Não pude evitar sorrir ao ouvir aquelas palavras sinceras. Decim desejava tornar-se um juiz que fosse capaz de fazer com que todos os seus clientes dali para frente pudessem dizer o mesmo quando respondi sua pergunta: “Srta. Chiyuki, está feliz por ter vivido?

Sim. Eu me sentia feliz, mais do que jamais imaginei. Feliz por, apesar de tudo, ter a oportunidade do viver. E havia sido uma tola por não perceber antes o quão maravilhosa é esta sensação, o quão valorizada deve ser a vida. E talvez, se eu não fosse para aquele lugar do vida após-morte, nunca saberia...

“Se quiser isso, vai ter de fazer uma expressão mais alegre!” respondi, de frente para Decim com as portas do elevador ainda abertas. Uma expressão alegre sempre tem um sorriso, então, ele sorriu. Uma tentativa cômica, mas o que importava era a intenção.

“Você aprenderá após praticar” eu disse. “Então... Até outra hora.”

“Vá com cuidado” o ouvi dizer, e acenei em resposta. As portas do elevador começavam a fechar, aumentando cada vez mais a barreira entre nós. E até o último momento, fitei seus olhos, com os meus em lágrimas. E sorri, apesar de todas as dores. Sorri, grata. Sorri, sabendo que no fundo de meu coração, eu o havia amado.