Never Be The Same escrita por Jessyhmary


Capítulo 1
Safe And Boring House


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!! Cá estou eu com mais uma fic para vocês! :DAcabou que a "One da segunda" vai acabar um pouquinho maior do que o esperado, mas acredito que ela só dure essa semana. A priori, acho que ela terá uns 3 ou 4 capítulos, então... Espero que curtam! :D

P.S.: Super animada para o episódio de MAoS de amanhã! :D

#BoaLeitura!



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E quando menos esperava, senti as mãos dela surgirem de trás de mim, massageando-me os ombros com certa delicadeza. O cheiro das panquecas de abóbora se misturavam lentamente ao aroma de amêndoas que exalava da sua pele. Kara realmente havia caprichado daquela vez. No entanto, ao procurar o seu rosto – que ainda era desconhecido para mim. – me deparei com ela.

Por alguns instantes, pensei estar sonhando. Aquela sensação meio perturbadora de quando sente que está tocando algo surreal demais. Mas era ela. Seus olhos, sua pele, sua boca... Era Skye. Cada detalhe minucioso remetia à figura dela. E por alguns segundos, não pude resistir vê-la de tão perto e não poder tocá-la.

Skye era uma ilusão tão boa, tão distante de mim, que ao menor sinal de que poderia estar com ela, meu cérebro parecia entrar em colapso. Qualquer memória, qualquer cheiro, qualquer imagem ligada à ela era bem-vinda ao meu conturbado mundo interior, como se eu mendigasse tristemente por fragmentos de sua consciência. Skye era tudo que eu tinha e naquele momento eu não tinha mais nada.

Minha visão fora enganada pelos olhos meio asiáticos, o sorriso sugestivo e as mãos apressadas que ela impunha sobre mim. Permiti a mim mesmo aqueles segundos ínfimos e então, acordei do que parecia ser um sonho bom demais para ser verdade. Skye não estava mesmo ali. Suas piadas, seu bom-humor sarcástico, suas incomparáveis analogias. A força, a determinação e o dinamismo também não estavam presentes nela. Tampouco o ódio e o repúdio que nutria por mim. Não. Não era ela.

Tudo se desfizera ao redor tão rápido quanto viera.

(...)

Grant Ward não conseguia dormir. Novamente.

As luzes fracas da cidade, adentravam por uma fresta entre a janela semiaberta, fazendo Ward remexer-se na cama, inquieto. Bem, não era exatamente a luminosidade que havia sugado o seu sono, mas a imagem de Skye que ia e voltava na sua cabeça. Levantou-se e foi até a sacada, recostou-se no parapeito e sentiu o ar gelado da madrugada arrepiar os pelos de seu braço. A visão daquela outra Skye beijando-lhe apaixonadamente fazia com que Ward sorrisse com pesar. Era tão boqqm que chegava a ser ruim.

– Sem sono? – Kara fechava o robe preto de seda, sentindo o frio se apoderando de sua pele macia.

– É – Ward respondia num suspiro, olhando para a imensidão de prédios à sua frente.

– Tem a ver com... – Kara corava ao recordar-se do que havia acontecido mais cedo. – Eu me passando pela...

– Está tudo bem, Kara – dessa vez ele virou-se e tocou os ombros da morena. – Não precisa mais pensar nisso.

– Quem está pensando é você, Grant.

Ela abaixou a cabeça e esperou que ele admitisse, mas não saiu som algum da sua boca. Ward levantou os olhos para o céu nublado e passou as duas mãos no cabelo. Como ele queria que ela realmente fosse a Skye...

– Ela nunca será minha novamente, Kara! – ele andava de um lado para o outro, perturbado. – Ela nitidamente tentou me matar!

Ward estava tão desorientado em sua busca por Skye que nem se dava conta do quanto estava ferindo os sentimentos de Kara.

– Eu entendo – ela pronunciou fracamente, segurando algumas lágrimas. – Acho melhor voltar para meus aposentos.

Ela pronunciou em um tom triste, acompanhando fielmente seu sentimento de vazio interior. Ward era, até onde ela sabia, o seu salvador. O homem que havia dado algum sentido para a sua vida cheia de lacunas mal preenchidas. Mas naquele momento, ela se convencia do que já desconfiava há algum tempo. Ele nunca seria seu por completo. Alguma parte dele estaria atrelado à Skye para sempre e nem mesmo sua nano-máscara poderia fazê-lo amá-la da forma como ele amava Skye.

– Você fez muito por mim, Grant. – ela sussurrava chorando no seu quarto. – E eu irei recompensá-lo pelo que fez, mesmo que eu nunca possa ter você comigo.

Kara trancou-se no quarto e fez uma pequena mala com as coisas que Ward havia comprado para ela no dia anterior. Sunil Bakshi agora obedecia aos seus comandos. Ela tinha as ferramentas de que precisava para recompensar seu benfeitor, ou pelo menos um plano muito bem bolado.

– Partirei ao amanhecer. – ela enxugou uma última lágrima antes de deitar-se na cama para cochilar – Só assim quitarei minha dívida com ele.



(...)



– Que ótimo.

Skye observava o enorme castelo de cartas de baralho. Estava ali há um dia e meio e já se sentia exausta pela falta do que fazer. Era tudo quieto e silencioso, a despeito de todo o barulho que havia dentro de si. Skye se virava como podia para não se sentir pior do que quando estava na Quarentena.

– Luvas idiotas. – ela abria a malinha com certo receio. – Como vou achar o que fazer com elas?

Skye vestiu as luvas apenas por diversão. Os braços ainda estavam machucados, mas parecia que o ar sereno do abrigo estava ajudando ela a se conter. Nenhum tremor havia acontecido desde que Skye chegara lá e ela preferiria que continuasse assim por um tempo. Ou pelo menos era o que pensava até aquele momento.

– Será que Fitz poderia estar certo?

Ela caminhou até a porta e, com receio, girou a maçaneta. Olhou o vasto terreno à sua frente. Skye não poderia dizer quanto tempo fazia desde que estivera em uma casa parecida com aquela, e se contasse com a última vez, Os Brodys nunca a tinham deixado passar muito tempo brincando no jardim da frente.

Espaço. Era essa a única coisa que Skye não queria ter naquele momento. Se por um lado a Quarentena a sufocava, estar livre em um lugar como aquele parecia um novo nível de punição. Não sabia ao certo o que fazer com todo aquele vácuo em volta de si. Deu alguns passos em direção ao lago, mas parou muito antes de chegar à metade do caminho. Respirou fundo e sentiu o ar puro invadir seus pulmões calmamente. Skye fechou os olhos, os punhos e expirou, nessa ordem. Tentou canalizar toda sua energia para o meio externo, mas tudo continuava calmo na planície inóspita.

– Vamos lá! – ela pedia em voz alta, como se seus poderes pudessem ser ativados por algum tipo de palavra mágica. – Não me diga que eu preciso estar com raiva para que isso aconteça.

Skye permanecia focada em liberar seus poderes quando um telefone tremeu no bolso da sua calça. Era May. Para a ligação costumeira do fim de tarde.

– Oi

– Oi. – Skye respondia num tom cansado.

– Por que eu não estou te vendo pelo monitor?

– É porque eu estou fora da casinha.

– Muito engraçada.

– É sério, May – Skye sorriu sem vontade. – Eu precisei sair um pouco de lá.

– Algum problema? – May perguntou, quase que retoricamente.

– Não, só o de sempre. Já construí oito castelos de cartas e aquele jogo de médico não é de Deus.

– Skye, esse afastamento... É temporário.

– É, mas pelo visto, meus poderes não são, então...

– Nós vamos dar um jeito nisso. Simmons está pesquisando dia e noite, procurando...

– Ela não... – Skye revirou os olhos e resolveu voltar para a casinha. – Deixa para lá.

– Fale comigo, Skye. – May apoiava as mãos na holomesa, encarando o monitor. – De preferência...

– Pelo monitor – as duas responderam simultaneamente, no momento em que Skye entrava na casa.

– Já estou aqui. – Skye suspirou e sentou-se no sofá, de frente para o monitor. – Como estão as coisas por aí?

– Suspeitas. – May respondeu de bate-pronto. – Mack está agindo muito estranho, Hunter desapareceu e a Morse parece estar envolvida nisso.

– Ótimo. Mais problemas a caminho. – Skye encarava o olhar preocupado de Melinda May. – Odeio o fato de ser inútil aqui.

– Você não é inútil. Só estamos dando um tempo para que você se habitue às novas habilidades. Depois nós veremos o que podemos fazer.

– Eu entendo. – ela deu seu melhor sorriso naquelas circunstâncias. – Mas e aí, quais são as minhas ordens?

– Esteja preparada para qualquer coisa. – Skye ouvia com atenção. – Se houverem complicações, informe-nos o mais rápido possível e tiraremos você daí.

– Mas eu estou presa aqui por uma cerca invisível, lembra?

– Não se preocupe com os detalhes. Apenas esteja atenta.

– Sim, May. Eu estarei.

– Preciso ir – a asiática olhou para os lados e ameaçou desligar a chamada. – Coulson e eu falaremos com Mack em uma hora. As coisas podem ficar fora de controle.

– Eu entendo. – a garota sorriu com os olhos cheios de lágrimas. – Sinto falta dos treinos.

May ficou calada por alguns segundos. Por aquela ela não esperava.

– Eu também, Skye. – ela sorriu de volta, numa expressão suavizada. – Tome cuidado.

– Okay.

A garota sorriu tristemente vendo o monitor tornar-se preto novamente. Nenhuma voz a não ser a sua própria. Para quem havia passado a vida inteira praticamente sozinha, Skye não estava se adaptando muito rápido àquele “Isolamento Estratégico”, mas daria o seu jeito de sobreviver.

– Ótimo. – ela suspirou novamente, deixando o corpo cair no sofá. – O que vem agora?

Antes mesmo que ela pudesse pensar nas próprias palavras, ouviu um bip do outro lado da casa. Não era um alarme de invasão, apenas o bip que indicava que alguém autorizado havia atravessado a barreira que a separava do mundo exterior. Imediatamente, Skye levantou-se e seguiu em direção à porta. Não imaginava que Coulson voltaria tão rápido para vê-la.

– Coulson! – A garota gritou animada, lançando-se em volta do pescoço dele como se não acreditasse no que via. – Não imaginei que voltaria tão rápido...

– Não, espere!

A voz estranha do suposto diretor da S.H.I.E.L.D. fez com que Skye desse dois passos para trás e levantasse os punhos em sua direção.

– Você não é o Coulson – Skye respirava ofegante, procurando sua ICER.

– Não, Skye. – Kara pressionou sua nano-máscara deixando transparecer quem realmente era. – Sou eu.

– Você! – Skye partiu para cima dela para ataca-la. – O que está fazendo aqui? Como você chegou aqui? O que quer?

– Calma, eu posso explicar tudo se você apenas parar de me chutar!

– Na parede! – Skye achou sua ICER embaixo de sofá e apontou para Kara. – Agora!

– Okay, okay – Kara levantava as mãos em sinal de rendição. – Não faça nada precipitado... Eu juro que vim ajuda-la.

– Ajudar? – Skye franziu a testa, incrédula. – E por que eu precisaria de ajuda? E da sua ajuda?

– Eu posso explicar tudo o que você quiser. – Kara falava no seu tom mais paciente. – Eu já sei sobre a outra S.H.I.E.L.D. e sobre a traição dos seus colegas de...

– Espera aí, o quê? – Skye abaixou a arma e aproximou-se dela. – Do que você está falando?

– Você ainda não sabe? – ela arregalou os olhos, surpresa. – É óbvio que não... Você está isolada aqui... Provavelmente nem os outros sabem ainda...

– Pode ser mais clara aqui, agente 33?

– Olha – ela suspirou como se fosse contar uma longa história. – Eu estava procurando um jeito de recompensar Grant Ward por ter me salvado, por ter me ajudado depois que Whitehall morrera. E... – ela olhou para baixo, corando um pouco. – Depois que minha nano-máscara foi consertada, eu me passei por você.

– Você o quê? – Skye deu mais um passo na direção dela, ameaçando voltar a apontar a ICER para Kara.

– Eu achei uma foto sua nas coisas de Grant, e copiei o seu rosto... Talvez assim eu pudesse recompensá-lo à altura pelo que ele fez por mim. Mas ele não me quis assim. Ele não quis uma “falsa você”. Então, eu me propus a te procurar. Apenas para que você conversasse com ele, ou apenas para que ele pudesse vê-la mais uma vez. E foi então que eu me disfarcei para invadir as comunicações da S.H.I.E.L.D.

Skye passou algum tempo em silêncio. Que foto era essa que Grant tinha dela? E como havia ido parar nas coisas dele?

– Mas quando eu entrei, o sinal estava embaralhado e eu acabei nessa outra S.H.I.E.L.D. Sem o Coulson, sem a Agente May – ela deu uma pausa para suprimir suas lembranças. – Apenas dois agentes falando sobre o ataque que ia acontecer à sua base, aos seus amigos.

– Ataque? – Skye começava a sentir seu coração acelerando. – Quando?

– Ao anoitecer. – Kara respondeu, olhando para o relógio de parede. – Só temos duas horas até o início.

– E por que Mack e Bobbi fariam isso?

– Não sei. Só ouvi dizer que não gostavam de como Coulson dirigia as coisas e...

– E?

– Que descobriram sobre você.

Skye arregalou os olhos e o assoalho da casa começou a vibrar.

– E o que eles estão pensando em fazer?

– Capturar você.

Skye respirou fundo e sentou-se no chão como se esperasse que uma ideia caísse de paraquedas para ela.

– Eu não ia dizer isso ao Grant porque queria fazer uma surpresa ao levar você até ele, mas nessas circunstâncias, precisaria dele para tirar você daqui em segurança. Ele vai estar nos esperando na saída. Precisamos partir imediatamente.

– Preciso me comunicar com Coulson.

– Faça isso e só estará apressando o ataque. – Kara segurou o pulso dela para que ela não ligasse. – Eles grampearam o seu querido QG, Skye. Primeiro nós saímos daqui e depois ligamos para quem você quiser.

– Por que está fazendo isso? – Skye soltou-se dela e a encarou com suspeitas.

– Estou fazendo isso pelo Ward. – ela respondeu simplesmente. – Ele nunca me perdoaria se eu descobrisse isso e te deixasse aqui para morrer.

– Sabe que eu o odeio, não sabe?

– Sei. – ela suspirou. – Mas também sei que você tem um bom coração. Você vai perdoá-lo depois que souber de tudo.

– Duvido. – Skye pegou sua bolsa e trancou a casa. – Agora, vamos sair daqui.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam desse primeiro capítulo?
Muito Obriigada a Tod@s vocês!! Beijos ♥ ♥

#Itsallconnected!



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