Oh Clove escrita por Maddel


Capítulo 2
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente. Desculpa ter demorado um pouco pra postar, mas aqui está o primeiro capítulo. Espero que gostem..



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— Cato — Melanie Johnson aproxima perigosamente seus lábios vermelhos de mim, me encurralando contra os armários. Ela é praticamente da minha altura, por isso consegue fazer isso. — O que é que está acontecendo com você, ein? Normalmente, é as garotas que correm atrás de você, não o contrário. Deixa de marra, vai.

Se é que é possível, ela se aproxima ainda mais. Sua face está tão perto da minha que posso ver meu rosto refletido em seus olhos.

Se fosse algum tempo atrás eu nunca me desvencilharia de um beijo de Melanie Johnson. É muita insanidade fazer uma coisa dessas. Mas é o que eu faço.

— Mel — censuro, empurrando-a delicadamente pelos braços, adquirindo uma distância segura. — Já disse pra não fazer isso.

Seu sorriso atrevido some. Uma expressão totalmente decepcionada surge em seu rosto.

— Está assim por causa daquela caretinha? — ela pergunta, incrédula. — Não acredito que está apaixonado por ela.

Eu me viro de costas para abrir meu armário.

— E se eu estiver, qual o problema? — pergunto.

— Qual o problema? — ela repete sarcástica. — O problema é que ela não vai querer você de volta. Não depois do que você fez. Coitadinha, aquilo não se faz, sabia?

Há um pequeno tom de deboche na sua voz. Paro o que estou fazendo por um instante. Melanie não sabia do que tinha acontecido. Apenas eu e Peeta e este me jurou que não havia sido ele que havia contado para Clove sobre nossa aposta.

— Foi você, não foi? — giro meu corpo para encará-la.

Ela sorri. Um sorriso tão ingênuo, se eu não conhecesse bem quem é a dona dele.

— O que você acha? — diz numa voz mansa, como se não tivesse feito nada de errado. — Eu nunca deixaria aquela piranhazinha tirar você de mim, Cato.

Minhas mãos se fecham. Raiva toma conta de mim lentamente. Me vejo segurar Melanie pelos braços e girá-la de encontro com os armários. Uso mais força do que o necessário e ela abafa um grito. Ignoro as pessoas assustadas ao nosso redor.

— Você não aguenta perder, não é? – eu digo a Melanie e sua boca se contorce em um pequeno O, surpresa. — Usa dos métodos mais baixos pra conseguir o quer. Você é muito fraca, Melanie.

— Como ousa...

— Dizer a verdade? — pergunto com sarcasmo.

Seus olhos se estreitam.

— Sabe o que você é, Cato? — ela sussurra, com um certo desprezo em sua voz. — Um idiota. E quando você cair na real e perceber a besteira que fez, vai correr atrás de mim e sabe o que eu vou querer? Vou querer que você se exploda junto com ela.

— Isso não vai acontecer — digo. — Eu não seria capaz de correr atrás de você. Não depois do que você fez.

Ela solta uma risada aguda.

— Você sabe que eu estou certa, meu amor. Ela não quer mais você. Acabou. Fim de jogo.

Melanie consegue se soltar em um minuto de descuido, quando eu paro para pensar que no fundo ela está um pouco certa. Clove não me quer. Melanie se afasta, arruma a roupa um pouco amassada e joga um beijo na minha direção.

Desde que eu a conheço, ela sempre foi o tipo de garota que eu costumo chamar de Garota Troféu. Aquele tipo que todo menino sonhou um dia em exibir para os amigos. Alta, morena, olhos verdes... O sonho de qualquer um. Pra ter ideia, me tornei ainda mais popular assim que apareci no colégio com o braço em volta da cintura dela. Ninguém do meu grupo de amigos havia conseguido esse feito.

As garotas que queriam ser como ela, começaram a me olhar de outro jeito e os garotos parecem que respeitam qualquer um que tenha sido visto aos amassos com Melanie.

O problema é que esse tipo de garota só serve pra isso mesmo. Elas não são pra namorar e apresentar para os seus pais. Não é o tipo de garota que vai te acompanhar no almoço chato de família na casa da sua avó nem que vai passar um sábado inteiro comendo bobagens com você.

Clove era capaz de não só ir ao almoço de família, como ajudar a minha avó a cozinhar. Seria bem a cara dela fazer isso. O problema é que eu a conheci a partir de uma aposta que eu fiz com Peeta. Eu sei. Sou um idiota. E ela descobriu tudo e está achando que minha paixão nada mais é do que uma grande farsa. Mas não é. Eu estou completamente apaixonado por Clove, mas eu não consegui a convencer disso. Eu deixei ela ir embora naquela noite, mas não achei que ela fosse fazer o que fez. Ir literalmente embora.

Clove evaporou do mapa faz alguns alguns dias. Deixei um milhão de mensagens na caixa postal. Enviei e-mails e fui até a casa dela apenas para receber uma ameaça de morte do seu pai.

Tentei de tudo, mas parece que ela não quer mesmo saber de mim. E eu estou ficando louco com isso. Daria tudo pra estar ao lado dela nesse momento. Ouvir sua risadinha estranha, sentir o toque quente de sua pele contra a minha, provar mais uma vez aquele batom sabor de pêssego que ela usava e que eu sempre experimentava sem querer toda vez que ela me beijava.

Mas Clove não quer dizer pra onde fugiu.

***

Primeiro penso apenas que é uma das peças que meu cérebro vem pregando ultimamente. Como quando daquela vez que eu confundi Clove com uma garota no supermercado ou quando eu assustei aquela mulher no parque que alimentava os pássaros e tinha estranhamente o cabelo idêntico ao de Clove. É como se todas as Clove’s do mundo estivessem me perseguindo.

Mas não é uma ilusão. É Clove que está ali. A minha Clove, a poucos passos de mim. Quando nossos olhos se encontram, por um único segundo minhas pernas cedem, dando tempo a ela de sumir novamente. Mas dessa vez não vou deixá-la fugir.

Apresso meus passos, tentando segui-la. Ela sai do colégio em direção ao jardim de entrada e eu corro.

— Clove — grito, mas ela me ignora. — Clove, por favor.

E então ela para e se vira. Parece um anjo. Mas um anjo que está completamente magoado e que deixa isso bem claro apenas no olhar. Eu aproximo devagar e cauteloso, como se qualquer movimento brusco meu a machucasse. Não que qualquer coisa que eu faça vá machucá-la mais do que eu já tenha a machucado.

— O que você quer? — ela pergunta baixinho, com a voz falhando.

— Só quero que me escute e entenda o que aconteceu e como tudo aconteceu — eu digo. — E se for possível, que acredite em mim.

Clove dá de ombros.

— Isso vai ser muito difícil.

— Me deixa apenas tentar — peço e ela chacoalha a cabeça como se acreditasse que minhas tentativas serão em vão. Mas sei que não haverá outras chances, por isso não vou desperdiçá-las. — Lembra daquela vez, no aniversário da cidade, quando trocamos as primeiras palavras um com o outro? — pergunto. Ela nega com a cabeça, mas eu sei que Clove está mentindo. Ela se lembra tão bem quanto eu.

Eu havia bebido um pouco mais da conta, Clove estava num péssimo dia e eu fiz uma escolha que até hoje não entendo se foi a pior ou a melhor da minha vida.

E foi assim, desastrosamente, que tudo começou.


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Notas finais do capítulo

Explicando melhor: Cato não entende se ter aceitado a aposta de Peeta foi a melhor coisa por ter conhecido Clove, ou se foi a pior por ter terminado como tudo acabou, com Clove magoada e tal.
E então gente, gostaram??? Diz pra mim o que vocês acharam, por favor. Quero muito saber a opinião de vocês. Por hoje é só. Até a próxima