Pandora escrita por Corie J


Capítulo 2
Meeting New People


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, 2 favoritos? Muuuuuuuuuuuuuito obrigadaa *-*



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Onde eu estou?

Abri meus olhos rápido demais. A luz ofuscou minha visão e tudo o que eu conseguia fazer era tossir. Eu tossi tanto que em instantes eu vomitei no chão. A adrenalina tomou conta de mim. Minha mente era um grande espaço branco. O que havia acontecido?

Quem era eu? Nomes femininos passaram pela minha mente, mas nada era familiar. Tudo era apenas um borrão de palavras passando pela mente.

– Tem alguém aqui? - engasguei. Minha voz era fina, como a de uma garotinha assustada.

Eu não sabia exatamente o que fazer. Eu sentia raiva, pânico, calma, nostalgia, tudo. Pulei da cama onde eu estava e saí do quarto.

Olhei ao redor. O corredor era liso e espaçoso com um grupo de enfermeiras no canto.

O chão de madeira rangia quando eu passava por cima, cambaleando de vez em quando, totalmente assustada.

– Por favor, me ajudem - sussurrei. Tinha lágrimas nos olhos e estava totalmente nostálgica, mas não sabia por quê.

E tudo girava ao meu redor. O que as pessoas falavam não era mais do que apenas um zumbido e o que eu realmente escutava eram as batidas do meu coração, altas, batidas que logo começaram a me dar dor de cabeça. Tum, tum, tum! O que havia acontecido?

Eu não conseguia mais acompanhar a velocidade dos meus pensamentos.

Uma mão gentilmente tocou meu ombro.

***

Nada mais fazia sentido.

Me puseram em outro quarto, já que o meu primeiro estava com vômito no chão. Uma mulher passou pela porta e se posicionou ao meu lado. Cabelos e olhos castanhos, com a pele clara. A roupa branca enjoativa daquele hospital. O sorriso gentil, porém cauteloso. Olhos atentos.

Ela se sentou na cadeira em frente à minha cama.

– Meu nome é Katie. Estou aqui para te examinar, tudo bem?

Pôs a mão na minha testa para ver se eu estava quente.

– Qual é seu nome? - perguntou baixinho.

– Não sei - admiti -. Eu não me lembro de nada.

– Bom, nós concluímos que você deve ter cerca de dezesseis anos. Já se viu no espelho alguma vez?

– Não.

– A picada vai doer. - Katie disse e eu senti a agulha entrando no meu braço. Ela estava fazendo exame de sangue. Katie continuou: - Você tem olhos azuis, tipo a cor do mar. Às vezes está claro e às vezes, escuro. Seu cabelo é liso, um pouco ondulado, e como você já notou, é preto.

– O que vocês sabem sobre mim? Quero dizer, quem são meus pais? Aonde eu apareci?

– Sinto muito, não recebi as informações. Mas vem alguém te explicar, não se preocupe.


Algumas horas depois, eu estava deitada na cama, olhando para o teto. Ouvi barulho de passos pelo corredor e uma mulher entrou no meu quarto. Tinha o cabelo castanho solto, mas era um pouco volumoso demais, por isso prendeu uma parte para trás, mostrando todo o seu rosto. Não usava maquiagem, com olhos castanhos comuns e roupas sofisticadas. Eu me senti meio desconfortável na presença dela, porém algo nela me era familiar. É como quando você reconhece uma pessoa, mas não sabe de onde.

– Boa noite - ela começou. Percebi que ela estava sem jeito, talvez por causa do meu olhar meio obcecado - Me atualizaram sobre tudo a seu respeito e conversei um pouco com o diretor Longbottom.

– Ok. - Eu respondi.

– Certo. - pigarreou - Certo. Ok. Oi.

– Oi - eu falei. Minha voz estava fina, como uma garota assustada.

– Bom, eu trabalho no Departamento de Execução das leis da Magia. Eu sei que você não tem muito a ver com o meu emprego, ou pelo menos ainda não, mas me indicaram como a pessoa certa para falar com você. Bom, sabe, você estava sussurrando o nome Fred Weasley enquanto dormia. Sabe quem é este?

– Não.

– Ok. Certo. Bom, meu nome é Hermione Weasley. Vou te contar tudo o que eu sei sobre você.

***

Primeiramente, Hermione Weasley introduziu Hogwarts, detalhando como era cada cômodo de lá. Comentou sobre o diretor Neville e sua vice-diretora June; explicou sobre as aventuras dela, Rony Weasley e Harry Potter; entre outras coisas.

O modo como ela falava era bem engraçado. As frases nem pareciam ter pontos, vírgulas e essas coisas. Foi precisa toda a minha atenção para entender tudo, e eu realmente me encantei com cada detalhe que ela deu.

Finalmente, Hermione respirou fundo e passou para a fase dois: a minha história.

– Na verdade não há muita coisa a falar. Mas também não posso dizer que essas poucas coisas não me chocaram um pouco.

"De acordo com o diretor Longbottom, a murta-que-geme apareceu no meio do jantar, chamando por ele. Ela não parecia tão desesperada, na verdade estava com um rosto divertido. Mas ele soube que devia haver alguma coisa errada, já que ela quase nunca saía daquele banheiro. Ela o acompanhou até lá e disse que tinha uma garota malu... disse que você estava dentro da câmara secreta. Você não estava em muito bom estado. Estava jogada no chão e já tinha desmaiado."

– Eu passei quanto tempo dormindo? - perguntei.

– Por quase um mês. Estávamos desistindo de você quando de repente acordou. - engoli em seco. O que ela queria dizer com desistir? Hermione percebeu o que havia falado e corou.

– Bom, voltando à história: Neville perguntou á Murta se ela sabia de alguma coisa. Ela disse que havia te encontrado lá, gritando algo como "eles vão me pegar". Agora lá vão perguntas que eu nunca vou saber responder: por que você apareceu lá? Por que ninguém sabe quem você é? De quem você estava falando? O que...

– Pode parar, por favor? - pedi.

Minha cabeça explodia de perguntas e eu estava totalmente enjoada. Eu sabia que Hermione só estava tentando me ajudar, mas eram muitas perguntas sem respostas. Ela não parava. Eu precisava refletir um pouco no que havia escutado. Meu estômago se embrulhou e a minha boca ficou seca. Como eu havia aparecido lá? Só se eu soubesse daquele local antes, mas como eu poderia saber da câmara secreta sem conhecer Hogwarts? Mas para conhecer Hogwarts, as pessoas iam ter de me conhecer, o que claramente não era o caso.

Hermione, então, percebeu o quanto aquilo me afetou e se calou por um tempo. Ela parecia uma criança, curiosa e imperturbável, que contou o segredo da sua melhor amiga para a sua mãe, até que percebe que não deveria ter contado e fica calada.

– Eu vou te dar um tempinho pra descansar, ok?

Não respondi, simplesmente fiquei lá, sentada na minha cama de hospital, esperando, até que ela saiu e algo em mim se quebrou. Por que aquilo estava acontecendo comigo?

***

Assim que me recompus, decidi tomar um banho. Eu não parecia suja, na verdade, mas precisava guardar essa memória pra mim. Que estranho de pensar agora: quero a memória do meu primeiro banho.

Enfim, depois de uma hora de relaxamento embaixo do chuveiro, me sequei, tomando bastante cuidado para não observar o espelho. Eu queria ver como eu era somente quando estivesse toda pronta e perfumada. Deitei na minha cama com o cabelo molhado, apenas a toalha cobrindo o corpo, quando a porta do meu quarto se abriu de repente e um garoto entrou.

Soltei um gritinho. Corri rapidamente para dentro do banheiro e tranquei a porta. Ouvi a voz dele do outro lado da porta:

– Me desculpe! Eu pensava que você estava dormindo! Me disseram que você tinha acordado do coma e eu corri pra cá, eu nem pensei direito, me perdoe!

Me acalmei lentamente e demorei um pouquinho para responder com a cabeça encostada na porta do banheiro.

– Você quase me matou de susto! Quem é você? Como você me conhecia?

Agora era a vez dele demorar para responder um pouco. Quando finalmente decidiu o que falaria, seu tom de voz havia mudado de um fino assustado para uma voz rouca, bem masculina:

– Se troque e aí poderemos ter uma conversa decente.

E assim, pus uma calça jeans, uma blusa de alça preta e por cima um suéter. Eu não entendi muito bem, mas o meu cabelo estava totalmente seco. Eu havia saído do chuveiro á dois minutos e o meu cabelo estava totalmente seco, porém sedoso e brilhante. Esqueci rapidamente o assunto quando percebi que estava me observando no espelho.

Eu realmente parecia uma estranha me observando do outro lado do vidro, mas aquela era eu. Longos cabelos negros e ondulados, olhos azuis cintilantes e um rosto magro, mas não a ponto de ser esquelético. Não era perfeita, obviamente. Meus olhos eram juntos demais, meu nariz era oleoso, eu estava cheia de sardas que preenchiam as maçãs do rosto e minhas sobrancelhas eram pequenas e finas.

Me lembrei que o garoto estava me esperando e abri a porta.

***

O nome dele era James Sirius Potter, filho do homem que matou Voldemort. Tinha dezesseis. Era totalmente curioso e desajeitado. Devo dizer, um pouco atraente também.

Quando Neville, ou diretor Longbottom, me trouxe da câmara secreta, James e seu amigo Nick Sullivan entraram sorrateiramente no banheiro feminino e viram tudo. Neville pediu que não contassem nada do que viram aos amigos.

Ele me visitou enquanto eu estava inconsciente no hospital. Disse que visitou apenas duas vezes, mas algo me dizia que ele me visitou muito mais.

– Então, tia Mione falou que te visitou mais cedo. Ela falou que talvez você já tenha decidido o seu nome.

– Eu não sei... - comentei pensativa.

– Já me disseram uma vez - ele apressou-se em continuar - que quando você tenta se lembrar de nomes do passado, você pode se lembrar do seu. Talvez.

"Não me diga!", retruquei mentalmente, mas para não ser má eu me calei. Pensei um pouco. Só conseguia pensar nos nomes aos quais havia escutado pela manhã: Katie, Hermione...

Fred Weasley.

Então eu olhei o Potter. Tinha que observá-lo rapidamente para não parecer tão suspeita, mas consegui captar o óbvio: o cara era um gato.

Seu rosto era bem definido e másculo, e mesmo sabendo que aquele segundo que eu gastei observando sua boca seria notado, eu observei. Era bem convidativa.
Minhas bochechas coraram com o pensamento e observei os seus braços, que eram musculosos e saudáveis. E sua barriga, que era totalmente tanquinho! Tive a audácia de ficar fitando aquele abdômen durante a nossa breve conversa, mas não me arrependi do que fiz.

Se a minha "fiscalização de tanquinhos" durou um século para mim, deve ter sido uma eternidade para ele. Estava meio corado com um meio sorriso estampado na cara. Então, alguma coisa lhe ocorreu e ele mudou a postura: se ele estava com cara de bobo antes, aquilo passou.

"Se ela pode me fiscalizar sem nenhuma vergonha, eu também posso!" Ele deve ter pensado. Dito e feito, e ele me escaneou de cima a baixo como se eu nem estivesse prestando atenção.

Mas, diferente do meu, o olhar dele foi demorado. Sem pressa nenhuma. Ele se demorou principalmente nos meus seios, e eu, corada, ergui os braços para esconde-los. Meu rosto ardia em chamas e eu achei já ter paquerado demais, então balbuciei a primeira coisa que me veio na cabeça.

– V-você pode pegar um copo de água pra mim?

Ele pareceu ficar um pouco desapontado, mas assentiu educadamente e saiu do quarto.

Suspirei de alívio e vergonha. Meus olhos pesavam, mesmo depois de um mês de sono, e acabei deitando na cama. Com os olhos fechados, eu poderia ter adormecido por uma hora ou um minuto, mas me lembro de ouvir um suspiro e senti o lençol da cama ser puxado, me cobrindo. Um sussurro "Eu te vejo em breve" e o barulho da porta fechando.


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Notas finais do capítulo

Agora um desafio: prender a respiração, escrever um comentário aqui embaixo e postar. Até o próximo capítulo :3



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