Sapato Novo escrita por Daniel Rodriguez


Capítulo 1
One-Shot




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Sherlock observava Joan andar de um lado para outro na Brownstone, ela parecia procurar algo. Ele a viu desaparecer no corredor, voltando logo em seguida com um par de sapatos nas mãos.

Ele sentiu um frio na espinha, sua nuca arrepiou-se, engoliu a seco, sentia o pomo de adão subir e descer lentamente conforme o líquido descia, ele sabia o que viria. Algumas semanas atrás, ele tinha “acidentalmente” deixado o sapato dela cair dentro um balde com ácido.

Joan tinha uma expressão furiosa estampada no rosto, ela batia o pé freneticamente, seus braços estavam cruzados sobre o peito.

– Você estragou meus sapatos! – ralhou ela.

– Você nem gostava dele, vivia reclamando que ele machucava seus pés. – explicou ele.

– Isso não importa. – ela gritou. – Minha mãe que me deu aquele sapato, e você estragou eles. Devia mata-lo.

Sherlock estremeceu.

– Watson, eu te compro um par de sapatos novos.

– Ótimo. – ela sorriu satisfeita. – Estou pronta em 15 min.




[...]

A loja estava lotado de mulheres tagarelando, o relógio dependurado na parede frontal logo na porta de entrada do estabelecimento marcava 17 horas em ponto. Sherlock estava sentado com o corpo inclinado, apoiando o queixo em uma das mãos. Estava entediado.

“Nunca mais pego nas coisas da Watson” pensou ele, Sherlock voltou a fitar o relógio com certa impaciência e o amaldiçoou, tinha passado apenas dois minutos desde que olhou pela última vez. Talvez pudesse sair a francesa, mas com certeza Joan notaria sua ausência.

– Me diga que já escolheu? – ele perguntou impaciente. – Estamos aqui a quase 3 horas.

– Ainda não. – respondeu ela. – Lembre-se você me prometeu um par de sapatos novos.

– Prometi pagar pelo sapatos. – disse ele irritado. – E não que lhe acompanharia por 3 horas entediantes.

– Quieto! – esbravejou ela. – Vou verificar umas prateleiras, acho que vi JEFFREY CAMPBELL.

Joan se afastou dele, indo na direção dos magníficos JEFFREY CAMPBELL, ela verificava cuidadosamente os sapatos, ela sentiu alguém cutucar seu ombro. Ela se virou e foi saudada por uma luminoso sorriu e um abraço.

– Joan, como você está? – a loira praticamente gritou. Ela era antiga colega de classe da High School de Joan, Kimberly.

– Estou bem, eu acho. – respondeu Joan, fitando um pouco confusa a mulher na sua frente.

Joan lembrou como Kimberly era cruel, ela tinha sido a garota mais popular no colégio. Só havia duas opções, ou você amava, ou tinha medo dela, e Kimberly tinha decidido odeio Joan.

Watson realmente não se importava com isso, mas Kimberly tinha tentado muitas vezes fazer a sua vida miserável.

– Isso é tão... Ohw, eu quero dizer, tem sido um longo tempo. – disse Kimberly colocando a mão sobre o ombro de Joan.

– Obrigado. – disse Joan sorrindo um pouco. – Você fez plástica no nariz.

– Sim, eu fiz logo depois que terminou o ensino médio. – disse colocando os dedos orgulhosamente sobre o nariz. – E como está sua vida?

– Está ótima. – Joan respondeu.

– Sinto muito pelo seu paciente. – Kimberly sorriu.

– Como você sabe? – Joan perguntou confusa.

– Meus pais me contaram. – disse acariciando o ombro de Joan. – Então me diga o que está fazendo da vida agora?

– Sou detetive consultora da NYPD. – respondeu Joan.

Kimberly arregalou os olhos, levemente sorriu.

– Você ficou sabendo que Pamella casou? – Kimberly perguntou, e Joan negou com a cabeça. – Ela casou, mas separou, o cara era um aleijado.

Joan forçou o sorriso e reprimiu qualquer sentimento negativo em relação a Kimberly, era como uma pílula amarga que ela precisava engolir, tentou se concentrar na loira tagarelando alegremente, mas era quase impossível.

– Falando em casamento. – Kimberly praticamente envio o dedo no nariz da Joan, exibindo um anel de diamante no dedo anelar. – Eu vou me casar! – exclamou ela.

– Oh, quem é o cara de sorte? – Joan perguntou com sorriso falso nos lábios.

– Michael. – respondeu a loira, de repente surgiu um homem alto, e muito bonito. – Michael quero te apresenta uma velha amiga de escola, essa é Joan Watson.

Michael sorriu cordialmente, estendendo a mão para cumprimenta-la.

– É um prazer em conhece-lo. – disse Joan apertando a mão dele com firmeza.

– Então em você? Tem algum homem na sua vida. – Kimberly perguntou debochada.

Joan suspirou profundamente, ela lembrou das milhares de vezes que Kimberly dizia, que ela ficaria solteirona.

– Um homem. Sim, eu tenho um noivo. – falou rapidamente. – Ele está sentando lá. – apontou na direção de Sherlock. – Como estivemos fazendo compras o dia todo, ele precisou sentar.

Sherlock percebendo que Joan estava falando sobre ele, levantou-se e foi na direção da parceira, que pareceu um pouco assustada quando ele parou ao seu lado.

– Sherlock! – exclamou. – Deixe-me apresentar uma velha conhecida do ensino médio, essa é Kimberly Wilson e seu noivo, este é Sherlock.

Sherlock os cumprimentou rapidamente, e voltou-se para Joan.

– Watson, é melhor... – mas antes que Sherlock pudesse completar, Kimberly o interrompeu.

– Quando vocês se casam? – Kimberly perguntou.

– Em junho. – respondeu Joan, dando a Sherlock um sorriso brilhante.

– O que? – Sherlock sussurrou, e Joan ignorou.

– Você não usa anel de noivado, Srta. Watson. – comentou Michael educadamente. – Por acaso, vocês queriam manter o noivado em segredo?

– Sim, é um segredo. – respondeu Joan.

– É realmente um segredo. – murmurou Sherlock.

– Não iremos contar a ninguém. – afirmou Kimberly. – Não acredito que você vai casar antes de mim. Lembra do que eu dizia sobre você?

– Lembro. – Joan respondeu secamente. – Você dizia que eu seria uma solteirona para o resto da vida.

Sherlock suspirou profundamente, ele já tinha deduzido o motivo pelo qual Joan estava mentindo. Ele voltou sua atenção para loira irritante, que estava contando alegremente como conheceu o noivo. Era uma linda, e chata história de romance, Sherlock poderia apostar aquele casamento não duraria 8 meses.

– E vocês como se conheceram? – Kimberly perguntou.

– Em Londres. – Sherlock respondeu, fazendo Joan fita-lo surpresa. – Fique tão encantado por ela que segui até New York.

– O que doce. – disse Kimberly com desdém.

– Desculpa interromper, mas temos um compromisso na loja de noiva. – informou Sherlock. – Então precisamos ir Joan.

Joan e Kimberly se despediram rapidamente. Sherlock fez um pequeno gesto indicando para que Joan o seguisse, e ela assim o fez, acompanhou ele em silencio até praça de alimentação, eles sentaram em uma mesa, Sherlock voltou-se para Joan.

– É muito bom ouvir sobre a nossa grande notícia. – comentou ele sarcasticamente. – É uma pena que eu perdi a proposta e o noivado também. – Sherlock bufou.

– Sinto muito, Sherlock. Apenas veio a minha mente e acabei... – Joan tentou explicar, mas Sherlock a cortou.

– Acho que há uma coisa que devemos fazer antes da cerimônia. – Sherlock sorriu maliciosamente.

Sherlock vai se aproximando do rosto de Joan, de modo que seus lábios ficassem bem próximos. Lentamente os lábios dele tocaram um dele de começo de forma tímida e delicada, mas pouco a pouco foi ficando feroz.

– Vamos para casa. – ele sussurrou. – Acho que seu sapato pode esperar até amanhã.


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