Acho que vai nevar. escrita por Lolla


Capítulo 2
Água.


Notas iniciais do capítulo

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Nossos olhares se encontraram por breves segundos, mas dentro de mim senti que nos olhamos e nos admiramos por longas horas,pude até sentir o calor da conexão entre nós dois,como duas almas perdidas por séculos, e finalmente se encontraram,na convergência de todos os planetas. E do mesmo jeito que lhe encontrei, lhe perdi,nos momentos em que olhava e balançava a cabeça positivamente para o meu amigo tagarela,eu o perdi de vista.

Durante todas as seis horas que fiquei lá, com meu casaco amarrado na cintura, eu o procurei, em todos os quartos, banheiros, salões e até nos bancos bancos de ferro antigo, da casa eu o procurei,mas ele aparentemente evaporou. O sol estava nascendo tímido ainda, quando voltei para casa. Entrei em silêncio, com os sapatos na mão, e a bolsa presa em baixo do braço. A casa estava em silêncio, e aparentemente vazia. Subi as escadas degrau por degrau, silenciosamente e desejando que nada acordasse Melinda.

E ainda com a roupa fria que cheguei,deitei na cama, e senti o sono chegar de mansinho no meu quarto,fechei os olhos e então apaguei.Acordei com o calor do sol batendo certeiro no meu rosto. Demorei para abrir os olhos,fiquei deitada pensando no rapaz dos olhos inebriantes que encontrei na festa. Joguei o cobertor no rosto e olhei para o relógio que ficava ao meu lado direito da cama. E ele marcava onze horas.

Devagar e sem pressa levantei, tomei um banho longo e bem preguiçoso,e me arrumei para voltar a faculdade, hoje ainda é terça,e entro na semana de provas. Eu sei que é infantil, que lembra aquelas série pré juvenis, sobre meninas secretamente apaixonadas por o cara mais famoso e popular do colégio, que por sua vez,não dão a mínima para elas, até que elas resolvem se vestir bem,e chamar atenção de todos os caras que as esnobaram, e finalmente ele a nota e enfim formam um casal fofo e simpático, e vivem felizes para sempre. Mas o meu rapaz não, sim eu o chamado de " O meu rapaz" uma vez que seu nome, assim como tudo para mim é um mistério,não,não ele, ele tem uma espécie de sombra envolta, algo desafiador, e misterioso, que se ficar olhando bem, dá até um certo arrepio.

Ainda lembro da sua roupa casual,do seu jeito de olhar,tudo nele parecia informações nas entrelinhas.Sentei-me em um banco de pedra, logo a frente do prédio onde teria aula em meia hora.O sol o céu, tudo parecia harmoniosamente encaixado, o calor reconfortante com picos perfeitos de uma brisa refrescante, faziam a faculdade ser algo que jamais foi: Tranquilizante.

– Por favor, onde fica o prédio de exatas?

Meu momento perfeito, foi interrompido pelo bloqueio da luz, e por uma pergunta repentina.

– Bem longe daqui na verdade, é o último prédio do campus,logo após uma pontezinha de alumínio.

Olhei para o garoto que bloqueou a minha luz, e percebi que nunca tinha o visto antes. Não que eu conheça todo mundo da faculdade, mas depois de três anos, passando pelo menos oito horas, todos os dias no mesmo lugar, você tem uma certa pasta dentro da cabeça,com os calouros e os veteranos de cada curso. E este, não era nenhum nem outro.

– Você é calouro de que ?

Ele ajeitou os óculos,e prendeu melhor os livros em baixo do braço.

– Engenharia química.

Meus olhos se arregalaram,. Era o curso mais concorrido, e com menor taxa de aprovados por ano. Ele deveria ser muito inteligente, ou suicida. Respirei fundo, fechei os olhos e levantei, algo bom soprou dentro de mim e resolvi ajudá-lo, e provavelmente seria a única ajuda que ele teria nos próximos cinco anos.

–Eu te levo. Minhas aulas começam logo mas, eu te levo até a ponte, e de lá, não tem erro, é o único prédio, enorme, mas único. Será fácil de achar sua sala.

Ele deixou um livro cair, assim que terminei de falar. E no mesmo momento que se abaixou ele, deixou cair um punhado de outras coisas, entre eles o óculos. Sinceramente, ele era um caso perdido,era Nerd no sentido literal da palavra, era magro, pálido,e desajeitado com as coisas, e usava um óculos, que por sorte agora virou moda. Eu o ajudei a pegar muitas muitas coisas,e então ele tocou na minha mão, para pegar o óculos.

– Desculpa, moça.

Suas mãos eram geladas, mas não geladas como quando neva, ou depois de um banho frio de cachoeira, era gelada como a própria neve, ou o próprio gelo. Levei um susto na hora, minhas mãos sempre quentes, nunca tiveram contato com outras tão opostas.Ele notou a minha surpresa,e ficou visivelmente chateado. Não era a minha intensão chateá-lo, mas verdadeiramente nunca havia sentido algo humano e tão frio. Pelo seu olhar, ele sabia que era mais gelado do que o normal, e isso bastava, não precisava de ninguém o lembrando.

– Tudo bem. - Engoli seco, e andamos.

– Porque decidiu fazer Engenharia Química?

Andaríamos por pelo menos quatro prédios até chegar na ponte,tínhamos ter pelo menos um assunto.

– No começo, eu não pensei em fazer faculdade, eu queria viajar mundo a fora, ir em todos os lugares mais desconhecidos do mundo, fazer amigos, e um dia quem sabe voltar. Mas então, depois de um tempo, entendi que esse tipo de vida, não é pra mim, e me aventurei, digamos assim, no curso mas amplo que eu pudesse fazer, e então fiz.

– Fiz ?

De novo, eu me espantei.E ele percebeu.


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