Recomeço escrita por Lay


Capítulo 1
Capítulo Único - Lucadu




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A menina que ontem se divertia nas noites do Rio de Janeiro com seu melhor amigo, hoje o tinha como marido numa das festas mais cobiçadas. O temido Império estava fazendo aniversário.

Eduarda nunca pôde imaginar que sua vida fosse se acertar tanto assim. A verdade era que seu mundo havia capotado anos atrás, quando descobriu sua gravidez, porém ela não sabia que aquilo fosse necessário para que sua vida entrasse no eixo de vez.

Ela tinha o maior orgulho do mundo de seu melhor amigo que hoje era seu amante, marido, pai de seus filhos, razão de sua vida. Ele andou com seus próprios pés em direção ao abismo das drogas, e foi necessário apenas duas vidas para que João Lucas Medeiros desse às costas àquele caminho. Dois seres maravilhosamente lindos precisaram vir ao mundo com a maior dificuldade para fazer o rebelde acordar. A vida o estapeou, o fez cair, e com seus próprios pés e as mãos de Du, que sempre estaria ali para o socorrer, ele se salvou. Ela o salvou. Eduarda Botticelli havia o tirado daquele mar de merda que ele mesmo havia se enfiado.

Du olhou o enorme vidro à sua frente, a imagem dela espelhada ali. Observou o decote que chamava a atenção para seus seios.

Maria Marta havia lhe dado uma sugestão que ela nunca havia pensado em ouvir da boca da madame.

– O Lucas vai pirar, Du. - Amanda comentou uma verdade.

– Essa é a intenção.

– Eu ainda não acho uma boa ideia, cara. Marta... - a mais nova Imperatriz dos cabelos claros virou-se para a sogra, que lhe ofereceu um sorriso. - Pra todos os efeitos foi você que me convenceu a usar isso aqui.

Embora ela estivesse gostando, sabia que iria dar o que falar. Nem mesmo Maria Marta, em seus tempos de vinte e cinco, havia ido à festa da Império tão a mostra.

– Fique calma, lek lek. - a sogra tentou a tranquilizar. - Você tem que amarrar o marido que têm.

O vestido preto que Eduarda usava, fazia o tecido cobrir todas suas pernas; o vestido marcava suas curvas ao máximo; o decote transparecendo o lado dos seios; os saltos, também pretos; os fios loiros, recentemente adaptados a nova cor, caíam enrolados sobre seus ombros; a maquiagem leve, com um vermelho mais fraco que o normal.

A, agora Imperatriz, desceu as escadas com o sorriso estampado no rosto, seguida de Maria Marta, Amanda e Maria Clara. Seus olhos miraram a babá.

– Meus filhos. - Du esperou a resposta de Zezé.

– Eles foram com o seu Lucas. - a babá respondeu, rapidamente.

– Ah. Tá. Vamos, Zezé.

Aquelas mulheres, as únicas da família Imperial, foram até o estacionamento. Eduarda se posicionou para entrar no carro, no lugar do motorista, mas sentiu alguém tocar seus ombros.

Era Maria Marta. Os olhos verdes e lindos da mulher a encarou, e logo após, do seu rosto se surgiu um sorriso.

– A mais nova Imperatriz não pode sair dirigindo por aí, não acha? - Du lhe sorriu. - Brigel, leve a minha nora.

– Até parece, Marta. - ela riu e entrou no carro. - É meu esporte preferido, depois do game, é claro. - Marta riu, de novo, com o comentário da nora, e logo depois balançou sua cabeça num movimento negativo.

Uma fileira de carros levaram as Imperatrizes, todas elas, àquele jardim maravilhosamente clássico. Eduarda não se assustou com o que viu, sabia que o luxo estaria presentes.

A mulher de preto tirou seus óculos escuros e encarou a babá no banco de trás, a expressão de felicidade da loira a encantava.

Feliz era pouco.

Abriu a porta do carro, também preto, e desceu de lá. Ouviu seus filhos lhe gritarem o nome e, logo depois lhe abraçarem as pernas.

João Lucas, cuidava dos filhos. O caçula da família havia se tornado o dono daquele Império, após os irmãos recusarem o posto; seus irmãos concederam a cadeira para Lucas, eles queriam ter seus empregos independentes daquela empresa.

João Lucas tinha os cabelos crescidos, com a presença de alguns fios brancos. A barba também quase grisalha. Seu corpo já não era como antigamente, porém, para a esposa continuava maravilhoso.

O mais novo Comendador, preso num terno, sentiu os ouvidos doerem quando as crianças gritaram, num grito fino, o nome pelo qual chamavam Du.

– MAMÃE. - o mais novo correu primeiro e abraçou as pernas da mãe, e logo depois vieram os outros.

– Filhos. - a mãe acariciou os cabelos de Alfredinho. - Cadê o pai de vocês? - as crianças apontaram para Lucas, parado na grama.

Ele havia ficado fascinado com a esposa. Claro, ele sabia do corpo escultural que ela ainda tinha, mas sua boca se abriu quando a viu daquele jeito. A visão do seu corpo marcado e o decote dela, o fez sair de Órbita.

Logo depois, viu sua esposa lhe passar a mão frente ao seu rosto. A aliança perceptível aos dedos.

– Lucas. Lucas! - ela lhe chamou e ele acordou. - Que foi?

– Crianças. Vão ver a tia Clara, vão. Olha ela ali. - João Lucas queria se livrar da presença dos filhos, que saíram em disparada. - Eduarda Botticelli. Como que você faz isso comigo? - ele olhou os seios da esposa que estava exposto os lados. - Quer que eu infarte? - os olhos dele cravados ali.

Ela riu. Já imaginou que fosse se divertir com o que seu marido lhe falava, afinal, não era pra menos. Ela estava mais exposta que o portão com aquele enorme símbolo da Império. Ela considerava aquilo um tanto espalhafatoso.

– Qual foi? Tá tão ruim assim? - o encantava perceber que ela ainda o tratava como antigamente.

– Tá horroroso conseguir tirar os olhos. - Lucas segurou a cintura dela com só uma das mãos, a outra dentro do bolso da calça social.

– Credo, Lucas. - ela riu, de novo.

– Olha só, Du, se algum babaca olhar pra você hoje eu não respondo por mim. - ela desatou de vez a rir. João Lucas observava a visão que era o corpo dela.

Ele era realmente muito sortudo por tê-la, exclusivamente e só para ele. Lucas sabia que ela era desejada por muitos, e tantos dariam mundos e fundos, sendo ela a nova Imperatriz que é, por ela. Porém, mesmo Du podendo escolher, ela o escolheu. Ele era privilegiado. Ela o escolheu por o amar. João Lucas esbanjou o maior e mais verdadeiro dos sorrisos.

Ele nunca havia sido tão feliz em todos seus anos de vida.

– Eu te amo tanto, cara. Que dá até raiva de tanto que eu te amo, as vezes. - ela quis tatuar a expressão dele no rosto, e o encarou.

– Eu também te amo demais, Lucas.

O resto da festa ocorreu bem, e quando a lua surgiu, restou apenas uma festa badalada para curtir. A música alta, a pista de dança exalando perfumes misturados de todos os tipos.

João Lucas imprensava a mulher nos portões da Império. Havia passado a festa inteira admirando-a. Uma taça de champanhe na mão esquerda dela, enquanto ele a segurava. Amanda ao lado dos dois.

– Acho que a Marta e o José Alfredo se entenderam... - Du comentou.

– Já era hora.

Os gêmeos foram levados para casa, já haviam dormido no carro. Estavam cansados de um dia corrido.

– Cara, eu quero sair daqui... - o Imperador estava sem paciência.

– Trata de aproveitar, Lucas. É a tua festa. - Amanda disse.

– Eu quero aproveitar sim, só que no meu quarto...

– Que isso, Lucas? – Du a repreendeu. - Tá maluco?

– Você toda assim, cara. . .

. . .

João Lucas fechou a porta, do lado de dentro, e rodou a chave a trancando.

– Pronto, ninguém nos atrapalha agora. - ele beijou o pescoço da esposa enquanto ela virou-se pra ele, e o beijou.

Os beijos intensos e cheios de tesão. Ele guardou a vontade para amá-la a madrugada. Ele segurou na cintura dela e beijou sua orelha.

– Eu te quero tanto.

Iriam ter um resto de madrugada para aproveitar. Eles sempre aproveitavam-se ao máximo.

Aquele quarto foi testemunha do amor dos dois desde o primeiro encontro dos dois corpos. Desde a primeira vez.

Aquelas paredes haviam visto partidas de vídeo game, brincadeiras idiotas. Haviam ouvido gemidos, mas também gargalhadas e xingamentos. Haviam ouvido brigas, claro, era essencial, mas também haviam ouvido pedido de desculpas, reconciliações.

Aquele quarto sempre pegaria fogo quando necessário, ou exalaria amor.

Era tentação, carinho, vontade, amor, tesão, paixão, mas também raiva quando preciso.

Era necessário um fim para haver um recomeço.


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Notas finais do capítulo

Essa aqui eu fiz e lembrei da Reeh Dreossi, Mily e Jéssica, minhas companheiras inseparáveis do twitter!Espero que tenham gostado. Beijo!