In The Music Road (Na estrada da música) escrita por Thatha97


Capítulo 12
Capítulo 11 - Manhã Seguinte




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POV TK


A primeira coisa que me atingiu, assim que abri os olhos, foi um mundo que rodava loucamente, o que me obrigou a fecha-los novamente e me remexer na cama, fazendo o aperto que eu tinha na cintura ficar mais forte. Imediatamente todas as lembranças da noite anterior me atingiram e olhei sobre o ombro, encontrando um Castiel adormecido. A cena era fofa e linda ao mesmo tempo, e se não fosse pelo fato de que ele também rodava e meu estômago começava a dar sinais de que eu precisava sair, eu provavelmente teria me virado para observa-lo, algo esquisito e que me dava até medo só de pensar. Porque eu queria observar o ruivo?

Voltei a olhar para frente quando percebi que não aguentaria muito tempo, então levantei seu braço e me escorreguei pela cama, correndo para o banheiro, de forma cambaleante, assim que meus pés tocaram o chão, quase enfiando a cabeça na patente do vaso quando o alcancei, o jato de vômito saindo de meus lábios após alguns sons esquisitos.

Quando acabei, me sentei no chão e dobrei os joelhos no peito, empurrando a cabeça neles. Eu havia cometido um erro ao convidar Castiel para ficar, pois agora não sabia como encara-lo e começar o assunto de sexta, lhe explicar o porque havia fugido e pego seu dinheiro. Quem sabe depois de explicar tudo nós poderíamos continuar a passar um tempo juntos? Não que eu quisesse, mas talvez fosse bom...

Outra crise de enjoo me atingiu e voltei a afundar a cabeça na privada, sentindo meu cabelo sendo afastado do rosto alguns segundos depois. Me virei por reflexo e minha boca suja encontrou a blusa de Castiel, o que o fez dar um pulo, me joguei no chão novamente.

— Ai meu Deus! Desculpa! — gritei, tentando me levantar, quando ele puxou a regata pela cabeça e me entregou. — Não se preocupe, você está bem? — sua pergunta me pegou de surpresa, a preocupação em sua voz aquecendo meu peito, enquanto meus olhos encontravam os dele. — E-eu estou, é só ressaca. — respondi apertando sua blusa nos dedos enquanto tentava me levantar, ele me ofereceu ajuda e aceitei.

Dei descarga e lavei a boca, encontrando seus olhos pelo espelho. Sabia que tínhamos assuntos para tratar e que ele nem ao menos tinha escolhido ficar na noite anterior, mas minha vontade de abraça-lo era quase enlouquecedora, então voltei a me concentrar em meu próprio rosto, encontrando os restos de maquiagem que me faziam parecer um panda, o que involuntariamente me arrancou risadas, às quais ele acompanhou.

— Preciso de um banho. — comentei para seu reflexo, ele assentiu e então se retirou do banheiro, o segui. — Antes preciso de remédios para enjoo, talvez até comer algo... — ele parou e se virou para me encarar, sua sobrancelha arqueando. — Estava pensando em preparar algo para nós dois. — novamente não escondi a surpresa em meu rosto, tanto pelo fato de que ele cozinhava quanto pelo fato de que estava sendo gentil. Acabei sorrindo involuntariamente. — Tudo bem, só vou tomar o remédio então. — tomei a frente e desci até a cozinha, o vômito tendo diminuído a tontura.

Na cozinha peguei meus remédios e, enquanto preparava o "coquetel ressaca", expliquei para o ruivo onde ele encontraria panelas e mantimentos, por fim disse que podia pegar alguma camiseta maior minha para se cobrir, dizendo que era perigoso cozinhar sem camisa, na verdade a maior preocupação sendo meu foco ao assisti-lo cozinhar de forma tão sexy.

Quando voltei para cima percebi que havia esquecido meus amigos, o silêncio da casa acusando que dormiram fora. Me perguntei o que diabos os levara à fazer isso, decidindo buscar a resposta depois, em meu celular. Então fui até meu quarto e peguei minhas roupas, escolhendo um conjunto azul de calcinha e sutiã, uma calça de moletom e uma regata, as duas pretas. Então fui até o banheiro, saindo bem melhor quando acabei, o remédio tendo tido o efeito esperado e acalmado meu estômago, a fome já me atingindo. Me vesti e logo que estava no corredor um cheiro delicioso me atingiu, corri pelas escadas para poder comer o mais cedo possível.

— Mas o que você...? — parei a frase quando meus olhos encontraram um Castiel sem camisa e de avental cor-de-rosa em uma das cenas mais sexy e hilária que já tinha visto, não me contive e comecei a rir. Ele me encarou irritado. — Não sei qual é a graça, saiba que só peguei esse aqui para não ter que mexer nas suas coisas. — seu tom parecia ofendido então me obriguei a parar de rir, indo até o armário e pegando coisas para montar a mesa.

— Me desculpe, mas que eu queria ter meu celular agora para guardar essa cena para as futuras gerações eu queria, nem pra você pegar o meu ou do Kentin, tinha que logo o da Nia! — ele cruzou os braços e me acompanhou com os olhos, parecendo desejar ser capaz de soltar lasers das pupilas, porém a pose logo se desmanchou quando começou a rir de si mesmo, um sorriso involuntário de satisfação surgindo em mim.

— Vai à merda TK. — respondeu tirando a peça cor-de-rosa e pegando algo sobre o fogão que não tinha visto antes. — E sobre seu celular, acho que deixou ele no carro ontem. — explicou enquanto vinha em minha direção com panquecas de morango, as donas do cheiro maravilhoso, senti a boca encher de água só de olhar, mas o comentário sobre o celular desviou minha atenção. — Tenho que encontra-lo, ver se meus amigos deixaram alguma mensagem sobre onde passaram a noite. — expliquei pegando a chave e saindo da cozinha, ele apenas assentiu, seu sorriso parecendo esconder alguma coisa.

Assim que alcancei o aparelho no porta-treco do carro tentei ascender sua tela, mas não obtive resposta. Soltei um palavrão ao perceber que o havia deixado descarregar e voltei para dentro irritada. — Acabou a bateria, tenho que carregar antes de ... — ele me interrompeu. — Não precisa, sei onde eles passaram a noite. — começou, me fazendo encara-lo de forma questionadora, ele deu de ombros. — Foi onde meus amigos passaram também.



POV Castiel

Assim que despertei naquela manhã, depois de sentir o vazio da falta de TK em meus braços, peguei meu celular para ver as mensagens e mandar uma avisando onde estava. Não era muito de dar satisfações, mas se tratando de TK todo cuidado era pouco. Foi assim que vi as mensagens de Lysandre dizendo que os amigos da morena dormiriam na mansão. O comentário me deu uma certa euforia que não entendi à princípio, mas que agora, olhando-a comer minhas panquecas com tanta alegria, fez sentido; se os amigos de TK haviam se envolvido com os meus, esse podia ser um avanço para nós dois.

— Isso aqui está simplesmente o paraíso! — ela comentou e um sorriso involuntário me atingiu, seu comentário não apenas massageando meu ego como me dando esperança de que estávamos nos acertando. — Obrigada, aprendi a fazer com a minha mãe. — infelizmente minha resposta tirou a satisfação de seu rosto, a fazendo encarar a mesa de forma profunda, se perdendo em pensamentos. Me amaldiçoei por coloca-la nesse estado e estava prestes à mudar de assunto quando sua voz soou profunda, como se viesse de lembranças. — Vocês são próximos? — perguntou e agora eu que me coloquei em pensamentos, havíamos chegado no assunto família então...

— Não éramos. Depois que a Lívia nasceu e parou de mamar, com um ano mais ou menos, eles começaram a viajar por conta de seus trabalhos e quase nunca ficavam em casa. Só aprendi à fazer essa panqueca porque ela ficou doente uma época e passou mais tempo em casa. Eu já tinha uns dez anos, mas matei aula durante toda a semana para poder ficar mais tempo em casa. — a explicação veio mais fácil do que eu me lembrava de ser, a naturalidade com que as palavras saíram de minha boca me surpreendendo. Ela pareceu notar o verbo no passado, pois me encarou de forma triste, abri um sorriso tímido, sem mostrar os dentes. — Eles morreram à uns anos em um acidente. — expliquei e ela assentiu lentamente enquanto abaixava o garfo. Achei que entraríamos em um silêncio constrangedor, mas sua voz chamou minha atenção, o volume baixo enquanto seus olhos prendiam no prato.

— Minha mãe também morreu. Eu tinha dezesseis quando ela ficou doente, alguma coisa na cabeça. Os médicos não encontraram uma cura e eu a assisti perder os movimentos e a fala ao longo do tempo, ela morreu três anos depois. — sua sinceridade e o fato de que se abria comigo, colocaram meu coração em descompasso, mas foi quando percebi uma lágrima descendo de seu rosto que me levantei para alcança-la. Ela no entanto se colocou de pé na mesma velocidade e se afastou de mim, seus olhos lacrimejados me encarando enquanto colocava os braços esticados entre nós. — Não, precisamos conversar, não quero me aproximar mais antes disso. — parei onde estava e suspirei, se era isso necessário para poder tê-la nos braços novamente eu faria, então assenti e a segui para a sala.

Assim que alcançamos o cômodo TK começou a me contar sua versão dos fatos que havíamos vivido, da manhã do último domingo até agora, explicando o motivo de aceitar dar as aulas e corando durante a narrativa do beijo, essa parte fazendo com que um sorriso malicioso surgisse em meus lábios ao lembrar do quão bom era beija-la. Durante toda a narrativa esperei sentado no sofá enquanto ela andava à minha frente de um lado para outro, me levantando quando percebi que acabava.

— O que aconteceu ontem foi um erro, eu nunca deveria ter bebido tanto e te chamado para ficar antes de conversarmos, não queria te passar a impressão errada, mas você me tira de mim Castiel... — ela levantou os olhos para o meu rosto e respirou fundo uma vez antes de me estender a mão, a encarei confuso. — Apesar disso, e de toda a forma conturbada na qual nos conhecemos, eu não quero me afastar, percebi que mesmo você sendo insuportável.... — levantei uma sobrancelha com o comentário o que a fez sorrir divertida. — Mesmo assim é um cara legal. Podemos começar de novo e ser amigos? — finalmente justificou a mão estendida, mas não a apertei, meus olhos passando dela para seu rosto, até que começou a abaixa-la lentamente, prestes a falar algo quando a interrompi.

— TK eu entendo e sabia de parte da história, mas não sou capaz de recomeçar. — comecei e ela abaixou a cabeça assentindo, a cena apertou meu coração e dei um passo em sua direção, levando a mão até seu queixo o erguendo para que me encarasse. — Mas isso é porque não consigo imaginar uma forma melhor para termos nos conhecido, nem vê-la sem querer toca-la. Eu não sei e nem entendo o por que, mas você também me tira de mim, a diferença é que gosto mais da versão ao seu lado. — ela engoliu em seco e tentou falar novamente, mas dessa vez a parei com meus lábios, os juntando aos seus.

À principio não reagiu, porém logo levou uma mão à minha cintura e deslizei a de seu queixo em seus cabelos, apertando sua cabeça em direção à minha enquanto minha língua invadia sua boca a saboreando lentamente a outra mão escorregando por suas costas. Isso pareceu ascendê-la, pois com a mão livre alcançou minha barriga nua e subiu os dedos por ela lentamente até chegar em meu pescoço. Me agarrei em sua camiseta e começava a deslisa-la quando sua mão desceu para meu peito novamente e me empurrou.

— Não podemos fazer isso agora. — falou, a respiração descompassada a atrapalhando um pouco, levantou os olhos para me encarar. — É domingo, tenho que encontrar meus amigos para fazermos macarrão.


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