Prova de Vida e A Voz Silenciosa escrita por Kayme phb


Capítulo 1
Chapter One


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos os leitores! Bem, estamos aqui reunidos para ler mais uma historia com a minha autoria. Ou nem tanto já que a historia original é do compositor da música... CERTO, é apenas um detalhe pequeno, bem miudinho... Estou treinando situações tristes ou chorosas, por isso se você chorar vai ser um elogio meu amigo! Vou para de importunar a vida de vocês.
QUE COMECE O ESPETÁCULO!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/604922/chapter/1

Rin Pov’s

Encarava a janela vendo o movimento das folhas do outono, se balançavam em um ritmo bem feito pelo vento. Estava sentada em minha cama em meu próprio quarto, e como não podia sair apenas admirava o mundo por aquela janela. Não estava observando as folhas em primeiro plano, na verdade eu observava a pessoa que lutava com elas para deixar pelo menos aquele lugar sem folhas, mas aquilo havia se tornado impossível para ele. A pessoa que cuidou de mim por todo esse tempo. Seu nome é Len. Como tudo começou mesmo?

Nós conhecemos quando éramos crianças. Len morava com a irmã, Lily, por que seus pais sempre estavam viajando. E eu morava com meus avós maternos, minha mãe morreu durante o parto e meu pai nunca se importou comigo. Len sempre foi presente, estava sempre em nossa casa. Quando completei dezenove anos, meu avô faleceu. Len se tornou mais presente ainda, fazia algumas tarefas domésticas e até cozinhava. Alguns anos depois vovó se reencontrou com a pessoa que amava. Então Len passou a morar comigo. Agora, por que Len sempre esteve aqui? Além de sermos amigos de infância, dês de pequena eu tenho um problema que me faz ser muito fraca, por qualquer coisa eu pegava gripe, febre alta, tinha dores etc. Mas eu era melhor que agora, podia andar pelo jardim e brincar com Len a vontade. Agora tenho que ficar de cama a maioria do tempo. Suspirei com isso.

- Pensando demais? – Falou a figura loira na porta, quando ele havia entrado?

- Já está aqui? – Vi ele fazer um expressão surpresa. - Quero dizer, você não estava a pouco tempo limpando o jardim?

- Tentando, quer dizer. – Disse rindo um pouco forçadamente. – Você deve estar “voando” por um longo tempo, por que eu saí de lá já faz um tempo.

- É mesmo? – Sorri para ele. – Eu nem percebi. Parece que minha vida está passando assim agora.

- O que quer dizer? – Disse duvidoso.

- Eu não sei. Mas parece que minha vida está se resumindo em apenas observar as coisas que acontecem o meu redor, sem poder interagir com elas. – Fiz uma breve pausa. – Como se eu estivesse morta.

Parece que isso ecoou pela mente de Len, que veio apressadamente ao meu encontro sentando na cama.

- Rin, você não está morta. Você está viva, está vivendo. E você me tem aqui, sabe que não está sozinha. – Pareceu dizer com um pouco de desespero. – E eu também... – Parecia que iria dizer algo importante quando olhou o relógio do meu quarto e saiu correndo, logo voltando com um comprimido e um copo d’água.

- Hora do seu remédio. – Disse me entregando o comprimido e o copo.

- Um de muitos. – Não estava reclamando, só disse o que era uma verdade para qualquer um. Tomei o remédio. Logo olhei para Len como se esperasse uma resposta.

- “E eu também...” o que Len? – Perguntei. Len corou e beijou minha testa.

- Você vai descobrir Rin.

- Quero descobrir logo. – Disse sorrindo. Len saiu da quarto, provavelmente iria fazer o nosso jantar. Deixou a porta aberta e sem nem perceber comecei a cantar uma canção que havia feito para ele. Sei que ele me ouviria e ele conhecia muito bem a canção. Afinal aquela era minha prova. A prova de que estava viva, a prova de que estava com Len.

Minha prova de vida.

Len Pov’s

A estação passou mais rápido que eu previa. Antes que percebêssemos já estávamos no inverno. Estava descido, nesta estação falarei o que sinto par Rin. Só que ela andava diferente, não falava muito e quase não cantava mais. Não posso reclamar, Rin também tem piorado só com a mudança de estações, passava a noite com febre alta e sentia muitas dores e, é claro, eu varava a noite cuidando dela. Voltei ao seu quarto com uma caneca de chocolate quente que havia feito para mim. Já havia deixado uma em cima do criado-mudo ao lado de sua cama. Agora ela estava dormindo, fui para o seu quarto ver como ela estava. Não preciso dizer que me surpreendi ao vê-la na sentada na cama admirando a neve que caia com a caneca de chocolate quente em mãos . Olhou para mim e sorriu, eu retribui seu sorriso com outro.

- Admirada com a neve?

- Sim, ela é tão linda não é? Parece até chuva.

- A única diferença é que cai lentamente.

Começamos a conversar, Rin me perguntava sobre ela e eu respondia com o que sabia, nós estávamos felizes do jeito que estávamos, por um momento esquecemo de tudo. Mas algo nos fez voltar a realidade. Ouvi um barulho de algo se quebrando e quando olhei para o chão e foi justamente a caneca que Rin segurava. Olhei para ela um pouco assustado e vi que ela olhava para as mãos que tremiam sem parar. Juntou as mãos para o próprio corpo.

- I-isso não foi nada! – Disse sorrindo forçadamente. – Me desculpe...

Senti que ela não se desculpava pela caneca. Limpei o chão e sugeri que voltasse a descansar, a mesma me obedeceu. Sai do quarto e fechei a porta dando um última conferida nela, tinha voltado a dormi. Apoiei minhas costas na parede ao lado da porta e antes de qualquer coisa, lágrimas escorriam em minha face. Coloquei as mãos no rosto e desabei. Não aguentava ver Rin daquele jeito, tão fraca. Me perguntava se ela sentia dor ou se se estava solitária, por que ela não iria me dizer. Apenas diz que está tudo bem, que não foi um grande problema... Eu sei que está mentindo. Rin não gosta de me ver chorar, isso é um fato, mas mesmo assim, eu choro por ela. Lavei minha caneca e limpei alguns cômodos como uma forma de me distrair com os afazeres da casa. Logo voltei para o quarto de Rin, pois era a hora de tomar outro remédio, ela estava deitada mais não dormindo. Parada, sem emoção, observava a neve que caia no lado de fora.

- Hora do remédio Rin.

- Len? – espreitou os olhos. – É você?

- Quem mais seria? – Perguntei para ela não me movendo e ela continuava forçando sua visão. – Não está me vendo direito? – Logo parou com isso e desviou a visão.

- Não. Eu estou te vendo... – Caminhei com certa pressa em sua direção.

- Rin, a quanto tempo isso vem acontecendo? – Perguntei sério a ela, não me respondeu.

- Não... Não é nada. – Disse com a visão ainda desviada.

- Sabe que uma hora vai ter que me contar, não é? – Disse me sentando na beirada da cama. – Venha, você precisa tomar isso. – Rin voltou sua atenção para mim e com um pequeno esforço, tomou o comprimido. Me levantei de sua cama. – Bem, vou fazer o nosso almoço, está bem? – Antes que pudesse sair, senti Rin segurar meu suéter preto, me impedindo de sair.

- Len...

- O que foi Rin? – perguntei me virando para ela.

- Eu, eu quero ver... – Disse um pouco relutante. – Não. Eu preciso ver! Eu... Preciso ver a neve, Len. – Paralisei. Como ela estava me pedindo uma coisa assim?

- Rin, o que você está pensando? Não pode sair da cama.

- Eu posso e consigo sair da cama! Só um pouco, eu quero muito ver a neve Len.

- Você deve ficar de cama, Rin. Você não pode ir, eu não... Posso te levar. – Quando eu tentei me afastar, Rin me abraçou por trás. Logo senti o tecido nas minhas costas ficar um pouco molhado. Ela estava chorando?

- Por favor, Len... – Disse me abraçando com mais força. Coloquei minha mão na sua e um pouco relutante disse:

- Podemos dar um passeio depois do almoço, isso é, se quiser e se se sentir com força. – Não demorou para que um grande sorriso estampasse o rosto de Rin. Faz um tempo que ela não deu um sorriso daquele jeito.

- Muito obrigada Len! – Disse alegre.

Depois do almoço, Rin colocou roupas mais quentes para sair e um cachecol. Fiz o mesmo que ela e nós dois fomos para a sala. Abri a porta e sai esperando por ela. Rin caminhou lentamente para a porta um pouco curiosa e receosa. Aos poucos saiu, mas quando sentiu uma brisa fria em seu rosto foi como se tivesse a renovado. Sem nenhum aviso, correu para um pouco longe de mim.

- Rin, espere um pouco! – Fechei a porta com certa pressa e corri em sua direção. A mesma parou, olhando para o céu admirada.

- Veja, Len. Está nevando... – Estendeu suas mãos fazendo uma espécie de concha com as mesmas. – Os flocos de neve parecem bem instáveis no ar. – Um floco de neve solitário caiu em suas mãos logo derretendo. – Mas quando a gente toca, ele esquenta e desaparece. – Juntou suas mãos e levou para o próprio corpo. – A vida é tão curta, não mesmo? – Esperou minha resposta porém fiquei calado. Suspirei e apenas vi a fumaça branca que se formará. – Para os flocos de neve.

- Certamente, sim. – Disse hesitando um pouco. Rin deu alguns passos e se virou para mim.

- Len. – Fez uma breve pausa. – Você está cantando uma canção gentil, não é? Mesmo estando presos nesse mundo solitário. Eu sempre estarei com você, não se esqueça. Você nunca... – Parou de cantar. Aquela canção, ela sempre cantava para mim antes de piorar. Como eu sabia como terminava a completei.

- Estará sozinho. – Fechei meus olhos por um breve momento. Os abri quando senti algo se jogado contra mim seguido por uma risada de Rin. Uma bola de neve. – Ora, você... – Disse juntando um pouco de neve e acertando-a. Começamos uma guerra de bolas de neve, Rin e eu riamos como nunca mais tínhamos rido. Por um instante, Rin caiu e não se levantou. Apenas colocou sua mão em seu peito e apertou com força.

- Rin, você está bem? – Perguntei me aproximando dela.

- Sim! É que eu queria te desviado dessa! – Disse com um sorriso. Me abaixei e coloquei minha mão em seu rosto, acariciando ali. – Len?

- Rin, é que... – Hesitei um pouco, porém continuei. – Eu quero te contar uma coisa quando chegarmos em casa.

- É? É uma coisa boa?

- Acho que sim. – Disse corando um pouco. – Vamos, você deve estar cansada. – Disse me levantando. Rin apenas me seguiu com o olhar. – Rin? Vamos. – Disse estendendo minha mão a ela. A mesma entendeu e se levantou. Começamos a caminhar de volta, porém Rin começou a parar, quando percebi isso ela já um pouco longe de mim, cambaleando. Começou a aperta seu peito com mais força, onde estava seu coração.

- Len? Você está ai? – Perguntou.

- Estou Rin. O que hou- Tente me aproximar, mas Rin me impediu.

- Por favor, só escute. – Disse com um sorriso. – Sempre foi assim, não é? Você cuida de mim e eu apenas vivo. Eu queria fazer coisas por você também, e queria que você me agradecesse. Você parece feliz com apenas minha presença, mesmo muitas vezes pensando em morrer eu fui forte por você. Mas já não posso mais. Dessa distancia, eu não consigo te ver direito, não consigo te ouvir muito bem, isso é meio assustador. Por isso eu me sinto solitária... Mas eu consigo te entender. Entendo o que você sente, por que nossos corações estão conectados, certo? Você sempre esteve comigo, me animando e me fazendo feliz. E você atendeu meu último desejo, estou muito feliz. Eu queria passar meu último momento rindo com você, eu não quero cantar uma canção triste Len. Por isso... Por você, tudo que te quero dizer é... – Lágrimas tímidas saíram de seus olhos. – Obrigada.

Seu corpo imóvel caiu sobre a neve. Rin está...?

Eu permaneci paralisado, consegui poucas forças e caminhei até ela, cai de joelhos. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que havia acontecido. Estiquei minha mão e toquei em seu rosto como havia feito a alguns minutos antes, ela estava tão gelada. Coloquei meus braços em volta dela, levantando-a. Parecia que estava dormindo, como muitas vezes a havia encontrado.

Só que dessa vez ela não iria acordar.

E me mostrar aquele lindo sorriso.

- Rin, por que desistiu de viver? Por que agora? Você não pode me deixar sozinho. Lembra que nós sempre estivemos juntos? Nossa voz não era como uma só? Eu... Nunca mais a ouvirei chamar por mim. Nunca mais a ouvirei cantar para mim... – Múltiplas lágrimas já caiam pela minha face. Então a apertei em meus braços e gritei para o céu com todo o ar de meus pulmões.

- Por quê?! Por quê?! Eu preciso de você Rin!! Eu ainda quero te ouvir!! Eu não quero viver em um mundo onde você não está!! Eu ainda não disse o quanto você é bonita!! O quanto eu adoro sua voz!! O quanto você é fofa quando está chateada!! O quanto o seu sorriso me deixa feliz!! O quanto...!! O quanto...!! – Parei de gritar olhando para ela. – O quanto eu sempre te amei... O quanto eu queria poder te beijar... O quanto eu queria me casar com você... O quanto eu queria ter uma família com você... – Fechei meus olhos. – Eu já chorei de mais. Só quero ir para onde você está Rin. – Reparei que a neve havia nos coberto um pouco. A coloquei no chão e segurei sua mão, sorri vendo-a. Finalmente consegui dizer tudo a ela, entretanto não vale mais apena.

- Parece que a neve lentamente está transformando tudo... Em branco. – Senti a escuridão tomar conta de mim e cai ao seu lado, ainda segurando sua mão. Olhei para o céu uma última vez até fechar os olhos e deixar escorrer minhas últimas lágrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora, por favor, o comentário de vocês vai ser muito importante para mim. Então NÃO TENHA PREGUIÇA!! Nem que seja uma coisinha de nada, quero saber como me sai! E se você terminou e falou: "CADE O RESTO?!" Don't Worry my friend, eu escreverei "o resto". Recomendo ver a música Endless Wedge. Talvez eu faça um final meio triste ou deixe feliz... LEIA PRA SABER!! Dependendo do que vocês quiserem. ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO QUE TENHO CERTEZA QUE VAI DEMORAR!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prova de Vida e A Voz Silenciosa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.