In The Music Road (Na estrada da música) escrita por Thatha97


Capítulo 5
Capítulo 4 - Marcando...




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Kentin, também conhecido como Ken, é um garoto de 23 anos. Corre com um carro preto fosco. Um nerd no ensino médio que tinha como único amigo o caderno de desenhos, onde costumava desenhar design de carros. Mas, como sofria muito bulling na escola seu pai o coloca em um colégio militar. Quando volta, decidido a não abandonar a paixão por carros vai atrás de TK, a filha do mecânico. Ela lhe ensina algo e ele, depois que o pai se muda para Washington, começa a correr. As principais características de sua personalidade são sua timidez, resquício de seu tempo de nerd; e seu pavio curto, apesar de geralmente parecer calmo, não é muito difícil irrita-lo. Mede 1,80.

POV TK
Acordei com o barulhinho do despertador, eram nove horas e eu estava animada. Não sabia bem explicar o porque na verdade, mas logo que me levantei já resolvi colocar minha roupa de lutar box e as luvas que combinavam com uma cor vermelha gritante e sair para treinar um pouco.
Eu tinha um saco de areia nos fundos da casa. O pobrezinho já estava bem surrado e logo teria de trocá-lo, mas ainda assim dava para gastar um tempo.
Desci as escadas já correndo e socando um pouco o ar e entrei na cozinha dando de cara com Ken, Min e Nia. Eles estavam cada um num canto com uma caneca na mão. Nia sentada à mesa com sua caneca branca com uma menininha desenhada, Min encostado no balcão bebendo da caneca do sony e Ken na parede perto da porta que dava pra fora com sua caneca do Star Wars.
Até ai nada de estranho, essa cena era extremamente comum aqui em casa, tirando o fato é claro de que eles não faziam nada!
As canecas mesmo em suas mãos pareciam intocadas, ninguém falava nada e até Min tinha largado o jogo... Isso não era normal, tinha alguma coisa errada.
Entrei na cozinha e eles me olharam, me dando a certeza de que algo tinha acontecido. Olhei para eles de volta, pareciam querer falar então apenas me apoiei no batente da porta que dava para o corredor e esperei que falassem. E o primeiro a abrir a boca foi Ken.
_Bom dia TK._ murmurou, o encarei e fechei o punho.
_Não quero bom dia Ken, desembucha, o que esta acontecendo aqui?_ perguntei indo direto ao ponto, odiava enrolação.
Os três trocaram um olhar, aparentemente decidindo quem falaria primeiro. Por fim Min suspirou.
_Olha TK, o que esta acontecendo é que..._ mas, antes que ele terminasse de falar Ken o interrompeu.
_É que eu preciso de dinheiro._ me virei lentamente para ele, simplesmente não crendo no que ouvia.
_Precisa do que Kentin?_ perguntei com um olhar desafiador. Ele engoliu em seco e suspirou.
_Disso mesmo que você ouviu TK, eu preciso de dinheiro emprestado de vocês para pagar a Loja._ suspirei pesadamente, a "Loja" era o lugar onde comprávamos as peças dos carros, e não era exatamente uma boa ideia dever pros caras, a forma deles de cobrar era a pior que existia.
Já imaginava a resposta da minha próxima pergunta e senti a raiva aumentar.
_E o que você fez com seu dinheiro guardado para isso?_ perguntei e, a forma que me olhou me respondeu tudo. Soquei a parede com tanta força que, se não estivesse usando as luvas certamente teria me machucado._ PORRA!_ gritei puxando o ar ruidosamente. Com o barulho Nia havia dado um pulo na cadeira e o próprio Kentin já vinha na minha direção.
_Calma TK._ ele falou e me virei para ele com ódio no olhar.
_CALMA O CARALHO! NÃO ACREDITO QUE AQUELE VELHO FILHO DA PUTA TE ROUBOU DE NOVO!_ gritei, Ken ficou quieto, ele sabia que o pai merecia ser xingado. O idiota nunca foi um bom pai pro garoto e, além de ter ferrado com a vida de meu amigo quando ele era mais novo continuava ferrando agora.
O pai de Kentin havia se aposentado à alguns anos, pouco tempo depois de se mudar para Washington, e, com muito tempo de sobra e nada para fazer com ele, o velho começou a jogar. Mas ele não tinha habilidade, nem sorte, e sempre que se enrolava com as dívidas vinha pedir dinheiro para Ken.
Eu simplesmente não sabia porque meu amigo continuava a dar dinheiro para o velho, mas ainda assim respeitava sua escolha.
Porém agora a coisa ferrou com tudo! Dever pra esses caras era pedir pra sem espancado ou levar um tiro. E eu não queria isso pro meu amigo. Mas...
_Eu não tenho dinheiro._ falei, mais baixo agora, mas ainda de forma audível. Foi a vez de Ken socar a parede. O olhei alarmada mas quem falou foi Nia.
_Droga! Você era nossa última esperança TK, nenhum de nós tem o dinheiro, nem Dake que geralmente tem sobrando não ficou com muita coisa esse mês._ falou. Droga mesmo! Todo meu dinheiro tinha ido pras contas do mês e pros incrementos no carro.
_E o pior é que não tem mais corridas esse mês, a polícia já ta esperta e, mesmo que tivesse, nossos carros não tão prontos._ falou Min.
_É pessoal, acho que vou ter que enfrentar os caras dessa vez._ falou Ken.
_Não, não, não, não! Não vou deixar que isso aconteça, eu vou dar um jeito de reverter a situação, meu amigo não vai passar por essa, NÃO VAI!_ falei, então sai da cozinha e andei até o saco de areia. Precisava socar alguma coisa e não acreditava que a parede da cozinha fosse aguentar muito mais com isso.

Depois de um tempo que eu não fazia ideia de quanto eu já havia dado todos os golpes que conhecia umas mil vezes e ainda mantinha o nível de estresse alto. Precisava dirigir!
Minha história com o box começou quando eu tinha dez anos: depois de minha prima ter sido abusada quando voltava pra casa meu pai simplesmente decidiu que a filha dele tinha que aprender a se defender e me matriculou em uma escola de luta. O box foi o professor que recomendou e, como eu gostei da coisa acabei aderindo à ideia.
Fiquei três anos na academia mas logo sai para me dedicar a aprender mecânica. Ainda assim continuei a treinar em casa para descontrair e manter um pouco a forma.
Andei até meu carro sem trocar de roupa mesmo. Não pretendia sair dele até voltar para casa.
Estava estacionado logo na saída. Então peguei as chaves, corri até ele, mas antes de conseguir dar partida ouço o barulho de uma moto. Olho pelo retrovisor e meu corpo gela. Por favor Deus, que não seja quem eu estou pensando.
Minha primeira reação foi esconder, mas antes que conseguisse me encobrir mais percebo que a moto estaciona bem atrás do meu carro, ele sabia que eu estava aqui. Não tinha mais escapatória.
Vi o cara descer da Harley Davidson, bem típico da pessoa que eu pensava que fosse. Fiquei observando quando ele tirava o capacete e liberava os cabelos vermelhos desarrumados. Depois passava as mãos por eles e parava olhando para o carro, ou era isso que eu achava, não dava pra ver por causa das lentes escuras que usava na armação estilo aviador.
Suspirei, tinha que sair do carro e encarar o cara de uma vez. Então abri a porta e desci. Trancando o carro em seguida.
Encarei o vidro escuro que cobria seus olhos até que ele o abaixou um pouco, me mostrando que ele não olhava meu rosto e sim analisava meu corpo. Droga! Aquela maldita roupa!
Meu traje de luta consistia em um short curto que ia até um pouco acima do meio da coxa e um top que cobria apenas até o umbigo. Definitivamente não era o tipo de roupa que deixava muito para a imaginação.
_O que faz aqui?_ perguntei cruzando os braços no peito, querendo que ele parasse logo de olhar meu corpo e se concentrasse em meu rosto. Castiel ajeitou os óculos novamente e abriu um sorriso malicioso.
_Bem, confesso que quando vinha pra cá queria algo, mas, agora que te vi assim meus pensamentos já estão mudando de rumo._ senti meu rosto esquentar ao ouvi-lo. O idiota queria me envergonhar, e estava conseguindo.
_Pois, se ainda não se decidiu sugiro que vá embora e, de quebra, simplesmente não volte._ disse irritada e estava prestes a virar as costas quando o ouvi me chamar. Suspirando olhei para o cara novamente. Seu sorriso havia diminuído e ele parecia mais sério.
_Não... Não quis te irritar._ respirei fundo._ Eu tenho uma proposta para te fazer._ completou por fim. Enruguei a testa mas encostei no carro.
_Que tipo de proposta?_ perguntei.
_Quero que me ensine a dirigir._ olhei para ele e mordi o lábio inferior para me impedir de rir. Percebeu minha cara sua expressão mudou para irritado._ Não dirigir do começo. Eu sei dirigir! Só quero que... Só quero que me ensine a correr._ completou.
Olhei para ele e levantei uma sobrancelha. Estava falando mesmo a verdade? Queria mesmo aprender a correr?
_E o que eu ganho em troca?_ perguntei. Ele pareceu surpreso. Acho que esperava que eu resistisse mais.
_O que você quiser, dinheiro não é problema._ respondeu. Assenti e mordi o lábio inferior. Eu precisava de dinheiro, e, no mínimo, essa era uma maneira fácil de consegui-lo.
_Tudo bem. Mas você precisa de um carro._ ele assentiu.
_Já tenho um._ dessa vez eu assenti. Depois dei de ombros e desencostei do carro.
_Ok então. Não posso fazer isso de dia, então marcamos para hoje à noite, no Mojave._ falei, ele pareceu confuso.
_No deserto de sal?!_ suspirei e girei os olhos.
_Não né idiota! Tenho cara de piloto profissional?_ meu Deus, como era burro!_ Estou falando da parte próxima de Los Angeles mesmo. Nem sei se tem deserto de sal por aqui._ girei os olhos novamente._ Faz assim, me encontra na saída pra estrada I-15 que eu levo a gente pra lá._ ele assentiu e eu estava prestes a me virar quando me lembrei de algo. Me virei novamente para olhá-lo e me aproximei um passo.
_E, só mais uma coisa, não comente isso com ninguém.
_Sim senhora._ ele respondeu. Então me virei e entrei em casa de novo. Precisava de um banho bem frio se pretendia aguentar o cara essa noite sem matá-lo. Bem frio mesmo.


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