A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 34
Capítulo 34: Comprimidos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Tudo bem com vocês? Espero que sim!!
Bom, estou aqui para dizer que este é um dos últimos capítulos da história. Eu espero que vocês gostem.
Boa leitura!



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Eu estava chocada! Como ele teve a coragem de fazer isso comigo? Comecei a respirar ofegante e coloquei a mão no meu peito, tentando respirar fundo e me acalmar. Fechei os olhos e tudo o que eu podia ouvir, era o silêncio.
Deitei na cama ainda de olhos fechados e permaneci imóvel tentando me acalmar. Senti as lágrimas saírem dos meus olhos e escorrerem por minhas bochechas.
***
Eu não sabia quanto tempo tinha passado, mas, eu sabia que tinha se passado bastante tempo, algumas horas talvez. Abri meus olhos quando ouvi uma batida na porta do meu quarto. Sentei-me na cama e senti minha cabeça latejar por alguns segundos. Respirei fundo e girei a maçaneta abrindo a porta.
Fiquei imóvel olhando para ele. O sorriso dele desapareceu quando ele fixou seus olhos nos meus:
– O que aconteceu? Você estava chorando? - ele perguntou entrando no quarto e fechando a porta.
Permaneci imóvel e calada. Ele ficou de frente para mim.
– Amy, você está bem? - ele perguntou colocando as mãos nos meus ombros.
Dei um passo para trás.
– Não toque em mim.
Olhei dentro do seu olho e ele franziu o cenho.
– O que aconteceu?
– Você me enganou. - falei. - Por que fez isso comigo?
Ele balançou a cabeça.
– Do que você está falando?
– Abre o notebook, Sean. - falei.
Ele olhou para o notebook e olhou para mim. Depois, ele se sentou na cama e abriu o notebook. Comecei a ouvir todo o vídeo de novo enquanto Sean assistia. Eu virei-me de costas para a cama e fiquei encarando a parede. Algumas lágrimas escorreram dos meus olhos enquanto eu lutava para não soluçar.
– Amy, eu posso explicar. Eu... Olha pra mim. - ele disse pegando no meu braço.
Eu virei para olhá-lo e desvencilhei meu braço da sua mão. Balancei a cabeça.
– Não toca em mim. Você me enganou esse tempo todo! Esse tempo todo você estava fingindo que se importava comigo! Tudo não passou de uma aposta entre você e seus amigos estúpidos...
– Não, Amy. Olha, deixa eu explicar. Eu só falei isso para eles me deixarem em paz! Eu juro, Amy! Eu te amo! - ele disse pegando as minhas mãos e colocando no seu peito.
As lágrimas começaram a cair novamente. Fechei os olhos e balancei a cabeça. Ele segurou minha cabeça com as mãos e beijou minha testa.
Empurrei-o.
– Vai embora Sean.
– Amy...
– Sua mãe tinha razão. Ela sabia que você ia me machucar e ela disse isso pra mim ontem. Ela estava certa e eu fui idiota o bastante pra te defender!
– Não, Amy eu jamais faria isso com vo...
Eu o empurrei.
– Acabou Sean.
Ele olhou para mim.
– O que está dizendo?
– Eu estou dizendo vai embora.
Ele balançou a cabeça.
– Amy, por favor...
– Vai embora Sean! - falei alto.
– Amy!
–VAI EMBORA SEAN! - gritei ao mesmo tempo que ele falou meu nome. - VAI EMBORA!
Ele ficou me olhando com os olhos arregalados e eu fechei os olhos.
– Vai. Embora. - falei pausadamente.
Abri meus olhos e ele engoliu em seco e se virou para ir embora abrindo a porta do quarto e deixando-a aberta.
Comecei a chorar novamente silenciosamente e andei devagar em direção a minha cama, tropecei nos meus pés e caí dr joelhos no chão.
Eu estava de joelhos, curvada, com uma mão na barriga e a outra no chão me servindo de apoio. Estava doendo tanto!
Minha mãe entrou no quarto e se agachou do meu lado.
– Você está bem? - ela sussurrou pegando minha cabeça e encostando no peito dela.
Balancei a cabeça chorando.
– Não. Eu por um segundo achei que alguém se importava, que alguém podia me amar pelo o que eu sou, do jeito que eu sou... - balancei a cabeça. - Que idiota!
– Shh. Amy, está tudo bem. Vamos, levanta. - ela disse se levantando e estendo as mãos para que eu pudesse pegá-las.
Balancei a cabeça sentada no chão olhando para o carpete do quarto.
– Me deixa aqui. Só... Me deixa. Eu quero ficar sozinha. Eu preciso ficar sozinha.
Depois de uns segundos, ela disse:
– Tudo bem. - ela saiu do quarto e fechou a porta.
Passei as mãos pelo cabelo e olhei para a janela onde vi os pingos de chuva molhando a janela rapidamente um atrás do outro.
Você é tão estúpida! Ele é o que é, o que todos dizem que ele é e ele só queria uma coisa com você. Uma coisa que ele conseguiu rápido
demais... Dormir com você.
Levantei-me cambaleante e me deitei na cama cobrindo-me até o queixo. Eu queria dormir. Eu queria muito dormir. Levantei-me e andei devagar até o banheiro. Peguei o frasco de calmante e coloquei dois comprimidos na minha mão.
Ouvi a porta do meu quarto se abrir e eu coloquei os comprimidos e o frasco de volta no armário. Minha mãe apareceu na porta.
– Amy, eu vou ter que sair para comprar algumas coisas para o jantar, você vai ficar bem?
– Sim. - sussurrei olhando para ela pelo reflexo do espelho.
– Eu volto logo. Sam vai na casa de um colega dele, qualquer coisa, ligue para mim ou para ele.
Assenti e ela sorriu e se retirou.
Peguei os comprimidos novamente e fui até a janela. Fiquei esperando para ver Sam e minha mãe aparecerem na rua.
Essa era a minha chance de fazer o que eu estava querendo fazer a um bom tempo.
Fui até a escrivaninha e peguei duas folhas de sulfite e um papel e uma caneta preta. Em uma folha, escrevi as seguintes palavras: "Eu sinto muito, mas eu cansei".
Na outra folha, comecei a escrever um bilhete.
Quando terminei, peguei os comprimidos. Eu estava tremendo, então o frasco caiu no chão espalhando comprimido por todos os lados.
Peguei os dois que estavam na minha mão e os enfiei na minha garganta. Peguei uma garrafa d'água em cima da escrivaninha e tomei alguns goles. Abaixei-me no chão e fui pegando comprimido por comprido e engolindo-os.
Tive uma ânsia de vômito ao engolir o último comprimido e bebi mais água.
Eu estava sentindo tudo rodar. Eu estava com um comprimido entalado na minha garganta. Eu precisava de mais água.
Andei cambaleante até a porta fo quarto e segurei-me na parede enquanto eu andava devagar sentindo tudo girar.
Desci as escadas me segurando no corrimão. Meus olhos estavam fechando.
Fui me segurando nos móveis da sala para não cair no chão. Senti algo escorrer pelo meu nariz. Escorei-me no sofá e passei o dedo debaixo do meu nariz. Olhei e vi o líquido avermelhado escuro, quase preto no meu dedo. Sangue. Ele escorreu e pingou no sofá.
Olhei para a cozinha e comecei a andar novamente, devagar e cambaleando. Meus olhos se fecharam por um instante e eu esbarrei na mesinha redonda de vidro ao lado do sofá. A parte de vidro da mesa era solta, por isso ela caiu no chão se espatifando rm cacos. Um caco pegou no meu pé direito cortando-o. Dei mais dois passos e cheguei na cozinha. Me segurei no balcão e fui andando devagar com a visão embaçada. Eu estava sonolenta, muito sonolenta. Sorri e dei mais um passo sem segurar no balcão. Quando dei esse último passo, minha visão escureceu e eu senti meu corpo caindo.

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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, é isso. Ainda não sei se postarei mais 2 capítulos ou só um (o último), mas, decidirei. Estou pensando em fazer uma fic bem curtinha apenas contando algumas coisas numa época futura para o Sean, o que vocês acham? Vocês leriam?
Espero vocês no próximo capítulo (muito provavelmente o último).
Grande beijo



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