Amor em 4 atos escrita por Ingrid Lins


Capítulo 4
4º ato: Bye bye


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último ato, e a shipper da vez é Stelena, e mesmo meio contra-gosto me diverti escrevendo.
A música do capítulo é Bye bye by Mariah Carey



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Bye bye

This is for my people's who just lost somebody

Your best friend, your baby

Your man or your lady

Put your hand way up high

We will never say bye

Mamas, daddys, sisters, brothers, friends and cousins

This is for my people's who lost their grandmothers

Lift your hand to the sky

'Cause we will never say goodbye

Natal. Elena amava aquela data. Passou a amar desde que conhecera Stefan, na época um estudante aspirante a fotógrafo. Era como se ele sintetizasse o sentido daquela comemoração, seu coração se enchia de alegria pós conhecer Stefan. Como aquele homem mudara sua vida! Todos os seus sofrimentos e decepções fizeram sentido quando o conheceu; as sábias palavras da velha vovó Gilbert fizeram sentido naquele momento "Quando há muitos momentos ruins na nossa vida, é porque algo de maravilhoso tá prestes a acontecer.". Aquela sim sabia o que dizia.

Ela estava concentrada no colorido dentro da panela, alheia a outros movimentos quando ele chegou sorrateiro como sempre, a abraçando por trás. Sorrindo, a jovem senhora de família, recostou a cabeça no ombro do marido.

—Nós havíamos combinado que a ceia deste ano era por minha conta! — reclamou fazendo beicinho.

—Querido se conforme que você só sabe fazer macarrão, e macarrão no natal não rola.

—O que? Você não sabe do que tá falando!

Elena gargalhou abraçando o homem de um metro e setenta e olhos verdes. E como amava aqueles olhos! Com um olhar faceiro, Stefan se lançou num beijo molhado, a agarrando pela cintura. O pano de prato que repousava singelo no ombro da morena foi ao chão, quando, num movimento rápido, ele a puxara pelos quadris, repousando o corpo esguio na bancada da cozinha. Eles sorriram em meio ao beijo sabendo que aquele era um péssimo caminho a trilhar se realmente quisessem terminar a ceia.

—Hum! — Elena resmungou, tendo os lábios quentes e macios de Stefan seguindo o rumo de sua clavícula. — Eu tenho que terminar o jantar.

—A gente termina depois, prometo.

Ela riu sentindo seu corpo esquentar. Não era justo; mesmo querendo terminar aquela pendencia — e por Deus, como ela queria terminar! — a ceia não podia esperar. O jantar em família, o clima natalino não podiam esperar.

Com muita dificuldade e pesar, Elena o empurrou e desceu da bancada, se apressando em pegar a colher de pau e mexer na panela que já fumaçava um pouco dando alerta de "passado do tempo".

—Damon e Jeremy estão vindo da UCLA e, por favor, não os envergonhe: eles vão trazer as namoradas! — comemorou a jovem mãe, que deu a luz ao mais velho aos dezoito anos, e ao caçula aos vinte.

Eu fazer vergonha? Não sei do que você tá falando. Eles já ligaram? — Stefan questionou empolgado de ter seus meninos em casa novamente. Empolgação tanta que merecia um brinde! Empolgação que o fez ir até o armário pegar o saca-rolhas e abrir a garrafa de vinho.

—Sim, as onze já haviam saído de lá. Jenna e Alaric também vêm.

—Ótimo, preciso reabastecer o bar então! — gargalhou — Caroline e Klaus não vão trazer a peste deles?

—Como pode ser tão maldoso com nosso próprio sobrinho, Stefan?

—Simples amor: eu tenho senso!

Stefan gargalhava alto enquanto Elena lhe distribuía tapas com o pano de prato. Se havia uma criança no mundo que ela amava, esse alguém certamente era Kol, que o que tinha de cumprido tinha de levado. O garoto tinha o poder de sedução do pai e levava qualquer um no papo, lógico que com a madrinha não seria diferente.

Era uma verdadeira comemoração em família. Fazia sentido as brincadeiras, os berros desmedidos e as gargalhadas. Talvez aquele fosse o único momento em que aquela simples casa na parte residencial de Mistic Falls parecesse um lar animado. Quando veio a faculdade, a família do casal se tornou solitária. Deixaram de serem pais vinte e quatro horas do dia, para voltarem a serem enamorados todos os dias. Era no mínimo estranho, então quando os meninos estavam em casa, o barulho extravasado de alegria era revigorante.

—Ah não tia, minhas fotos de bebê não! — exclamou Jeremy passando a mão no rosto. A menina Ana, dezenove anos e um carreira de sonhos pela frente, ria com vontade da vermelhidão que se apossava das bochechas de Jeremy.

—Você era um bebê lindo, querido. — brandou Jenna suavemente.

—Mas eu estava pelado poxa, você tá exibindo minhas vergonhas.

—Ainda bem que cresceu!

Jenna e Ana gargalharam levando Jeremy a ficar ainda mais envergonhado. A timidez do caçula sempre rendia comentários da parte de Caroline do tipo "não sei de onde esse garoto saiu tão tímido, vocês dois não valem nada!". Ao mesmo tempo, Stefan chegou acompanhado de Damon — que ultrapassara a altura do pai — abraçados ombro a ombro.

—Não se envergonhe, Jer, sua querida tia-avó tá aqui justamente pra cumprir esse papel. — comentou Stefan bebericando a taça de champanhe.

—Oi, tia-avó? De que seita você tá falando, Salvatore?

Brincar com certos termos em família não era lá uma boa ideia com Jenna, mas para um bom implicante como o patriarca Salvatore e seu sucessor — Damon havia saído tão debochado quanto o pai — aquilo era só mais um pretexto para tirar a paciência da mulher.

—Tia Jenna, eu juro que tentei evitar, mas geral já tá sabendo do seu status nessa família. — gargalhou Damon.

—Oras, tia aceita os seus cinquenta anos que é melhor. É irmã da minha mãe, quer ser o que dos meus filhos?!

E entre brincadeiras, risadas e implicâncias se seguiu a ceia de natal. Tudo perfeito, tudo exatamente como devia ser...

Elena lembrava-se daquele natal como se fosse ontem. Como se não houvesse se passado quinze anos. Como se seu amado Stefan não tivesse partido ainda... Não era justo os ventos que a vida soprava. Ao lado daquele homem vivera os melhores anos de sua vida; ele lhe dera uma família. Dividiram o amor que apenas o universo poderia ter capacidade de conspirar. A beleza daquele laço nem mesmo o misteriosos caprichos do universo poderia mudar, e naquele momento, lá estava ela. Observando a lápide, enquanto chorava copiosamente. Os olhos vermelhos e o nariz ardendo denunciavam quanto tempo Elena estava lá.

—Vamos mãe, Katherine tá nos esperando. — Damon sussurrou abraçando seus ombros já finos pelo efeito do tempo.

—Você acha que ele tá bem? Tá feliz...?

Damon sorriu — o primeiro sorriso franco que ele dava naquele natal — e concordou com a cabeça.

—Com certeza, mãe. Ele tá bem, preparando as coisas pra senhora.

Sorrindo, Elena apertou a mão do filho e encarou a lápide, segurando a garrafa de vodca.

Stefan Salvatore

Um grandessíssimo filho da puta amado por sua família e amigos

Era impossível não rir. Ele havia deixado aquela célebre frase como exigência no testamento. Aquele homem não tinha mesmo o que inventar, Meu Deus! E mais uma exigência no tal documento: "Quero que todos que vá me ver na minha nova cama de cimento, leve uma garrafa de vodca. Eu não vou beber, mas com certeza, alguém beberá e ficará feliz com isso".

A viúva colocou a garrafa de vodca junto com o ramalhete de flores — margaridas, as mesmas que ele havia lhe dado no primeiro encontro — e sorriu, jogando um beijo.

—Até mais querido.

FIM


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Notas finais do capítulo

Gostei de escrever um Stefan mais descontraído e tal rs
A short termina aqui, espero que tenham gostado :-*

A capa do capítulo tá no we heart it!
http://weheartit.com/Melany_Alvarenga/collections/93291226-amor-em-4-atos