Escolhidos. escrita por johnrdg


Capítulo 2
Capitulo 2




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Sinto uma claridade forte no meu rosto fazendo com que eu pisque muito forte. O vista pro nascer do sol no terraço é perfeita. Abro os olhos vagarosamente e sinto o braço de Bryan em meu ombro, ele adormeceu junto comigo. Tento sincronizar minha respiração com a dele e volto a olhar o nascer do sol. Aos poucos o chão do terraço inteiro ganha luz.

Continuo observando o sol subir aos poucos e encaro os pássaros que voam pelo céu. Dou um sorriso de leve e continuo admirando a cena.

– É lindo, não é? – Uma voz masculina soa do meu lado e me assusto dando um pulo e acordando Bryan. – Calma, está tudo bem. – Diz um rapaz com um pequeno sorriso torto no rosto.

– É... – Digo assustada tentando ver quem é, mas a claridade do sol não permite que eu tenha uma visão completa do rosto do homem.

Ele volta a olhar para o sol e percebo que ele deve ter uns cinco anos a mais do que eu. Cerro meus olhos e percebo que não faço a menor ideia de quem seja esse homem. Seus olhos vêm se encontro ao meu e ele esboça um sorriso e eu retribuo automaticamente.

Bryan sonolento chega perto do meu rosto do lado esquerdo e sussurra no meu ouvido.

– Quem é esse?

– Não sei... – Digo baixinho para que o rapaz não escutasse. Ele nos encara e diz.

– Eu sou Roger, prazer! – Ele estende a mão e fico paralisada envergonhada, pois ele tinha ouvido eu dizer que não sabia quem ele era. Bryan toma a iniciativa e aperta a mão de Roger.

– Prazer, sou Bryan e essa é minha irmã...

– Andy. – Falo interrompendo meu irmão. Eles me encaram juntos e não demonstro reação.

– Os calouros deveriam estar no refeitório para o café d manhã, fiquei sabendo que eles terão um longo dia.

Saio correndo puxado Bryan pela mão indo ao refeitório. Ele me pergunta o motivo da minha pressa, mas eu o ignoro. Desço a escada correndo e ele me acompanha no mesmo ritmo.

Quando chegamos no corredor que nos leva ao refeitório paro de correr e olho para trás e vejo meu irmão parado encostado na parede recuperando o fôlego. Meu coração está muito acelerado, mas não por ter corrido, eu simplesmente não sabia o motivo.

Ao entrarmos no refeitório caminhamos em direção da fila do café para comer.

Eu e Bryan estudamos em uma escola especial, onde somos treinados para missões em exploração de novos lugares.

Aqui aprendemos o essencial dos estudos e também aprendemos a lutar, a usar armas, técnicas de sobrevivência e tudo que precisamos para enfrentar o mundo.

Nem todos os jovens estudam aqui. Quando alguém completa quinze anos, eles são obrigados a fazer um teste onde descobrem se ele é especial ou não. Nós que somos especiais somos de chamados de escolhidos, e desde então somos designados para essa escola. Eu e Bryan somos gêmeos e acho que por isso nos dois somos escolhidos.

Nós entramos nessa escola esse ano e somos chamados de calouros. Ouvi dizer que nos chamam assim porque há alguns anos atrás esse era o nome dos novos alunos de universidades e afins.

No fim do café da manhã todos se dirigem para seus afazeres, e hoje é o dia da minha aula de luta. Kelly e Joyce são minhas colegas de quarto e estamos sempre juntas. Bryan fica com seu amigo Jonathan durante as aulas, então não temos muito contato durante as atividades.

Estamos andando em direção à sala de artes marciais conversando quando me deparo com Roger. Ele me olha e eu desvio o olhar e as meninas começam a comentar sobre ele ser bonito.

Roger é alto, branco com o cabelo preto acinzentado, barba preta e músculos não muito grandes, porém definidos.

Ele realmente é bonito, e seu par de olhos negros lhe dão um ar de misterioso ou até mesmo de malvado.

Entro na sala e vou para o canto com a intenção de não ser notada por ele. As meninas me seguem cochichando a beleza de Roger e então me dou conta de que ele será o nosso novo instrutor de luta.

Ao perceber que ele será nosso instrutor começo a soar frio, mas tento disfarçar meu nervosismo.

Estou sendo cautelosa para não ser notada, mas percebo que Bryan não tem o mesmo pensamento que eu. O vejo indo falar com Roger e depois os dois me olham e ele balança a cabeça pra mim. Arregalo meus olhos e fico imóvel Então levo um susto com a voz de Joyce.

– Você o conhece?

– Não... Eu só... Acabei conhecendo hoje de manhã. – Digo passando a mão por todo meu cabelo castanho que bate nas minhas costelas.

– Hoje de manhã? – Questiona ela me encarando. – Aonde?

– É uma longa historia... – Digo seco.

– Queremos saber. – Fala Kelly cruzando os braços.

Desvio o olhar e procura uma resposta para dar, mas a voz de Roger interrompe meus pensamentos e chama a atenção de todos.

–Bom dia pessoal... Meu nome é Roger e eu sou o novo instrutor de artes marciais. – Sua voz é grave, porém suave e penetram em meus ouvidos como música. – Eu me especializei nessa área porque é a que eu sempre me dei bem e quando eu era um aluno era a aula em que eu mais gostava. Alguma pergunta?

– Qual é a sua idade? – Pergunta uma menina de cabelos curtos que está a menos de um metro de mim.

– Minha idade é... – Ele faz uma pausa e encara a garota. Sua expressão facial muda repentinamente para uma expressão de seriedade. – Não te interessa.

Sua voz soa pesada perdendo toda a suavidade de antes deixando todos um pouco assustados, mas a mudança de tom da voz de Roger não me assusta, ela parece me inspirar e isso me deixa assustada.

Kelly sussurra algo para Joyce e as duas riem. Roger começa a explicar algumas regras da suas aulas, mas não presto atenção.

Fico ouvindo na minha cabeça sua voz grossa e forte dizendo “não te interessa”, e então percebo que todos estão me olhando e volto para a realidade. Roger está chamando meu nome e eu demoro para raciocinar.

– O que? Oi?

Todos dão risada e Roger me encara seriamente.

– Poderia ser minha voluntária? – Sua pergunta me soa como um convite especial. Caminho até a frente e fico parada do lado dele.

Ele posiciona sua mãe em meu ombro e fala calmamente. As palavras soam em meu ouvido de forma nítida e entendo que ele está falando sobre os pontos em que devemos bater uma pessoa para ganharmos tempo em uma luta.

– Eu recomendo que batam no nariz ou queixo. Ombro. Virilha. Joelho ou pé. – Ele encosta suavemente suas mãos grandes porem macias em cada parte do meu corpo em que ele disse. Ele me agradeça e volto para meu lugar. – Dependendo da luta você não poderá acertar a virilha, pois será considerado golpe baixo, mas há casos e caos.

Após a breve explicação sobre alguns pontos de vantagem em cima de alguém começamos a nos exercitar e depois a aprendemos alguns golpes básicos como socos e chutes de karatê.

O tempo passa e a aula acaba para o almoço. Sou uma das primeiras a sair da sala, vou para meu quarto e tomo uma ducha de cinco minutos. Sou a única que faço isso nos intervalos das refeições. Em seguida vou almoçar, sento-me com as meninas. Pergunto a elas o que elas acham da comida, mas o assunto do momento é... Roger.


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