Just Like Me escrita por Julya Com Z


Capítulo 2
Capítulo 2 - Como perder seu melhor amigo


Notas iniciais do capítulo

Eae galerita! Segunda-feira pós domingo de páscoa, aposto que tá todo mundo 2 quilos mais gordo de tanto chocolate, né?

Bom, espero que gostem desse capítulo e já quero lembrar que essa short só tem 5 capítulos curtos e já tá no fim. Beijos e Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605363/chapter/2

Eu estava vivendo relativamente bem para um garoto border de 15 anos de idade: andava de skate de casa até a escola, não fazia absolutamente nada além de infernizar a vida dos professores, depois ia de skate da escola pra casa, almoçava e ia pra Luts andar de skate. Luts é a pista do bairro. Era uma casa abandonada que tinha uma piscina foda pra andar de skate.

Eu tava lá, andando de skate de boa com a vida, até que o Fabito chegou com a Melissa. Eu odiava aquela garota, e aquele namoro deles era ridículo, porque eu tenho certeza que o Fabito só ficou com ela porque queria esfregar na minha cara que eu não podia ficar com ninguém, principalmente depois do que aconteceu com a Dani.

A Dani é minha melhor amiga desde que éramos pequenos. Ela namorou o Fabito dos doze aos quatorze anos, mas o problema é que nesse mesmo tempo ela me namorou também.

O Fabito sabia que ela me namorava. Eu não sabia que ela namorava o Fabito.

Eu e ele brigamos e ficamos um bom tempo sem nos falar. A Dani só precisou abrir as pernas pra voltarmos a conversar.

Então quando eu e meu melhor amigo nos reconciliamos eu descobri que ele parou de falar com a Dani e então eu disse que ainda falava com ela, mas havia percebido que não era capaz de segurar uma garota do jeito certo. Ele concordou comigo.

E pra mostrar que ele era capaz, ele começou a namorar a Melissa, uma vaca que estudava na nossa escola. Eu nunca fui com a cara dela, principalmente depois que ela tentou dar pra mim e eu não quis.

– Beck, chega aí.

Eu não queria, porque ele tava com ela. Mas... tudo pela amizade.

– Fala. – cumprimentei-o e fingi não ter visto a ruiva.

– Já vi que não sou bem vinda aqui. Vou falar com as meninas. – acendi um cigarro sem nem olhar pra cara dela e o Fabito observou-a se afastar.

– Cara, por que você odeia tanto a Melissa? O que ela te fez?

– Você odeia gente pra caralho e eu nunca falei nada. Só porque eu odeio sua namorada você resolve encher meu saco? Dá um tempo.

– Só quero saber, porra. Relaxa.

Ele sentou num canto e eu fui com ele. Acendi um cigarro pra ele e depois ele tirou dois do maço dele.

Conversar com o Fabito era a minha terapia. Mas depois que ele começou a namorar, eu já não sabia se podia confiar nele, porque talvez ele contasse tudo pra ela, mas... espera aí. O Fabito não confia em ninguém, por que ele contaria qualquer coisa pra ela? Bom, eu prefiro pensar assim. Ele só tá com ela porque ela tem uma vagina. Ele é esperto, não confiaria nela. Ele é o cabeça de nós dois. Eu sou o executor. Ele pensa, eu faço.

– Fabito – ele olhou pra mim – tu e a Melissa conversam muito?

Não – ele soltou a fumaça – Temos coisa melhor pra fazer do que conversar. Por que a pergunta?

– Só pra saber. – aquilo me deixou mais aliviado.

E aquele namoro durou um ano, um pouco mais que isso. Até o dia em que alguém da escola resolveu dar uma festa durante as férias de julho. Eu passei na casa do Fabito antes da gente ir, e claro que a Melissa tava lá, e eles estavam transando enquanto eu esperava, porque eu sou a porra de um amigo muito bom.

Quando eu resolvi me estressar e chamá-los, eles saíram do quarto e nós fomos pra estação de trem, encontramos o Teta e fomos.

Tinha cerveja pra caralho e cerveja pra caralho. Não que eu não goste de cerveja, mas demora mais pra dar barato, dito isso, demora mais pra dar barato nas garotas e demora mais pra alguma delas cair no seu jogo. Ou seja, numa festa só com cerveja, você tem que ser bonito pra caralho ou tem que ter um papo incrível. Modéstia à parte, eu domino as duas áreas.

Eu tava conversando com uma garota loira, acho que o nome dela era Bruna. Faltava pouco pra eu arrancar um beijo dela, quando um capeta me puxou pela camiseta e me arrastou até o banheiro masculino.

Ela me jogou na parede e começou a me beijar, mas eu a empurrei.

– Que porra você tá pensando?!

– Cala a boca.

Ela voltou a me beijar e apertou aquela parte que todo homem tem, que não pode entrar em contato com mão de mulher. Aquele é botão “pensar com a cabeça de baixo”. Então eu mandei tudo à merda e a beijei, porque ela realmente sabia acionar aquele botão.

E então do nada ela me soltou bruscamente e eu vi que ela foi puxada pelos cabelos. Não tive tempo de reagir, porque levei um belo soco no queixo e apaguei por alguns segundos.

Ela tava gritando, dizendo que podia explicar, mas ele só gritava mais alto, chamando-a de vagabunda e afins.

Então eu levantei.

– Fabito, mano.

– NÃO ME CHAMA DE MANO! TU NÃO É MEU MANO, BECK, FILHO DA PUTA, TRAIDOR!

Ele saiu do banheiro e a Melissa foi atrás dele. Eu me apoiei no balcão e me encarei no espelho. O canto da minha boca tava sangrando. A música tinha parado e com certeza todo mundo também parou pra ver o que tava acontecendo. Como eu odeio gente curiosa.

Achei melhor sair do banheiro, e vi tudo exatamente como imaginei: os dois no meio das pessoas, que formaram um círculo em volta deles pra ver a briga.

– Tu é uma puta, Melissa.

Então eu me aproximei com cuidado.

– Mano, não deixa tudo assim, eu vou falar o que foi que aconteceu.

Fiquei em silêncio por um momento e o encarei, esperando uma resposta. Como ele não disse nada, achei que podia continuar e contar pra ele o quanto a namorada dele é vadia. Assim que eu abri a boca pra falar, ele me acertou no mesmo lugar que havia acertado antes e eu caí. Antes que eu pudesse me levantar – ou tentar me mexer – ele começou a me chutar nas costelas. Eu não gritei. Não falei nada. Só deixei ele extravasar a raiva que estava sentindo. Afinal, eu sou ou não um bom amigo? Então quando ele acertou o último chute antes de alguém pará-lo, eu senti as minhas costelas quebrarem em vários pedacinhos. Então eu comecei a gritar, porque era a terceira ou quarta vez que eu quebrava as costelas, e a segunda vez que ele as quebrava. Se eu tinha alguma costela inteira, agora eu não tenho mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just Like Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.