O Plano da Conquista - Perina escrita por Se7e
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura!
Pedro
Já haviam se passado um mês em que eu tinha entrado na banda e que o Johnny estava morando junto com a Karina, por incrível que pareça ela gostava dele, como se realmente fossem irmãos, só que isso não a impediu de me ignorar, pra ela eu ainda continuava a ser o nerd desengonçado.
—Pedro meu pupilo, tenho novidades- Nando se aproximou de mim e do Johnny quando saíamos do ônibus.
—E que novidades são essas?-perguntei curioso.
—Amanhã a Roberta dona do Aquazen, vai dar uma festa de inauguração e nos chamou pra tocar lá- Não podia acreditar o nosso primeiro show.
—Sério Nando?-perguntei eufórico.
—Nunca falei tão sério em toda a minha vida.
—Ai cara temos que ensaiar pra ontem, Nando convoca a banda toda.
—Já tá marcado o ensaio Pedroso, hoje às três da tarde.
—Ok Nando, valeu aí.
—E você ainda não queria ter entrado na banda- João falou assim que o Nando se afastou.
—E obrigada por ter me convencido a continuar na banda- falei sincero.
—Tá bom, agora deixa de todo esse mel e vamos jogar uma partida de vídeo game la na sua casa.
—A sua mãe não havia proibido de você jogar?
—É por isso que a gente vai jogar lá na sua casa- falou óbvio.
—Cara você quer que eu engane a tia Dandara?
—Primeira regra Pedro, não seja tão certinho.
—Regra de quê?
—Como de quê Pedro? De como conquistar uma garota.
—Pensei que garotas gostassem de romantismo?!
—Também Pedro, também- ele falava me dando tapinhas nas minhas costas.
(...)
Enfim o dia do show havia chegado, eu estava completamente nervoso, a galera da banda pareciam mais tranquilos, provavelmente já possuem alguma experiência, já eu lido apenas com os fatos escritos nos livros.
A academia Aquazen, estava completamente lotada, a maioria que estava ali era o pessoal da escola, ouvi algumas ofensas, mas resolvi ignorar, aquele era o meu momento e nada, nem ninguém estragaria.
O nosso repertório eram algumas músicas da Legião e do Charlie Brown, a banda não possuía músicas autorais, mas mesmo assim nossa apresentação foi perfeita, consegui tocar as músicas sentindo cada acorde, cada solo e pude ouvir muitos elogios relacionados à minha técnica na guitarra.
(...)
Quando o show terminou, nós da banda ficamos organizando tudo, já que nos disponibilizamos a ajudar, a Sol que é a nossa vocalista precisou ir embora já que morava muito longe, depois a cada minuto um integrante da banda se despedia e dava uma desculpa dizendo precisar ir, até que restou apenas eu, o Nando sumiu com a Roberta a dona do lugar e o trabalho ficou todo pra mim, na verdade já tinha terminado.
Quando organizava as cadeiras que continham ali ouvi um grito, meu corpo começou a tremer, não sabia o que poderia encontrar por ali, mas mesmo com todo o medo fui em direção ao barulho que tinha no local.
Era no banheiro feminino, será que alguma garota ficou trancada?
Caminhei lentamente até lá forcei a maçaneta abrindo a porta bem devagar, até me deparar com uma cena nada agradável, ali naquele banheiro estava a Karina sendo atacada pelo maníaco do Luiz.
—Solta ela- no impulso eu já estava em cima daquele cara acertando-lhe um soco no rosto fazendo até mesmo a minha mão doer.
—Tá maluco seu idiota- Luiz falava com uma expressão irada.
Karina tinha a alça da camiseta rasgada, os braços marcados, o pescoço bem vermelho, os olhos no mesmo tom, mas pelas lágrimas, sua expressão era de medo e até ali eu não tinha conseguido achar esse medo que eu tenho, pra mim era pura adrenalina onde eu não vi o momento de raciocinar.
—Sai fora nerd, a conversa aqui é com a loirinha- ele se aproximava de mim e falava em tom de ameaça.
—Eu não vou sair sem ela, então vai dando o fora você- maldita adrenalina que não me fez raciocinar direito, com certeza eu estava maluco.
—Olha aqui seu nerd- ele segurou pela gola da minha camisa- Você vai sair daqui como um bom garoto.
Em uma atitude impensada, por puro impulso dei um chute em sua perna e o vi grunhir de dor, enquanto sua atenção estava voltada para sua perna acertei-lhe um soco na cara o fazendo cair de imediato, fui até Karina e a chamei para sair dali, mas quando abri a porta para que saíssemos logo dali senti um peso em meu ombro e em um movimento rápido eu já estava dentro do banheiro novamente sentindo uma dor indecifrável no rosto.
—O que está acontecendo aqui?-em meio aos golpes que eu levava pude ouvir a voz de uma mulher, era a Roberta.
—Parou, parou sai de cima do garoto- Nando apareceu junto a ela e tentou apaziguar a situação.
—Se vocês não pararem agora eu vou chamar a Polícia- Roberta falou fazendo o Luiz rapidamente se levantar e correr pra fora, eu fiquei ali caído no chão.
—Ei garoto o que foi que houve?-quando enfim olharam pra porta e viram Karina ali, tiveram mais ou menos a noção.
—Eu vou chamar a Polícia- Roberta insistiu.
—Não precisa- Karina enfim se manifestou.
—Mas querida...
—Não precisa mesmo.
—Vem Pedroso eu te levo pra casa- Nando veio até mim tentando me levantar cuidadosamente.
—Minha mãe vai me matar- sussurrei para Nando.
—Eu vou junto Nando- Karina se indicou.
—Então vamos logo- Nando a chamou assim que me levantou.
Quando chegamos na minha casa minha mãe tomou um susto enorme e já ia brigar comigo por ter me envolvido em uma briga quando a Karina contou o que aconteceu, todos me acompanharam até meu quarto e quando enfim me deitei todos foram saindo menos a Karina.
—Onde fica a caixa de primeiros socorros?- ela perguntou olhando pelo meu quarto.
—Em baixo da escrivaninha- falei com um pouco de dificuldade.
Ela veio até mim com a caixa e sentou ao meu lado na cama, molhou um pedaço de algodão e deslizou levemente pelos machucados.
—Por que fez aquilo?-ela falava com o olhar fixo nos meus machucados.
—Não sei, acho que faria por qualquer um ali- droga Pedro, por que você disse isso.
"Não Karina eu faria apenas por você, apenas por você".
—Ah...Você sabe que foi muito arriscado, ele poderia ter feito pior se o Nando e a Roberta não tivessem chegado... você é maluco garoto- pude perceber um sorriso tímido brotar em seus lábios.
—Mas se eu não tivesse chegado poderia ter acontecido algo pior, mas com você- me sentei na cama e busquei seus olhos, mas ela apenas levantou rapidamente.
—Eu preciso ir nerd, se cuida e vê se não se mete mais em nenhuma briga, por que eu não vou vir até aqui pra cuidar de você- ela falava indo em direção a porta- Ah...é...Obrigada, tô te devendo uma.
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Até o próximo.