você precisa relaxar deixar as coisas acontecerem uma de cada vez, essa sua ansiedade é absurda.

– É parte de mim – atei.

– Não! – disse incisivo – você faz ser assim.

– Não é tão simples como você esta dizendo...

– E quem disse que é um bicho de sete cabeças, sai dessa Pim, você tem muito mais a ganhar.

– Eu sei Sammy, eu sei... Mas tudo isso que vem acontecendo, e todas essas minhas dúvidas, incertezas, só me deixam cada vez pior!

– Claro que sim, me deixariam também, mas a diferença esta na importância em que você dá para isso tudo. Não estou dizendo para você despreocupar, porque seria infantilidade minha, mas não se cobre demais, nem tudo esta em suas mãos. – respondeu colocando o braço em volta do meu pescoço.

I Love you Sammy– Sussurei sincero.

Love you too Pim, Love you too – respondeu levantando-se. – Que horas é a despedia?

– Às oito horas, vamos juntos?

– Sim! Vou indo nessa, prometi a mamãe que a acompanharia numa loja de celulares, ela por fim resolveu trocar aquele tijolo – risos.

– Ok – respondi retribuindo o sorriso.

– Heim... Ânimo, não estou dizendo pra você pular de alegria, mas dá um up aí. See ya...

De fato ele estava certo em todo o seu discurso, não havia o que fazer se não a minha parte e me contentar com ela, e além daquilo, eu estava sofregamente me antecipando.

[Tito] – sei que vc não ta num bom momento, mas, sua presença hoje é imprescindível pra mim...

[Pim] – desculpa T, eu sei que não devia te chatear com isso tbm, afinal, isso não é um problema seu! Mas obrigado mesmo assim por compreender esse perrengue... E pode ter certeza, estarei aí sim, só não garanto o Thomas.

[Tito] – chateação alguma Pim, relaxa, eu to aqui pro que der e vier. Enfim, sei que é mais difícil ainda pro Thomas, mas se der, trás ele sim... É uma boa ele dar uma distraída! Qualquer coisa me liga... Abraços

[Pim] – vou tentar! Pode deixar, ligo sim. vlw T. see yaa

[Tito] – see yaa...

As mensagens de Tito haviam sortido algum efeito, nada animador, mas de considerações, afinal, em todo esse tempo, desde que nos conhecemos, ele tem sido alguém extremamente importante.

[Pim] – Hey Dylan are u there?

[Dylan] – yaaasss… lol wassup bro!?

[Pim] – lol fine tnx, would u like to go on party with me?

[Dylan] – really???? Yaaasss lololol … sure I am!

[Pim] – lol K than! 7:30 at home.

[Dylan] – K bro… see yaa!

– Com quem você conversa tanto? – Perguntou minha mãe parando do meu lado – estou indo na cidade com seu irmão, não gostaria de ir?

– Ele me falou mamãe... Não obrigado! Eu estava falando com o Dylan!

– Ah que bacana Pim, ele é um bom menino!

– Sim, um bom amigo também. Estou tentando recuperar o tempo perdido, ele me falou que talvez volte pra Riverdale. Seria uma boa eu iniciar o ano letivo com ele, afinal, ele sempre teve do meu lado lá...

– Sim, eu me lembro de quando ele foi embora para Nova Iorque. Foi um tanto triste para você, apesar de você nunca mais ter falado com ele direito!

– Concordo, mas bem, eu não estava nos meus melhores anos – risos.

– É, nisso eu também concordo. Tem certeza que não quer ir conosco?

– Não mamãe, vou ficar por aqui, dar uma volta na praia sei lá... Heim, acharam o camafeu da senhora Cohen?

– Ah, havia me esquecido de te falar, estava na caixa de charutos do senhor Cohen, ele o achou lá – revelou rindo.

– Menos mau – risos – boas compras mamãe...

– Obrigado querido.

...

Distanciei-me cabisbaixo e chutando suavemente a areia enquanto caminhava na orla da praia, enfiei as mãos no bolso da bermuda que eu usava, e aumentei o máximo que pude o som do meu Iphone. Irremediavelmente, ouvir música era algo que sempre me acalmava, por vezes me fazia chorar, afinal, não eram lá músicas que desse algum ânimo, mas como eu sempre digo se fosse pra eu ouvir algo animado, ia a uma balada, por tanto, na minha vibe, no meu celular, eu ouço absolutamente o que eu quero.

(Ásgeir – On that Day)

Sem perceber eu estava longe e apenas admirando o rebentar das ondas que tocavam a orla, fazia uma brisa suave, aproximava-se das cinco da tarde, e aquele silencio envolto apenas do som do mar e sons de gaivotas ao fundo, trazia-me uma paz avassaladora, sim, é esse termo, pois durando algum tempo, aquele sentimento, o de ter paz, era algo que eu pouco sentia, mas tudo ali naquele instante maravilhosamente conspirava para que ela, por fim, reinasse em meu ser. Foi então que essa paz foi bruscamente interrompida por Thomas, não que ele não me trouxesse paz, pelo contrário, estar com ele era um dos poucos momentos que a podia senti-la, mas ali, era a paz solitária, a de estar único e exclusivamente consigo mesmo. Olhei para o lado abrindo meus olhos que estavam fechados apenas recebendo o vento sobre minha face, e pude vê-lo, lindo, como sempre!

– O que você faz por essas bandas Pimmie boy – disse ele estampando um sorriso largo e cheio de amor, vindo ao meu encontro dando-me um abraço forte e gostoso.

– Se eu te falar que foi por pura coincidência você acredita? – respondi sorrindo – eu estava naquele minha caminhada rotineira, conhece? – risos – e acho que instintivamente, acabei parando na frente da sua casa.

– Isso é um bom sinal – respondeu ele.

– É? Por quê?

– Significa que o seu coração já conhece o caminho de quem te ama – respondeu ele me dando um beijo molhado e suave, fazendo-me derreter em seus braços firmes e encostando a cabeça no seu peito.

– Como se a sua presença já não fosse o suficiente, a suas palavras a marcam mais ainda – suspirei.

– Está tudo bem? – perguntou ele afastando a cabeça levemente para trás.

– Sim... – sussurrei chacoalhando a cabeça.

– Não parece! – respondeu me puxando para sentar-se junto a ele na areia. Eu estava me sentindo um completo idiota, egoísta naquele instante, pois sim, eu não estava bem, por ele, por sua mãe, mas, sobretudo, o término que se fazia dessas férias. Mas eu sequer tinha coragem de falar sobre isso, tendo em vista tamanha e mais importante a preocupação dele, comparada a minha.

– Está tudo bem... – Afirmei sorrindo comedidamente. Ele então segurou meu queixo e passando o dedão como de costume em meus lábios, atou:

I know you, more than you can imagine! And no Pimmie, you are not ok… Talk to me! – me disse olhando nos olhos - You may think that you don’t have the right to feel bad because of what I’m going through… But if you are here for me, so Am I.

– I… don’t know what say! – Respondi receoso.

Start with what you want to say…

– Tom, eu não quero parecer egoísta, precipitado ou algo do tipo, é que... É que as férias estão acabando – ele então soltou um sorriso anasalado e me olhando como se já soubesse de tudo respondeu:

I’m not going to leave you so easily Pimmie – risos – once you won me… now you have to keep it! This the end our summer vacation, but not of our history! – Eu então olhei para ele e comecei a lhe beijar ternamente sendo instantaneamente correspondido por ele. Que acariciava suavemente minha mão enquanto nos permitíamos. Tom parou por alguns segundos e com os lábios ainda encostados nos meus sussurrou – “De você, eu só vou querer me aproximar mais Espirro” – e sorriu beijando-me novamente, me fazendo lembrar-se daquela frase dita há dois meses, em uma festa no seu iate, alias a primeira em que fomos juntos, enquanto eu lhe dava cuidados. Eu então retribui o beijo enquanto passava-se mil flashes de tudo que havíamos vivido até ali, cada momento, cada dia, cada briga, palavras, abraços, sentimentos, toques, olhares, cheiros, tudo me invadiu a mente como um álbum de fotografia muito bem guardado e cuidado, eram lembranças que jamais eu me esqueceria. Nesse momento sentimos a presença de alguém em passos leves se aproximando, havíamos nos esquecido por completo de onde estávamos e dos riscos que corríamos ali, entretanto aquilo não parecia ser mais um problema, porém, a pessoa se aproximando era a mãe de Thomas.

– Mamãe – disse ele assustado e sutilmente gaguejando.

Don’t bother! – Exclamou extremamente calma e aparentemente frágil – I Just want to sit with you guys... Can I? - e sentou-se vagarosamente ao lado do filho que olhava para mim aturdido e ainda tentando lhe dar alguma explicação para o que ela havia visto.

Mom I... I can... – dizia Tom confuso!

Shhh! You don’t owe me nothing... Son! – sinalizou ela acariciando a mão do filho, onde pude notar a dela visivelmente roxa e cheia de furos devido às injeções de morfina diária que tomava para aliviar a dor – You don’t owe me anything – disse com a voz embargada – I don't care, I never did. The only thing I am concerned about you it is your happiness, this is important to me. Be happy Thomas, more than I ever was. – argumentou chorando baixinho – And you Pim, never leave my son… - Thomas então olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas, mas firme na proposta de não chorar na frente de sua mãe – Posso me deitar no seu ombro meu filho?

– Claro mamãe! – respondeu ele com o queixo trêmulo. – Ela então lançou sua cabeça nos ombros de Thomas e agarrou suas mãos como se não fosse soltar jamais, em seguida ele buscou uma de minhas mãos e uniu-a junto com as suas e a da sua mãe. – A senhora não deveria ficar muito tempo aqui fora mamãe! – Disse Tom preocupado.

– Acalme seu coração meu filho. Isso aqui é um alívio para mim – Respondeu meiga e sutil. Na demanda do amor, se ele realmente for verdadeiro, você sempre será aceito. Independente de qualquer coisa se for amor, ele, por si só, responderá todas as coisas.

Após algum tempo contemplando aqueles sentimentos, Thomas sugeriu que entrássemos, estava temeroso pela debilidade de sua mãe, ajeitou ela colocando seu braço em volta de sua cintura, e caminhamos em direção a sua casa que ficava a alguns metros dali.

– Essa maresia me inebria – disse ela sorrindo.

– A senhora sempre gostou – atou Tom sorrindo junto com ela – me lembro de quando criança a senhora sempre vinha no meu quarto me observar, e depois ficava um bom tempo na janela respirando o ar fresco que entrava...

– E eu achando que você estava dormindo – risos.

– Pois é – respondeu ele rindo maroto.

– Você deveria trazer sua mãe uma hora dessas Pim, seria maravilhoso conhecê-la! – Exclamou.

– Claro Mrs. Green – respondi animado.

– Nossa, já estamos marcando jantar de sogras – brincou Thomas rindo.

– Claro! – atou ela rindo também. – Isso seria bastante agradável, podemos chamar todos os Cohen, afinal, eu sempre fui a pupila da senhora Cohen desde quando o Spencer... – parou ela por um segundo pensativa – bem, desde quando ele estava aqui conosco. Seria muito, muito bom relembrar os velhos tempos, e como nossa família acabou unida de qualquer forma – risos.

– Sim – respondi retribuindo os risos. – Acredito que sim!

– Bom, aqui estamos, por favor, Thomas, diga ao seu avô que já estou aqui, ele estava nervoso com o fato de eu sair de casa um pouco.

– Claro mamãe... Pim!?

– É eu vou indo nessa também! E quanto à despedida do Tito, se você mudar de ideia...

– Ok, eu te aviso!

...

– Pim! – gritou Tito do outro lado da sala ao me ver na porta da frente que fora atendida por Jake.

– Oi Pim – disse Jake cordial.

– Oi Jake – respondi da mesma forma – esse aqui é o Dylan, acho que você já o conheceu outro dia.

– Sim, Claro!

– E aí Dylan?! – acenou com a cabeça, sendo correspondido por ele.

You bastard – disse Tito se achegando a mim e dando um abraço forte e amigável – eu quase pensei que você na viria... Cadê seu irmão?!

– Ele se atrasou um pouco, mas jajá esta aí...

– Que chegue logo, se eu ligar o skype com a Genie sem ele aqui, ela vai surtar, ela falou nele o dia todo – revelou rindo – vou pegar algo pra vocês beberem, Dylan, a casa é sua cara! – Dylan lhe acenou um sorriso me acompanhando até a piscina onde estavam mais alguns amigos de Tito, brasileiros e de Boston.

– Dylan, você ouviu ... Fica a vontade bro, não precisa pedir nada, sentiu sede, pega – risos.

– Ok, mas vou te falar já, o que mais me deu sede agora foi àquela ruivinha ali no canto sentada! – E quando olhei era Belle.

– Esperto você! – argumentei gargalhando, ela é linda, simpática e solteira! Agora o restante é com você – sugeri dando-lhe uma piscadinha.

– Então fui... – saiu em direção a ela.

– Parece que seu amigo já se enturmou – disse Tito rindo e trazendo uma cerveja.

– É, mais do que eu imaginava, eu às vezes custo a acreditar que eu tenha deixado o Dylan se dispersar de mim, eu conheço esse filho da mãe desde a quarta serie...

– Deixa eu adivinhar, você já foi apaixonado por ele – concluiu Tito aos risos.

– Cala boca – risos – Juro que não, nessa época eu não sabia nem o que era isso, ou melhor, sabia, só não entendia por quem sentir, e o Dylan, ele sempre foi um irmão.

– Mudando de assunto! O Thomas... Você, esta melhor? – perguntou ele dedicado.

– Estamos, quer dizer, é possível estar mesmo com tudo isso! Mas uma hora tudo se ajeita.

– Ele vem?

– Dificilmente, hoje aconteceu algo muito bacana, e acredito que ele vai querer aproveitar isso o máximo possível com a mãe dele.

– Legal! – Respondeu Tito entre um gole de cerveja e outro – Daqui a pouco vou ligar o Skype, me avise assim que seu irmão chegar! Vou ali dar uma atenção para o restante do pessoal.

– Vai lá, não precisa se preocupar comigo, a festa é sua! – respondi. A festa estava bacana, havia poucas pessoas em volta da piscina, alguns balões e luzes espalhadas, mas nada exagerado. Tocava country no seu som, por algum motivo, o Tito amava, dizia ele que lhe lembravam das musicas de sua terra. O clima estava agradavelmente amigável.

[Tom] – Pim, tai? Estou no hospital, minha mãe passou muito mal...

Recebi a mensagem do Thomas em meio a todo aquele barulho, me deixando nitidamente aflito.

[Pim] – Em qual hospital você esta? Vou ligar pro Charlie me levar aí.

[Tom] – relaxa, aparentemente esta tudo sob controle, não vai adiantar você vir. Só estou te avisando, qualquer coisa te ligo, aproveita aí e despede do Tito.

[Pim] – sim eu sei, mas fiquei preocupado... posso chegar em 15 minutos!

[Tom] – para! Já disse que não é preciso, qualquer coisa te ligo, se eu soubesse que você ia ficar assim não tinha de mandado a mensagem, é que estou aqui no corredor ansioso esperando noticia, e me veio você na cabeça. Por isso... Mas fica tranquilo, eu te ligo assim que tiver noticias. Bjo te amo ♥

Definitivamente, eu não ficaria tranquilo enquanto ele não me ligasse ou retornasse, na verdade eu deveria ir ao encontro dele de qualquer forma, mesmo ele não querendo, mas eu estava disposto a obedecê-lo.

Boo! – Era Sammy na tentativa de me assustar.

– Se isso era pra me assustar, juro! Quase enfartei agora – risos.

– Chato! – respondeu ele rindo – nossa o Dylan já esta em cima da Belle...

– Nem vem – o interrompi – foi você que não quis, lembra?

– Concordo – risos – mas olha isso aqui – disse ele acenando com a cabeça, da pra contar nos dedos de uma mão o numero de meninas, o resto é tudo homem, bem, o que eu poderia esperar de uma festa gls – disse ele gargalhando – daqui a pouco começa a exibição de corpos mega sarados e sedentos – gargalhou mais uma vez.

– Nossa, piadinha tosca – atei sério – tá pior que o Jake! – emburrei.

– Calma maninho, porra Pim, não leva tudo tão a sério – argumentou sorrindo – vou pegar uma cerveja!

– Beleza! Eu vou avisar o Tito que você chegou, ele vai ligar o Skype pra falarmos com a Genie. – Dei alguns passos em direção ao Tito e dali fomos para a sala com Jake, Belle, Dylan, Sammy e eu.

– HEY SIS! – disse Tito aos berros e ligeiramente alterado – olha quem esta aqui do meu lado – me cutucou.

– Pim... – gritou ela do outro lado da tela – Que saudade meu lindo – e começou a chorar feito uma boba – ai gente que saudade de vocês, Pim que falta você está me fazendo – naquele instante eu sorri ao sentir todas aquelas palavras sinceras. E fiquei feliz por ver que ela não havia se esquecido de mim.

Hey Genie, saudades também linda... Como é que está aí?

Ai Pim, se eu pudesse ficava aí, morava aí... Nessa merda só se fala de corrupção, impeachment, dólar alto – gargalhou – e coloca alto nessa porra toda, enfim, vontade de tacar fogo em tudo – risos.

Calma, verão do ano que vem você esta aqui de novo!

Aff, um século, mas me fala, e você, o pessoal aí, tão curtindo bastante a festa – risos – vocês aí festando e eu aqui, morrendo nesse quarto. Gente faz uma selfie todos vocês e me manda que vou postar no meu insta... Cadê o gostoso do seu irmão – gargalhou ela, fazendo Sammy corar, mas ao mesmo tempo dizer:

Porque eu nunca soube disso nessa porra – e todos riram junto com ele.

Porque você é um bocó Sammy – respondeu ela rindo – mas não se preocupe, no próximo ano, eu juro que te dou uma nova chance!

A conversa havia se estendido por um bom tempo, alternando volta e meia com os que estavam ali. Depois de nos despedirmos, eu que estava nitidamente ansioso e aflito, fui questionado por meu irmão o motivo de tanto roer a unha.

– O que é que esta pegando? – perguntou ele curioso – faz uma hora que você esta aí roendo essa unha, disperso, mal conversou com a Genie.

– Eu sei, foi mal, mas depois eu mando uma mensagem pra ela explicando. Faz um tempo já que o Tom me mandou uma mensagem dizendo que estava no hospital com a mãe dele, e até agora ele não ligou e nem mandou mensagem falando algo...

– Relaxa, e você já ligou pra ele?

– Liguei, mas deu caixa postal, estou com medo! – respondi temeroso.

– Calma, se tivesse acontecido algo ruim, você já saberia, ele teria te ligado ou algo do tipo. Quer um suco alguma coisa? Eu vou pegar pra você...

– Hey Pim, esta tudo bem? – Disse Tito se aproximando enquanto meu irmão buscava algo pra eu beber – percebi que você esta um tanto ansioso. Aconteceu alguma coisa?!

– É exatamente isso que eu quero saber! – respondi me sentando na poltrona dentro da sala de entrada – estou esperando uma ligação do Thomas sobre a mãe dele, eles estão no hospital, mas isso já faz mais de uma hora, e ele não me responde...

– Calma, quer que eu pegue algo para você?

– Não, obrigado, meu irmão já foi buscar, alias, aí esta ele!

– Aqui Pim, bebe um pouco pra você se acalmar! – sugeriu.

– Valeu Sammy! – Ao Finalizar o suco ouvi a companhia tocar, em seguida sendo atendida por Tito.

(Ásgeir – Dreaming)

Quando olhei para porta e vi o Tom entrando cabisbaixo, meu coração acelerou em fração de segundos, eu ainda não havia lhe olhado no rosto. Me pus em sua em sua direção e por fim ele levantou a face com os olhos vermelhos e chorosos, o queixo tremulava, trazia um semblante sofrido num misto de choro engasgado com dor e perda. O seu caminhar, postura, os ombros baixos e uma das mãos levada à testa jogando o cabelo para trás, denunciava ali, a noticia que eu tanto temia, era um rapaz forte, alto, que naquele instante, parecia uma criança perdida e só.

– Pim – sussurrou ele chorando, enquanto todos o olhavam já cientes do que havia acontecido.

– Tom – me aproximei abraçando-lhe, enquanto ele perdia-se no meu ombro em um choro copioso, me levando também a chorar sentido, amargo, e engolido, o momento era dele.

She’s dead – atou ele soluçando – She’s fucking dead... My mom is dead Pim… What Am I gonna do, what Am I gonna do – e desatou sobre mim um abraço trêmulo, cheio de angustia, dúvidas e dor. E aquele momento, foi o que eu infinitamente daria tudo de mim, para estancar o que partia seu coração. Vê-lo sofrer daquele jeito, me doía como um murro na cara. E não poder fazer nada, era tão pior quanto.


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