Half of me escrita por Thamires Teixeira


Capítulo 3
Parte três.




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Parte três.

O Rio de Janeiro continua lindo... Já dizia Gilberto Gil, Cobra pensou. Olhar o mar depois de tanto tempo o revigorava, a vontade que tinha no momento era de descer do ônibus e dar um mergulho naquela maravilha de paisagem. Porém, havia passado seis horas sentado naquela poltrona desconfortável.

– Graças a Deus. – comentou Cobra ao ver o ônibus se aproximando da rodoviária. Assim que o ônibus parou ele foi o primeiro a levantar, pegou sua mochila e ficou atrás de uma senhora em uma pequena fila para descer. Assim que pisou em solo carioca ele pode avistar um cara não tão mais alto que ele segurando um papel com seu nome escrito. Ele caminhou até o mesmo e deu um sorriso cansado – E aí? Você é o Thawik? Meu tio disse que você iria estar aqui.

– E aí, Cobra, como foi de viagem? – ele estendeu a mão pra Cobra, este apertou-a em cumprimento – Eu sou o Thawik e seu tio disse que eu ganharia um extra se eu fizesse esse favor para ele... – falou rindo.

– Pode cobrar para ele. – Cobra avisou rindo também.

– Vamos? Eu tive que fechar rapidinho a loja para vir até aqui. – Thawik disse apressando-o e Cobra deu o sinal para seguir em frente – Você não trouxe mala, não?

– Não, tudo que eu preciso ta aqui dentro. – disse mostrando a mochila.

– Ainda bem porque ia ser complicado levar uma mala na moto. – Thawik disse finalmente dirigindo-se para onde a moto estava estacionada.

O caminho até o bairro do Catete foi relativamente rápido. Cobra ia reparando nas coisas que quase não haviam mudado, exceto alguns estabelecimentos novos, fora isso tudo continuava quase a mesma coisa. Chegando na loja, ele pode dar uma observada na sua antiga vizinhança. A praça em frente, a casa da Karina do outro lado, sua antiga casa no fim do quarteirão. As únicas coisas novas eram o restaurante do outro lado rua chamado perfeitão e uma academia de muay thai/escola de artes.

– Algumas coisas mudaram por aqui. – ele comentou baixo.

– Faz quanto tempo que você não vem por essas bandas? – perguntou Thawik abrindo a porta.

– Faz dez anos, cara. Aliás, você conhece alguma Karina Duarte? – perguntou Cobra disfarçando sua ansiedade.

– A filha do Gael? – Cobra assentiu – Ela vem sempre aqui comprar barra de cereal e essas coisas. Por quê?

– A gente... Costumava ser bem próximos quando crianças. Então, você vai me mostrar como as coisas funcionam aqui? – ele perguntou, finalmente entrando na loja.

– Bom, essa é a sua chave. – Thawik entregou-a a ele – Aqui é a loja. – disse apontando – Sei, é meio óbvio. – riu e caminhou para o fundo do estabelecimento com Cobra ao seu encalço – Aqui é onde você vai morar. Tem um banheiro ali no fundo. – disse apontando – O saco de pancadas foi o seu tio que mandou comprar pra você.

Cobra analisou todo local, era pequeno e parecia fazer um calor infernal se o ar-condicionado da loja não tivesse ligado. Não era de todo mal, ele sobreviveria.

– Bom, já como você chegou hoje, é seu dia de folga. – disse Thawik – Eu tenho que voltar a labuta. Qualquer coisa é só perguntar.

– Valeu cara! Acho que vou tomar uma ducha. – Cobra disse jogando a mochila em cima da cama e tirando a camisa, logo em seguida se dirigindo ao banheiro.

***

Karina socava o saco de pancadas com raiva, era assim toda vez que seu pai dizia que ela não iria fazer parte do próximo campeonato que tivesse. Ela não conseguia compreender o porquê do pai não apoiar seu sonho. Ela sabia que não era uma excelente lutadora mas se treinasse mais um pouco conseguiria lutar com dignidade e até vencer uma luta que valesse alguma coisa de verdade. Ela podia sentir Pedro observando-a do alto da escada que dava para a Ribalta. Aquilo a agoniava ainda mais porque não sabia lidar com o que se passava dentro dela quando ele estava por perto.

Será se o Cobra saberia me ajudar a decifrar isso? pensou ela, dando um último soco no saco e tirando as luvas das mãos. Bebeu água de sua garrafinha e olhou feio para Pedro que ainda continuava a encara-la. Recebeu um sorriso de volta. Ela rolou os olhos e se dirigiu para fora da academia sem falar com ninguém. Caminhou até o outro lado da rua sendo parada por Dona Dalva.

– Karina... Você ta indo lá no QG? – perguntou.

– Tô sim, tô indo comprar uns cereais pra comer no pós-treino, quer para eu trazer alguma coisa pra senhora? Ou pro Duca?

– Não querida, é que o Thawik chegou com alguém de moto, acho que é o novo gerente. Queria que você visse quem é e viesse me contar depois. – disse Dona Dalva sorrindo – Só não vou lá agora porque estou sozinha aqui na banca.

– Olha Dona Dalva só vou fazer isso porque é a senhora hein? Você sabe que quem gosta de fofoca é a Bi. Mas faço esse favorzinho pra senhora. – sorriu e continuou seu caminho até do outro lado da rua e adentrou a loja – Boa tarde, Thawik.

– Boa tarde, Karina. – respondeu Thawik.

– Karina? – indagou Cobra saindo do fundo do estabelecimento com os olhos arregalados.


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Notas finais do capítulo

E então Cobra está de volta a cidade e logo no primeiro dia Karina já aparece no QG. Próximo capitulo tem reencontro. :D Obrigada pelos comentários e continuem me dizendo o que estão achando. Beijos xx @opsimhere



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