Never Be The Same escrita por Jessyhmary


Capítulo 3
A Questão do "Nós"


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! *_*
Estou numa linda maratona de atualização de fics... Férias servem para isso!
Tive que me inspirar muito no Brett pra escrever isso, tendo em vista que minha vontade no momento é de matar Grant Ward com uma adaga, mas... Lembrem-se que a fic é SkyeWard e pensem no Brett... kkkk

Mas vamos ler a coisa que é melhor... kk

#BoaLeitura! :)



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O céu estava mais claro do que o usual naquela manhã. A nebulosidade que pairava naquele dia, o tornava mais ameno e frio, contrastando com a claridade que adentrava as janelas do hotel. Skye ainda estava deitada de bruços, ao lado de Kara que dormia exatamente na mesma posição com o rosto quase atravessando o travesseiro. Em outro cômodo, a despeito do conforto experimentado pelas garotas, Ward movia-se no estofado caríssimo como se estivesse tentando dormir numa garrafa. O sofá da sala de estar era sem dúvidas bem macio, mas seu tamanho não era compatível com seu tipo atlético e másculo, deixando Ward desengonçado e com uma bela – e compreensível – dor nas costas.

– Desisto!

Ward choramingou numa careta e levantou-se irritado, caminhando até o banheiro numa tentativa de relaxar com um bom banho quente. Livrou-se da pouca roupa que vestia e adentrou o boxe, deixando a água morna massagear suas costas doloridas pela noite mal dormida. Movimentou os ombros devagar, como que sentindo a ressaca atingir seus nervos, ao mesmo tempo em que a figura de Skye se desenhava delicadamente em seus pensamentos. O sorriso irônico e a pele macia da garota pareciam drogas aos sentidos de Grant Ward. Ele nunca poderia negar-lhe coisa alguma, não importasse o quão durão ele achasse que fosse. A água ainda escorria forte do chuveiro já levantando vapor quando ele abriu os olhos e encarou o azulejo do banheiro. Sangue. Resquícios da fuga de última hora. Dores tão ínfimas que ele nem mesmo saberia se não fosse pelo líquido escarlate que deixava seu corpo. Ward já tinha se acostumado com aquele tipo de dor. Com vários deles, na verdade.

Deixou a toalha envolver seu corpo e escovou os dentes com a porta aberta, na tentativa de fazer o vapor do banheiro se dissipar mais rapidamente. Ao se olhar no espelho após a higiene bucal, Ward – como exímio espião que era – notou uma figura não tão próxima a observá-lo. Ele até se colocaria na defensiva se não conhecesse a fragrância amadeirada e rude da morena de olhos expressivos. Skye o observava ao longe, posicionada em frente à uma das janela da pequena e graciosa sala de estar.

– Se quiser usar, é só pedir. – ele a provocou, ainda parado de frente para o espelho e reparando que estava com a barba por fazer. – Não sou desses que monopoliza a água quente.

– Vou esperar a equipe da limpeza autorizar o uso. – Skye respondeu sarcasticamente, mas dessa vez não se percebeu um sorriso nos lábios dela. – Depois de ser usado por você, ele tem que ser minuciosamente inspecionado antes que outra pessoa possa entrar aí.

Ward sorriu – inevitavelmente – e saiu do banheiro, com a toalha cobrindo sua cintura. Skye ainda estava ao lado da janela e não pôde evitar seus pensamentos trabalharem sobre o corpo – que parecia ainda mais bem trabalhado – de Grant. Ela quase conseguiu sentir os braços dele a enlaçarem como naquele dia na base playground. O gosto do beijo permeou sua mente por alguns segundos até que a hacker balançasse a cabeça, como que acordasse de um transe.

– Skye, não...

“Não” o quê? – Ward se virou confuso para a garota antes de adentrar o quarto em busca de suas roupas.

– O quê? – Skye se fingiu de desentendida e só então percebeu que falara aquilo em voz alta. – Eu não disse nada.

– O-kay. – Ward sorriu e apontou para a cozinha americana. – Tem lasanha pronta e Coca-Cola na geladeira. Pode pegar pra você.

– Que café-da-manhã saudável. – Skye ergueu uma sobrancelha e deu alguns passos em direção à geladeira, sendo acompanhada pelo olhar fixo de Grant sobre ela. – Não vai ser de se admirar quando você se aposentar antes do tempo com pressão alta e problemas no coração.

– Você se preocupando com a minha saúde? – Ward fechou a porta do quarto novamente e aproximou-se de Skye, a fim de provocá-la com seus comentários e com seu corpo ainda molhado do banho de minutos atrás. – Ou você está andando demais com a Simmons ou eu diria que você ainda se importa comigo.

Skye se amaldiçoou novamente por ter dado cabimento para as provocações de Grant. Se manter seu julgamento a respeito dele já era complicado dormindo no mesmo teto que Ward, a situação apenas se complicava ainda mais ao vê-lo aproximar-se dela daquela forma. Tornava tudo mais complicado para sua cabeça assimilar.

– Eu tenho certeza absoluta de que é a primeira opção.

Skye virou-se de costas para ele tentando evitar o contato visual, concentrando-se apenas em encontrar a lasanha – que parecia ter se escondido no lugar mais inóspito da geladeira. – e não percebeu que Grant cobrira o resto da distância que os separava.

– Terceira prateleira. Embalagem laranja. Bem atrás dos potes de geleia.

A voz veio detrás dela, fazendo com que Skye congelasse instantaneamente. Ela sabia – mesmo com a falta de familiaridade com o apartamento – que entre a geladeira e o balcão de mármore existia uma cozinha diminuta que a colocava praticamente em cima de Ward. Virar-se para ele agora seria como cravar um picador de gelo em seu cérebro.

– A... Achei. – ela balbuciou nervosa, percebendo que Grant ainda estava há centímetros atrás dela. – Com licença, por favor. – ela pediu, ainda de costas para ele.

– Fique à vontade.

Grant afastou-se a uma distância confortável e a assistiu depositar a lasanha no micro-ondas com uma pressa que beirava à ansiedade. Ela respirou fundo, necessitando recobrar a sanidade e, quando finalmente sentou-se numa banqueta para tomar seu “café-da-manhã”, Ward entrou no quarto para trocar de roupa.

– Skye, não. – ela balbuciou novamente para si, dessa vez consciente de que pronunciava aquilo não apenas na sua cabeça. – Nem pense nisso.

Fatiou mais um pedaço de sua lasanha e encarou o piso por alguns minutos até perceber um rastro fino em vermelho vivo que ia do banheiro até o quarto e passava por uma parte da cozinha. Grant estava ferido.

E naquela hora, inevitavelmente, seu coração doeu.


(...)


– O que significa “Nós somos a S.H.I.E.L.D. Real?” – Fitz lia pela milésima vez o bilhete anônimo encontrado pela equipe na fuga da base. – O que eles pensam de nós, afinal?

– Gonzales está na jogada. Ele é um homem duro e difícil de lidar. Mas é um bom homem. – Coulson argumentou, tentando compreender os fatos.

– Diga isso para os quinze pontos no meu braço. – Melinda respondeu de mau-humor, encarando a ferida que acabava de ser suturada pela segunda vez em dois dias. – Eles não perguntaram nada a nós, Coulson. Infiltraram nossos próprios agentes na nossa própria base e estão perseguindo a nossa hacker. São muitos “nossos” nessa história. Não tem como não levar para o lado pessoal.

– Com todo respeito, senhor, mas a May tem razão. – Jemma argumentou, guardando o material restante no kit de socorros. – Teria sido mais nobre levar isso para um conselho e não chegar explodindo nosso laboratório e roubando nossas coisas. Como a May disse, são muitos “nossos” para levar esse ataque numa boa.

Coulson não teve outra escolha senão balançar a cabeça em sinal de afirmação. Ele mesmo estava tentando se convencer de que era tudo um enorme mal entendido e não uma droga de conspiração contra a S.H.I.E.L.D. novamente.

– O mais bizarro é que parece que eles realmente acham isso justificável! – Fitz despejou sem muita paciência. – E agora estamos sem pistas sobre onde começar a procurar a Skye!

– Nós vamos encontra-la, Leo. – Jemma tocou a mão do cientista, voltando a prender seu corpo nas cadeiras de segurança do quinjet. – Ela sempre dá um jeito de nos levar até ela, não é? Dessa vez não será diferente. Vamos apenas esperar que ela entre em contato.

– A Simmons está certa. – Coulson olhou para Fitz, esperançoso. – E enquanto Skye não entra em contato conosco, vamos buscar Lance Hunter de volta?

– Hunter? Ele ainda está conosco? – Fitz perguntou, enrolando um cabo USB em mãos apenas para ocupa-las com alguma coisa.

– Sim, Fitz. Ele aceitou entrar no barco de vez.

– Ele não vai ficar nada feliz quando souber o que a Bobbi fez. – May comentou, olhando atenta para os painéis de piloto-automático do quinjet.

– Isso é mais um motivo para ele ficar do nosso lado nesse momento.

Coulson sorriu sem vontade e Melinda revirou os olhos, indignada por não poder conduzir o quinjet manualmente como adorava fazer. Sua vontade era socar a cara de Bobbi o mais forte que podia, apenas pela mentira em si. Mas o braço ferido colocaria limites à sua melhor forma.

– Vamos, Skye... Onde você está?


(...)


– Aqui na varanda!

Skye gritava para Kara, ao ouvi-la chamando da sala de estar. Havia encontrado essa janela que dava para uma saída de incêndio e descobriu esse lugarzinho agradável de onde se podia ver tantos outros prédios iguais àquele e também uma parte considerável do bairro. Era um ótimo lugar para não fazer nada, ou para se hackear a NASA, já que estava isolada de sua equipe e sabia que para a segurança de todos era melhor evitar qualquer comunicação pelo canal da S.H.I.E.L.D.

– O que está fazendo aí fora?

– Roubando wi-fi do restaurante chinês do andar ao lado. – Skye apontou para o roteador que podia ser visto pela janela e Kara balançou a cabeça negativamente.

– Atualizando o status do facebook? – a morena mais velha tentou uma aproximação.

– Que nada, excluí minha conta há dois anos. – ela sorriu, calmamente. – Acabei de hackear um dos canais da NASA. Estou tentando acessar um dos satélites deles e cruzar as imagens com meu programa pessoal de reconhecimento facial, para ver se consigo localizar minha equipe. E com “tentando” quero dizer que, contando de agora, vai levar em torno de cinco minutos e trinta segundos para quebrar a segurança deles e eu ter acesso às imagens.

– Uau. – Kara agachou-se perto dela e a observou digitar códigos indecifráveis no notebook. – Você faz parecer a coisa mais simples do mundo. Existe algo que você não saiba fazer?

– Comida chinesa. – Skye parou de digitar e encarou Kara, com um semblante frustrado e irreverente. – É minha maior decepção desde que o Kurt se suicidou.

Kara sorriu com a confissão da garota e sentou-se ao lado dela, observando a paisagem ao seu redor e percebendo a razão pela qual Skye havia escolhido aquele lugar para trabalhar em seus códigos.

– Ei – ela continuou, percebendo que Kara estava absorta em seus pensamentos. – Você sabe se o Ward se machucou feio no nosso pequeno combate de ontem à noite?

– Ele... Então, sim. Se eu não me engano, ele tentou passar pela cerca depois de ter sido desativada, mas também tinha arame farpado em certos trechos. Alguém da S.H.I.E.L.D. que curte a velha guarda, talvez.

– Ah, certo. – Skye voltou a digitar no notebook e sorriu ao perceber que havia adentrado no sistema de satélites da NASA. – É porque eu vi sangue na casa e fiquei em dúvidas de onde vinha.

– Sei, entendo. – Kara sorriu, compreensiva. – Mas eu não me machuquei e não estou naqueles dias, então... – Skye sorriu com o comentário e encarou a outra com uma expressão engraçada. – Acho que foi ele mesmo.

– Eu estou dentro.

– Acha que pode encontrar sua equipe sem acionar a tropa de choque?

– Não custa nada tentar.

Skye inseriu a ID de todos os agentes da S.H.I.E.L.D. com quem havia trabalhado diretamente e esperou os resultados surgirem com o cruzamento de informações. Minutos depois, seus olhos flagraram um ataque em tempo real. Grant Ward aparecia na imagem, sendo espancado por dois caras - o que por si só já era estranho.

– Espera aí, esse é o – Kara aproximou seu rosto da tela do notebook.

– Grant.

Skye levantou-se num salto, sentindo o coração acelerar e seus pés perderem o firmamento. As luvas que Simmons fizera não estavam mais em seus braços e Skye sabia o que isso significava. As coisas iriam tremer e, para o bem de todos, era melhor que Skye estivesse no solo e não no alto de um prédio de 15 andares.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??

#Itsallconnected #StandWithSHIELD! :)



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