Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 13
- The 4th of July Ball – Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Quero suas opiniões caros leitores, a respeito dessa festa fatídica! euhehueu Abrassss



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Quando saí de Riverdalle, eu jamais imaginei, nem em meus sonhos mais viajados possíveis, que no decorrer de tão poucas semanas, eu estaria num completo turbilhão de sentimentos, e o pior, seria o causador de tamanhos constrangimentos para mim e para as pessoas que estavam a minha volta. Aquilo tudo que eu estava vivenciando, era novo, era sensível e, sobretudo um mistério. O que estava acontecendo afinal? O que era fato ou invenção da minha cabeça? Até ali a única coisa com que eu podia contar, era com a realidade dos fatos concretos, e este momento, era sem sombra de dúvidas o mais concreto e constrangedor da minha vida, bom, pelo menos até ali.

Take off your fucking hands from him, asshole! Disse Tito num tom de voz grave e com o olhar cheio de fúria direcionado para Tom, enquanto lhe segurava o antebraço.

– Take you, your fucking hands from me douche-bag! Respondeu Tom devidamente irritado e já se soltando de mim, encarando Tito para uma briga.

– Guys come on! Really?! O meu tom era de constrangimento, por algum instante o lugar onde estávamos, antes ermo, começou a ser habitado por um número razoável de pessoas.

– Qual é? Eu que pergunto qual é a desse babaca do caralho, eu estava bem quieto aqui, aliás, fazendo nada demais, e esse otário chega do nada. Tito recebia as acusações com irritação, e nesse instante empurrou Tom com uma mão a fim de afasta-lo de mim. O que fizera Tom instantaneamente responder com um soco desferido no ar, enquanto Tito por sorte conseguia se desvencilhar.

– Hey, HEY! Qual é a de você dois – me posicionando entre eles – vocês estão malucos, essa festa não é minha, a casa não é minha e vocês acham que realmente eu vou permitir que vocês briguem por minha causa!

Because of you – respondeu Tom devidamente alterado – are you freaking nuts? It’s not because of you, it is this fucking douche! Who you think you are jackass?! Fucking moron, come at here with all yours pretentious douche face attacking me like if you have the right to do it, come back to your land fucking Indian! Tom estava em fúria total, podia sentir-se todo o seu nervosismo e ataque de raiva, suas narinas e pupilas dilataram, cerrou os pulsos em total beligerância, como se estivesse a qualquer momento, pronto para dar o bote.

– Hey Tom, qual é? - Olhei para ele lhe repreendendo – xenofobia agora?!

– You wanna know something?! I’m out. E saiu serrando os pulsos e dentes com o maxilar travado e olhar seco.

Come back to your castle Prince douche! Respondeu Tito, como se tivesse ganhado algum troféu, em seguida Tom virou para ele lhe mostrando o dedo do meio e respondendo:

I am the american here, sorry for your green card asshole! Abrindo-lhe os braços como quem sentisse uma pena irônica, deixando Tito extremamente ofendido.

– Você viu isso?

– Eu vi o tanto que você foi idiota, só isso!

– Eu, eu é que sou o idiota, eu chego aqui e te pego dançando com esse otário, e eu quem sou o idiota?! Afinal o que você é então, porque ao me consta esse cara, é o mesmo cara que te empurrou alguns dias atrás, te ofendeu e agora esta aqui, como se nada tivesse acontecido, que espécie de pessoa você é, a não ser claro, que você esteja lendo 50 tons de cinza e resolveu mudar sua metodologia de vida para uma mais sado. Tito estava nervoso, e gesticulava enquanto aos poucos ia alterando o tom de voz, fazendo com que algumas poucas pessoas que estavam ali, começassem a olhar para a gente.

– Como você é ridículo, primeiro, não era uma dança, pelo menos não do tipo de dança que você esta pensando, era algo, amistoso!

– Amistoso, amistoso? Você é apaixonado por esse cara, como isso pode ser algo amistoso? Me perguntando mais uma vez alterado.

– Fala baixo, que ninguém precisa ouvir o que nós estamos conversando! Respondi receoso.

– Ah, tá bom! Então quer dizer que pra você dançar com um outro cara no meio de todo mundo, o Tom a propósito, tudo bem, mas falar em voz alta com outro cara, alias o cara com quem você teve se pegando os últimos dias, aí ninguém pode ver, ninguém pode ouvir.

Shut the fuck up! Respondi nervoso e constrangido.

– Quem saber de uma coisa, eu nunca conheci um cara tão medroso e covarde que nem você – respondeu lacrimejando os olhos enquanto levava as mãos na cabeça com certo inconformismo – quer dizer então que dançar com ele tudo bem, mas falar comigo no meio de todo mundo é arriscado demais!

– Você não sabe de nada, nada do que estava acontecendo aqui! Primeiro você me vem com aquela ideia idiota de me apresentar como seu namorado pro seu amiguinho de faculdade, e numa festa dada pelo namorado da minha mãe.

– Ah tá, esse é o problema, se enxerga garoto, uma festa com mais de cem convidados vocês acha que realmente o foco aqui é você?! E outra eu não fiz aquilo propositadamente, pra te prejudicar ou algo do tipo, o cara estava-me enxendo o saco, porque eu fiquei com ele em Boston, e eu não estava a fim de ser grosso com ele, e só quis mostrar que eu... Eu já tinha um dono! Mas pelo jeito isso não interessa pra você.

Tito já estava alterado até que em certo momento arremessou a taça de champanhe que segurava contra o banco do gazebo - fuck! FUCK! Eu não acredito que estou aqui discutido como uma menininha enciumada com um moleque de 16 anos!

– Se eu sou tanto esse mole...

– Cala boca! Você não sabe nada de nada, não sabe nada de você, não sabe nada de mim, não sabe nada do amor, não sabe nada de merda nenhuma! You wanna know something Pim, this is what you deserve – apontando o dedo em direção ao Thomas – that fucking SHIT over there! But remember, he will like to fuck my sister first before you! Neste momento tudo o que senti foi humilhação, aquelas palavras desceram como fel na minha garganta, era como seu eu tivesse levando centenas de tapas na cara da pessoa que eu mais odiava no mundo, e nesse caso não era o Tito, mas vindo dele, doeu mais ainda, a minha única e involuntária reação foi entornar-lhe o copo de bebida que estava sobre o banco em sua cara. O deixando absurdamente furioso, e o fazendo avançar sobre mim segurando o colarinho do meu blaser.

– Era exatamente isso, que eu podia esperar de uma menininha mimada que nem você PUSSY! Neste instante o meu irmão chegou e começou a gritar com ele:

HEY, leave my brother alone, what you fucking doing asshole! Instantaneamente Tito levantou as mãos como quem dissesse, fora, saindo, e saiu em direção à aglomeração, limpando o rosto molhado e chutando um vazo de flor que estava no caminho.

– O que foi isso? Perguntou meu irmão.

– Nada demais, ele é o irmão da Ge...

– Eu sei de quem ele é! Eu quero saber o que foi todo o resto. Eu estava ali no canto o tempo todo com Candice, eu ouvi toda a discussão de vocês!

Naquele momento o meu olhar para com o meu irmão Sammy, fora de espanto, tristeza, e sem dúvida alguma medo. Afinal, se ele havia ouvido tudo, qual fora sua conclusão do que acabara de suceder, e, sobretudo, qual seria sobre mim! Eu estava ali, frente a frente, atônito, e sem saber o que responder.

– Vem cá! Segurando-me no braço e me arrastando para mais longe de onde estávamos – Candice fique aí eu já volto! – e continuou me puxando, enquanto eu alimentava um medo dentro de mim, e tentava de alguma forma, em vão, me soltar de sua mão e força.

– Me solta você esta me machucando, me SOLTA SAMMY! O que você vai fazer me bater, hã?! Perguntei assustado sendo em seguida solto onde ele devidamente queria estar, do outro lado da casa, afastado, e sem ninguém por perto!

– Primeiro, eu nunca te bati por nada desde quando éramos crianças, se eu quisesse ter feito isso já o teria há muito tempo atrás, eu te defendia dos caras mais velhos na escola e te defendia até do papai e da mamãe em casa, então não me venha com essa acusação infantil. Eu te trouxe aqui porque queria conversar a sós, sem ninguém para encher o saco ou ouvir nossa conversa!

– Assim como você ouviu a minha?! Respondi indignado.

– Não foi uma questão de ouvir ou não, ou de estar te espiando Pim, simplesmente aconteceu, eu já estava ali algum tempo com a Candice, e vi tudo o que aconteceu desde o momento em que você se sentou lá sozinho.

Eu apenas tentava assimilar e raciocinar de alguma forma, o que eu inventaria, ou diria ao meu irmão sobre tudo o que ele viu e ouviu, mas não havia como, era muito nítido e muito claro para um desculpa esfarrapada qualquer, eu tentava de A a Z alguma ideia, porem quanto mais eu pensava, mais idiota eu parecia tentando achar uma desculpa. Decidi então que a verdade, era o melhor, doesse a quem tivesse que doer, porém seria dita ali, sem voltas e rodeios.

– E qual foi a conclusão que você tirou disso tudo? Qual é sua conclusão sobre o seu irmãozinho degenerado?! Respondi aflito e ansioso.

– Se você esta achando que eu estou aqui pra fazer algum julgamento de você, está enganado. Pim, qual é, eu costumava alguns anos atrás ser o seu super-herói, e onde foi o momento que isso mudou? De repente nos últimos dois anos você virou um concha cheia de segredos, inquietação e voltado para si mesmo, eu nunca me afastei de você voluntariamente, foi você que fez isso. I want my little brother again, that one Who trust me for anything! O olhar de Sammy era profundo, criterioso, não julgador, apenas criterioso, me olhava com tamanha sinceridade que tudo o que ele havia dito anteriormente não seria necessário apenas pelo olhar que ele transmitia. Nesse instante meus olhos lacrimejaram, meus sentidos foram e voltaram em todos os momentos bons que realmente eu e meu irmão havíamos passado juntos. – I don’t care Pim, I really don’t care if you like boys or girls...

– Falou o cara que há três semanas atrás me chamou de viadinho!

– Hey, pra que isso? Você já pode guardar suas facas, eu estou aqui numa boa tentando ter uma conversa de verdade com você, e eu de alguma forma já me redimi com você por aquilo, e não falei para te magoar, até por que...

– Até porque na época você não sabia de nada não é?!

– Eu não vou ficar aqui tentando me explicar por causa de algo tão estúpido. Eu realmente queria te dizer que eu estou do teu lado! E como seu irmão, eu estou aqui para ser aquele Sammy de sempre, da nossa infância até o dia que você resolveu se tornar nesse jovem amargo, fechado e infeliz que estava. Come on Pim, give a chance! Nesse instante eu concordava comigo mesmo que tudo o que meu irmão falava era verdade, fora eu afinal, depois da separação dos meus pais e em seguida meus conflitos internos, que me fechara para tudo e todos.

– Lembra quando... Quando eu peguei sua bicicleta escondido, porque eu não me conformava que a sua era maior que a minha, e no caminho... No caminho de casa dois cara roubaram ela de mim, cheguei em casa apavorado, morrendo de medo de apanhar de você e depois da mamãe e o papai... Eu... Eu me ajoelhei lembra-se disso – entre risos e olhos marejados de lagrimas – te pedindo perdão, e a primeira coisa que você fez foi perguntar se eles haviam me machucado, eu me lembro disso, mais tarde você... Você disse ao papai e a mamãe que você havia perdido a bicicleta. Você não me bateu, e ainda levou a culpa! Thanks for that! Eu então olhei para o meu irmão com ternura e derramei uma lágrima.

– Acho que o seu agradecimento esta um pouco atrasado ?! Respondeu meu irmão rindo.

Yeah – entre lágrimas – Yes it is... but this reminds me every day da hella of fucking great brother I have. Sammy então olhou para mim com um olhar gentil e me puxou para um abraço, um longo e carinhoso abraço.

– Agora vamos combinar que você está se saindo mais putão do que eu, dois de uma vez?! E riu me zoando, me deixando completamente constrangido e censurando a minha vergonha.

Come on! Não é o que você tá pensando!

– Então me explica!

– Eu acho que não, eu acho que ainda não estou preparado pra falar sobre garotos com você. (risos)

– É, confesso também que estou me sentindo um pouco desconcertado, muita informação, por hora, isso aqui já é o suficiente! Olhando-me e colocando a mão no meu ombro. – mas sério, conta comigo.

– Só não fala nada pra mamãe agora! Por favor.

– Jamais! Isso é você quem vai dizer, eu só vou estar do seu lado.

– Aliás, você esta sem seus sapatos. Disse ele olhando para meus pés e rindo.

...

Aquela noite já havia terminado para mim ali, aquele momento fora sem duvida precioso, e eu não precisava de mais desavenças no decorrer, para me tirar todo aquele sentimento de paz, resolvi que iria pro meu quarto, relaxar, ouvir música, enfim, colocar todos os ocorridos de algumas horas para uma profunda reflexão. (Sarah Jaffe – Stay With Me). E foi nesse momento entre músicas e auto-reflexão que recebia a primeira mensagem da noite. Era Tom.

[Tom] – Hey, tá tudo bem? Fiquei preocupado com você, espero não ter prejudicado o seu relacionamento com o... ah você sabe!

[Pim] – Estou bem, não se preocupe, não havia nada para estragar...

[Tom] – menos mal... O que você esta fazendo?

[Pim] – ouvindo música e tentando relaxar, muitas informações para uma noite só!

[Tom] – claro que vc tá ouvindo música! Lol

[Pim] – elas fazem parte da minha vida, alias toda ela, tem uma trilha sonora!

[Tom] – o que você esta ouvindo agora?

[Pim] – Sarah Jaffe – stay with me, conhece?

[Tom] – lol não… suas musicas são de outro mundo!

[Pim] – ouve!

[Tom] – okay, só um instante...

E foi nesse pequeno intervalo, que recebi outra mensagem, dessa vez de Tito.

[Tito]Kiddo, we need to talk! Please answer me…

Exitei por alguns segundos, mas não contive a ansiedade de responder.

[Pim]certeza que vc quer conversar? Por favor Tito, não tem o que conversar a gente pode nos poupar de mais agressões verbais.

[Tito] – Pim, por favor! Dez minutos na frente da sua casa, eu juro que não vou gritar, que não vou fazer nada... Eu quero te pedir desculpas ou eu não vou conseguir dormir essa noite!

[Pim] – desculpa aceita Tito, não precisa vir aqui! Eu entendo que vc estava nervoso.

[Tito] – I Love you!

Nesse instante eu assustei, quando olhei a tela e li, eu te amo, com todas as letras, levantei da cama assustado e ao mesmo tempo sem palavras para responder, eu não conseguia responder, e nesse intervalo Tom me respondeu.

[Tom] – imaginei que iria ser depressiva como vc lolol mas eu curti.

[Pim] – lol

[Tom] só isso fdp lol eu disse que curti!!! A letra é bem significativa né não...

[Pim] bastante (Eu ainda estava pensando nas palavras de Tito)

[Tom] – o que foi? De repente vc ficou monossilábico...

[Pim] – lol desculpa, eu estava bebendo água!

[Tom] – okay bom, vou indo nessa! Qualquer coisa me grita...

[Pim] vlw! Vc tbm.

[Tom] take it slow! (era um pedaço da letra da música, como assim?)

[Pim]sorry i dont get it?!

E não me respondeu mais. E nem eu para o Tito, e nem ele para mim, e tudo, tudo o que havia em minhas mãos eram, dúvidas, um eu te amo, uma paixão platônica, meus conflitos, e, sobretudo meus caminhos incertos e infinitamente confusos.


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