Half of me escrita por Thamires Teixeira


Capítulo 5
Parte cinco.




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Logo após ter se despedido de Cobra, Karina comprou suas barras de cereal e seguiu em direção à Dona Dalva para contar-lhe quem era o novato do QG como prometido. Em seguida foi para casa tomar uma ducha. Encontrou a casa vazia, Gael ainda não havia chegado da academia e Bianca ainda estava na Ribalta. Assim que saiu do banho, pegou uma caixinha verde onde ela guardava algumas lembranças da sua vida. Ali estavam algumas fotos que ela considerava importante guardar. E entre as diversas fotos dela com Cobra ela pegou uma do aniversário de seis anos dela. Os dois sentados no sofá da sala, um do lado outro, ele com o braço ao redor dela e com os lábios encostados na bochecha dela. Aquele dia tinha sido especial porque eles tinham casado de mentirinha, mini Cobra havia se ajoelhado e pedido mini Karina em casamento e eles casaram de mentirinha na antiga sala da casa dela. Ela não sabia o porquê especificamente essas memórias vieram a sua cabeça. Só sabia que casar com o Cobra de hoje não seria nada ruim. Ela riu sozinha com os pensamentos que na visão dela eram idiotas, neste instante Bianca entrou no quarto. Ela guardou rapidamente a foto dentro da caixa e botou em cima da bancada ao lado da sua cama.

– E esse riso? Posso saber qual o motivo? – Bianca perguntou já achando fora do comum Karina rindo daquele jeito aparentemente sem motivo algum.

– Ah, não é nada. Umas coisas que eu tava pensando aqui... Coisa minha. – ela disse já sentando na escrivaninha para estudar.

Ela abriu o livro de Biologia em uma página qualquer mas a verdade era que ela não estava com cabeça para estudos. Estava elétrica demais para isso.

– Eu ouvi comentários na Ribalta, na verdade de Jade, que um garoto novo ta trabalhando no QG. Então, já que você praticamente vive naquela loja você já deve saber quem é ele né? – Bianca botou as duas mãos nos ombros da irmã mais nova.

– A Jade? Ela disse mais alguma coisa, digo... Sobre o garoto? – virou-se para olhar para irmã, com a curiosidade mais acentuada do que o normal.

– Ela só disse que era gostoso e que ia descobrir quem era ele logo, logo. – Bianca deu de ombros – Você já sabe quem é? É essas coisas mesmo?

– Ai Bianca... Pra que você quer saber, quer virar Maria-Tatame agora é? Já não basta o Duca. – respondeu Karina irritada com as perguntas da irmã.

– Calma aí! Eu hein, não sei pra que tanta irritação e ainda fica invocando o nome do falecido. Isso não se faz. E eu nem sabia que esse tal do vendedor novo é lutador também. – Bianca bufou e sentou na cama abraçando o travesseiro.

– Desculpa, ta? E não fala do Duca assim, é seu ex mas é meu amigo ta bom? É que... Ta bom, é o Cobra o novo vendedor, lembra dele? Nosso amigo de infância.

– O COBRA? Aquele pirralhinho que gostava de ficar me atentando junto com você? Nossa... Pensei que ele nunca fosse voltar.

– Pois é, eu também pensei. Mas ele está aqui, a gente conversou um pouco. Sabia que ele quer ser lutador também? – ela sorriu ao falar nisso.

– Nossa! Vocês combinam ainda, né? Aliás você ta muito felizinha não ta achando não? Já gostei da volta desse cara mas ainda sou #teampedro.

– Para Bianca! Claro que eu tô feliz, esperei dez anos por isso. Ele sempre vai ser o meu melhor amigo. E esquece esse Pedro pelo amor de Deus, eu sei que você ta saindo com o João que é melhor amigo dele e ta tentando nos juntar mas, não vai rolar.

– Ok, ok... Não ta mais aqui quem falou. Mas, ele voltou sozinho? Ou os pais dele vieram também? Por que você sabe né, aconteceu aquela parada dez anos atrás que ninguém sabe o que foi e eles brigaram.

– Ele ta morando só. Não quis conversar ainda sobre os pais. – deu de ombros – Chega de fofoca, Bi, preciso estudar isso aqui mesmo, vestibular tá chegando.

Já era noite quando Karina decidiu atender os protestos de sua barriga e procurar alguma coisa para comer na cozinha. Encontrou o pai na beira do fogão fazendo molho para a macarronada que já tava pronta em uma travessa em cima da bancada.

– Opa, uma alma viva para me ajudar aqui. – disse Gael, sorrindo para a filha – Bota a mesa para mim, bota, filhota.

– Você que manda, mestre. – Karina se dirigiu aos armários e pegou os pratos e colocou na mesa, junto com os talheres e copos – Pronto. Tarefa número um cumprida.

– Tarefa número dois destravada: chamar sua irmã para o jantar. – Gael falou rindo e colocou a travessa de macarrão com molho bolonhesa em cima da mesa.

– BIIIIII – gritou Karina fazendo com que Gael desse um pulinho no lugar onde estava – A COMIDA TA NA MESA! Prontinho. – disse e se sentou, servindo-se.

– Se fosse para gritar eu mesmo chamava. – falou e seguiu os mesmos passos da filha.

– Ê família, esperem por mim. Tava no telefone. – sentou-se e botou um pouco de macarrão no prato.

– Falando com o João, aposto. – Karina disse com a boca cheia de comida.

– Eca, Ka! E apostou certo. – deu um sorrisinho – Já contou a novidade pro papai?

– Que novidade, filha? Não vai me dizer que ta de rolo com alguém também porque assim o coração do papai não aguenta.

– Não é nada disso pai, deixa de besteira. – tomou um gole do refrigerante que Bianca havia acabado de botar no copo dela – É só o Cobra... Que ta trabalhando no QG.

– Ah, o Cobra... É só iss... PERA LÁ! O Cobra, você diz o Cobra filho do Rafael?

– É, pai. Esse mesmo. – respondeu Bianca – É só dele que se fala por aí nas ruas, povo não pode ver uma novidade.

– Karina, ouça bem o que eu vou te falar agora... – Gael agarrou o braço da filha que o olhou assustada – Eu não quero ver você de papo com esse garoto, ta ouvindo? Nem com ele, nem com ninguém dessa família.

– Mas pai... – tentou dizer Karina.

– Mas pai nada! Eu não quero e ponto final. Espero que você me obedeça uma vez nessa sua vida.

– Você não acha que já ta na hora de parar de regular o que eu faço não? – perguntou irritada – Eu não posso lutar. Não posso ter a amizade que eu quero. Não pode isso, não pode aquilo. Já to cansando!

– Karina... De novo essa história? – Gael perguntou cansado, amava a filha e por isso a protegia mais que o necessário mas ele não poderia aceitar que Karina andasse com o filho do cara que o traiu.

– Quer saber pai... Perdi a fome. – levantou-se e andou em direção ao seu quarto, bateu a porta com força e se jogou na cama.

Estava cansada. Fato. Cansada de Gael estar regulando cada segundo de sua vida, suas relações, seus sonhos. Enquanto Bianca podia fazer o que quisesse da vida. Se ao menos houvesse uma explicação para ela se afastar de Cobra. Ela não tinha porque se afastar dele, ela tinha esperado dez anos pelo reencontro, ela não iria se afastar dele.


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Notas finais do capítulo

Segundo do dia postado! Enfim, espero que gostem! xx @opsimhere :)



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