Você atingiu minha alma escrita por Eduardo Marais


Capítulo 4
Capítulo Quatro




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Nos dias e semanas que se seguem, os encontros tornam-se constantes. Saídas para danceterias, cinema, caminhadas noturnas pela praia, jantares em ambas as casas e tudo regado a muitas risadas, conversas, beijos e noites finalizadas em abraços e loucuras prazerosas.

Caso isso fosse devassidão, então Regina estava mesmo sentindo-se devassa. Mesmo que aquilo fosse apenas uma aventura, que fosse algo intenso e que deixasse marcas. E que fosse infinito enquanto durasse. Acordar e sentir um corpo quente colado ao seu, todas as manhãs, era uma sensação ímpar e que merecia ser expressa com os mais diversos sorrisos. Seu celular estava repleto de fotos tiradas durante os momentos divertidos que vivia com Vasco. Em todas as fotos, os dois queriam competir pelo sorriso mais belo.

– Bom dia! – Regina entra na lanchonete principal da cidade e aproxima-se do balcão. – Poderia preparar um café para viagem?

– Faz tempo que não a vemos aqui. – Ruby exibe o seu mais bonito sorriso vermelho.

– Ando um pouco atarefada com meus compromissos, apenas. – a prefeita não desfaz o sorriso.

O copo com café é colocado sobre o balcão e somente o aroma provoca outro sorriso na Prefeita, elegante e bonita como de costume.

– Você está com um brilho diferente, Regina.

– Tenha um bom dia, menina loba! – Regina apanha o copo e caminha para fora da lanchonete. Para bruscamente ao encontrar-se com Henry. O garoto vem oferecer um abraço, imediatamente aceito pela mulher. – Belo rapaz!

– Olá, mãe! Como você está linda! Que tal jantarmos juntos, depois que eu deixar meu trabalho?

– Sim. Quer que eu vá buscá-lo?

– Eu irei à sua casa. Amo você!

Henry mostra-se encantado com a alegria estampada nos traços bonitos de sua mãe. E sabia que aquilo tinha um nome: paixão. Sua mãe, sempre taciturna e malcriada, estava apaixonada e pelo visto havia apaixonado alguém. Isso era forte motivo para uma celebração.

Naquela mesma tarde, Henry dirige-se para a casa da mãe, mas antes compra flores para presenteá-la. Queria ter comprado bombons, mas o dinheiro não seria suficiente. Seu salário na loja do avô Gold não era nada mais do que simbólico e Regina entenderia.

Para sua surpresa, quem abre a porta da mansão é o homem com quem Regina estava sendo vista constantemente. Ele sorri para o garoto e abre espaço para que ele entre.

– Você deve ser Vasco! – Henry estende a mão para cumprimentá-lo. – Sou Henry Mills!

– Prazer em conhecê-lo, jovem príncipe! – Vasco inclina levemente a cabeça para o lado. – Sua mãe o espera na cozinha.

Os dois conversam algumas coisas sem importância durante o trajeto, mas a gentileza de Vasco imediatamente cativa o coração de Henry. O menino fica feliz pela escolha da mãe.

– Henry, meu amor! – Regina deixa o que estava preparando e vai abraçar demoradamente o filho. Beija-lhe o rosto diversas vezes. Ela se volta para Vasco e sorri. – Poderia apanhar uma garrafa de vinho na adega, querido?

Mãe e filho observam o homem sair da cozinha.

– Eu gostei dele, mãe. Parece ser um cara legal!

– Vasco é um bom rapaz. Ele é dono de alguns barcos nas docas e vive nas colinas. Temos saído e estamos num bom relacionamento amistoso. Mas o que me importa agora é saber sobre sua vida, sua escola e seu trabalho!

– Isso não tem importância, mãe. Quero saber sobre seus sentimentos, sobre sua felicidade e sobre os seus dias.

Regina retoma a preparação de um prato para o jantar.

– Desde que você teve de abrir mão do Robin, percebi que sua vida ficou cinza. Você estava sem brilho, não sorria mais e tive receio de que voltasse a ser a Rainha Má.

Um sorriso debochado vem como primeira resposta.

– Nunca deixei de ser a Rainha Má dentro das mentes e dos corações das pessoas desta cidade, filho. Sempre serei, mesmo que eu tente provar o contrário.

Henry aproxima-se da mãe e mostra-se ainda mais feliz.

– Você está tentando e isso é o que importa, mãe! E isso é maravilhoso para todos nós! Todos estão tendo seus finais felizes neste imenso conto de fadas!

Uma risada divertida é a resposta imediata.

– Emma irá casar-se em breve com Killian e terão filhos! Você tem Vasco e tenho certeza que desta vez haverá felicidade! Eu terei dois pais em breve! Dois pais bem jovens que podem ser ótimos companheiros para mim!

– Capitão Gancho jovem? E desde quando?

Os dois riem. O menino se entusiasma.

– Quando você irá apresentar Vasco como o seu namorado para a família? Ele será seu primeiro cavalheiro, nas cerimônias da prefeitura?

– Henry...

– Ele poderá ir às reuniões com meus professores? Vasco terá autorização para sair comigo? Estou tão empolgado! Meus avós irão adorar saber que você está namorando e que em breve irá casar-se! – o garoto vibra.

– Pare com isso, Henry! – Regina é enfática em sua voz, tomando a atenção do garoto para si. – Eu não estou namorando e tampouco vou casar-me com Vasco! Portanto, pare com isso!

Henry dá de ombros.

– Mas, mãe, há semanas vemos vocês juntos e sorridentes! Formam um belo casal! Vasco não é seu namorado? O que ele é, então?

– Vasco não é ninguém, Henry! Ele é apenas um homem divertido, bonito, limpo e gentil que está preenchendo meus dias! É apenas uma companhia para dançar ou jantar!

– Mas, mãe...

– Já lhe disse, Henry! Vasco não é importante em minha vida! Além disso, ele é um forasteiro sem destino e que veio por acaso para nossa cidade. Não há futuro com ele!

– Robin era um ladrão. Que futuro você teria com ele?

Regina abre e fecha a boca como se fosse um peixe respirando. Nenhuma palavra sai de sua boca bem pintada. Depois consegue falar:

– Sou a prefeita da cidade e Vasco não é nada além de um desconhecido, um homem surgido de algum portal, vindo não se sabe de onde. Não sabemos quase nada sobre o histórico dele, sobre a origem, sobre a verdade...não posso envolver nossas vidas com alguém que mal conheço e mal confio. Ainda sou uma rainha!

Uma expressão de espanto surge no rosto de Henry.

– Meu avô era um pastor de ovelhas e Mary é uma princesa. Emma é uma princesa e Killian é um pirata. São exemplos de casais que se amam e ignoram qualquer status social. Por que você também não age desta forma?

Regina para com que está fazendo e encara o filho.

– Porque eu tenho e sempre terei os resquícios da presença da Rainha Má dentro de minha alma. Eu acredito no status quo!

– Isso é besteira, mãe!

– Filho, uma pomba e um peixe podem se amar. Porém, onde eles farão o seu ninho de amor?

Henry não acredita no que escuta. Balança negativamente a cabeça e somente depois disso percebe a chegada de Vasco, carregando a garrafa de vinho. O homem deposita a garrafa sobre o balcão e mantém seu silêncio, embora sua linguagem corporal dissesse tudo: ele havia ouvido cada uma das palavras daquela conversa.

– Vamos jantar? – Regina sorri.


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