(Por Drew)

De repente eu senti  uma mão pegando o meu pulso.Olhei e May estava com os olhos semi abertos.

Drew: M-m-may?C-c-como?

May: Fé

Ela disse essa palavra em som baixo, mas com um meio sorriso.

Drew: Eu vou chamar os médicos..e-e-eu já volto!

Eu mal podia acreditar, como May estava viva? Nessa hora eu não me importei, só corri para avisar o médico que ela tinha acordado.

Ele correu para a sala e a examinou, ela estava muito fraca, e teria que ficar ao menos 1 mês no hospital para ser tratada.Ele levou ela para várias consultas, mas para mim não importava mais nada, ela estava viva, era um milagre, ela estava viva, pela primeira vez acreditei: fé.

Depois de horas e horas de exame o médico levou May para seu quarto, haviam algumas máquinas e uma enfermeira que iria ver como ela estaria de meia em meia hora.

O médico disse que ela estava cansada e poderia receber apenas uma visita, eu falei para que ou seu pai ou sua mãe fossem,  mas eles insistiram para que eu fosse.

Eu me senti tão calmo..sereno..tranquilo...ao ver May respirando.Ela estava de olhos fechado mas quando eu me aproximei ela abriu os olhos.

May: Oi.

Drew: Não, não se esforce amor, fique ai quietinha.

May: Eu estou bem.

Drew: Você quase nos deu um susto.

May: Sim, como você diria a alguns anos atrás eu sou imprevisível.

Drew: Sim...

Eu parei para olha-la, sua pele estava tão branca, tão pálida, mas ela mantinha uma serenidade no rosto, diferente do que eu esperava ver.Eu esperava que ela não parasse quieta, se movimentasse muito, falasse muito.

May: Drew?

Drew: Sim?

May: Como meus pais estão?

Drew: Eles estão lá fora, estão muito mais calmos agora...

May: Que bom..não quero que se preocupem comigo...

Drew: Fique quieta sua boba, todos nós te amamos muito, por isso que estávamos preocupado...mas agora você vai ficar bem...vai se recuperar e vamos voltar lá para nossa casinha.

May: Não vai ser a mesma coisa...

Enquanto isso eu estava segurando sua mão, eu passava a mão em seus dedos finos, na sua pele macia como pêssego, como um veludo.

Drew: Porque meu amor?

May: Porque eu sei que perdi essa criança...

Nesse momento eu olhei seu rosto e uma lágrima percorreu um caminho até chegar em seu queixo.

Meu coração estava partido por causa disso, May estava tão ansiosa com esse bebê, ela estava tão feliz com a ideia de ser mãe, e tudo acabou em um piscar de olhos.

Drew: Ssshhh, não chore, quietinha, fique quietinha, não se preocupe...

May desabou em choro e eu não pude me conter, derramei uma lágrima, ela se espantou com o que tinha acabado de acontecer e aos poucos parou de chorar.

Drew: Para mim também está sendo difícil amor, você não imagina o quanto, mas graças a deus eu ainda tenho você, a perda dessa criança já me tirou um pedaço do coração, se eu perdesse você eu não teria mais razão para viver, eu não teria mais nada, talvez eu até desistisse de viver.

May: Drew...

Eu limpei seu rosto com a ponto dos meus dedos.

Drew: Além do mais somos jovens, temos muito que aprender e quando aprendermos bastante sobre como formar uma família, quem sabe não tentamos de novo?Agora não se esforce, o principal é sua recuperação.

May: Ok.

Drew: Eu te amo muito.

May: Eu também.

Eu peguei sua mão e entrelacei com a minha.Dei um beijo e olhei para seu rosto, mesmo estando daquele jeito, May continuava com um rosto angelical.

Drew: Sabia que mesmo assim, você continua linda?

May: Seu bobo.

Drew: É sério, você continua magnífica.

May: Seu chato, até aqui no hospital você vai continuar me perturbando!

Ela abriu um sorriso, um sorriso tão lindo quanto de um anjo, um sorriso tão calmo, tão verdadeiro.Um sorriso que só ela sabia dar.

May: Eu...não me lembro...

Drew: De que meu bem?

May: De quem atirou em mim...

Nesse momento sua mão gelou, ela fez uma cara de preocupação e aquele sorriso que eu amava desapareceu.

Drew: Esqueça isso...não pense nisso, você tem que descansar, além do mais a policia já está procurando o desgraçado...

May: Mas eu queria poder ajudar,  eu queria do fundo do meu coração saber quem foi...

Drew: Pois eu não, só de pensar, eu mataria o infeliz, por isso esqueça.

May me olhou espantada, eu não podia mentir.Eu tinha verdadeira vontade de matar quem quase tirou a vida da pessoa que eu mais amo, quem tirou a vida do meu filho, eu tinha verdadeira vontade de torturar o desgraçado e, de fazer as piores coisas do mundo com ele.

May: Promete que vai tirar esse sentimento do coração?

Drew: May, eu...

May: Drew me prometa!

Drew: Está bem, eu prometo por você...

May: Assim está melhor, não gosto de te ver com rancor no coração...muito menos sentimento de vingança!

Drew: Mas que o miserável merecia pagar, isso ele merecia.

May: O estranho é que eu me lembro...

Drew: De que?

May: Eu não sei explicar, enquanto eu estava na sala de cirurgia era como se eu fosse meu espírito, eu estava vagando pelos corredores.

Drew: Hã? Me conte isso direito!

May me contou o que parecia ser algo espiritual, sinceramente eu não estava acreditando, mas também não poderia comprovar que era mentira.

May: Então eu apertei meu punho em direção ao meu coração e pedi o máximo que pude para viver.Ai eu acordei e segurei sua mão.

Drew: May...essa história é estranha demais, mas não posso falar que é mentira...

May: Tudo parecia tão real!

Drew: Agora o que importa é que você está bem...está viva!

May: Sim!

Drew: Agora feche os olhos  e descanse meu amor.

May me olhou e sorriu novamente, ela pouco a pouco foi fechando os olhos e adormeceu.Eu fiquei lá ao seu lado, alisando seu cabelo, eu somente a admirava, eu estava realmente intrigado com o que ela tinha me contado.

E se realmente ela teve aquela experiência espiritual? Eu não podia negar nem afirmar, mas que era curioso era...ainda mais para mim que não acreditava nesses tipos de coisas, mas só pela May ter sobrevivido eu já comecei a ter fé, a acreditar em Deus e em milagres