Just Like Me escrita por Julya Com Z


Capítulo 5
Capítulo 5 - Pedindo pra morrer


Notas iniciais do capítulo

Esse é o ultimo.

Espero que gostem, se quiserem comentar, sou toda ouvidos

Amo vocês, obrigada por acompanharem mais uma das minhas histórias



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Tava uma chuva muito foda lá fora. Eu lembro de estar olhando pra janela e ver a chuva de raios muito louca, que iluminava o céu de vez em quando.

Há alguns dias eu conheci uma japonesa chamada Kimi. Ela é meio maluca, mas muito gata. Puta merda, quem fala “gata” hoje em dia? Eu. Chupa mundo. Enfim, ela me ligou e me chamou pra uma balada estranha que tinha inaugurado havia pouco tempo na rua Roma, a mais movimentada da cidade, com uma balada por metro quadrado. Eu resolvi ir, peguei meu carro e busquei-a em casa, ela me explicou o caminho até o lugar e a gente entrou depois que ela cumprimentou o segurança.

– Não tem que pagar pra entrar?

– Teoricamente. O cara me deve isso.

Gostei dessa japa.

A gente dançou – apesar de eu não gostar muito de dança – e se beijou algumas vezes, ela tinha gosto de doce na boca. Alguma coisa tipo um algodão doce. Cara, eu sempre imaginei que japonesas tinham gosto de sushi. Isso não foi algo legal de se imaginar, mas sushi é bom, confesse.

– E se a gente chamar uma amiga minha? – ela me perguntou, me abraçando pelo pescoço com um braço.

– Pode ser.

– Vou ligar pra ela, espera aí.

Então ela se afastou pra ligar pra amiga e eu peguei mais uma cerveja no bar. Ela voltou e pegou minha cerveja.

– Ela vem se a gente for buscá-la.

– Folgada essa sua amiga.

– Eu que falei que a gente vai lá.

– Claro, não é sua gasolina em jogo, né?

Ela riu e enfiou uma nota de cinquenta reais no meu bolso, pela gasolina. Meu tanque tava quase cheio, eu podia comprar mais cerveja com aquele dinheiro.

Ela me ensinou o caminho até a casa da garota, que não era muito longe da minha. Ela estava trancando a porta quando eu estacionei na frente da casa e a Kimi colocou o corpo pra fora, acenando freneticamente. Cara, ela tava muito virada.

A menina entrou no carro e eu abafei uma risada. Porra, era a irmã do Fabito! Ela não tinha me visto ainda, então eu fiquei na minha.

– Você nunca foi na Psyco? – a Kimi perguntou, chocada. E o que tem de mais nisso?

– Não. Mas acho que já vi.

Rolou um silêncio de uns segundos no carro, até a Kimi cutucar meu ombro.

– Bê, fala oi pra Naty. – mano, eu odeio que me chamem de “Bê”.

– Oi. – dei um sorriso, mas não olhei pra ela.

– Oi. – A voz dela saiu baixa, como se ela tivesse reconhecido minha voz. Então eu virei pra ela, só pra ver a carinha de assustada dela. - Beck?

– E aí irmã do Fabinho. – eu tava sorrindo, me divertindo com a situação.

– Vocês se conhecem? – a Kimi apontou pra gente, alternando o olhar entre ela e eu.

– Para o carro. – ela falou, séria.

– Não. – respondi sorrindo.

– Tá com medo, Naty? – a Kimi perguntou, rindo comigo.

– Fica de boa. Eu não mordo.

Ela pareceu se render, mas ainda estava em dúvida sobre o que fazer. Encostou no banco e cruzou braços, ficando assim o caminho até chegarmos na balada.

Eu entrei na frente e elas foram conversando atrás de mim, sobre uma aposta ou sei lá o quê. Abri a porta pesada no fim do corredor que dava pro salão enorme, onde uma banda estava tocando. Elas entraram e eu fui pegar cervejas pra gente. Quando voltei, as duas estavam dançando como as garotas dançam quando vão numa balada, mas a Natallie não era uma dançarina muito boa, ou estava fazendo aquilo de propósito. Eu tentei me aproximar, mas ela me ignorou, então eu perdi a paciência e peguei no ombro dela.

– Posso falar com você? – ela negou. - Por favor.

Ela cedeu e eu a levei até uma escada, que dava pra um tipo de terraço, onde umas pessoas estavam fumando. Eu esqueci totalmente da Kimi, mas ela vai ficar bem.

– Por que tu me odeia?

– E quem disse que eu te odeio?

– Tá na sua cara. É só por causa do Fabito, né?

– Ele não gosta de você. Eu só não vou muito com a sua cara. – aí eu vi que ela estava baixando a guarda.

– E se eu te mostrar que sou legal?

Ela hesitou, mas me olhou nos olhos.

– Depende.

– Eu não vou de agarrar. Fica calma.

Ela deu uma risadinha bonitinha.

– Beleza.

Hora de pedir pra morrer.

– Mas tu me beijaria?

Ela deu de ombros.

– Beijaria. Você é gostoso. – Não acredito que ela disse isso.

– Sério? – eu estava sorrindo feito uma criança panaca.

– Eu acho. – ela estava ficando vermelha.

Hora de atacar.

– Tu me pegaria agora? Nesse exato momento?

– Pegaria.

– Vou perguntar, porque não tô afim de apanhar. Posso te beijar?

Ela não disse nada. Só me puxou pela gola da camiseta e me beijou. Alguém se aproveitou e roubou nossas cervejas, mas eu realmente não estava preocupado com aquilo.

Resolvei perguntar se ela queria ir pra – minha – casa e ela percebeu que eu queria fazer muito mais que levá-la pra casa e eu não neguei. Ela aceitou.

Deixei a Kimi na casa dela e acabei dormindo quando paramos num sinal vermelho.

– Beck! – a Naty me cutucou.

– Oi! Tô bem, tô bem.

– Bem o caralho. Sai daí que eu vou dirigir.

Resolvi ceder, porque eu tava com muito sono. Ela pegou no volante e pediu meu endereço, eu falei e morri. Quando chegamos, ela perguntou se era a casa certa e eu disse que sim. Levei-a até meu quarto e ela queria ir embora, mas eu pedi para ela dormir lá comigo. Ela não queria, mas eu queria transar com ela de qualquer jeito, então minha irmã entrou no quarto perguntando se ela era minha namorada só pra me zoar, mas eu tava com muito sono pra responder.

– Qual teu nome?

– Natallie.

– Meu nome é Thaís. Vem, dorme no meu quarto.

Daquele dia eu não lembro de mais nada, porque eu dormi. Mas no dia seguinte eu acordei a Naty com um beijo na testa.

– Oi. – ela sorriu pra mim.

– Acho melhor você voltar pra casa, seu irmão vai te matar. Principalmente se ele souber que você tá comigo.

– Deixa a garota se arrumar e tomar um café antes, Bern. – porra de apelido ruim que a Thaís inventou.

A Naty foi pro banheiro e só de sacanagem eu resolvi entrar. Ela tava colocando a camiseta.

– Ei. – eu disse sorrindo.

– E aí? – ela ajeitou a barra da camiseta e olhou pra mim.

– Vim ver você.

Ela ergueu uma sobrancelha.

– Aham. “Ver”.

– Tá. Eu vim beijar você.

É claro que a gente transou. Ali mesmo. Cara, que sorte do Fabito tê-la como irmã.

Mas uma coisa é certa: eu ainda vou causar muita bagunça na vida dessa menina, porque eu realmente gostei daquela filha da puta.

Isso não acabou aqui. Pode ter certeza de que eu ainda vou infernizar muito a vida do Fabito por causa dessa garota.


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