As vozes não se calam escrita por uma leitora qualquer


Capítulo 1
Unico


Notas iniciais do capítulo

Hey dears!!!Então essa é minha primeira fic!!!Desculpem qualquer erro que possa ter!Não gosto de pedir mas por favor comentem é realmente importante para mim saber que eu não estou escrevendo para ninguém...Emfim espero que gostem!



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Acordei assustada e completamente suada. Ao olhar para o relógio na minha cabeceira percebi que ainda eram três e quinze da madrugada e mesmo sabendo que estava sozinha no quarto olhei ao redor para me certificar. Era só eu, mas elas não paravam de falar.

As vozes não se calavam. Já tentei de tudo, mas elas não se calam,de jeito algum.

Faz uma semana que eu as escuto. Começou com sussurros ocasionais, vez ou outra, quando ia visitar minha avó no hospital ou quando ia visitar o túmulo de meu pai e ficava desenhando e contando o meu dia para ele.

Cochichavam, fatos, elogios aos meus desenhos ou simplesmente contavam historias de suas vidas. Pensei que estivesse louca, que parariam com o passar do tempo, mas não. Só aumentaram, a frequência com que me procuravam, permaneciam por mais tempo até nunca me deixarem só. Começaram a me dizer o que fazer e, em certas ocasiões, me ajudaram quando precisei. Como quando sussurraram para não atravessar a rua e logo depois ouve um acidente de carro.

Dias depois estava eu novamente ao lado do leito de minha avó, então a vi, simples na parede, uma sombra, com capuz e foice. Ela levantou a arma e bateu no chão, por ser uma sombra não deveria fazer barulho, mas fez, um som que me lembrou um cabo de vassoura batendo no carpete. Depois disso as únicas cenas de que me recordo foi a invasão das enfermeiras no quarto, minha avó com espasmos e o bipe interrupto das máquinas .

Puxei minhas pernas para junto ao meu corpo e abracei os joelhos, recordando-me daquela sombra. Embora as vozes não me abandonassem, já havia me esquecido da sombra, me convenci que tinha sido minha imaginação, até que certo dia eu estava no parque, desenhando um senhor fumando seu cachimbo em um banco próximo. As vozes estavam, como sempre, me acompanhando, dando palpites sobre o meu trabalho até que elas pararam e subitamente veio o silêncio. Ao olhar para cima, lá estava ela, no muro, do outro lado da rua, bateu a foice no chão e então o senhor com o cachimbo se contorceu e caiu morto.

Piorou com o passar dos dias, vi animais morrerem, vi pessoas morrerem, e não pude fazer nada para impedir. Ah! E as vozes, as vozes não se calam.

Começaram a me contar suas mortes e as mortes que presenciaram e que causaram. Como elas se vangloriavam disso! Estavam comigo o tempo todo, na escola, no parque, no banho. Eram tantas falando ao mesmo tempo, exigindo atenção, gritando umas com as outras sem pausa, sem descanso.

Levantei cambaleante e, com pé ante pé para não fazer barulho  e busquei a arma que meu avô escondia debaixo da cama - para uma emergência. Voltei para o meu quarto e sentei no tapete, olhei o cromado da arma. Suspirei de alivio, estava carregada, apontei o cano da arma para minha cabeça.

Eu faria as vozes se calarem. Puxei o gatilho.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!!!Bjus sabor chocolate!!(porque chocolate é bom)