Aquela novata até que parecia legal, mas, como sempre, Sophie foi dar as boas vindas para ela, acho que já era padrão ela fazer isso, não importava de onde vinha, Sophie fazia o máximo para pessoa ficar confortável no 21º nomo. Conheci Sophie há mais ou menos dois meses, não sei bem, mas ela não fala muito e nem reage muito, raramente é possível vê-la sorrir, mas acredito que ela é legal.

Ririchiyo me deixou um pouco nervosa, poxa, a garota é nova, mas ela nem fala nada, fica só encarando... Sim, eu até hoje não me acostumei com Riri, e olha que já nos conhecemos há anos!

Depois que Sophie e Rossella saíram, eu encarei Riri por algum tempo, ela percebeu e me olhou por algum tempo também.

—O que foi? —ela por fim perguntou.

—Você vai ser sempre assim? —cruzei meus braços.

—Assim como?

—Assim como você foi agora a pouco. Poxa, podia pelo menos tentar ser mais atenciosa, em vez de ignorar a presença dela!

—Eu não fiz isso! —ela fechou o livro e colocou-o sobre seu colo. — Eu apenas não agi como a Sophie, que sempre é legal com qualquer um que venha pela frente. Não sou falsa como ela!

—Falsa? Você tem razão, você não é falsa, mas isso é porque você não tem com quem ser falsa! Quem iria querer estar perto de você quando você apenas os ignora? Quem quer ser amiga de alguém tão esnobe como você? —acabou que eu ataquei no ponto certo, ela engoliu em seco, mas ainda tinha sua expressão esnobe, eu daria tudo para dar um tapa naquela garota tão esnobe!

Ela levantou-se, passou por mim e entrou sem dizer quase nada, eu realmente eu havia ferido ela, me senti mal por ela, mas ela não deveria agir assim com as pessoas!

Eu fiquei um tempo olhando para o jardim. Talvez Riri estivesse certa, talvez a Sophie fosse falsa, mas eu não conseguia ver isso nela. Aquele jardim, que um dia já foi tão deplorável, agora era tão lindo e bem cuidado... Já perdi as contas de quantas vezes eu a vi de madrugada cuidando do jardim, e não é apenas isso que me fazia pensar que ela era verdadeira, ela se esforçava muito para cuidar dos aprendizes, mesmo que tenham sido apenas uns dois meses, ela trabalhou muito, embora... Tem vezes que acho que ela é muito distante, mesmo cuidando tanto dos outros, ela não chega perto.

Eu suspirei lentamente, espreguicei-me e entrei também. Após subir as escadas, me dirigi até o meu quarto, ele é o quarto do corredor a direita. Sim, o meu quarto é do lado do quarto do Walt, mas ele nunca me deu qualquer problema, na verdade a gente nem se fala.

Do topo da escada, pude ver a novata na frente do terceiro quarto. De dentro do quarto podia se ouvir um miado. A Rossella parecia nervosa, mordia o a ponta de um dos seus polegares.

Me aproximei sorrateiramente e quando já estava praticamente repirando em cangote respirei fundo para logo depois gritar:

—Não, não e não! —Ela deu um pulo, como se fosse um gato assustado e gritou. Ela olhou para trás e sua feição se suavizou, aliviada.

—Quer me matar, garota? —Ela gritou. A porta abriu-se um pouco atrás dela, apenas o suficiente para um gato saísse dele. E eu já conhecia esse gato há muito tempo.

—A intenção era só pregar uma peça— falei após parar de rir. — mas o que a novata vai fazer no quarto do Walt?

—Procurando aquele gato! —apontou para o gato gordo da Sophie, Napoleão—Napoleão! Venha cá! Pss, Pss, Pss— ela fez uns barulhos estranhos para atrair o gato, este que olhou para trás, cheirou algo e saiu correndo na direção dela.

—Gatos... —Disse com nojo— Eles não amam ninguém.

—Napoleão— uma voz feminina do hall chamou o gato. Sophie usava um avental sujo de molho, lembrei-me nesse momento que era o dia dela fazer comida. —Obrigada, Rossella— ela aproximou-se de nós e pegou o gato no colo — O que foi aquele grito? — ela ajeitou o gato em seus braços e nos perguntou.

—Essa filha da mãe me assustou! —Rossella apontou para mim com o polegar.

—Por que vocês estão aqui? —ela olhou para a porta, que agora já estava trancada. —Achei que essa porta desse calafrios... Nas não sinto nada de ruim aqui. —Sophie indagou.

—Bom... O Napoleão estava ali dentro. Eu também não acho que tenha algo de ruim nesse ambiente. —Rossella respondeu.

—Estou aqui por curiosidade mesmo— falei.

—Ah, a janta esta pronta, vamos descer antes que os aprendizes comam tudo. —Sophie informou e nós descemos.

Peguei meu prato e fui pegar a janta, como sempre, comida é sempre melhor do que a feita com mágica. Rossella pegou um prato também e fomos juntas para os nossos lugares, reservando o de Sophie. Sophie havia pegado um prato de comida e subiu com ele, depois quando voltou o prato havia sumido e ela foi pegar a própria comida. Isso sempre acontece aqui.

—Então... —Sophie começou, ao sentar-se ao lado de Rossella. — amanhã vamos fazer tipo uma festa da piscina, quer ir?

—Claro, será ótimo para conhecer o pessoal. —Rossella assentiu.

—Você poderia conhecer eles agora, mas alguns de nós estão em uma visita ao 1º nomo.

—Entendo... —Rossella assentiu.

Terminamos de comer e cada um foi para um canto, eu fui para o meu quarto ver seriado.