O Plano da Conquista - Perina escrita por Se7e


Capítulo 16
Sem oportunidade


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605863/chapter/16

"–Shhh Pedro- ela falou pondo o indicador sobre os meus lábios- você fala demais- antes que eu pudesse pensar qualquer coisa que fosse Karina já tomava meus lábios, em um beijo que tinha gosto de álcool"

(...)

Com certeza Karina é o meu ponto fraco, mesmo que eu me faça de durão, que eu a ignore ou seja grosseiro com ela, apenas com um estalar de dedos estarei novamente a seus pés, como agora, sei que tudo o que ela está fazendo é por estar sob efeito do álcool, mas não posso evitar, na verdade não quero.

Suas mãos estavam em minha nuca, seus dedos perdidos entre meus cabelos, seu corpo bem colado ao meu, minhas mãos estavam firmes em sua cintura, nossas bocas moviam-se ágeis, o gosto do álcool, só deixava tudo mais excitante, inevitavelmente fiquei tenso, sentir seu toque fez minha calça apertar e me senti extremamente desconfortável ao notar o que havia acontecido.

—K...Karina- falei tentando recuperar o fôlego e não me sentir tão envergonhado.

—O que foi?- sua voz saia embargada por estar sob o efeito do álcool ainda.

—Acho melhor pararmos isso aqui- falei tirando suas mãos de mim.

—Porque, não está gostando?- ela me encarava com aquelas íris azuis brilhando.

—Isso não vem ao caso, você não está em condições...

—Então se eu estivesse sóbria você ficaria comigo?- ela me interrompeu falando com um sorriso nos lábios.

—E...u...Eu não disse isso- essa garota tinha um efeito sobre mim, que me fazia sentir tão patético.

—Se decida Pedro- agora ela falava séria, o que essa garota quer de mim?- Acho que não é algo tão complicado de decidir- ela sentou na minha cama e cruzou as pernas, Karina está me testando.

—Fica meio difícil assim- pensei alto e ela sorriu maliciosamente para mim- Ahh deixa para lá- falei a mim mesmo.

Com certeza Karina despertava em mim um Pedro que eu não conhecia, agora eu já estava sobre seu corpo a beijando com voracidade, suas unhas deslizavam pelas minhas costas me provocando uma dor prazerosa, só queria uma coisa naquele momento, poder sentí-la, mas como em um rompante veio a minha cabeça o fato de querer ignorá-la para que ela pudesse me ver com outros olhos, se continuasse com isso, não conseguiria provar para ela que posso ser diferente desse nerd tapado que sou.

—Karina, é melhor não- levantei de cima dela e me virei, não queria encará-la.

—Porque não Pedro?- sua voz era provocativa.

—Vamos descer e você toma o seu café- falei ignorando sua pergunta.

—Eu quero ficar aqui- ela falou se jogando na minha cama.

Me dei por vencido e decidi descer e buscar seu café, quando voltei ela estava ainda deitada na minha cama, só que agora tinha os olhos fechados, segui em direção ao closet para pegar uma coberta, ela era tão linda dormindo.

—Pe...dro-ouvi sua voz fraca chamar por mim, enquanto trazia nas mãos um edredom.

—Karina?!-a chamei, para saber se ela estava ainda acordada, já que estava com os olhos fechados.

Ela abriu lentamente os olhos, me dando a visão perfeita das suas íris azuis, queria sentir ódio, raiva, mas não conseguia, por que ela tinha que ter tanto efeito sobre mim assim?!

—O que foi?- perguntei sentando na beirada da cama.

—Fica aqui comigo?! Eu não quero ficar sozinha- ela falava mais calma, não tinha mais nos lábios aquele sorriso de antes, parecia sincera ao fazer o pedido, mesmo não sendo uma boa ideia, não tinha como lhe dizer não.

—Tudo bem- tirei os sapatos, juntamente com as meias e sentei encostando as costas na cabeceira da cama. Karina estava deitada ao meu lado, a cabeça sobre o travesseiro, os olhos fixos em mim.

De repente ela pôs a cabeça em meu peito e tocou-o com a mão, os olhos agora fechados, ela parecia ouvir as batidas do meu coração, que só acelerava cada vez mais que sua mãos deslizava pelo meu abdômen, essa noite seria longa se Karina insistisse com isso.

Senti ela mover-se ao meu lado, meus olhos foram de encontro à ela, Karina me encarava, com um olhar diferente.

— Eu não entendo você sabia?

—O que quer dizer com isso?  -perguntei curioso.

— Você é tão diferente e ao mesmo tempo tão igual...

— A quem?

— Não interessa agora. Eu só – Karina interrompeu a si mesma e me beijou

Seu beijo estava diferente, eu me sentia diferente, mais uma vez eu estava rendido à ela, suas pernas já se encontravam uma à cada lado do meu corpo, suas mãos em meu pescoço, minha sanidade já esvaia-se e a vontade de querer ignorá-la foi para o espaço, apertava sua cintura e a puxava contra mim cada vez mais.

João

Quando vi Bianca pela primeira vez ela estava sentada na bancada da Ribalta, especificamente na bancada da sala de teatro, sempre teve o sonho de ser atriz, ela tinha um papel nas mãos, eram algumas falas da peça Romeu e Julieta, ela encenaria com o Henrique um cara super idiota, mas que infelizmente passou no teste para ser o Romeu, o invejei tanto quando descobri, mas já não poderia fazer nada, nem ator eu era, apenas um nerd como todos chamam que só pensa em tecnologia, ou melhor, pensava, pois depois que conheci a Bianquinha, não tenho mais nada em minha cabeça que não seja ela.

Havia inventado uma desculpa e passamos minutos conversando naquela sala, a ajudei a ensaiar as falas, mas pro meu azar, ou falta de sorte ela namorava e justamente um dos trogloditas que treinavam na academia do namorado da minha mãe.

Fiquei imensamente desapontado, mas não conseguia mais me manter longe, precisava falar com ela, estar com ela, mesmo que fossem apenas como dois grandes e bons amigos, ou irmãos já que nossos pais namoravam e pelo jeito daria casamento.

O que eu nunca pensei e com certeza não imaginava é que esse Duca seria tão burro à ponto de fazer uma garota como a Bianca sofrer, o motivo eu não sabia, mas até imaginava e tive a confirmação essa noite, ele havia a traído, foi sujo com ela e ainda se acha superior, sei que ela se sente mal com o que ele fala por ainda gostar dele, se eu tivesse a oportunidade mudaria isso, mas não depende só de mim.

—Ei- a chamei quando nos aproximávamos da praia, ela tinha os sapatos nas mãos, o cabelo agora preso em um rabo de cavalo- Não fica assim, aquele cara é um idiota.

—Eu sei, se eu pudesse mandar nesse músculo idiota, já havia deixado de gostar dele à tempos, mas não é fácil- ela virou e pude ver algumas lágrimas por sua face- João, posso te perguntar uma coisa?- ela me encarou e assenti para que falasse- Porque me defendeu daquela forma?

—Que pergunta- me surpreendi com o que ela disse, não imaginava- Eu não poderia deixá-lo falar daquela forma com você- fui sincero.

—Ele poderia ter batido em você, não pensou nisso não?

—Não, a única coisa que eu pensava no momento era em te defender, apenas- instintivamente fui me aproximando e quando estávamos frente a frente encarei seus olhos castanhos, precisava provar de seus lábios.

—Er...é...obrigada- como se notasse o que passava em minha cabeça ela se afastou desviando o olhar para o mar, resolvemos então ficar ali, apenas olhando aquela imensidão azul iluminada pela luz da lua.

Pedro

Para uma pessoa bêbada, ela era bem rápida, sua boca já se movia agilmente sobre a minha, sua língua já havia invadido a minha boca e pude sentir novamente a mistura do álcool com o doce da sua boca.

Começamos a nos beijar com mais intensidade e volúpia, Karina então enlaçou minha cintura com suas pernas estávamos em um encaixe perfeito, sua boca pequena e macia movia-se de forma provocativa, já me sentia novamente excitado.

Karina espalmou as mãos em meu peito e foi percorrendo um caminho até meu abdômen aproximando do cós da minha calça.

—Pa...ra-falei com um pouco se dificuldade me afastando dela.

—Por quê? Você...não...quer?-Ela falava meio grogue ainda.

—É o que eu mais quero- falei encarando aquelas íris azuis-Mas eu não vou fazer nada com você desse jeito.

—Por que não, eu quero- ela me provocava falando sedutoramente e bem próximo a mim.

—Mas é melhor não, você está bêbada Karina e eu não me aproveitaria de você, não ficaria com você nesse estado- falei apontando para ela.

—Ai Pedro, deixa de ser sempre esse nerd certinho- Ela falava revirando os olhos- É por isso que ninguém quer nada com você e você precisou da minha ajuda para enfim beijar uma garota- de repente lembrei do que ela disse mais cedo, lá na festa.

"Está louco Cobra, eu com o aquele nerd idiota"

Levantei bruscamente da cama e ela me olhou sem entender nada.

—Se quiser pode pegar uma roupa no closet, se achar essa-apontei para seu vestido- desconfortável, se precisar de mim estarei na sala- falei saindo do quarto a deixando sozinha e sem oportunidade de falar algo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo!